Beijo Escarlate escrita por Lailla


Capítulo 13
Algo prestes a acontecer


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem *---*

*Megumi-hime = Coloquei assim porque hime significa princesa para quem não sabe. Achei mais fofo *o*



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Eu pensei que os empregados estavam agitados quando Seiko chegou, porém eu estava errada. O inverno se foi, os portões para a pequena floresta se fecharam e a primavera chegou bem-vinda. O que significava que em duas semanas eu me casaria com Shu. Como era tradição as famílias Akihiko e Saburo virem ao casamento, os empregados pareciam estar estressados de tão agitados. Seiko e eu percebemos isso e tivemos uma ideia juntas. Na hora do nosso banho, pedimos a Fumiko e Nana para tomarmos banho juntas. Todas nós ficamos no mesmo banheiro e as elas arrumavam nossas roupas. Seiko e eu já estávamos dentro da grande banheira e nos entreolhamos dando uma risada baixa. Nos comunicamos apenas movimentando os lábios e nos viramos para elas.

– Nana. – Seiko cantarolou.

– Hai, senhorita. – Ela se virou para nós.

– Nee. – Seiko cantarolava – Vem tomar banho conosco. – Ela sorriu.

– O que, senhorita? – Ela disse em dúvida.

– Vocês tomarem banho conosco. – Eu disse com um sorriso.

– Como, senhorita? – Fumiko perguntou – Mas...

– Vocês – Seiko cantarolou – vão nos servir sempre que precisarmos. – Ela sorriu.

Nana a olhou surpresa e olhou para Fumiko, que fez o mesmo.

– Nós sabemos que estão correndo com a visita das famílias. – Eu disse – Queremos que vocês relaxem conosco. – Sorri.

Elas se entreolharam como se aquilo fosse proibido.

– Fumiko. – A olhava.

Ela me olhou e abraçou a toalha que segurava.

– Não gostamos de usar isso, mas é uma ordem. – Disse.

Elas abaixaram o olhar e logo depois tiraram as roupas, entrando na banheira conosco. Seiko e eu sorrimos uma para outra. Começamos a tomar banho e a relaxar na água enquanto elas estavam com uma postura rígida e sem jeito diante de nós duas.

– Nee. – Eu disse a elas – Não queremos que vocês fiquem agitadas desse jeito, merecem relaxar um pouco, ne? – Olhei para Seiko.

– Hai! – Ela exclamou, jogando água nas duas.

Elas exclamaram sorrindo, conosco rindo. Aos poucos elas relaxaram a postura e com Seiko jogando água nelas, começamos a brincar dentro da banheira rindo. Foi realmente divertido, parecia que éramos todas amigas e no fundo senti que as duas gostaram daquela liberdade. Nana e Fumiko eram bem rígidas e sorriam gentilmente apenas para nos deixarem à vontade, mas eu senti que as duas se divertiram de verdade conosco. E eu fiquei muito feliz! Agora parecia que não havia mais aquela barreira entre “senhorita” e “empregada”, agora éramos apenas amigas.

...

Durante os almoços e jantares, percebi que Keiji e Seiko às vezes se entreolhavam e sorriam um para o outro. Eu olhava para Inori-sama e ela sorria para mim, também percebendo. Pelo que víamos, os dois estavam bem próximos e eu fiquei feliz por Seiko. Na verdade eu não tinha tanta certeza se Keiji seria bom com ela, e tinha medo por Seiko querer justamente isso se fosse escolhida, mas eu tinha esperanças de que Keiji pudesse mudar por ela de alguma forma. Nós duas não conversávamos muito sobre os nossos relacionamentos com eles, então eu não sabia o que acontecera para os dois se aproximarem, mas eu fiquei feliz por ela. Do jeito que Keiji estava, eu comecei a pensar que ele seria um bom marido para ela, um bom companheiro. Não conseguia nem demonstrar direito o que eu sentia, a tamanha da minha felicidade. Parecia que estava dando tudo certo finalmente. Shu e eu, e Keiji e Seiko. Porém... Apenas parecia.

Com apenas uma semana para o casamento, as outras duas grandes famílias, Akihiko e Saburo, chegaram ao castelo. Os empregados, e até o rei e a rainha, começaram a ficar apreensivos com a chegada deles, porém tenho quase certeza de que a apreensão era por causa da família Akihiko. Seiko e eu tivemos que estar presentes no grande salão para a chegada deles. Shu estava ao meu lado e Keiji o mesmo com Seiko. Estávamos próximos do trono, onde o rei e a rainha estavam sentados, aguardando. A maioria dos empregados estava presente, próximos às paredes e também a maioria dos súditos em sinal de respeito. Eles estavam aglomerados em dois grandes retângulos no salão com um grande corredor feito por eles. Eu estava nervosa e acho que Seiko também, já que ela aprendera a história deles. Nossa apreensão piorou quando a grande porta de abriu com um leve ranger e vimos as duas famílias. Elas caminhavam calmamente em nossa direção e Shu pegou gentilmente em minha mão, percebendo meu nervosismo. Aquilo me acalmou um pouco e eu os olhava com respeito.

A família Saburo, composta por vampiros de cabelos rosa-claro assim como seus olhos, estava do lado direito e tinha uma expressão calma e pacífica. Eles eram tão lindos que pareciam nos enfeitiçar, ou pelo menos a mim e a Seiko. Eram lindos e com roupas simples, porém luxuosas, como as mulheres que usavam vestidos longos e levemente rodados da cor rosa-clara, quase branca. Simplesmente maravilhosas. O rei com seu cabelo rosa e curto usava um terno escuro e a rainha com seu longo cabelo rosa-claro em uma longa trança, que ficava por cima de seu ombro. Eles possuíam duas filhas, a herdeira que tinha um longo cabelo e a mais nova com cabelo curto, que ainda era uma criança. A herdeira me olhara e dera um sorriso gentil em minha direção ao se aproximarem finalmente. Corei levemente e desviei o olhar, um pouco envergonhada.

Quando as duas famílias chegaram, percebi como os Akihiko eram assustadores. Eles eram uma família com três membros e eram vampiros ruivos irlandeses. Eram realmente belos, o rei possuía o cabelo penteado para trás, a rainha tinha o cabelo longo e enrolado em cachos maravilhosos e seu filho tinha o cabelo com o comprimento parecido com o de Shu, porém penteado para trás. O herdeiro deles olhou para Seiko e para mim consecutivamente dando um sorriso malicioso. Eu fiquei nervosa assim como Seiko e não percebi Keiji pegar na mão dela, olhando com raiva para o jovem Akihiko.

– Akihiko-sama, Saburo-sama. – O rei disse.

– Kazuhiro. – O rei Akihiko disse – É muito bom estar aqui de novo. – Ele sorriu.

– Obrigada pelo convite como sempre. – O rei Saburo disse educadamente – É ótimo estar na presença da futura princesa.

– Que bom. – O rei disse – Como foi a viagem? Espero que não muito longa.

– Foi ótima. – O rei Saburo disse.

– Foi longa e perdemos alguns guardas durante o dia. – O rei Akihiko deixou uma risada maldosa escapar – Mas chegamos bem, finalmente.

– Viajaram durante o dia? – O rei perguntou surpreso.

– Hai. – Ele disse – Queríamos muito conhecer a futura princesa logo. – Ele me fitou com um meio sorriso.

Tentei não tremer, ele era assustador. O rei fez uma expressão nada agradável e com educação pediu a alguns de seus empregados que os instalassem em seus quartos. Logo depois que eles saíram, todos foram dispensados e Shu e eu fomos para o quarto dele. Nos sentamos no sofá e eu suspirei.

– Nani? – Ele perguntou, se recostando no sofá.

– Hum, eles são assustadores. – Disse – Os Akihiko.

Ele deixou uma risada escapar e pegou meu queixo gentilmente.

– Daijoubu. – Ele disse – Quando a cerimônia de transformação for realizada, eles vão embora.

– Hum, acho que os Saburo não são ruins. Apenas não me sinto bem com os outros. – Disse, franzindo a testa.

Shu abriu um sorriso como se quisesse rir e me beijou. Corei levemente e ele cessou, me olhando com um sorriso gentil.

– Melhorou?

– Hum. – Desviei o olhar, corando.

A cada dia que passava, eu descobria algo novo sobre Shu. Dessa vez percebi que ele tinha seu próprio modo de me acalmar, ao qual eu não me importava nem um pouco em ele pôr em prática. Me acalmei de fato e fiquei um pouco melhor, porém apenas por alguns momentos.

O jantar daquele dia não foi muito agradável. Os Saburo eram educados e gentis, o que eu apreciei. Porém os Akihiko eram inapropriados a maioria das vezes, o que deixou o rei desconfortável e claramente irritado, mesmo ele tento que disfarçar. A rainha colocava gentilmente a mão por cima da mão dele para acalmá-lo, e funcionava. O herdeiro dos Akihiko fitou Seiko por um momento com aquele sorriso malicioso e Keiji fitou visivelmente com raiva, em vista que ele franziu o cenho em direção ao jovem ruivo. O que eu mais queria naquele momento era ir para o meu quarto e evitar aqueles olhos vermelhos dos Akihiko.

...

Na tarde do dia seguinte eu andava pelos corredores em direção ao meu quarto depois de conversar com Seiko. O corredor pareceu ficar ainda mais longo quando fitei a rainha Akihiko vindo em minha direção. Pensei que ela passaria direto, porém parou na minha frente, o que me fez parar.

– Boa tarde, rainha. – Fiz uma reverência.

– Hum. – Ela cantarolou – Meu nome é Isitsey, *Megumi-hime.

Ela era mais alta que eu e por me olhar de cima com aqueles olhos, eu ficava tensa.

– Então... – Ela cantarolou sensualmente – O que está achando daqui? Sua vida como vampira começará logo, certo?

– Hai, majestade. – Disse com o olhar baixo – Eu estou contente.

– Contente? – Ela franziu a testa em dúvida – Não está com medo?

– Hum, não... Majestade. Shu me trata bem, tenho certeza que ficarei bem aqui.

– Hum. – Ela cantarolou, pensando – Deve estar ansiosa então.

– Claro, majestade. – Disse suavemente.

Ela deu um sorriso malicioso e pôs uma mecha de seu cabelo ruivo e enrolado atrás da orelha. Isitsey parecia ser uma mulher sensual, mas ao mesmo tempo com uma aura assassina de vampiro.

– Nee, eu tenho certeza de que vai ser um casamento emocionante. – Ela disse sensualmente, como se apreciasse aquilo – Eu mal posso esperar.

A olhei por um momento e vi sua expressão. Ela sorria maliciosamente como se esperasse mesmo pelo casamento. Senti algo estranho no meu corpo, certo receio com o que ela disse.

– Hime. – Ela fez uma reverência leve com a cabeça e foi embora.

Eu respirei fundo tentando me acalmar e fui para o meu quarto, deitar na cama e tentar me acalmar mais! Aquela semana seria longa...

...

Eu ia à biblioteca para ler algo e comecei a reparar que a herdeira dos Saburo passava muito tempo ali. Ela ficava sentada à mesa e lia um livro por dia com sua postura refinada, demonstrando que ela era de uma família real de fato.

– Anou... Saburo-sama. – Eu disse, me aproximando sem jeito.

Ela me fitou e eu vi aqueles olhos maravilhosos aos quais não eram vermelhos, mas rosa-claros gentis e afetuosos.

– Hime. – Ela disse educadamente.

– Uhm... “Megumi”, por favor.

– Gomen nasai. – Ela disse – Mas é muito informal.

– Hum, não tem problema. – Sorri.

Ela parecia ter ficado surpresa. Começamos a conversar e ela disse que eu poderia me sentar. O nome da princesa Saburo era Mizuna e ela era educada, refinada e bem formal. Conversamos por muito tempo na biblioteca e em dois dias ficamos próximas. Perguntei por curiosidade por que ela não era a pretendente de Shu, já que eles tinham idades próximas e ela era uma princesa de verdade. Mizuna disse que porque as famílias reais não podiam misturar a linhagem sanguínea e porque havia o acordo entre a família Kazuhiro e a vila próxima ao reino, a minha vila. Eu, mesmo que por poucos dias, comecei a admirar Mizuna. Ela era realmente uma princesa, e o que me deu a liberdade de contar a ela sobre o que a rainha Akihiko me disse no corredor dias antes.

Quando terminei de contar, ela parecia pensar.

– Hum. – Ela disse – Megumi-hime, eu não sei como dizer isso, mas...

– Uh?

– Não confie nos Akihiko.

– Uhm... Nande? – Perguntei, mesmo que esse nunca fosse meu propósito mesmo.

– Você sabe que eles querem a liderança dentre as três grandes famílias, certo?

– Hai. – Disse, me lembrando das aulas de Toshi.

– Eu não quero pô-la contra eles, porém desde que eu nasci foi assim. Eles são ardilosos, Megumi-hime. Se pudessem, já teriam matado você.

Fiquei surpresa. Fitei Mizuna por mais alguns momentos e percebi que ela parecia bastante desconfiada com o que eu contei a ela. E agora que percebi, comecei a desconfiar também. Algo estava prestes a acontecer... E eu comecei a ficar com medo.


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Notas finais do capítulo

E aí? E aí? Que treta vocês acham que vai rolar? xD



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