Beijo Escarlate escrita por Lailla


Capítulo 20
Alguém prestes a chegar


Notas iniciais do capítulo

Ai gente, semana de prova de faculdade é tenso... :(



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Semanas depois, quase um mês, Keiji e Seiko se casaram. Foi maravilhoso. Saburo veio com Mizuna e Mayu, e Arata veio com Nana. Ela mudou bastante, mas apenas na aparência. Continuava com a mesma gentileza e doçura, agora apenas vestia roupas de família real e penteados melhores. Eu fiquei desconfiada em relação à Saburo-sama, que fuzilava Arata com olhos toda vez que o via. Eu o compreendia, mas fiquei realmente com medo do que ele poderia fazer. Felizmente, Razuhiro-sama também notou e pediu a dois guardas que o vigiassem, que vigiassem seus passos o tempo todo. Não houve nada e tudo aconteceu como deveria ser. Seiko entrou no grande salão com um vestido branco e o cabelo solto, cheio de cachos nas pontas. Ela dava um largo sorriso para Keiji, o que também entregou seu nervosismo. A cerimônia ocorreu como planejado e logo depois a festa, dando espaço em seguida para a noite de núpcias dos dois. Mesmo eles não precisando de tanta cerimônia para isso...

O que mais me deixou aliviada foi a transformação de Seiko. Menos uma para me fazer sentir como se tivesse uma faca cortando minha garganta. Mais uma vez ocorreu tudo como planejado: Seiko chegou ao altar, o rei Kazuhiro fez a cerimônia, Keiji mordeu Seiko, cortando em seguida a mão e deixando o sangue escorrer na taça prateada, Seiko a bebeu e desmaiou. Keiji a segurou nos braços e a pegou no colo, pondo-a na cama de pedra do altar. Olhar para ela e aquela cama de pedra me fez pensar em quantas mulheres da vila já passaram por aquela cama para a transformação. O que aconteceu comigo, aconteceu com Seiko e logo em seguida ela acordou com os olhos vermelhos da cor do sangue. Se sentou em dúvida e Keiji estendeu a mão com um sorriso no rosto. Ela logo o reconheceu e sorriu. Depois disso houve mais uma festa, porém com todos do reino na vila, não no castelo. A vila do reino estava decorado, por um momento pensei que fosse natal, tudo estava cintilando. Era maravilhoso!

Conversávamos no quarto de Tane. Como eu estava mais acostumada em ficar na presença de sangue humano, Seiko me pediu ajuda para conseguir conversar com Tane. Nós três sempre conversávamos juntas, desde crianças, e não conseguimos esperar para Tane se casar e ser transformada. Então pedi ajuda a Fumiko.

– Você não precisa contar como foi! Você já sabia! – Tane exclamou, apontando para Seiko como se a acusasse.

– Gomen! – Seiko exclamou rindo e balançando as mãos.

Eu ri e fitei Fumiko, que ria levemente com a mão em frente à boca.

– Megu. – Tane cantarolou e parecia mais uma criança.

– Nani? – Cantarolei sorrindo marota.

– Quando você e Shu vão ter um bebê? – Ela sorriu marota.

– Uhm...! – Corei – Etto... Hum... Não sei. – Sorri envergonhada.

– Hum. – Ela cantarolou – Deviam fazer mais então.

– Tane! – Corei mais, rindo – Você nem é casada.

– Mas eu imagino, isso não é crime. – Ela disse simplesmente – E vocês estão casados há um tempão!

Fiquei boquiaberta. Um belo casal: o velho tarado e a louca.

– Tem apenas dois meses que nos casamos. E ainda está para completar dois meses!

Ela riu e todas nós rimos.

...

Nós finalmente recebemos a carta! No jantar, uma empregada entrou no salão enquanto comíamos e entregou um envelope de carta para Kazuhiro-sama. Ele a pegou em dúvida e a abriu, o que nos permitiu ver o selo real quando o envelope foi aberto. O leu atentamente e ao terminar deixou escapar uma leve risada.

– Megumi-chan vai gostar. – Ele me fitou.

– Uh? – Não entendi.

– Akihiko Arata anunciou o casamento com Nana.

Meu sorriso foi de orelha a orelha. Seiko sorriu animada, me fitando.

– Quando vai ser? – Inori-sama perguntou.

– Hum... – Ele olhava a carta – Um mês.

– Precisamos nos apressar. – Ela sorriu.

– Hai.

– Nande? – Perguntei em dúvida.

Inori-sama riu levemente pela minha ignorância ao assunto.

– O reino de Arata – Ela sorria por dizer isso – é em Mariwara, que fica a um mês de distância daqui.

Desfiz o sorriso e arregalei um pouco os olhos, não fazia ideia!

– Uhm... Então estamos atrasados. – Disse envergonhada.

– Sugoii! – Seiko disse animada.

A descoberta de que Mariwara era a um mês de distância fez minha curiosidade aflorar e logo depois eu descobri que Hanegorawa ficava a um mês e meio de distância do reino, onde os Saburo tinham seu reino. Nós realmente estávamos atrasados e começamos a arrumar as malas logo. Apenas o rei, a rainha, Shu, eu, Keiji e Seiko fomos a Mariwara. Tane ficaria com Toshi no castelo já que ele não fazia parte da família real. Fiquei triste e prometi que na volta contaríamos tudo a ela. Dois dias depois entramos nas carruagens e começamos a longa viagem. Era noite, duas carruagens e guardas em armaduras prateadas montados em cavalos. Shu e eu ficamos na mesma carruagem que Keiji e Seiko. Ela tinha uma cor clara por dentro o que ficou em contraste com a cor escura da madeira do lado de fora.

Se viajássemos durante o dia e a noite, chegaríamos em quinze dias, metade do mês. Porém precisávamos parar sempre antes do amanhecer em um local onde a luz solar não alcançava, que normalmente eram floresta densas e fechadas. Não sei o que houve comigo, acho que por a carruagem balançar, mas fiquei enjoada quase a viagem toda. Shu colocava o braço em volta de mim e me aconchegava, mas os enjoos sempre voltavam. Como pensei que era por causa dos balanços que a carruagem fazia, não disse nada já que era a primeira vez que viajava por tanto tempo.

Nós chegamos juntamente com os Saburo e eu quis ver se conseguia ver Mizuna pela janela, porém não consegui. Apenas conseguimos nos falar por breves momentos quando descemos da carruagem em direção ao castelo e percebi que o pai de Mizuna e Mayu não veio. Eu fiquei bem surpresa quando entrei no reino, nunca vira tantos ruivos em minha vida. Pelo menos três quartos do reino eram ruivos, e se não, eram loiros. Inacreditável! Entramos no castelo e logo depois chegamos a um salão grande e luxuoso. Súditos do reino abriam um corredor para que passássemos e eu sorri ao ver Nana sentada no trono ao lado de Arata. Ela estava tão linda! O cabelo um pouco mais curto com cachos e usava um vestido azul com uma gargantilha no pescoço. Era de ouro e com uma pedra vermelha e brilhante como pingente, simplesmente magnífica. Em seu dedo Nana usava o anel prateado com a esmeralda em forma de losango que Arata dera a ela quando a pedira em casamento.

Nos aproximamos e fizemos uma reverência ao rei. Arata usava uma coroa dourada com esmeraldas de diversas cores.

– Kazuhiro-sama, Saburo-sama. – Ele fez um aceno com a cabeça em forma de respeito e boas-vindas.

– Obrigada por nos convidar. – Kazuhiro-sama disse.

– Se não fosse pelo senhor esse casamento não aconteceria.

Sorrimos e vi Nana sorrir alegremente.

– Saburo-hime, vejo que seu pai não veio.

– Gomen nasai, Akihiko-sama. Meu pai não estava muito disposto. – Mizuna disse como se sentisse vergonha por isso.

– Hum, tudo bem. Seja o que for, espero que ele melhore.

– Hai, majestade.

– E, por favor, me chamem de Arata. – Ele disse com um sorriso.

Não entendemos.

– Se queremos por em vigor a nossa aliança, melhor sermos mais próximos do que simples famílias reais.

– Hum, claro... Arata. – Kazuhiro-sama disse contente.

Mizuna sorriu. Eu fiquei feliz, as coisas realmente estavam mudando para melhor. Depois das nossas boas-vindas, empregados nos levaram aos nossos quartos. Shu e eu ficamos em um quarto apenas nosso e tivemos bastante privacidade, o que nós dois apreciamos. Depois do jantar, onde todos estavam presentes, Nana chamou Mizuna, eu e Seiko para conversar em seu quarto. Ela ainda não era casada com Arata, então tinha seu próprio quarto. Conversamos por horas e ela nos contou que Arata era maravilhoso com ela e a tratava muito bem. Ela nos contou que foi estranho ela chegar com ele no reino e todos a fitarem. Isso já que o rei e rainha Akihiko saíram com o filho para um casamento e apenas Arata voltou com sua futura esposa. Isso deixaria qualquer um perplexo. Principalmente depois de Arata reunir seus amigos mais fiéis para caçarem os ajudantes de seus pais, que logo depois receberam a sentença de morte. Fiquei surpresa, mas se era assim a maneira como eles tratavam o ato de traição eu não disse nada.

No dia do casamento, Nana estava magnífica. Arata a esperava no altar e as portas do salão, que era um vermelho escuro intenso, se abriram e ela entrou. Seu vestido era tão branco quanto uma nuvem, ela usava uma gargantilha dourada e o cabelo em um coque cacheado. Seu buquê era de rosas vermelhas, assim como os detalhes do vestido, onde a costura do decote e a barra do vestido tinham pequenas rosas vermelhas. Houve a festa, nossa pequena reunião de meninas no dia seguinte, onde Nana nos contou com um sorrio larrgo como foi sua primeira noite com Arata e voltamos para casa dias depois.

...

A volta para casa foi um tanto esquisita. Voltamos exatamente como havíamos ido, porém eu fiquei enjoada de novo e não entendia isso. Não contei a ninguém e mais dias se passaram, ocorrendo logo depois o casamento de Toshi e Tane. Foi incrível e diferente do de Seiko e eu. Foi fora do castelo e todos participaram. Tudo estava decorado. Os batentes das portas, os telhados e postes com tochas. Tane estava com seu longo cabelo preto solto e seu vestido branco era simples, porém com rendas e maravilhoso! Ela foi transformada dias depois e tudo ficou bem para Seiko e eu. Nossas gargantas não “queimavam” mais quando estávamos com ela e a rainha insistiu em pintar um quadro nosso. Ela riu e disse não seria ela quem iria pintar, mas que queria muito um quadro de nós três no corredor dos quadros da família. Ficamos horas sentadas enquanto o pintor pessoal do rei nos pintava no quadro. Demorou três dias até ficar pronto, mas quando o colocaram vimos que ficou incrível. Tane estava à esquerda, seguida de Seiko e eu. Ela estava com um vestido verde vivo lindo, Seiko com um vestido azul céu maravilhoso e eu com um vestido cor de vinho incrível. Depois de anos o quadro ficou conhecido como as “As três irmãs Aimiwanato”, visto que o sobrenome se refere ao reino, que fica em Aimiwanato. Foi incrível!

Poucas semanas depois eu acordei enjoada e saí do quarto correndo em direção ao banheiro. Shu acordou comigo pelo susto e não entendeu. Quando voltava, o vi escorado no batente da porta do nosso quarto vestindo apenas uma calça escura e o cabelo bagunçado.

– Nani? – Ele perguntou.

Abaixei o olhar.

– Hum, vomitei. – Torci a expressão.

Ele deixou uma risada leve escapar.

– Está bem?

– Hum. – Assenti – Eu nunca passei mal assim.

– Porque você nunca ficou grávida.

– N-Nani?! – Gaguejei, arregalando os olhos para ele.

Shu sorria gentilmente em minha direção e entramos no quarto. Ele deitou na cama enquanto eu sentava ao seu lado.

– Minha mãe disse passou mal assim quando ficou grávida. – Ele disse.

– Hum. – Corei.

Ele sentou com um sorriso no rosto e pôs uma mecha do meu cabelo gentilmente atrás da minha orelha. O olhei corada e ele sorriu da forma mais feliz que já o vira sorrir.

– Arigatou.

– N-Nande? – Perguntei sem entender.

Ele deixou uma risada escapar e me fitou de novo.

– Por me fazer pai.

Corei mais e ele beijou meu pescoço, acariciando meu ombro. Acalmei meu olhar e sorri levemente enquanto meus olhos marejavam. O abracei, estava feliz. Nós... Seríamos pais.


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Notas finais do capítulo

E...? xD



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