Beijo Escarlate escrita por Lailla
Eu voltei a ver Yuuro com a ajuda do Ichiro. Ele passou a distrair Saburo-sama quando eu ia para a floresta e eu fiz com que Yuuro e eu mudássemos o lugar dos nossos encontros. Agora era dentro da floresta, onde eu o vi pela primeira vez. Ainda tinha o desenho de um alvo na árvore, ele estava um pouco apagado pelo tempo e agora nos encontrávamos sempre lá. Sempre que eu chegava, Yuuro já estava a minha espera, encostado na árvore. Num dos nossos encontros, estávamos sentados e escorávamos na árvore enquanto nos beijávamos. Yuuro estava com os braços em volta de mim e eu com meus braços em volta do pescoço dele. Sempre que começávamos a ficar ofegantes demais, eu me lembrava do que Saburo-sama disse e cessava o beijo.
– Nani? – Yuuro perguntou ofegante.
– Hum. – Balancei a cabeça, me endireitando.
Ele acalmou o olhar.
– Aquele cara descobriu de novo?
– Hum, não. – Disse – Estou pensando em outra coisa.
– Nani?
– Em... Hum... No futuro.
Ele ficou surpreso, mas acalmou o olhar, compreendendo.
– Hai. – Ele disse cabisbaixo.
Abaixei meu olhar, me encolhendo um pouco.
– Eu vou casar um dia. – Eu disse – E... Você vai envelhecer.
Ele prestava atenção em silêncio.
– Não quero que isso aconteça, mas... Vai acontecer. – O olhei com os olhos marejados.
Ele me fitou com o olhar triste.
– Não tem... Como eu virar um de vocês? Sabe, contam na vila que antigamente transformavam as pessoas.
– Hai, mas eu não sei fazer isso. – Disse – Quando os humanos começaram a nos atacar isso foi proibido para não dar mais motivos. Não me ensinaram.
– Hum. – Ele abaixou o olhar.
Abaixei a cabeça e ele me fitou. Yuuro me analisava detalhadamente até que de repente me fez deitar na grama, o que me fez exclamar. Ele me olhava de cima, apoiando os joelhos e mãos na grama.
– Haru, não me importo de passar a maior parte da vida vindo pra cá escondido. – Ele disse sério – Eu apenas quero te ver passar entre as árvores e correr pra me abraçar.
– Yuuro... – Disse surpresa.
– Ne? Você vai sempre vir aqui me ver?
– Uhm... – Acalmei o olhar, meus olhos marejaram – Hai. – Sorri.
Ele sorriu e aproximou o rosto, me beijando gentilmente. Eu realmente não queria me casar, não queria ficar com alguém que não fosse Yuuro. Eu acho que o amo...
...
Ichiro passou à tarde na vila com Kanae. Ele não gostou nem um pouco, mas meu pai o obrigava a fazer isso já que ele tinha que pelo menos ser próximo de sua futura esposa. Ela era gentil, delicada, o trava com respeito e era carinhosa com ele. Mas ele não a queria. Depois dessa tarde, ele voltou ao castelo. Enquanto andava pelo corredor, viu Momoko em frente ao quadro onde ficava a pintura da família real e parou ao perceber que ela estava chorando em silêncio. Ele arregalou um pouco os olhos, surpreso e se aproximou.
– Momoko-san.
Ela se assustou ao vê-lo e desviou o olhar, se virando para que ele não a visse daquele jeito.
– G-Gomen nasai, Ichiro-san.
– O que houve?
– Hum, nada. – Ela balançou a cabeça sem olhá-lo – Estou bem.
Ichiro acalmou o olhar, ela estava mentindo. Momoko se encolheu um pouco e engoliu o choro, começando a andar.
– Preciso ir.
– Por que está chorando? – Ele perguntou.
– Não é nada demais.
– Claro que é. – Ele disse sério – Eu me importo com você, Momoko.
Ela arregalou os olhos, parando de andar. Ichiro a chamou sem formalidade alguma. Ele se aproximou e parou logo atrás dela. Ela abaixou a cabeça.
– Por favor, não me chame assim. – Ela pediu com a voz suave.
– Nande? Nos conhecemos desde crianças.
– Eu sei, mas... Não é certo.
– Nande?
– Não podemos ser tão próximos. – Ela abaixou o olhar.
– O que há de errado nisso? – Ele perguntou, pegando uma mecha do cabelo dela e cheirando – Eu gosto de você... Gosto do seu cheiro e de tudo que a faz ser como é.
Ela se encolheu.
– Onegai... Não diga isso. – Ela pediu – Pode causar um transtorno com sua noiva.
– Eu não me importo com ela. – Ele deixou a mecha cair.
Momoko engoliu a seco, pondo a mão na altura do peito.
– Ichiro-san... Não faça isso, é errado. – Ela disse, voltando a andar.
Ichiro a olhou com o olhar calmo e a seguiu, segurando sua mão e a fazendo parar. Ela o olhou, surpresa.
– Nani...?
Ele começou a andar, levando-a junto.
– Ichiro...san, nani...?
Eles chegaram ao quarto de Ichiro e entraram. Momoko corou por estar ali e Ichiro fechou a porta, pondo-a contra ela.
– Nani... Ichiro...s...
– Momoko não sabe como é linda. – Ele disse, apoiando as mãos contra a porta e Momoko ficando entre elas.
– Onegai... – Ela o olhava surpresa.
– Eu queria que você fosse minha noiva, queria que você fosse minha. – Ele dizia, pondo a mão na bochecha dela – Eu nem sei desde quando eu gosto de você assim... Parece que é desde sempre.
– Ichiro-san, onegai... – Ela pediu, seus olhos ficaram marejados.
– Eu amo você, Momoko. – Ele disse – Eu não quero Kanae ou nenhuma outra. Eu quero só você.
Momoko o olhava e as lágrimas caíram.
– Eu queria que tudo isso fosse diferente. – Ela disse enquanto chorava – Eu amo Ichiro-san...
Ele a olhava calmamente, ela abaixou a cabeça e se abraçou. Ichiro tirou as mãos da porta e fez Momoko olhá-lo. Ele a olhava, extasiado e aproximou o rosto. Ela corou levemente e ele a beijou gentilmente, pondo os braços ao seu redor. Aos poucos começavam a ficar ofegantes e Ichiro a pegou no colo, levando-a até a cama e deitando-a. Momoko o olhava, ele pegou sua mão e a beijou, mordendo sua palma em seguida. Ela apertou os olhos e os abriu, vendo-o beber seu sangue e ficar ofegante por isso. Ele cessou e a beijou de novo, mordendo seu pescoço em seguida, o que a fez apertar a roupa dele e ficar ofegante. Ele cessou e olhou, ofegante. Ela sorriu levemente e limpou os lábios dele, que escorria uma gota de sangue. Ele acalmou o olhar, pegando a mão dela e pondo-a contra a cama. A beijou de novo e abaixou o ombro da manga de seu vestido, mordendo em seguida abaixo de sua clavícula e um pouco acima de seu seio, o que a fez exclamar ofegante.
Por fim, Ichiro estava deitado com Momoko ao seu lado e quase adormecendo.
– Gomen. – Ele disse – Bebi demais.
– Hum. – Ela balançou a cabeça levemente, sorrindo – Queria que apenas Ichiro fizesse isso.
Ele sorriu, abraçando-a.
– Vou cancelar esse noivado, prometo.
– Hum... – Ela estava com os olhos fechados, adormecendo – Arigatou, Ichiro... Por me amar.
Ele a olhava, ela estava praticamente dormindo. Ichiro sorriu, beijando sua testa e a aconchegando ao seu lado.
...
Hana voltava para o seu quarto, pensando em Daichi e quando ele a mordeu. Ninguém nunca a mordera e ela ficou com medo quando Daichi o fez, mas agora apenas pensava no por que ele fez. Ela abriu a porta com o olhar baixo e quando o levantou, viu Daichi mexendo delicadamente em uma flor e sentindo sua pétala.
– Daichi-kun?! – Ela disse surpresa.
Ele a olhou, surpreso e abaixou o olhar.
– Gomen nasai, eu... Eu vou embora.
Ele começou a andar e passou por ela, mas Hana pegou na manga de sua camisa e o fez parar.
– Onegai... O que estava fazendo aqui? – Ela perguntou.
– Eu... Gomen, não pretendia importuná-la.
– Não importunou. – Ela disse docemente.
Ele não a olhava e Hana andou até a porta, fechando-a e o olhando.
– Ne, por que... Você me mordeu?
Ele abaixou a cabeça, seu cabelo tampou seus olhos.
– Gomen... Não pretendia machucá-la.
– Não me machucou. – Ela disse com sua voz doce, se aproximando dele.
Ele a olhou surpreso mesmo com sua expressão calma.
– Mas... Você chorou e disse que nunca tinha feito nada comigo.
– Hum. – Ela confirmou – Mas porque eu fiquei com medo. Daichi-kun foi... Um pouco bruto. Me assustou.
– Gomen, não queria fazer aquilo.
– Então por que fez?
– Eu apenas queria conversar com você. – Ele disse – Mas me descontrolei. Gomen.
Ela o olhava e ficou surpresa. Se aproximou dele, pegando gentilmente em seu rosto.
– Você sempre vem no meu quarto?
– Hum, às vezes. – Ele desviou o olhar.
– Nande?
– Eu apenas... Quero sentir seu cheiro.
Ela corou.
– Daichi-kun... Gosta de mim?
Ele a olhou com aquele olhar calmo e pegou sua mão, que ainda estava em sua bochecha.
– Hai.
Hana sorriu levemente e o abraçou. Ele ficou surpreso, mas acalmou o olhar e retribuiu o braço.
– Pensei que Daichi-kun me odiasse.
– Não... Eu apenas não queria te fazer mal. Mas acabei fazendo. – Ele abaixou o olhar.
– Não fez. – Ela disse docemente.
Daichi engoliu a seco, seus olhos ficaram vermelhos.
– Hana... Tenho que ir.
Ela o olhou e viu, sorrindo em seguida. Hana ficou na ponta dos pés e o beijou, o que o fez arregalar os olhos. Ela cessou e o fitou.
– Hana...
Ela sorriu e pegou sua mão, o levando até a cama e se sentando. Ele a olhava sem entender.
– Pode se sentar. – Ela sorriu.
– Eu não... Posso.
Ela se ajoelhou na cama e pegou gentilmente em suas bochechas.
– Quero que Daichi-kun sempre me morda quando estiver com sede. – Ela sorriu.
– Hana... – Ele acalmou o olhar.
Ela sorria e ele pôs os braços ao seu redor, mordendo seu pescoço e a fazendo suspirar ofegante. Ela fechou os olhos e pôs os braços ao redor do pescoço dele. Daichi a deitou na cama, continuando. Quando cessou, a beijou. Ela corou levemente, pondo a mão no cabelo dele. Ele abaixou, levantando um pouco a saia do vestido dela e deixando sua perna à mostra. Hana corou e ele mordeu sua coxa, fazendo-a se encolher um pouco. Ela ficou ofegante e ele cessou, abaixando o vestido e sentando ao lado dela.
– Gomen.
Ela o olhou e sorriu.
– Nande? – Disse, achando graça.
– Eu não fui... Tão respeitoso quanto gostaria.
Ela acalmou o olhar e sorriu levemente. Se sentou e o abraçou.
– Daichi-kun é tão gentil... – Ela cantarolou suspirando – Arigatou.
Ele acalmou o olhar, pondo as mãos nas costas de Hana.
– Hana.
– Hai.
– Pode me chamar apenas pelo nome?
– Hai. – Ela sorriu.
...
Akane foi para a biblioteca, sabia que Hiroki estaria estudando e quando chegou e o viu, sorriu. Ele lia um livro e passava as páginas calmamente. Akane se aproximou por trás dele e abaixou um pouco, suspirando levemente para sentir seu cheiro, era bom.
– Hiroki. – Ela disse suavemente.
Ele se virou sem entender e corou, vendo-a tão perto.
– Uhm...! Akane-san?!
Ela sorriu.
– Ohayou.
– A-Anou... – Ele desviou o olhar, conseguia ver o decote dela.
– Nani? – Ela se endireitou.
– Hum, nada. – Ele disse sem jeito – Ne, o que faz aqui tão cedo?
– Vim te ver. – Ela sorriu.
– Eu?! – Ele exclamou, corando.
Ela deixou uma risada escapar.
– Hiroki é engraçado.
Ele acalmou o olhar, Akane parecia mais feliz.
– Nee... – Ele disse sem jeito – Você está bonita hoje.
Ela o olhou em dúvida e corou.
– Arigatou. – Sorriu levemente.
Ele sorriu e levantou, pegando o livro para pôr no lugar. Akane o olhou e se aproximou, abraçando-o por trás. Hiroki corou.
– Akane-san... Uhm...! – Ele exclamou e apertou os olhos, a sentia em suas costas.
– Hiroki... É tão gentil, tão bom... Bonito. – Ela sorria gentilmente enquanto o abraçava.
– Etto... – Ele disse nervoso – Nani...
– Eu gosto de você. – Ela disse.
Ele engoliu a seco, corando.
– Nande...?
Ela deixou uma risada leve escapar, ainda o abraçava e o apertou um pouco, o que o deixou mais nervoso por sentir os seios dela.
– Eu sabia que você não falaria sozinho. – Ela disse suavemente – Eu vejo como você me olha.
Ele acalmou o olhar, corando. Akane cessou o abraço e ficou a frente dele, entre a mesa de madeira e Hiroki. Pôs gentilmente a mão em sua bochecha.
– Desde quando me olha diferente? – Ela perguntou.
– Desde... – Ele fechou os olhos, corando novamente – Que éramos crianças.
– Que maduro. – Ela sorriu.
Akane segurou em sua roupa, o fazendo se aproximar dela. Ele corou e ela sentou em cima da mesa, pondo a mão no peito de Hiroki.
– Você sabia que você também é mal? – Ela disse suavemente.
– N-Nande? – Ele perguntou nervoso.
– Você me faz esperar... Em vez de dizer logo e me beijar. – Ela olhou.
– G-Gomen... Mas Akane-san é uma princesa. Eu... Não posso tratá-la assim.
– Hiroki... – Ela disse, apertando sua roupa e o puxando.
Ele corou, engolindo a seco. Ela o olhava levemente ofegante e ele viu seus olhos ficando vermelhos.
– Akane...san...
– Onegai... – Ela disse ofegante – Não me deixe assim...
– Uhm... Como?
– Louca...
Ele engoliu a seco e ela pegou sua nuca, beijando-o. Ele fechou os olhos, corando.
– Pára... – Ele pediu.
– Nande? – Ela perguntou ofegante – Você não gosta de mim?
– Hai... Muito. – Ele dizia – Mas eu nunca vou poder te dar o que você merece.
– Nani?
– Vestidos e joias caras. – Ele a olhou.
Ela ficou surpresa e abaixou o olhar, pondo a não no pescoço.
– Não quero... – Ela dizia enquanto tirava sua gargantilha e a colocava na mesa – Nada disso. – Ela tirou seu anel e o jogou na mesa – Eu só quero você. – Ela tirou a presilha dourada que prendia metade de seu cabelo.
Hiroki a olhava fazer tudo aquilo e engoliu a seco, nervoso. Akane o olhava com o cabelo solto e claramente o desejando.
– O que mais eu vou precisar dizer? – Ela perguntou, pegando a mão dele.
Ela pôs a mão dele em seu pescoço enquanto o olhava e a correu, descendo-a pela clavícula até chegar ao seu decote. Hiroki respirava ofegante e deixou seus olhos vermelhos.
– A-Akane-san...
– “Akane”. – Ela sorriu.
Ele fechou os olhos, tentando se controlar. Ela deixou escapar uma risada leve e o puxou gentilmente, mordendo seu pescoço. Ele rangeu um pouco os dentes, apertando a cintura dela. Akane cessou e o beijou. Hiroki cessou o beijo e a segurou pelos ombros. Ele respirava ofegante, olhando para ela.
– Akane...
Ele pôs o braço em volta e sua cintura, segurando sua nuca e a mordendo. Ela apertou sua roupa, suspirando ofegante. Hiroki bebia seu sangue enquanto a ouvia respirar ofegante e a abraçou mais forte, continuando. Quando terminaram, Akane colocava sua gargantilha, depois de ter prendido o cabelo novamente e posto o anel. Hiroki a ajudou com a gargantilha e ela sorriu para ele, que se encostou na mesa.
– Você sabe que eu não vou poder te oferecer muita coisa, ne?
– Hai. – Ela sorriu – Não me importo, eu amo você e não as joias.
– Uhm...! – Ele a olhou, surpreso – “A-Ama”?!
– Hiroki? – Ela disse surpresa – Você acha que eu mordo qualquer um? Ou que qualquer um me morde? – Ela sorriu – Apenas você.
Ele corou levemente.
– Hum, claro que não. – Ele disse sem jeito.
– Que bom. – Ela sorriu, achando graça – Porque eu não deixaria mais ninguém me tocar assim. – Ela pôs a mão na altura do peito.
Hiroki sorriu levemente, lembrando-se daqueles momentos.
– Akane... Quer casar comigo?
Ela o olhou surpresa e sorriu, saindo de cima da mesa e abraçando-o.
– Claro! Muito! – Dizia, sorrindo.
Hiroki pôs a mão nas costas dela e sorriu. Casaria em breve com a mulher que amava. Ele a abraçava e pensava sobre o que seu pai disse quando ele era criança. Ele tinha razão, Hiroki se surpreendeu.
...
Na vila humana, numa modesta casa de madeira, Yuuro pegava sua aljava cheia de flechas e seu arco, saindo de seu quarto. Ele se lembrou de algo e voltou para o quarto, abrindo uma gaveta e pegando um anel de metal. O colocou no bolso com um sorriso no rosto e foi em direção à porta da saída.
– Yuuro? – Sua mãe o chamou.
Ele parou e a olhou.
– Vai caçar de novo? – Ela sorriu, achando graça.
– Hai. – Ele disse sem jeito – Essa é uma hora boa.
– Hai. – Ela sorriu, deixando uma risada escapar.
– Boa sorte, filho. – Seu pai disse, chegando – Quero um alce bem grande.
Yuuro riu.
– Hai.
Ele saiu pela porta e a fechou em seguida, indo em direção à floresta. Seu pai sentou numa cadeira e sua mãe deu a ele um prato de comida.
– Acha que ele vai trazer o alce? – Ela perguntou risonha.
– Se fosse antes, sim. – Ele riu, comendo – Acho que é uma jovem, ele anda saindo muito.
– Hum. – Ela sorriu – Quem será? Ele está tão feliz.
– Já deve fazer meses, quase um ano que ele vai para a floresta.
– Espero conhecê-la logo, ela deve estar fazendo ele bem feliz. Ele não pára de sorrir.
– Hai. – Ele achou graça.
Yuuro foi ao nosso ponto de encontro e escorou na árvore com o desenho do alvo. Ele recuperou o fôlego por correr e pegou o anel do bolso, vendo-o e sorrindo. Depois de poucos momentos ele ouviu um barulho baixo, guardando o anel. Yuuro pensou que fosse eu, mas viu uma figura alta com cabelos e olhos rosados sair entre as árvores.
– Uhm... Quem é...?
– Você deve ser aquele rapaz.
Yuuro franziu o cenho, desconfiado.
– Saburo-sama. – A figura disse, se apresentando – Não se preocupe, não farei mal a você.
– Você... – Yuuro disse com raiva – Você é aquele cara, não é?
– Ah. – Ele cantarolou – Então Haru-hime contou sobre mim.
– Hai.
Saburo-sama se aproximou e Yuuro pegou uma flecha e a apontou em direção a ele com seu arco.
– O que você quer comigo?
– Já disse que não farei mal a você. – Ele disse – Porém se eu quisesse você já estaria morto. Então, não seja tolo e me escute.
Yuuro franziu o cenho.
– Nani?
– Bem, sejamos rápidos. Haru-hime está a caminho. – Ele disse – Quero que você pare de vê-la.
Yuuro ficou surpreso.
– Aquela garota tola não me ouviu da primeira vez, então talvez você me ouça.
– O que você quer comigo?
– Quero que a salve. – Ele disse com um sorriso malicioso – Se você não deixar de vê-la, eu a matarei.
Yuuro arregalou os olhos.
– N-Nani...
– Ela deve se casar com um dos nossos. – Ele continuava – Não desejo mais escórias em nosso reino, já basta os... – Ele se interrompeu com raiva, lembrando-se da falecida esposa – Enfim...
– Não...
– Tem certeza? – Ele sorriu maliciosamente.
Yuuro franziu o cenho novamente.
– Como... Como vou saber se ela estará segura? – Yuuro perguntou com raiva – Vocês moram no mesmo lugar. Como vou saber?
– Não saberá. – Ele disse – Apenas confie em mim.
– Confiar em alguém ardiloso assim?
– Hai. Porque eu não quero machucar ninguém. Não pretendo ferir Haru-hime. Ela é a filha do rei da Família Principal. Se eu o fizesse, eu seria morto em seguida. Porém se não pararem de se ver eu posso machucá-la, matar você e pôr a culpa em você. Ela estará em choque por vê-lo morto e ninguém poderá acreditar que eu tentei machucá-la. – Ele deixou uma risada sínica escapar – É mais fácil pôr a culpa no humano. Vocês já nos caçam há tanto tempo...
Yuuro o olhava, estava com raiva.
– Bem... Ah, ela está chegando. – Saburo-sama disse e o olhou em seguida – Espero que você faça a escolha certa pelo bem dela.
Yuuro o fitava ir embora, passando entre as árvores e abaixou o olhar. Alguns minutos depois eu apareci com um sorriso e corri até ele, abraçando-o.
– Yuuro! – Exclamei sorridente.
Ele estava cabisbaixo, não demonstrava expressão.
– Eh? Nani?
– Hum. – Ele me afastou com as mãos em meus ombros – Haru...
– O que houve? – Perguntei preocupada.
Ele parecia pensar. Me olhou em seguida.
– Haru, acho melhor não nos vermos mais.
– Hã?! – Disse surpresa – Mas...! O que...?
– Somos diferentes, apenas isso. – Ele dizia sem me olhar.
– Yuuro, nani...?
– Vai embora! – Ele disse, deixando sua voz mais grave.
Me assustei, pondo a mão na altura do peito.
– O que eu fiz?
– Só vá embora, não quero te ver mais.
– N-Nande? – Meus olhos marejaram – Fala o que eu fiz.
Tentei me aproximar dele, mas ele pegou uma flecha de sua aljava, pondo-a no arco e mirando em minha direção. Arregalei os olhos.
– Você é uma sanguessuga! – Ele exclamou com raiva – É isso o que você fez!
Arregalei os olhos, paralisada.
– Yuuro...
Eu via seus olhos se encherem d’água e ele atirou uma flecha na direção dos meus pés, o que me fez exclamar e recuar, caindo sentada no chão. A flecha acertou o chão e ele pegou mais uma, mirando em minha direção novamente.
– Vá embora, se não eu vou acertar dessa vez! – Ele exclamou, rangendo os dentes.
Eu o olhava sem saber que reação ter. Aquele não parecia ser meu Yuuro. Ele esticou a flecha no arco, iria atirá-la em mim. Eu comecei a chorar e levantei, saindo correndo pela floresta. Desapareci da vista dele e ele abaixou a flecha, começando a chorar em silêncio. Se ajoelhou no chão, olhando para a direção que eu fui e pegou o anel em seu bolso. Rangeu os dentes enquanto chorava e o apertou em sua mão.
– Gomen nasai... Gomen nasai...
Eu corria pela floresta, chorando. Cheguei na entrada para o esconderijo e entrei correndo. Quando cheguei ao hall das entradas, não consegui mais e ajoelhei no chão, chorando mais. Eu via minha silhueta se tremer com a luz da tocha e me perguntava o que fiz a ele. Yuuro parecia gostar de mim, ele disse que queria que eu o visitasse sempre. O que eu fiz a ele? Por que ele me odeia agora?
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