A Guerra Greco-Romana escrita por Maresia


Capítulo 19
Capitulo 18 - Estrela Cadente




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Os primeiros raios da estrela maior reluziam no imenso céu pintado de vermelho. Na entrada da pequena e solitária vila de Rudório Sísifo de Sagitário permanecia deitado entregue às dolorosas feridas que adquirira na sua luta contra o General e o seu exército de homens de pedra. Num repente esplendoroso uma linda e brilhante estrela cadente caiu do céu madrugador, pousando suavemente perto do Dourado.

– Mas o que se passa? Uma chuva de estrelas! – Praguejou Sísifo despertando. – Não, não pode ser! – Constatou ao avistar a estrela brilhando na imensidão arenosa e castanha do terreno. – Eu ia jurar que senti um cosmo muito puro e poderoso no interior desta estrela. Será imaginação minha? - Questionou-se em voz sumida.

Sísifo sentou-se mirando a brilhante estrela com atenção e curiosidade. Um novo laivo de cosmo voltou a brindá-lo.

– De facto não é imaginação, este cosmo é verdadeiro. – Murmurou.

– Sísifo, a verdade está nos olhos daqueles que a conseguem e querem ver. Escuta o vento! – A voz profunda de Ilias falava das profundezas da estrela cadente, das profundezas da Natureza.

– Irmão! – Exclamou, as lágrimas caíam-lhe involuntariamente pelo rosto ferido. – Mesmo depois de te teres libertado do teu corpo não abandonaste o Santuário, não abandonaste Atena, não abandonaste os teus antigos companheiros, não abandonaste o teu filho. Obrigado Ilias! Obrigado meu irmão! – Com as palavras do cavaleiro a estrela de Ilias desvaneceu-se numa brilhante luz de esperança.

Com a chegada da alvorada a pequena vila enchia-se de vida, barulho e passos apressados dos aldeões que iam para os seus empregos. Qual foi o espanto quando ao saírem de Rudório avistaram o Cavaleiro de Ouro sentado, coberto de feridas e sangue e com a sua poderosa armadura destruída, olhando para o vazio.

– Senhor Sísifo o que se passou? – Perguntou um homem gordinho aproximando-se apressado.

– A sua armadura está completamente destruída, quem fez isso? – Questionou um pequenino menino que acompanhava o pai com uma carinha assustada.

– Não se preocupem eu estou bem! – Tentou tranquilizar o Dourado, contudo em vão.

– Mas a sua armadura? – Disse o senhor apontando com o dedo farto.

– E o seu estado também não é o melhor! – Afirmou o menino examinando as feridas do Cavaleiro.

– Bem, nós esta noite fomos atacados por um inimigo que desconhecíamos. – Explicou calmamente. – Porém, não se preocupem, a situação está a ser resolvida. – Apressou-se ao ver os rostos dos presentes ficarem lívidos de terror.

– Mas são as tropas de Hades? – Perguntou o menino.

– Nada disso! Estes inimigos provêm de Itália. Vão-me desculpar mas eu não tenho mais respostas para vos fornecer. – Antecipou-se antes que o homem pudesse formular nova pergunta. – Só vos peço que mantenham a calma. Os cavaleiros de Ouro estão posicionados em lugares estratégicos para garantir a segurança de todos. – Assegurou Sísifo pondo-se de pé. – Bem, agora tenho que partir, as pessoas no santuário aguardam-me. – Sem mais palavras começou a andar.

– Pois, é sempre a mesma coisa! Só porque habitamos nas imediações do santuário estamos sempre em constante perigo! – Vociferou o homem. Sísifo escutara as suas palavras, no entanto seguiu o seu caminho.

– Não sejas injusto pai, os cavaleiros sempre asseguraram o nosso bem-estar e a nossa segurança! – Ripostou o menino irritado com a atitude do pai.

Nas arenas de treino, o culminar do combate do jovem Régulos estava prestes a ser revelado. Os dois combatentes olhavam-se com rancor e desdém. O Leão elevava intensamente o seu cosmo de ouro atingindo proporções inimagináveis.

– Mas que cosmo é este? – Perguntou Brutos intimidado.

– Esta é a essência de um verdadeiro Cavaleiro de Ouro, o SÉTIMO SENTIDO! – Respondeu orgulhosamente. – Prepara-te para a tua derrota Brutos, ela está mais perto do que tu pensas!

– Eu nunca serei vencido por uma criança! – Berrou o gladiador tentando dar um soco no Dourado que se defendeu apenas com uma mão. – Nãããão!

– Estou cansado dessa conversa de eu ser uma criança, eu vou mostrar-te a minha força! – Exclamou Régulos. – Coroa do Relâmpago!

Uma belíssima prisão de partículas douradas envolveu Brutos, ferindo o seu enorme corpo e o seu espírito desonrado e manchado de maldade e rancor.

– Não acredito! Não me consigo mexer, o que fizeste comigo seu anormal? – Brutos estava colérico.

– Ainda não acabei, quando terminar vais compreender! – Respondeu divertido o Leão.

Todavia, o gladiador não se deixou vencer assim tão facilmente. Elevou o seu cosmo equiparando o de Régulos. Na sua mão surgiu um brilhante e fatal Gladius que rompeu a cúpula de luz.

– Como? A minha Coroa foi destruída como se fosse um frágil casulo de borboletas! – Indagou o Cavaleiro incrédulo.

– Pensavas que eu me deixava derrotar com um golpe tão básico? Só me apeteceu brincar um pouco mais contigo miúdo! – Brutos riu maldosamente. – Agora é a minha vez! Julgamento de Gladius!

O Imperador da Luz desembainhou a sua espada a uma velocidade impressionante, como se a pressão atmosférica não existisse. O fino Gladius vinculou-se de forma arrepiante ao pescoço já ferido do Cavaleiro de Ouro, pronto para lhe cortar a vida em milhares de partículas.

– O que se passa com Régulos? – Perguntou Kardia na entrada do santuário. – Será que ele precisa de ajuda?

– Não te mexas de onde estás Escorpião! Régulos cuidará do seu adversário. – Porém, esta voz não pertencia a Dégel.

– Mas, que raio! – Praguejou Kardia percorrendo com os seus olhos azuis o local. Sísifo acabara de chegar ao santuário.

– Sísifo! – Exclamou Dégel. – Como estás?

– Estou bem obrigado. – O olhar do Sagitário foi desviado por algo que se precipitava do céu. – Outra estrela cadente! Desta vez dirige-se para as arenas!

A delicada pressão exercida pela Gladius no pescoço do jovem Leão Dourado era arrebatadora, perfurando cada vez mais fundo.

– Não, não posso morrer aqui. – Murmurou o dourado apelando às frágeis e ténues forças que lhe restavam.

– Diz adeus criança! – Gritou Brutos não conseguindo conter a sua incontrolável sede de sangue. Porém, algo cativou a sua atenção medíocre. – Uma estrela cadente!

Régulos era um estratega nato, aproveitando a distração provocada pela aparição daquela imponente estrela lançou um valente murro que atirou Brutos e a sua mortal Gladius pelos ares.

– Eu disse que não ia morrer aqui! – Exclamou. – Agora não vou falhar! Tu não tens mais nada com que me possas atacar, já vi todos os teus golpes!

– Não acredito nisto! – Respondeu Brutos tentando-se levantar, contudo:

– Coroa de Relâmpago! – Uma nova prisão luminosa envolveu o gladiador. – Diz as tuas últimas palavras, o teu fim chegou Brutos! A criança não quer brincar mais!

Um poderoso e brilhante ataque explodiu quebrando a atmosfera, tornando desta forma o ar da doce e tranquila madrugada rarefeito.

– Ruge meu cosmo ruge! – Gritou Régulos. O ataque foi disparado à velocidade da luz penetrando na brecha aberta na atmosfera luminosa, assertando por fim no terrível adversário.

– Nãããão! Eu não serei vencido por uma criança! – Berrou sendo projetado alguns metros para traz onde ficou inerte, à beira da colina que conduz ao mundo dos mortos.

– Pai eu venci! Venci por nós! Obrigado. – Agradeceu Régulos olhando o céu.

A muitos quilómetros dali, num bonito bosque Ilias estava sentado numa pedra acompanhado pelos antigos escravos do gladiador.

– Senhor Ilias o pequeno Leão venceu! – Os animais saltavam de alegria.

– Sim, a coragem de um ser humano não se avalia pela sua estatura, mas sim pela grandiosidade do seu coração. Sem dúvida o meu filho tem um coração enorme. – Ilias falava orgulhoso. E satisfeito. – Que as estrelas te guiem sempre Régulos!

Nos intervalos dos túmulos brancos e puros alguém caminhava de forma imponente.

– A luz é a única certeza que tenho no meu coração sombrio e sofredor.


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