A Guerra Greco-Romana escrita por Maresia


Capítulo 16
Capitulo 15 - Aurora incandescente




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A lua lançava na noite escura gritos de pânico. O choque era a única expressão distinguida nos rostos dos dois cavaleiros de Ouro. O coração de Kardia ardia horrivelmente devido à raiva que o cegava, as suas mãos tremiam com sede de justiça e o seu corpo movia-se como um cometa inflamado em direção a Rómulo. Dégel que sempre fora conhecido pela sua tranquilidade e serenidade geladas também não ficou indiferente perante aquele ato de pura ganancia e barbaridade. Os seus olhos faiscavam como duas auroras malignas tal era o seu ódio, a sua mente habitualmente clara e lógica estava turva e confusa repleta de maus pensamentos e o seu corpo estava mais frio do que nunca, desejando ardentemente punir aquele homem desonrado e cruel que desconhecia sem dúvida o valor inscrito numa vida humana.

– Sim, agora tudo valerá a pena! Já posso sentir o doce sabor do poder supremo percorrer todo o meu corpo! Sim, agora sim! – Rómulo falava enquanto acariciava todo o seu corpo de uma forma quase obsessiva.

– Sabes eu também consigo sentir o doce sabor do teu sangue imundo nas minhas mãos! – Berrou Kardia dando um gigantesco murro que não assertou em Rómulo.

– Calma cavaleiro! O único sangue que será derramado será o vosso e não meu! – Prenunciando estas palavras o gémeo lançou uma enorme onda de cosmo que atirou os dois dourados pelos ares.

– Sim, sem dúvida a energia cósmica dele aumentou em grande escala. – Analisou Dégel colocando-se de pé.

– Como alguém tão imprestável consegue atingir tal poder? – Perguntou Kardia chegando perto do amigo.

Os dois defensores de Atena olharam o homem que se encontrava diante de si. A escuridão que banhava o seu coração era mais negra do que a própria noite. Os seus olhos refletiam um ódio mais forte do que as correntes oceânicas. O seu coração estava afundado numa ganancia que supera a imensidão celestial. Um homem envolto em tantas trevas não tinha o direito de caminhar sobre a crosta terreste, pensavam os dourados.

– Mais poder! Mais e mais poder! – Exclamava Rómulo parando perto do corpo sem vida de seu irmão. – Afinal todos os seres vivos têm a sua utilidade e tu foste incrivelmente útil irmão. Deves sentir-te honrado por me teres tornado o ser mais poderoso que paira no universo. Agora, até os deuses me temerão! – Agachando-se tentou pegar na mão de Rémulo.

– Não lhe toques seu cobarde maníaco! – A voz irritada do escorpião voara como uma flecha em chamas.

O todo-poderoso Rómulo olhou os dois cavaleiros com desprezo e superioridade. Aproximando-se cautelosamente do local onde Rémulo jazia inerte, Kardia e Dégel estavam novamente prontos para retomar a batalha que já durava tempo de mais.

Algures nas doze casas o jovem Dokho exibia um olhar penetrante num misto de preocupação e ansiedade a dançar-lhe nos olhos verdes.

– Não compreendo o que se passa na entrada do santuário! – Cismava o dourado de Balança olhando em volta. – Aquela batalha já dura horas. Que tipo de inimigo cruzou o caminho do Aquário e do Escorpião? Que inimigo cruzará o meu caminho? – Dokho apalpava a imensidão escura da incerteza.

Rómulo elevara o seu cosmo até um nível que os dourados nunca tinham tido contacto.

– O que se passa comigo o meu corpo não me obedece! – Questionou Kardia frustrado.

– Mas que poder é este? Que aura é aquela que emana do seu corpo? – Perguntou o Aquário igualmente imóvel.

– Então cavaleiros onde está a vossa segurança? Parece que o destino vos pregou uma valente e mortal partida. – Respingou o inimigo, exercendo uma pressão aterrorizante nos corpos dos cavaleiros. – Agora, assistam tranquilamente à última e derradeira fase do meu magnífico e inigualável poder!

– Mas o que é que este vagabundo pretende com isto? – Resmungou o dourado de Escorpião.

– Acho que estamos prestes a descobrir. – Constatou o cavaleiro do gelo.

De facto, a ambição e a loucura de Rómulo não conhecia limites. O que se seguiu foi algo assustador e no mínimo impensável. Num momento o criador estava diante dos dourados exibindo a sua usual aparência humana, no momento seguinte tudo se alterou como por magia, porém uma magia bastante grotesca. O corpo de Rómulo cobrira-se de pelo castanho. Os seus olhos assumiram um tom amarelado ainda mais loucos e vingativos do que nunca. Os seus dentes foram substituídos por pequenos sabres afiados prontos a mutilar tudo aquilo que se atravessasse no seu caminho, Nas suas mãos agora castanhas cresciam aguçadas garras preparadas para rasgar a vida dos dourados. As suas pernas e braços mostravam poderosos e fatais músculos capazes de esmagar o próprio destino.

– Esta é a metamorfose perfeita! Agora eu serei invencível! Nem seis de vós me conseguiam vencer! – Até a sua voz mudara, tornando-se mais grave e imponente.

– Deves julgar-te muito importante para seis cavaleiros de ouro virem lutar contigo! – Gozou Kardia, embora não aparentasse estava apreensivo com aquela transformação arrepiante.

– Nós os dois chegamos para colocar de vez um fim na tua infeliz vida medíocre! – Ripostou Dégel.

O escorpião e o Aquário elevaram os seus cosmos dourados tentando desta forma unir esforços, mas foi inútil. O homem-lobo aproximara-se rapidamente, não dando tempo para que os cavaleiros se desviassem.

– Garras da criação! – As tenebrosas garras que lançaram Rémulo no mundo das almas agora atacavam impiedosamente os dois amigos. A brutalidade do golpe foi tremenda, as poderosas e lendárias armaduras de ouro foram completamente destruídas.

– Não posso acreditar! – Exclamou Dégel atónito.

– Provavelmente se não estivesse protegido pela minha armadura o meu corpo tinha-se desintegrado. – Constatou Kardia.

– A sorte não sorri duas vezes à mesma pessoa! – Garantiu Rómulo.

Um novo elevar de cosmo fez tremer a atmosfera.

– Garras da criação! – Novamente as garras da maldade planaram rumo aos dois cavaleiros.

– Parede de gelo! – Gritou Dégel. Uma enorme e potente parede de gelo brilhante ergueu-se na frente dos dois cavaleiros, servindo de escudo contra aquele ataque demolidor.

– Dégel a parede vai ceder! – Avisou Kardia, escutando o poderoso gelo rachar.

– Eu sei disso Kardia. Todavia quando o ataque nos alcançar já estará enfraquecido. Não sortirá qualquer efeito. – Garantiu o Aquário orgulhosamente.

– Lembra-me de te trazer sempre comigo para o campo de batalha. – Brincou o Escorpião.

De facto a brilhante muralha gelada cedeu passados poucos segundos. A poderosa magnitude do ataque perdeu-se no espaço gelado. Ao ver as suas preciosas garras congeladas, Rómulo foi tomado por uma fúria horripilante, precipitando-se para uma nova e cruel investida sobre os cavaleiros, já bastante desgastados pelo tempo da luta. Todavia, a fúria nunca é boa parceira da inteligência e os dois dourados conseguiram-se esquivar do ataque com alguma facilidade.

– Kardia, escuta com atenção. Este tipo não vai desistir por nada deste mundo. Então só nos resta uma última e única chance de o vencer. Nunca esperei ter de recorrer a isto. – Dégel falava de forma urgente e apressada.

– Tens a certeza que é a única opção? Tu sabes que existem riscos na execução deste ataque. – O escorpião deixara de sorrir, a preocupação estava reflectida nos seus lindos olhos azuis.

– Sim eu tenho consciência dos riscos que corremos. Vamos pensar com todas as nossas forças que ele não conseguirá repelir o nosso ataque.

– Certo, queimarei a minha vida até ao limite!

O criador continuava a sua investida furiosamente enquanto os dourados procuravam uma abertura para colocarem o seu plano em prática. Kardia conseguira arremessar o mostro peludo pelos ares.

– É agora! – Gritou o Escorpião fervendo de entusiasmo.

– Sim! Vamos lá! – Assentiu o Aquário.

– Gela meu cosmo! Inflama meu cosmo! – Duas vozes determinadas iluminaram a noite como dois poderosos relâmpagos. – Agulha Escarlate Incandescente! Execução Aurora! – Dois ataques foram lançados à velocidade da luz cruzando-se em pleno ar. – Este é o nosso ataque combinado que reflecte a forte amizade que nos une! Aurora Incandescente!


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