Beijo Escarlate escrita por Lailla


Capítulo 22
Um novo começo - Geração 2


Notas iniciais do capítulo

Ahhhhh, começou s2s2s2s2 Ne,ne! A filha da Megumi que vai narrar! xD Espero que gostem s2s2s2s2s2s2

*Ojii-san = Avô
*Oji-san = tio



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Eu nunca entendi exatamente por que certas coisas aconteciam. Quando cresci, apenas me fiz aceitar que elas simplesmente aconteciam.

...

Moramos em Aimiwanato, dentro da montanha próxima a uma vila de humanos. Eu sempre quis ir lá, mas... As coisas ficaram difíceis alguns anos depois que eu nasci. Minha mãe, a rainha Megumi, disse pra mim quando pequena que ela veio da vila dos humanos. Ela era humana e que por um trato feito vários anos atrás, se casou com meu pai, Shu. Eu não lembro direito o que houve, me contaram que meu avô humano morreu quando ficou velho e que quem ficou no lugar começou a desconfiar da promessa feita pelo meu avô vampiro. O homem cortou relações com meu *Ojii-san e começou a construir armas para matar qualquer vampiro que se aproximasse da vila. Espadas, machados, arcos e flechas... Todas essas armas tiraram várias vidas do reino. Porém o pior foi quando isso passou a acontecer em outros lugares. O reino dos Akihiko começou a ser ataco de tempos em tempos por eles sugarem o sangue das pessoas e às vezes a matá-las. O reino dos Saburo também começou a ser atacado. As pessoas pensavam que por eles apenas beberem sangue animal, um dia se cansariam e com tanta sede acumulada começariam a matar pessoas. A nossa salvação era que a maioria dos reinos era dentro de montanhas ou em um lugar subterrâneo. Como por exemplo, o reino dos Akihiko era num grande buraco subterrâneo, gigantesco! O reino dos Saburo era dentro de uma montanha. O que estava acontecendo era como se começasse a caçada aos vampiros e nós estávamos receosos com isso, principalmente pela vila próxima a nós ter um dia nos ajudado num ataque da família Akihiko. Bem, mas isso eu vou aprender hoje...

– Haru! – Ichiro me chamou.

Eu estava no quarto desenhando. Eu tinha 8 anos, meu cabelo era curto nessa época e eu vestia um pequeno vestido azul. Ichiro estava com a mesma expressão séria e impaciente de sempre, me fitando da porta.

– Está atrasada, baka! Toshi-oji-san está esperando. – Ele disse.

– Ahhh, gomen nasai! – Exclamei, correndo e passando por ele.

– Tsc. BakaHaru! – Ele exclamou.

Corri até a biblioteca enquanto Ichiro caminhava calmamente até lá e vi Hana sentada ao lado de Hiroki.

– Haru-chan. – Toshi-oji-san sorriu.

– Gomen… – Disse ofegante por correr.

Ele riu e me apontou uma cadeira para eu sentar. Ichiro chegou logo depois com a aquela cara de tédio misturada com certa irritação e se sentou.

– Bem, vamos começar com a “Guerra de uma noite”.

Toshi e Tane, meus tios, são os pais de Hiroki. Ele é um garoto bem sério, mas às vezes muda o humor radicalmente e fica como Toshi-oji-san, meio maluco e engraçado. Keiji e Seiko, meus tios, são os pais de Hana. Ela é alegre como uma flor e deve ser por isso que ela tem esse nome. E Shu e Megumi, o rei e a rainha, eram meus pais e de Ichiro. Tane, Seiko e mamãe são irmãs, assim como meu pai e tio Keiji. Ichiro é meu nii-san e ele é muito sério, às vezes chega ser chato! Mas ele fica bem diferente quando Momoko-chan vem pra cá. Ele fica mais gentil quando ela vem pra cá e eu rio sem parar quando o pego olhando para ela. Saburo Momoko: uma menina de cabelos e olhos rosa-claros, filha mais velha da família Saburo. Ela é recatada – bem diferente de mim – e às vezes tímida. Dava pra ver que meu irmão gostava de olhar pra ela, mesmo quando éramos crianças.

– Haru...

Eu olhava para o nada.

– BakaHaru! – Ichiro exclamou.

– Hã...? – Despertei.

– Haru, você entendeu? – Toshi-oji-san perguntou.

Eu o olhava e claramente não sabia do que estava falando.

– Da guerra de uma noite, Haru-chan. – Hana disse suavemente.

– Uhm... Bem...

– Você nem estava prestando atenção. – Ichiro disse.

– Estava sim, bakaniisan. – Disse.

– Fala então. – Ele disse cruzando os braços.

– Uhm... Anou... É quando mamãe ia virar vampira.

Ichiro suspirou.

– Então... Começou o ataque com a rainha Akihiko Isitsey matando a rainha Saburo Mai.

– Hum, hai. – Tio Toshi disse – A guerra de uma noite foi marcada pela morte da metade do reino e da Saburo-sama, a mando do antigo rei Akihiko, pai de Arata-sama.

– O avô de Daichi-kun? – Hana perguntou perplexa.

– Hai, Hana-chan. – Oji-san disse – Ele queria mais poder e fez isso para tentar acabar com o reinado de Sakamatsu-sama.

– Que mal. – Eu disse.

Oji-san deixou uma risada leve escapar pela forma que eu disse.

– Eu só não entendo por que os humanos nos ajudaram e agora querem nos matar. – Hana disse confusa e um pouco triste.

– Bem, uhm... – Oji-san ia explicar, mas ouvimos o som de dois soares de trombetas.

Abri um sorriso, eles chegaram! Duas vezes no ano havia a reunião das famílias. A família Akihiko e a família Saburo vinham ao reino e os reis e rainhas conversavam no salão em uma mesa comprida sobre sei lá o que. Eu nunca posso entrar... No inverno e verão, eles vêm pra cá e ficam uma semana no reino. Agora era verão e estava bem quente.

– Bem, eles chegaram. – Oji-san sorriu – Podem ir, continuamos depois.

Eu fui a primeira a levantar e sair correndo. Ichiro suspirou começando a caminhar calmamente e Hana correu também. Hiroki ficou sentado, olhando para a direção que nós fomos. Oji-san o fitou em dúvida.

– Hiroki.

Ele o olhou.

– Pode ir também, não precisa ficar.

– Mas eu não sou da família real. – Ele disse sem expressão.

Oji-san ficou um pouco surpreso e andou até ele, sentando na cadeira a sua frente.

– Você é primo do príncipe e das princesas, você também é importante. E... – Ele sorriu – Poderá ver Akane chegar.

– Mas eu não tenho sangue real. – Ele disse abaixando o olhar – Não posso ficar com ela.

– Claro que pode, vocês todos sempre brincaram juntos.

– Não é esse tipo de ficar. – Hiroki o olhou – Eu queria... Quem sabe no futuro...

Oji-san entendeu. “Maduro demais pra idade...”, ele pensou deixando uma risada leve escapar.

– Está falando em casar com ela?

– Hai.

– Filho, vocês podem.

– O rei não vai deixar. – Ele disse – O pai dela. O que eu daria pra ela? Quero ser professor como o senhor, ensinar, mas... Eu nunca vou conseguir dar a ela o que ela tem.

Oji-san o olhava e o compreendia.

– Vocês ainda são crianças, Hiroki. Apenas tente pensar nisso quando crescer. Você pode se surpreender.

Hiroki abaixou o olhar e assentiu com a cabeça, levantando e saindo da biblioteca em seguida. Oji-san o fitava sair e sorriu levemente, Hiroki pensava além da sua idade.

...

Ichiro e eu estávamos no salão onde os tronos ficavam. Na chegada das famílias para as reuniões, apenas a família Kazuhiro ficava presente. Papai e mamãe estavam sentados nos tronos conosco ao lado deles. Ichiro ao lado do meu pai e eu da minha mãe. Tio Keiji e tia Seiko estavam em um trono próximo com Hana sentada ao lado deles. As grandes portas se abriram e minha mãe abriu um sorriso quando viu Mizuna-sama e Nana-sama. Kazuo-sama e Mizuna-sama chegaram com Momoko-chan e Aiki-chan, que estava no colo da rainha. Ela tinha apenas três anos. Arata-sama e Nana-sama chegaram com os gêmeos ruivos. Daichi-kun ao lado de Nana-sama e Akane-chan de mãos dadas com o pai. Eu sorri para Momoko-chan e Akane-chan, estava louca para brincar com elas.

Meu pai levantou com um sorriso amigo e foi abraçar Kazuo-sama e Arata-sama, que todas as vezes pareciam se surpreender enquanto o abraçavam também. Minha mãe levantou sorrindo e foi abraçar Mizuna-sama e Nana-sama, que sorriram. Eles se sentaram novamente.

– Como foi a viagem? – Meu pai perguntou.

– Agradável. – Kazuo-sama sorriu.

– Demorada. – Arata-sama riu.

Meu pai deixou uma risada escapar.

– Bem, com certeza as crianças devem estar cansadas. – Ele disse – Fumiko poderá levá-las até o cômodo onde minha mãe está. – Ele sorriu.

– Hai. – Eles disseram em coro.

Fumiko era a dama de companhia da mamãe. Ela entrou no salão minutos depois e todos nós fomos com ela. Minha avó, Inori, ficava a maior parte do tempo do “cômodo lilás”. Era o local próprio da rainha – minha mãe também ficava ali às vezes – e vovó, como já foi uma rainha, tomava chá lá com meu avô. Quando chegamos com Fumiko, vovó estava sentada contando uma história para Hiro, filho de Fumiko. Ela sorriu e todos nós entramos no cômodo.

– Ah! – Vovó exclamou sorridente – Vocês estão tão bonitos! Momoko-chan e Akane-chan estão lindas. Daichi-kun está um rapaz lindo.

– Arigatou. – Ele disse sério.

Daichi-kun era como Arata-sama, tinha os cabelos ruivos e olhos verdes, assim como Akane. Não era à toa que eram gêmeos. Ele era sério como meu irmão e não olhava muito para ninguém, mas não parecia ser tímido. Era como se fizesse isso de propósito.

– Vó, por que não podemos sair? – Perguntei.

– Baka, por causa dos humanos. – Ichiro disse.

Fiquei emburrada. Vovó sorriu gentilmente, ela era linda e não parecia ser muito velha. Seu cabelo rosa era sempre penteado em um coque e ela usava vestidos longos com mangas compridas.

– Bem, está um pouco perigoso agora pelos arredores, mas esperamos que as coisas melhorem.

Abaixei o olhar, meu maior desejo era ver o lado de fora, mesmo que fosse de noite, claro. Vovó ficou conosco por horas. Quando nós ficamos sozinhos, eu tive uma ideia.

– Ne, ne. Momoko-chan. – Cochichei, me aproximando dela.

– Hai. – Ela disse docemente.

– Quer ver uma coisa legal?

– Nani?

– O lado de fora. – Cochichei mais baixo ainda.

– Mas... – Ela arregalou os olhos – Não podemos sair.

– Mas eu sei de uma forma. – Sorri.

Foi difícil, mas eu convenci a todos de me seguirem. Como Aiki estava com Mizuna-sama, foi mais fácil já que ela era apenas um bebê e não poderia nos seguir. Nii-san ficou desconfiado, mas nos seguiu para ter certeza de que eu não faria nenhuma besteira. Eu os fiz me seguir até um quadro grande num dos corredores.

– O que está fazendo, baka? – Ichiro perguntou.

– Na aula do Oji-san, ele disse que um dos reis construiu passagens secretas para se houvesse um ataque ao reino. – Eu disse, destravando a alavanca atrás do quadro e abrindo-o.

Ichiro arregalou os olhos.

– Nisso você presta atenção! – Ele resmungou.

– Fica quieto, está quente. – Eu disse – Vocês não querem se divertir? – Sorri.

– Você vai nos meter em encrenca. – Hiroki disse.

Fiz cara de tédio, mas na verdade eu era sempre a origem das confusões que aconteciam conosco. E não sei como, eles continuaram a me seguir. Eu sorri animada e cantarolava para que eles me ouvissem já que o túnel era escuro. Entramos em um grande hall e eu fui direito na terceira entrada.

– Haru. – Ichiro me recriminou – Você já veio aqui?

– Hum, talvez. – Disse sem jeito.

Na verdade eu já fui muito ali, mas nunca saí. Por isso que estava animada para sair agora. Eu vi o final do túnel e o barulho da floresta. Abri um sorriso e parei antes de sair completamente, tomando coragem e pisando na grama do lado de fora. Eu o fazia, olhava para o céu e fitei a lua. Nossa, como ela era linda! Os outros saíram e viram como a floresta era bonita.

– O que a gente faz agora? – Hana perguntou.

– Nadar. – Sorri.

Eles me olharam em dúvida. Eu deixei uma risada escapar e os fiz me seguir de novo. Fui em direção ao rio, que sabia que era perto dali pelo que Oji-san disse nas aulas. Ele era calmo e perfeito para aquela noite quente. Comecei a tirar os sapatos e desamarrar meu pequeno vestido.

– O que está fazendo? – Ichiro perguntou.

– Como você acha que vamos nadar? – Disse com obviedade.

Ele engoliu a seco. Eu fiquei com o vestido que usava por baixo daquele e pulei na água. Eles me olharam surpresos, mas por fim entraram também. Tirando Daichi-kun, que ficou sentado na beira do rio, todos estavam brincando na água. Me vangloriei mentalmente um pouco por ter tido aquela ideia e ter feito eles se comportarem como crianças de verdade. Eu jogava água em Momoko e Hana, que faziam o mesmo comigo e com Hiroki e Ichiro, que parecia estar se divertindo de verdade. Eu nunca vira meu irmão assim, foi bem divertido. Hiro às vezes me fitava, ele era um pouco mais novo que eu. Nós ríamos e jogávamos água uns nos outros. Aquela noite quente melhorou e nos divertirmos bastante.

Num momento, eu saí do rio e tive a curiosidade de entrar na floresta depois de tanto ficar olhando para aquela direção. Dei uma última olhada para ver se nii-san não brigaria comigo e passei pelas árvores. Andei um pouco e comecei a escutar algo, algo cortando o ar bem rápido. Apressei o passo com minha curiosidade acentuada e parei de repente, vendo algo. Pisquei os olhos e vi um menino atirando flechas em um alvo pintado na árvore. Fiquei boquiaberta e acalmei o olhar, sentindo um cheiro bom. Não sei o que eu fiz, acho que pisei em algo, mas ele virou e me viu. Exclamei e me escondi atrás da árvore.

– Olá? – Ele chamava.

Me encolhi. Eu nunca tinha visto aquele menino, ele não era do reino. Espionei atrás da árvore e não o vi mais.

– Quem é você?

– Etto...! – Exclamei e me virei, ele estava atrás de mim.

Corri e me escondi atrás da árvore de novo. O ouvi rir e se aproximar de novo. Ele apareceu de trás da árvore, me fitando agachada no chão e encolhida. Era um menino loiro de olhos castanhos. Ele me olhava gentilmente e agachou à minha frente.

– Daijoubu, não vou te fazer mal. – Ele disse, sua voz era calma e gentil.

O olhei surpresa.

– O que está fazendo aqui? Por que está molhada? – Ele perguntava – Não devia ficar assim.

Corei por estar encharcada. Não sei a razão, nunca fiquei com vergonha de algo assim.

– Devia vestir algo... – Ele dizia, mas tentou pegar em meu braço.

Eu apertei os olhos e me encolhi assustada. Ele me olhou surpreso.

– Anou... Menina. – Ele disse – Não vou fazer nada com você.

Abri os olhos, receosa, ele me olhava amigavelmente. Se sentou a minha frente, o que me deixou surpresa de novo, e sorriu.

– Por que está assim?

– Está quente. – Disse quase inaudível.

– Devia ir pra casa, não é bom ficar molhada assim. Por que veio pra uma floresta?

– Eu... Queria ver como era...

– O que?

– O lado de fora.

Ele me olhou em dúvida.

– Como assim?

– Que cheiro é esse? – Perguntei.

– Hã? – Ele disse em dúvida, tentando sentir.

Fitei sua mão e a vi machucada.

– Nani... – A peguei e vi um pequeno corte.

– Ah... Eu me cortei sem querer quando atirei a flecha. – Ele sorriu.

Meus olhos estavam meio abertos e ficaram vermelhos. Eu ainda segurava a mão dele e a aproximei do meu rosto. Aquele cheiro era tão bom... Abri levemente a boca enquanto o menino olhava em dúvida para o que eu fazia. Eu aproximei a mão dele e lambi o corte.

– Uhm...! Nani...?! – Ele exclamou.

– Hã...? – O olhei e ele viu meus olhos vermelhos.

– Você é... – Ele disse perplexo.

Despertei com o olhar dele e me lembrei. Esse medo... Esse olhar de pavor... Era tudo o que me contaram sobre a reação dos humanos quando nos viam. Esse cheiro... Era por causa do sangue! Arregalei os olhos, me afastando assustada. Ele me olhou surpreso pela minha reação.

– Ei...

– Gomen nasai! – Comecei a chorar e saí correndo.

Corri o mais rápido que pude e voltei para onde os outros estavam. Ichiro estava se vestindo.

– Haru?

– Vamos logo.

– Nande?

– Eu vi um animal aqui perto. – Menti.

Ele franziu a testa desconfiado, mas disse aos outros para se vestirem o mais rápido possível. Voltamos para a entrada do túnel e depois para dentro do castelo. Os outros foram para seus quartos trocar de roupa e depois que eu troquei a minha, fiquei sentada e encolhida na cama. Me lembrava do olhar daquele menino, do gosto do sangue. Era tão bom, mas... Ele pareceu estar apavorado ao descobrir que eu era uma vampira. Nunca pensei também que veria um humano... Tentei esquecer e pensei que conseguiria por eu ter apenas 8 anos, mas... Nunca esqueci o rosto daquele menino.

...

Meus pais não descobriram o que eu fiz, pelo menos até onde eu sabia. Meu pai descobria certas coisas sobre os outros que eu ficava assustada. Como a vez que eu tentei ouvir a última reunião das famílias e ele, sentado da mesa, disse para eu entrar já que estava tão curiosa. Eu arregalei os olhos e entrei, pega no flagra. Ele sorriu, assim como mamãe, e disse que aquela conversa não era para crianças. Eu assenti e fui embora. Queria saber como ele descobria as coisas...

Eu me perguntava por que tudo tinha que mudar. Pelo que mamãe me contou, ela visitava constantemente os meus avós humanos na vila. Agora não podíamos nem nos aproximar um pouco. Aquele menino me olhou com medo, será que ele ficou com raiva de mim?

Eu estava sentada na cama, tentando ler um livro que Oji-san disse para lermos para a próxima aula. Ouvi um bater leve da porta e olhei para a direção.

– Lendo? – Meu pai sorriu.

– Hai. – Disse suave – Oji-san disse que é para a próxima aula.

– É sobre o que? – Ele perguntou, se aproximando e sentando ao meu lado na cama.

– A unificação das famílias. – Disse.

– Hum. – Ele sorriu – Está concentrada?

– Não.

Ele deixou escapar uma risada.

– Haru.

– Hum?

– Por favor... Não vá mais para o lado de fora.

– Uhm... G-Gomen.

– Não precisa se desculpar. – Ele disse – Mas você também levou os outros, ne? É perigoso.

– Nande?

– Podem machucar vocês.

– Os... Humanos?

Ele acalmou o olhar.

– Hai.

– Mas por quê? A gente não fez nada.

– Mas os que vieram antes de nós deixaram sua marca no mundo. E agora eles têm medo.

– Ah... – Abaixei o olhar.

Isso era o que me deixava confusa: herança. Algo que foi deixado pelos nossos antepassados e sendo bom ou ruim, tínhamos que levar conosco. Fiquei com uma expressão cabisbaixa, tentando entender por quê. Queria contar para ele que vi um menino humano, mas fiquei com receio. Guardei isso para mim por anos.

...

Alguns anos depois, no ano que eu fiz 12 anos, os Saburo e os Akihiko foram atacados. Foi algo devastador e várias pessoas morreram no ataque. Casas queimadas, o castelo em cinzas. Arata-sama e sua família conseguiram fugir e ficaram refugiados, assim como os Saburo. Eles pediram ajuda a nós e papai os acolheu aqui com quem sobrou de seu reino. Minha mãe disse que eram milhares em cada reino e que com aquele ataque dos humanos, dois terços da população morreu. Ela ficou desolada por dias, principalmente enquanto não sabíamos se os Akihiko e os Saburo haviam sobrevivido. Quando eles avisaram por meio de guardas que estavam bem, ela ficou bastante aliviada. E eu nunca a vira daquele jeito, assim como Ichiro, que ficou inquieto por semanas até Momoko chegar segura no reino.

Meu pai tentava acomodar todos e pedira aos construtores que abrissem espaço no reino para construir novas casas para os sobreviventes. Ele instalou os Akihiko e os Saburo no castelo e todos nós crescemos juntos. Tirando as perdas que eles sofreram e todo o resto, foi divertido ter crianças da minha idade no castelo. Todos nós tínhamos a mesma idade, tirando Hiroki e Ichiro, que são um ano mais velhos que nós, e Aiki, que é cinco anos mais nova. Nós estávamos crescendo e formamos um grande grupo de amigos.

Mesmo com as três grandes famílias morando em apenas um reino, apenas um castelo, cada família tratava de seus devidos súditos. Os Akihiko dos seus, os Saburo o mesmo e os Kazuhiro também. Porém agora tudo iria mudar. Irão acontecer novas coisas durante nossa jovem idade que mudará tudo para sempre na história dos vampiros.

Mas... Na forma mais pura da palavra... Espero que todos fiquem bem.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? No próximo eu vou pôr as imagens na notas do autor *----*



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