Beijo Escarlate escrita por Lailla


Capítulo 11
Capítulo especial: Seiko e Keiji – Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Lindos, esse vai ser um capítulo especial e quem estará narrando vai ser a Seiko xD Vai ter duas partes só eu acho e depois a Megumi vai voltar a narrar :) Espero que gostem xD

*Konbanwa = boa noite



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/639501/chapter/11

Eu estava nervosa para ir ao castelo. Tane disse para eu não me preocupar que com certeza ela seria escolhida. Mas ao chegarmos e o príncipe Keiji nos fitar, ele olhou para mim, o que me deixou nervosa. Ele era realmente bonito e muito parecido com o príncipe Shu, porém tinha os olhos escuros. Keiji-sama me olhou dos pés a cabeça com um sorriso que me assustou profundamente, fiquei com medo de verdade.

– Keiji, faça sua escolha. – O rei disse sério.

Quando Megu foi escolhida, ele parecia estar mais alegre. Por que o rei estava daquela forma agora?

– A loira. – Keiji-sama disse.

Arregalei os olhos na hora, suando frio. Eu não tinha reação, apenas o olhava pasma. Tane me abraçou para tampar minha visão dele, percebendo como eu fiquei. Meu pai abaixou o olhar e depois eles foram embora. A rainha levantou do trono e veio até mim. Uma mulher linda de cabelos rosa e corpo esbelto. Ela segurou minhas mãos e deu um sorriso gentil, mas percebi que seus olhos eram vermelhos da cor do sangue.

– Você é tão linda, Seiko-chan. – Ela sorriu alegre – Megumi-chan vai amar você aqui.

– Megu? – Disse em dúvida.

Meu pavor foi tamanho que por um momento esqueci que minha irmã também estava no castelo.

– Seiko-chan. – O rei disse – Amanhã começarão seus estudos.

– Uh?

– Você aprenderá sobre a história dos vampiros, etiqueta e o ritual de transformação.

– Hum, hai... Majestade. – Disse com o olhar baixo.

– Nee. – A rainha cantarolou – Nana vai lhe levar até o seu quarto.

Uma empregada morena se aproximou e fez uma reverência para nós. Eu a segui e percebi como os corredores eram longos e altos. Fitei de relance uma pintura da família real e logo vi Keiji. Ele tinha o cabelo mais comprido do que agora e dava um sorriso leve mesmo com seu olhar parecendo desanimado. Passamos e logo depois chegamos ao meu quarto. Quando entrei fiquei maravilhada, era lindo. Uma penteadeira, um armário e uma cama de casal grande.

– Senhorita, o que precisar é apenas puxar aquela corda e eu estarei logo aqui. – Ela disse educadamente com um sorriso leve.

Fitei a corda ao lado da cama e a olhei de novo, percebendo que seus olhos eram castanhos. Ela fez uma reverência e se retirou, fechando a porta. Abaixei o olhar, percebendo que eu estava mesmo ali. Será que Megu estava perto? Aquele lugar era tão grande que fiquei com receio de sair do quarto e não encontrá-lo depois. Vasculhei o armário e vi algumas roupas. Fui até a janela e fitei a paisagem, havia como ver a vila e eu fiquei com mais saudade ainda. Logo depois fui dormir, pensando em como seria minha vida ali. Com Megu comigo talvez não fosse tão ruim, mas não sabia nada em relação a como seria com Keiji-sama.

No dia seguinte, eu acordei cedo. Perdi o sono e olhei para o lado, percebendo que havia uma bandeja com meu café da minha em cima do criado-mudo. Me sentei e logo pensei em Nana, ela deve ter colocado ali para mim. Será que eu só comeria no quarto? Comi tudo e vi um bilhete na bandeja: “Aula na biblioteca às dez horas”. Me levantei e fui até a janela, vendo o sol. Não devia ser mais que oito horas. Suspirei e troquei de roupa. Não conhecia nada dali e nem imaginava onde era a biblioteca para pelo menos me distrair com algum livro. Fui para a janela e fiquei um tempo olhando a paisagem e pensando como todos estavam em casa.

Depois de olhar tanto para a janela, percebi que a porta do quarto se abria. Olhei para trás e arregalei os olhos, era Megu. Ela parecia não acreditar que eu estava ali. Exclamou meu nome e correu em minha direção, comigo fazendo o mesmo, chorando. Nos abraçamos e ajoelhamos no chão. Ela agradeceu a Shu-sama, ele que a levou para o meu quarto. Ficamos sozinhas e conversamos bastante. Eu contei a ela sobre o meu medo em relação à Keiji e ela disse que nós não víamos o lado deles. Eles também eram obrigados a se casar conosco e não podiam nem se apaixonar por outra pessoa por causa disso. Abaixei o olhar e compreendi, mas por que ele tinha que ser tão assustador?

Depois das nossas horas de conversa, eu fiquei bem melhor. Contei a ela que teria aula ás dez horas e ela disse que iria comigo para me fazer companhia. Eu fiquei feliz, imaginei que ela já devia ter tido essas aulas. Fomos para a biblioteca, o que me fez perceber que Megu já conhecia bem o castelo, e eu conheci Toshi, o professor que me daria aula. Ele era alegre e animado, e disse que Megu aprendeu bem e que esperava que eu também aprendesse. Fiquei feliz e ele começou a falar sobre toda a Família Kazuhiro e sua história. Eu não conhecia aquela história, apenas o que nos contavam quando crianças.

– É interessante, ne? – Megu sorriu pra mim.

– Hai. – Disse alegre.

Fiquei feliz por ela estar comigo, mas ao mesmo tempo triste já que Megu deveria ter ficado sozinha por muito tempo e aprendido isso tudo sozinha. Me senti sortuda e prometi a mim mesma que faria companhia a ela quando ela não estivesse com Shu-sama. Afinal, ele era o príncipe e acho que ele ficava ocupado a maior parte do tempo. Nana entrou na biblioteca e foi até nós, fazendo uma reverência.

– Senhorita, está na hora do seu banho.

– Hum, hai. – Disse sem entender, pensei que tomaria banho quando eu quisesse.

Megu sorriu para mim e eu fui com Nana para um banheiro maravilhoso, onde tinha uma banheira grande. Nana preparou meu banho e colocou sais de banho, fazendo a banheira ficar cheia de espuma em pouco tempo. Ela começou a desamarrar meu vestido e eu fiquei envergonhada.

– Anou...

– Sim, senhorita? – Ela me olhou.

– Você que vai me dar banho? – Perguntei corada.

– Se a senhorita não quiser, então não. – Ela disse educadamente.

– Então... Eu posso tomar banho sozinha? – Perguntei sem jeito.

– Hai, senhorita. – Ela fez uma reverência – Se precisar é só me chamar, suas roupas estão logo ali.

– Hum. – Assenti.

Ela ia se retirar.

– Nana-san.

– “Nana”, senhorita. – Ela sorriu gentilmente – Agora eu sou sua empregada, sempre que a senhorita precisar eu irei servi-la. Pode me chamar pelo nome.

– Ah, hai... – Corei – Arigatou.

Ela sorriu gentilmente e se retirou. Me olhei no espelho, que cobria quase toda a parede e tirei meu vestido, mas quando fui tirar o vestido fino que usava por baixo...

– Ah. – Ele cantarolou.

Exclamei assustada, levantando a alça do vestido e me virando.

– Keiji...sama...?

Ele estava dentro da banheira, dentro da água! Ele estava sem roupa, apoiando o cotovelo e olhando para mim.

– Hai. – Ele cantarolou com um sorriso malicioso – A água está ótima.

– Uhm... Anou...

– Vem. – Ele cantarolou apoiando o queixo no braço.

– Mas...

– Você vai ser minha futura esposa. – Ele sorria maliciosamente – Tem que me obedecer.

Não sabia se aquilo era sério, mas em todo caso como não queria que ele me fizesse mal, me sentei na beira da banheira com os pés dentro da água.

– Ahhh. – Ele reclamou com uma expressão manhosa – Vai ficar vestida?

– Uhm... Hai. – Disse encolhida.

– Hum... – Ele resmungou e me puxou pra dentro da banheira.

– Etto...!

Caí sentada dentro da banheira e meu vestido fino ficou completamente encharcado, o que o fez ficar transparente e eu exclamar envergonhada, tentando me cobrir. Ele riu maliciosamente e se aproximou de mim.

– O seu cheiro é tão bom... – Ele suspirou – Acho que vou gostar de te ter aqui.

O olhei surpresa.

– Anou... Keiji-sama...

– Hum... – Ele cantarolou abaixando as alças do meu vestido.

A água e espuma tampavam meu corpo até os seios, mas mesmo assim eu exclamei e corei envergonhada. Ele tirou meu vestido por baixo e eu apertei meus olhos. Isso não seria só depois do casamento?!

– Keiji-sama... Por favor...

– Hum, baka. – Ele cantarolou.

Ele se aproximou do meu pescoço e passou levemente sua língua, me fazendo me encolher. Chegou perto do meu ouvido e começou a cochichar.

– Eu ainda não posso dormir com você, são as regras, então não se preocupe.

A voz dele tão próxima do meu ouvido com aquele sussurro sedutor me fazia ficar extasiada.

– Keiji-sama...

– Mas as regras não me impedem de morder você. – Ele sussurrou de novo, me deixando mais extasiada.

Alguma coisa nele me enfeitiçava, mas então eu processei o que ele disse.

– N-Nani...?

Ele se aproximou mais e foi em direção ao meu pescoço.

– Onegai... Keiji-sama...

– Pára de me chamar assim. – Ele disse irritado.

– Então, anou...

– Não use mais o “sama”, baka.

– Uhm... Hai. – Disse – Keiji, onegai...

– Cala a boca...

Ele se aproximou de mim e mordeu meu pescoço. Exclamei tentando afastá-lo de mim com as mãos, mas ele segurou meus pulsos, continuando. Apertei os olhos e comecei a chorar ao sentir seus caninos penetrando minha pele. A expressão dele acalmou e ele soltou um dos meus pulsos, pondo o braço ao meu redor e me aproximando dele. Respirava ofegante, eu o sentia e ouvia o barulho que ele fazia ao beber meu sangue. Apertei meus olhos de novo, apertando seu ombro. Tentei sair de novo, mas ele me apertou, nos fazendo ficar mais próximos. Nossos corpos estavam colados e eu estava corada por causa disso, mas só queria que ele parasse de me morder.

Ele terminou e suspirou, parecendo apreciar o sabor ao passo que se afastava do meu pescoço. Eu abri meus olhos lentamente, ainda com a mão em seu ombro. Ele me escorou na parede da banheira e me beijou, pondo a mão no meu seio. Apertei meus olhos, tentando não gemer pelo desconforto. Ele cessou o beijou e me olhou com um sorriso ofegante. Havia uma gota de sangue escorrida em sua boca e ele a limpou com o dedo, lambendo-o em seguida. Eu o olhava surpresa e ele segurou meu queixo, lambendo o canto da minha boca, devia estar sujo de sangue. Me encolhi e apertei os olhos.

– Nee, por enquanto só posso ir até aqui. – Ele disse maliciosamente.

Me encolhi, chorando em silêncio. Ele saiu da banheira se enrolando numa toalha e foi embora. Eu estava desolada, imaginando que dali para frente seria sempre assim.

À noite, todos jantaram juntos. O rei e a rainha estavam presentes, assim como Shu-sama e Megu. Tive que me sentar ao lado de Keiji e me senti desconfortável por isso. Comia em silêncio enquanto os outros conversavam. Shu-sama olhava desconfiado para Keiji e para mim. Megu percebeu que eu estava quieta e costumeiramente eu era comunicativa. A rainha sorriu pra mim.

– Nee, Seiko-chan. Está gostando do castelo? – Ela perguntou com um ar gentil.

Se Keiji era filho dela, por que ele não era como a mãe?

– Hai, majestade. – Disse de cabeça baixa, comendo.

Ela deu uma risada alegre.

– Espero que Keiji esteja te tratando bem.

– Hai, okaasan. – Keiji cantarolou – Seiko tem um cheiro gostoso. – Ele sorriu maliciosamente e me olhou.

Me encolhi um pouco, tentando disfarçar. A rainha franziu a testa, desconfiada e olhou para o rei, que fez o mesmo. Shu-sama comia e Megu arregalou os olhos. Depois do jantar fui para o meu quarto e me sentei na cama, abraçando meus joelhos. Limpei as lágrimas que caíam sozinhas e de repente Megu entrou no meu quarto.

– Seiko? – Ela me fitou, preocupada.

– *Konbanwa. – Disse, fungando.

Ela me olhou com o olhar triste e subiu na minha cama, sentando ao meu lado e me abraçando.

– Keiji mordeu você, ne?

Abaixei o olhar e assenti com a cabeça.

– Shu-sama também fez isso?

– Hai. – Ela disse – Mas ele demorou alguns dias.

– Keiji-sama foi bem rápido. – As lágrimas voltaram a cair – Ele foi quando eu ia tomar banho.

Ela prestava atenção, surpresa.

– Pedi a Nana para eu tomar banho sozinha e ele apareceu dentro da banheira. Disse pra eu entrar e depois tirou meu vestido.

– Keiji... – Ela rangeu os dentes, franzindo o cenho – Ele não fez nada com você não, ne?

– Não, apenas me mordeu. – Fungava – Ele disse que ainda não pode dormir comigo por causa das regras, aí ele me mordeu... E depois me beijou, pondo a mão no meu seio. – Chorei mais, abaixando a cabeça.

Ela me abraçou e fez carinho na minha cabeça enquanto eu chorava.

– Daijoubu, daujoubu.

– Ele é mau. – Funguei – Eu estou com medo. O que ele vai fazer comigo quando pudermos dormir juntos? – Olhei para ela apavorada.

– Gomen... – Ela disse ainda abraçada comigo, fechando os olhos – Eu espero que ele melhore por você.

Eu chorava em seus braços e acabei adormecendo depois de chorar tanto. Quando acordei, tinha um pedaço de papel ao meu lado na cama. “Precisei ir, nee-chan. Espero que esteja bem. Te amo.”. Sorri e me sentei, pondo o bilhete em cima do criado-mudo. Megu era mais nova que eu, mas parecia ser mais forte que nós três. Olhei para a janela, ainda era noite e desejei estar em casa. Minha porta se abriu e pensei ser Megu. Abri um sorriso, mas era Keiji. Me encolhi e recuei, receosa.

– Pare com isso, idiota. – Ele disse, se aproximando.

Sentou na minha cama e me olhou sem parar.

– K-Konbanwa. – Disse quase inaudível.

Ele balançou a cabeça, deixando uma risada escapar. Fiquei surpresa, mas ele me pegou pelos ombros e me abraçou, me segurando. Se jogou para trás, deitando e me fazendo deitar em cima dele. Fiquei nervosa, mas ele mesmo disse que não podia dormir comigo, ne?

– Você não comeu direito no jantar. – Ele disse sem emoção.

O olhei em dúvida. Ele suspirou, quase bufando.

– Não posso te morder.

– Uhm... Nande? – Perguntei em dúvida.

– Você pode ficar anêmica e morrer.

Arregalei os olhos, surpresa e me ajoelhei apoiando as mãos perto da cabeça dele, que me olhava sem expressão.

– Keiji-sa... Keiji. – Engoli a seco – Você... Quando puder dormir comigo... Pode ser gentil? – Disse com os olhos fechados, corada.

– Eu bebo seu sangue e você está preocupada com isso? – Ele perguntou sem emoção.

– É importante pra mim. – Disse suavemente, o olhando.

Ele não demonstrou nada, mas mesmo assim parecia estar surpreso. De repente ele me virou e me fez deitar na cama, exclamei pelo susto. Ele segurava meus pulsos enquanto eu o olhava surpresa e os soltou, abaixando os ombros do meu vestido. Beijou meu pescoço e depois me beijou, pondo a mão por baixo de mim e desamarrando meu vestido.

– Uhm... Onegai...

Ele abaixou meu vestido com força, me deixando apenas com o vestido de baixo. O olhava com os olhos meio abertos, ele não podia fazer nada comigo, não é? Pus meus braços na frente do vestido pra ele não me ver daquele jeito, mas ele abriu meus braços me beijou intensamente, se pondo entre minhas pernas. Parou ofegante.

– Você disse que não podia dormir comigo... – Disse ofegante.

– E não vou... – Ele disse ofegante.

Beijou meu pescoço, o que me fez ficar ofegante. Eu nunca senti aquilo antes, apertei a blusa dele e pus a mão em sua nuca. Ele correu o beijo, abaixando meu vestido fino e beijando meu busto até chegar no meu seio. Apertei meus olhos e tentei fechar as pernas por sentir aquilo, mas como ele estava entre minhas pernas, não consegui. Ele beijava e passava a língua pelo meu seio até parar de repente. Eu respirava ofegante e o olhei, que também estava ofegante. Me levantou e me deitou ao lado dele na cama, pondo o braço em volta de mim. Levantei meu vestido com vergonha e encolhida.

– Posso fazer uma pergunta? – Perguntei sem jeito.

– Hum.

– Eu pensei que... Vocês só gostassem de sangue. – Disse quase inaudível.

Ele deixou uma risada escapar.

– O sangue nos embriaga melhor do que qualquer coisa. – Ele disse com um sorriso como se lembrasse do sabor – Mas sexo nunca deixa de ser bom.

O olhei surpresa.

– Você... Já dormiu com alguém? – Perguntei sem jeito.

– Não te interessa. – Ele disse.

Abaixei o olhar.

– Mesmo com as regras... – Disse corando – Se você quiser comigo, pode ser gentil?

Ele me olhou surpreso, meu olhar estava baixo. Pegou minha bochecha e me fez olhá-lo, aproximando o rosto do meu.

– Hai. – Ele disse, me beijando em seguida.

Não sei se um dia Keiji vai ser bom pra mim ou me amar, mas pelo menos ele me tratar com carinho nessas horas era algo bom. E eu gostava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Beijo Escarlate" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.