A Guerra Greco-Romana escrita por Maresia


Capítulo 10
Capitulo 9 - A furia flamejante




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Um homem com um cosmo imenso aterrou a escassos metros de Aldebaran. No seu rosto trocista estava estampado um enorme sentimento de superioridade perante o cavaleiro.

– Boa noite, meu caro Aldebaran de Touro. – Disse o recém-chegado arrogantemente.

– Bem, parece que começas em vantagem, sabes o meu nome, no entanto eu não sei o teu. Acho que devias cumprir as regras de boa educação e apresentar-te. – O dourado não estava intimidado e muito menos impressionado com o enorme poder que emanava daquele sujeito.

– Verme nojento e insignificante! – Rosnou. – Como te atreves a dirigir-me a palavra? – Estava furioso. – Porém, eu sou misericordioso, assentirei ao teu pedido, visto que o teu túmulo será aqui mesmo. – Pisou com desprezo o terreno em sua frente. – Eu sou Marte o Deus da Guerra! – Prenunciava cada palavra de forma lenta e clara, tentando grava-las o mais fundo possível na mente de Aldebaran.

– Um Deus hã? – Murmurou o touro dourado olhando o homem intitulado de Deus. – Obrigado por te teres apresentado. Mas, lamento tenho que discordar num facto. Aqui não vai ser o meu túmulo.

– Tanta coragem! Para quem está na presença de um Deus. – Marte cuspiu para o chão.

A raiva começou a brotar por todos os esporos de Aldebaran. Ele odiava todos aqueles que não possuíam respeito pelo santuário e por Atena. Aquele homem materializava tudo aquilo que o Touro desprezava, arrogância, prepotência e superioridade. Sem dúvida iria ser uma luta difícil, porém Aldebaran tinha que ganhar de forma a honrar os princípios através dos quais regiam a sua vida.

– Acho que já chega de conversa! Cada minuto que passo neste santuário polui o meu corpo divinamente moldado. – Marte riu-se alto

– Certo, se tens pressa em morrer, eu realizarei o teu desejo. Para te vencer basta isto! – Aldebaran cruzou os seus braços, estava pronto para a batalha.

– Como pensas que vais vencer um Deus nessa posição ridiculamente infantil? Não admito ser subestimado por um verme rastejante. Vais-te arrepender! – Marte lançou uma poderosa onda de cosmo que atirou o enorme Touro violentamente ao chão.

Como Aldebaran suspeitara, aquele homem fazia mesmo valer a sua categoria, afinal não eram só palavras, ele era bastante poderoso, não podia baixar a guarda, se o fizesse provavelmente assinaria a sua sentença de morte.

– Pensavas que me ias derrotar apenas com uma onda de cosmo dessa magnitude? Tens que te esforçar um pouco mais. – Aldebaran levantara-se e estava de novo em posição de combate.

– Desculpa se te induzi em erro, este não é todo o meu poder. – Marte riu triunfante.

Aldebaran olhou por cima do ombro, vendo a casa que abrigava as suas crianças. Ele não podia deixar que aquele poder maligno atingisse as estrelas que iluminariam o futuro.

– Agora é a minha vez! Grande Chifre! – A voz do Touro ecoou na noite silenciosa. O seu poderoso ataque levantara uma enorme camada de poeira, durante alguns segundos Marte não fora visível, todavia ainda era demasiado cedo para cantar vitória.

Quando a poeira assentou o malévolo e cruel Deus ainda continuava imperturbavelmente de pé. O fortíssimo ataque do dourado não sortira qualquer efeito.

– Que agradável brisa, obrigado. Afinal é este o poder que os cavaleiros de Atena tanto se gabam? – O regozijo estava patente na cara do Deus.

– Não desconsideres os Cavaleiros nem a nossa Deusa. Não te admito! – Aldebaran tentou acertar com vários golpes físicos, contudo não foi bem sucedido, Marte antecipara-os a todos.

O cosmo do Deus da Guerra elevava-se de forma estonteante como se o universo fosse o único limite imposto.

– Bem, basta de brincadeiras de criança. – Retorquiu Marte. – Tenta bloquear este golpe Touro. Flagelo de Fogo! – Bramiu o Deus.

Uma enorme língua de fogo voou até Aldebaran. Este tentou esquivar-se o melhor que lhe era permitido, porém o ataque de Marte era bastante veloz e quente, era bastante complicado livrar-se daquele fogo infernal. Por fim as chamas circundaram Aldebaran. O calor era insuportável, as queimaduras irrompiam da sua pele, fumegando como pequenos vulcões, a dor era algo indescritível.

– Aldebaran está em maus lençóis! – Comentou Dégel vigiando a entrada do santuário.

– Ele é forte. Tenho a certeza que se safa. Ele é um tipo duro! – Tranquilizou Kardia.

– Esperemos que sim. – Murmurou o Aquário.

Ele não podia tombar ali, perante aquele odioso e desprezível ser, tinha que lutar, tinha que salvar as crianças, tinha que cumprir a sua missão. As chamas continuavam a devastar o seu enorme corpo, até que uma pequena voz bem no fundo do seu espírito falou:

– Então senhor Aldebaran levante-se. Eu um dia quero ser como o Senhor. Um dia serei eu o cavaleiro que protege a segunda casa.

– Teneo, meu rapaz! Tens razão. – Aldebaran apelou a todas as forças que lhe restavam, reunidas numa estrela apenas, Teneo. Com um gesto furtivo afastou as chamas demolidoras.

– Como é possível! – Marte estava estupefacto. – Que tipo de homem és tu?

– Um homem que não desiste de nada. Um homem que leva até ao fim aquilo em que acredita. E, eu acredito plenamente que te consigo vencer. – A enorme estrela avançou em direcção do Deus, sem nada temer. Sem aviso prévio Marte escorria sangue dos lábios e do nariz. Aldebaran acertara-lhe com um ataque.

– Como é possível? – A raiva, o nojo e o rancor desfiguravam o rosto do Deus. – Vais pagar bem caro.

– De promessas está o inferno cheio, meu caro Deus.

Uma enorme explosão de cosmos encheu a noite serena. Murros e pontapés foram lançados pelos dois oponentes, no entanto o equilíbrio das suas forças era constante. Ambos já sangravam abundantemente, as queimaduras de Aldebaran latejavam terrivelmente.

– Tenho que terminar esta luta o mais breve que me for possível. Não sei quanto mais tempo irei aguentar. – Pensava Aldebaran ardendo dolorosamente.

– Bem, já percebi que não te darás por vencido assim tão facilmente. Sabes ainda és mais estúpido do que aparentas. – Uma enorme onda de cosmo atirou o Touro novamente por terra. Marte aproveitara a distracção para desferir o golpe fatal. Sem dúvida a cobardia estava-lhe dragada no sangue.

– Espada Sangrenta. – Uma enorme espada prateada, com o cabo adornado com rubis apareceu na sua mão direita. Marte avançou perante um Aldebaran indefeso e golpeou-o no braço. Nenhuma ferida, corte ou arranhão apareceu na pele do Touro Dourado.

– Qual foi o intuito deste golpe? Não compreendo. Com toda a certeza esconde algo. – Pensava Aldebaran confuso examinando o braço apenas horrivelmente marcado pelas queimaduras.

Marte caminhava de um lado para o outro, murmurando algumas frases que o Cavaleiro não compreendia, talvez falasse na sua língua materna. Sem dúvida esperava por algo. Mas pelo quê?

De súbito uma dor sanguinária invadiu o corpo queimado de Aldebaran. Porém essa dor era proveniente do seu interior, mais precisamente das suas veias. Era como se as suas entranhas estivessem imersas num vapor imensamente quente. Sem se conseguir conter, um grito veio das profundezas do seu ser fervilhante.

– Pelos vistos já está a sortir efeito! – Marte ria a plenos pulmões.

A dor tornava-se cada vez mais intensa. Aldebaran rebolava agonizantemente pelo chão.

– Daqui a poucos minutos o teu enorme e imprestável corpo ficará sem um único vestígio de sangue. Por outras palavras, morrerás. – Marte não cabia em si de tanta felicidade.

Por todo o santuário o terror estava estampado nos rostos de todos os habitantes.

– Aldebaran por favor sobrevive. – Pedia Dokho deixando escapar algumas lágrimas.

– Vamos lá Aldebaran não é altura para desistir. – Apelava Sísifo, na entrada da bela aldeia de Rodório.

– Ainda é cedo para partires. – Afirmava Régulos.

– Coragem Aldebaran. Todos nós estamos contigo. – Chorava a jovem Deusa Atena.

– Irei esperar pacientemente que morras, que vás para o inferno onde é o lugar de escória como tu. Depois assistirei a um glamoroso desfile ao lado da minha bela esposa. – Marte parou a sua caminhada. – Bem, continua a morrer aí sozinho, eu tive uma outra ideia!

Marte seguiu em direcção à casa onde as pérolas de Aldebaran estavam refugiadas.

A vida fugia-lhe por entre os dedos. Será de facto o fim da gigante estrela Aldebaran?


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