Beijo Escarlate escrita por Lailla


Capítulo 5
É algo bom, digamos assim




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Ainda me perguntava como exatamente eu sou do Shu. O irmão dele não me mordeu mais, mal me olhava agora. Não sei o que os dois falaram com o rei, mas ficou tudo bem de novo. Eu olhava pela janela, estava quase na época da neve e eu ansiava por isso. Abri um sorriso enquanto fitava a paisagem e Shu entrou no meu quarto. Fechei as cortinas por causa do sol. Como sempre ele estava com aquele olhar calmo que não demonstrava nada. Sorri e fui até ele, pegando sua mão. Sentei na cama e ele o mesmo em seguida. Tentava encarar o que ele disse de uma forma positiva, se não eu viveria triste.

Abaixei o vestido, deixando meu ombro à mostra e tirei o meu cabelo da frente do pescoço. Ele hesitou ao se inclinar. Tocou meu pescoço com os lábios, o que eu não entendi, e me mordeu. Suspirei e ele me abraçou com um braço e apoiou minha cabeça com sua mão. Pus a mão em sua cabeça, acariciando seu cabelo, nunca deixava de ser macio. Sorri, fechando os olhos. Ele começou a ficar ofegante e me deitou na cama, continuando. Eu respirava tentando não ficar ofegante. Apertei sua roupa enquanto ainda tocava seu cabelo. Ele parou e me olhou, apoiando os braços na cama. Eu estava corada enquanto o olhava. Ele desceu o corpo e me mordeu de novo, próximo ao meu seio. Exclamei ofegante e apertei sua roupa. Ele pôs os braços em volta de mim, me suspendendo como se me abraçasse. Apertei os olhos e logo depois ele me deitou, ofegante.

– Shu... – Disse ofegante.

Ele desceu o corpo de repente e levantou a saia do meu vestido, mordendo minha coxa. Exclamei apertando o lençol da cama. Ele nunca tinha me mordido tanto assim! Quando parou, sentou na cama e limpou o sangue dos lábios. Me sentei abaixando a saia do vestido, estava embaraçada.

– Shu...

Ele se levantou e ia embora, mas agarrei em sua manga fazendo-o parar.

– Por que você sempre faz isso? – Perguntei com a cabeça baixa.

– Nani? – Ele perguntou calmamente.

– Faz isso comigo e vai embora.

A cabeça dele estava baixa, sua franja tampava seus olhos.

– Eu fiz o que eu queria, então vou embora. – Ele disse simplesmente, sem me olhar.

– Você me odeia? – Me encolhi ainda o segurando.

Ele não respondeu.

– Me fala, por favor...

Ele se virou e me fez deitar de repente, segurando meus pulsos. Eu o olhava surpresa, aqueles olhos azuis me fitavam sem parar.

– Shu... – Disse querendo chorar – Eu quero que você goste de mim...

Ele se aproximou do meu rosto, ainda sem demonstrar expressão. Pensei que fosse me beijar, mas ele desviou de repente e beijou meu pescoço. Ele se aproximou da minha orelha.

– Aos poucos... Megu.

Arregalei levemente os olhos, surpresa. Ele se levantou e foi embora. Me sentei rápido.

– Shu...! – O vi fechar a porta – Hum...

Suspirei, abaixando a cabeça. “O que ele quis dizer?”, pensei confusa, mas sorri. Ele me chamou de “Megu”.

...

Toshi terminou de me ensinar história e agora passara para etiqueta. Tive que aprender a como me comportar para não ser uma vergonha para a família no dia do casamento, já que as outras duas grandes famílias estariam presentes. Toshi me ensinou a como comer, me sentar e andar com elegância. O difícil foi a tarefa de equilibrar um livro da cabeça. E ele me mandou pegar o livro mais pesado que tivesse na biblioteca.

– Então, continue. – Ele deu um sorriso largo, às vezes sua animação me assustada.

– Hum, hai... – Tentei andar.

Estávamos em um grande salão onde seria o casamento e a festa em breve. Eu tentava equilibrar aquele livro na minha cabeça.

– Ne. – Ele disse – Acho que nunca disse isso, mas eu também ensinei a rainha na vez dela.

“A rainha?!”, exclamei mentalmente, “Ele deve ser bem velho, então.”.

– E viu como ela é uma dama agora? – Ele disse.

– Hã?! – Desiquilibrei e deixei o livro cair. Ele disse mesmo que eu não era uma dama?!

Ele riu.

– Se concentre. – Ele disse – Você deve saber que a Família Akihiko vai tentar fazê-la passar por vexames, então precisa aprender a ignorar isso e não perder a postura.

– Hum, hai... – Disse, pegando o livro do chão.

Ficamos um bom tempo treinando, bem... Eu fiquei! Logo depois ele se aproximou e pegou em minha mão dizendo que me ensinaria a dançar. Não reclamei, não sabia mesmo o tipo de dança deles. Não havia música, então foi difícil imaginar.

– E... Um, dois, três, um dois, três. – Ele nos girava delicadamente.

Ouvimos passos e Shu chegou.

– Toshi.

– Ah, Shu-kun. – Toshi parou e fez uma reverência, me lembrando de também fazer.

– O que estão fazendo?

– Ensinando-a a dançar. – Ele deu um sorriso leve.

– Hum. – Shu disse – Acho que eu deveria fazer isso.

O olhei surpresa.

– Ah... Claro. – Toshi disse sem entender.

– Só acho que já que eu vou dançar com ela no casamento, quem seria o mais apropriado para ensiná-la? – Ele disse simplesmente com calma no tom da voz – Pode ir.

– Hai. – Toshi fez mais uma revência e se retirou.

Shu me olhava e quando Toshi saiu do salão ele se aproximou e ofereceu a mão a mim. Eu o olhava em dúvida.

– É pra você segurar. – Ele disse.

– Hum... Hai. – Disse segurando a mão dele sem jeito.

Ele pôs a mão no meio das minhas costas ao passo que eu pus a minha em seu braço e suspendeu levemente a outra ao qual ele segurava minha mão. Eu estava nervosa, não conseguia olhá-lo. Queria saber por que o interesse dele em me ensinar. Me desconcentrei e tropecei, me chocando levemente com ele. Soltei sua mão e recuei um pouco, receosa e abaixando o olhar. Pensei que tinha o irritado.

– Nani? – Ele perguntou calmamente.

– Gomen. – Disse sem olhá-lo.

Ele me olhava sem expressão.

– Você dançava na sua vila?

– Eh? – O olhei confusa – Hum, hai... – Abaixei o olhar.

– Como era?

O olhava confusa, não compreendia a curiosidade dele em mim agora.

– Ah... – Pensava – Era parecido, mas o casal juntava as mãos e giram devagar enquanto a música acontecia.

– Me mostre. – Ele disse.

O olhei em dúvida e abaixei o olhar, assentindo com a cabeça. Engoli a seco por ter de tocar nele. Peguei sua mão e a levantei, tocando-a e deixando-a conta a minha. Comecei a andar em volta dele enquanto segurava minha saia levemente, fazendo-o andar como se girássemos enquanto ele me olhava. Eu estava sem jeito, mas em parte gostava dele me dar atenção. Abaixei, me ajoelhando no chão e ainda segurando a mão dele, pedindo para ele continuar a andar em volta de mim. Não soube interpretar como ele me olhava exatamente, parecia interessado na dança, mas havia outra coisa a mais. Pedi para ele se ajoelhar e continuei a andar em voltar dele, segurando sua mão. Ele me olhava de cima a baixo enquanto eu dançava calmamente. Aquilo doía um pouco, me lembrava minha casa, minha família. Fiquei com o olhar triste e Shu me puxou do nada.

– Etto...! – Exclamei quase inaudível.

Ele me apoiou quando ajoelhei no chão. O olhei confusa, aqueles olhos azuis eram impossíveis de interpretar. Ele ficou com a boca meio aberta e eu vi seus caninos de fora. Abaixei o olhar, então era aquilo que ele queria. Shu foi em direção ao meu pescoço e me mordeu. Apertei sua manga, fechando os olhos. Seria sempre assim?

...

Fumiko caminhava comigo pelos corredores. Conversávamos e eu tive a curiosidade de perguntar quantos anos ela tinha exatamente. Ela disse que tinha cem anos e eu a olhei surpresa. Realmente... Ela tinha a aparência bem jovem.

– Ne, Fumiko.

– Hai, senhorita.

– Você... – Eu perguntava sem jeito, olhando para frente – Tem alguém?

– Eh?

– Um pretendente.

– Ah... – Ela olhou para frente e sorriu gentilmente – Hai.

A olhei surpresa.

– Mas ele não mora no castelo. Às vezes eu posso visitá-lo.

– Ele morde você? – Perguntei sem jeito.

– Hai. – Ela sorriu – Ele gosta do meu sangue.

“Que estranho...”, pensei confusa, “Eles trocam o beijo pela mordida?”.

– Vocês não se beijam? – Abaixei o olhar.

– Às vezes. – Ela deixou uma risada escapar, corando – É um pouco diferente aqui, ne. Mas... Pode-se dizer que quando ele me morde é como se fosse um beijo. Chamam isso de beijo escarlate. É algo bem intimo entre dois vampiros.

– E num humano? – Perguntei, ficando triste.

– Bem... Nos alimentamos, mas no caso da futura princesa seria algo parecido. Quer dizer que ele gosta do seu sangue, de uma parte de você por assim dizer. Acho que o problema seria se o príncipe não a mordesse.

– Uh? – A olhei surpresa, não contei que ele me mordia.

Ela me olhou e sorriu, pondo o dedo no pescoço e fitando meu pescoço. Me lembrei, antes de caminharmos, Shu veio no meu quarto e me mordeu. Desviei o olhar com a mão no pescoço, corando. “O problema seria se o príncipe não a mordesse”, ne. Então eu deveria ficar feliz por Shu me morder e beber meu sangue com tanta frequência?


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Notas finais do capítulo

xD



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