Probabilidade escrita por prongs


Capítulo 2
Não fique muito amiga dele


Notas iniciais do capítulo

Vejo vocês nas notas finais, amores, não deixem de ler! Aproveitem o capítulo.



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CAPÍTULO UM

Scorpius entrou no trem naquele dia com duas opções que poderiam mudar drasticamente todo o seu futuro, dentro e fora da escola. Ele podia entrar na cabine com algumas crianças maldosas que riam de outras ou ele poderia se juntar ao garoto magricela de cabelos negros que lia um livro. A probabilidade era de 50% para cada. Ele escolheu a segunda opção, o que aumentou a chance de ele conhecer Rose Weasley em 100%. Mas antes de Rose Weasley, ele encontrou Albus Potter.

Ele abriu a porta relutantemente, lembrando-se das palavras ditas pelos pais alguns minutos antes.

“— Aquele é Harry Potter, papai? — Scorpius sussurrou ao ver o homem cumprimentar seu pai brevemente. Não largava a mania de dizer “papai” e “mamãe”.

— Sim... E acho que você vai estudar com o filho dele.

— Albus, não é? — Astoria falou com um sorriso estranho no rosto.

— Albus Severus, sim... — Draco disse, também sorrindo estranhamente.”

Seus pais eram bem esquisistos às vezes. Mas ele encarou Albus Severus Potter com seus olhos cinzentos, temendo que o garoto fosse maldoso com ele. Lembrara de uma vez que seu pai lhe falara que as pessoas iriam dizer coisas sobre a família deles em Hogwarts, que ele não devia dar ouvidos a essas pessoas. Então ele enfrentou o medo e falou.

— Oi, hm, você se importa se eu me sentar aqui? — Ele falou um tanto baixo e temeu que o garoto não o escutasse. Mas ele o escutou e o encarava, o livro ainda aberto em seu colo. — Os outros estão cheios.

— Claro — Albus apontou para o lugar à sua frente. Ele não havia sido maldoso ou rude. Havia sido legal.

Scorpius sorriu aliviado e entrou. Fechou a porta atrás de si, se sentou e afundou-se no banco macio.

— Meu nome é Scorpius. — Ele começou. — Scorpius Malfoy. — Fez questão de mencionar o sobrenome. Talvez o garoto não soubesse quem ele era, apesar dos cabelos loiros e da pele pálida que eram tão característicos...

— Albus Potter. — O moreno respondeu.

Os dois se encararam. Scorpius sabia que seu pai não era o melhor amigo de Harry Potter, mas sabia, principalmente, que ele era Scorpius e não Draco e tinha bastante certeza que Albus não era Harry.

Scorpius Malfoy era, na verdade, bem diferente de seu pai. Eles haviam sido criados de maneiras diferentes. Scorpius havia nascido numa casa cheia de amor, abraços e o cheiro do perfume de canela de sua mãe por todos os lugares, principalmente no corpo de seu pai, devido ao tempo que eles passavam se abraçando. Scorpius foi criado para ser gentil, respeitoso e educado. Scorpius cresceu para ser feliz e para não se sentir superior a ninguém por causa de seu sangue. Então, depois de muito tempo, ele fez a pergunta mais inteligente que veio à sua mente:

— Então, você torce pra que time? — Albus moveu os olhos rapidamente de Scorpius para seu livro detonado, Quadribol Através dos Séculos, quando o loiro apontou para o exemplar. — Torço para as Harpias de Holyhead. Minha mãe jogava lá.

Scorpius chegou a sentir medo. Pensou que Albus iria agir estranhamente com ele, pensou que ele iria ser frio e tudo o mais. Mas o garoto franzino apenas soltou uma risada calorosa antes de responder.

— Eu também!

O loiro riu de volta e de repente os dois estavam rindo e Scorpius ia começar a falar animadamente sobre seu esporte favorito quando a porta da cabine se abriu novamente.

Quando entrou naquele trem com as vestes pinicando em seu pescoço e se viu sozinha, Rose Weasley tinha duas escolhas. Ser sociável e tentar fazer novos amigos ou procurar seu primo e melhor amigo, Albus, para se sentar com ele durante o trajeto. Sua insegurança fez com que ela aumentasse as chances de conhecer Scorpius Malfoy em 100% quando ela decidiu que iria, definitivamente, procurar o primo.

Rose andava pelos vagões com seu livro preferido, Peter Pan, apertado junto ao braço. Olhava para todos os lados e o desespero parecia finalmente chegar até ela. Não achava o primo em canto nenhum! Foi quando viu, pelo pequeno vidro, ele rindo. Ela soltou um suspiro e seu coração se acalmou. Não conseguia ver de que ou de quem ele estava rindo. Abriu a porta com força e rapidez e estava prestes a dizer algo quando viu o menino rindo com seu primo.

Ele era magrelo, com o cabelo loiro quase branco e tinha um rosto pontudo. Era alto, mais alto que Rose — Quem não era mais alto que Rose? — e até mais alto que Albus. Era feio e estranho, Rose pensou. Para uma garota de onze anos, qualquer garoto de onze anos era feio e estranho. Nenhum garoto de onze anos jamais poderia ser comparado a, por exemplo, Teddy Lupin ou — Ah! — Viktor Krum. Rose fez uma careta. Os dois pararam de rir e a encararam. Ela reconheceu os cabelos claros. Vira ele na plataforma!

“— Mas não fique muito amiga dele, Rosie. Vovô Weasley nunca perdoaria se você casasse com um sangue-puro.”

O primeiro pensamento de Rose ao se lembrar da fala do pai foi que ela jamais, nunquinha iria se casar com um menino estranho como ele. Era muito branco. Parecia um dia de neve. Rose odiava a neve. Depois, ela pensou sobre as primeiras palavras. Não fique muito amiga dele. E lá estava Albus, aos risos com o garoto. Seu primo tinha alguma deficiência mental ou o quê?

Ela continuou encarando-os por mais alguns segundos. Os dois a encaravam, Albus confuso e o loiro, que ela não lembrava o nome, um pouco assustado. Ela franziu os lábios e encarou apenas o primo.

— Vem aqui, Alb — Ela pediu educadamente, não muito alto. Alto o suficiente para o quase-albino ouvir.

Scorpius já tinha visto muitas pessoas ruivas, visto que elas não eram lá uma raridade e, certamente, já tinha visto os Weasley em alguma festa ou pelo Beco Diagonal. Mas ele nunca se esqueceria do momento que viu aquela ruiva pela primeira vez.

Ela era baixa, extremamente baixa, talvez uma cabeça mais baixa que Scorpius, tinha os cabelos laranja presos em uma trança. A trança não adiantava muito, visto que seu cabelo era muito armado e fios saltavam para cima por todos os lugares. Seus olhos eram muito azuis e muito grandes, olhavam para Scorpius como se pudessem devorá-lo vivo. Ela era rechonchuda e tinha muitas sardas. Um tanto intimidadora. Bastante estranha e, bem, ele tinha que admitir, feia.

Para garotos de onze anos, uma garota de onze anos nunca seria bonita. Não depois de ver as jogadoras de Quadribol profissional, não depois de ver as curvas das alunas do sétimo ano. E aquela ruiva estranha não era, nem de longe, bonita, mas bastante intimidadora. Ela parecia um dia de verão. Scorpius odiava o verão. Quando ela falou, chamando Albus, ele passou a língua pelos lábios, um tanto aflito. Aquela ruiva parecia ter poder para arrancar a cabeça dele.

Assim que Albus fechou a porta da cabine atrás de si e os dois se viram sozinhos no corredor, Rose encarou as orbes verdes do primo com seus olhos azuis furiosos e começou a tagarelar — como sempre.

— Albus! O que você tá fazendo com esse garoto estranho? — Ela sussurrou rápido, com medo que o menino do outro lado da porta a escutasse. — Passo horas te procurando e quando te acho...! — Ela soltou um suspiro exasperado. Albus a encarava entortando a boca. — Você ouviu o que o papai disse, não fique muito amiga dele. — Ela deu ênfase às palavras, encarando-o com mais intensidade. — Isso também serve pra você.

O moreno se segurou para não revirar os olhos.

— Olha, você ouviu o que a tia Hermione disse? Não tente indispor os dois antes mesmo de entrarem para a escola. — Ele afinou a voz, falando de um jeito um tanto ridículo que fez com que Rose tivesse vontade de rir. Mas ela não riu, porque aquilo era bastante sério. — Além disso, ele é legal. Torce para as Harpias e tudo!

Rose não era contida como o primo, então logo rolou os olhos para as bobagens dele.

— Não tem nada de legal nisso, sabe. As Harpias nem se comparam ao Chudley Cannons, já discutimos isso.

— Ah, Rosie, qual é — Sem mais paciência, ele puxou a prima para dentro da cabine, onde Scorpius os encarava apreensivo.

Foram os três minutos mais longos da vida de Scorpius em seus onze anos. Ele já conseguia ver toda a desgraça acontecendo: a primeira pessoa com quem ele falara na escola e já ia ser expulso da cabine dele. Isso porque nem tinham chegado ao castelo. De fato, mal haviam saído da estação. Já estava se preparando para sair do compartimento quando a porta se abriu novamente e os dois entraram.

Albus se sentou no lugar que ocupara antes e a ruiva se sentou do lado do primo. Encarava o loiro de um jeito estranho. Não era raiva nem nada do tipo; só curiosidade. Todos estavam calados, até que Albus cutucou a prima com o cotovelo e ela suspirou.

— Meu nome é Rose Weasley — A menina falou, sem aguentar ficar calada por mais tempo. — E o seu?

— Scorpius Malfoy. — Ele sorriu de lado, um pouco hesitante, mas a garota sorriu de volta. Até seu sorriso era meio estranho, ele pensou. Suas bochechas eram grandes e subiam. Desviou os olhos do rosto dela por um segundo, para o livro que ela segurava com cuidado. — Que livro é esse?

Scorpius começava a se irritar consigo mesmo. Parecia que ele só conseguia puxar assunto se livros estivessem envolvidos. Rose franziu a testa, aumentando um pouco o sorriso. Levantou o livro e mostrou a capa para Scorpius.

— Peter Pan.

Ele estendeu a mão, num pedido silencioso. Você deixa eu ver? Ela pousou o livro na mão dele. Claro.

— Eu nunca vi esse livro antes — Ele murmurou, examinando a capa. Eram um menino com vestes verdes voando em Londres. E sem vassoura! Ele ficou bastante intrigado.

— Ah, foi escrito por um trouxa — Albus disse, naturalmente, mas Rose encarava o menino em sua frente com os olhos apertados, como se esperando que ele largasse o livro, tacasse fogo nele e ordenasse uma caça aos trouxas. Mas pelo contrário, o olhar de Scorpius se iluminou e ele levantou o rosto do livro para olhar para Rose com um sorriso que, pela primeira vez, mostrava os seus dentes. Rose observou que eles eram tortos. Estranho. — Tia Hermione, a mãe da Rose, sempre dá livros trouxas pra gente. Eles são muito legais.

— Vocês também leem livros trouxas? Que legal! — O menino soltou uma risada. — Minha mãe sempre traz um monte pra mim. Mas eu nunca tinha visto esse.

Rose tinha que admitir: estava bem surpresa. Nunca imaginaria que aquele garoto estranho e feio de cabelos cor de limão gostava de ler, muito menos de ler livros trouxas. Ela, então, desistiu de tentar ser malvada ou fria com o menino. Simplesmente não era da natureza de Rose Weasley.

— Ah, esse livro é o meu favorito de todos! É tão legal e o Peter Pan é... — Ela se interrompeu, colocando a mão na própria boca. Albus soltou algumas risadas, estando acostumado com a tagarelice da prima. — Opa. Não posso te dizer. Você nunca leu, né? Posso te emprestar, se quiser.

Scorpius olhou para ela. Intrigado. Confuso. Ele nunca emprestaria seu livro favorito, O Coração Peludo do Mago, pra ninguém. E lá estava aquela Weasley, em sua frente, dizendo que poderia emprestar seu livro favorito de todos os tempos para ele, que acabara de conhecer.

Ela era esquisita.

Ele devolveu o livro com cuidado para as mãos sardentas de Rose.

— Não precisa — Ele sorriu e ela sorriu de volta, apesar de estar confusa. — Obrigado.

Ele havia dito não, obrigado porque tinha medo de algo acontecer ao livro e ela ficar com raiva dele. Não estava mesmo disposto a perder amigos. Rose não entendeu porque ele havia recusado, mas deu de ombros discretamente. Garoto estranho. Mas ainda assim, ele era legal.

— Então — Albus começou, bastante empolgado, mas meio hesitante. — Pra que casa vocês querem ir?

Lógico que ele já discutira isso com Rose um milhão de vezes, mas a quem ele queria enganar? A cada vez ficava mais legal e empolgante. E agora Scorpius estava com eles também.

— Grifinória! — Rose logo exclamou, mal deixando o amigo terminar. — Ou Corvinal. Também seria legal. Mas Grifinória — Ela terminou sorrindo.

— Não sei — Scorpius deu de ombros. — Meus pais foram da Sonserina, então seria bem legal se eu também fosse — O loiro não notou, mas Albus se endireitou ao ouvir Sonserina. — E você, Albus?

O garoto ficou calado. Rose umedeceu os lábios e não desviou o olhar do primo. Ela sabia, mesmo que Albus nunca tivesse lhe contado, que ele tinha medo de ir para a Sonserina. Scorpius ficou sem entender, olhando para os dois com as sobrancelhas franzidas.

— Acho que... — Rose arqueou as sobrancelhas, contendo um sorriso de expectativa. Scorpius achou engraçado, mas não riu. — Não importa. — No mesmo momento, o rosto de Rose se transformou em uma careta confusa, mas que logo foi embora por respeito ao primo. — Digo, de qualquer jeito, o chapéu vai estar certo, não é?

Entendendo seu ponto, os dois que o escutavam balançaram as cabeças, assentindo. Rose abriu um sorriso orgulhoso, mais orgulhoso do que se ele tivesse dito Grifinória. Ela queria ir para a casa dos corajosos para dar orgulho aos pais e porque sentia que lá era seu lugar. Lera tudo sobre ela em Hogwarts, Uma História e simplesmente se encantara. Queria ser uma Grifinória, corajosa e motivo de orgulho para todos.

Scorpius queria ir para a Sonserina pelo mesmo motivo, dar orgulho aos pais. Também porque ouvira histórias sobre a Sonserina dentro e fora de seu lar, sabia que era conhecida como a casa dos bruxos das trevas, mas não se importava. Queria mais do que tudo mudar a visão das pessoas sobre a Sonserina e achava que podia conseguir isso. Ele era uma pessoa boa, tinha certeza disso. Não era como se ele fosse se tornar uma pessoa ruim assim que vestisse as vestes verdes e prateadas, pelo contrário.

— Você seria um ótimo sonserino — Ele encorajou o garoto, que deu um sorriso para ele. Um sorriso verdadeiro.

Scorpius tinha um lema que, semanas mais tarde, seria adotado por Albus: Não é o que as coisas significam quando você as recebe que importa, é o significado que você dá para elas. Era como os dois se sentiam em relação à sua casa.

Pensando naquele dia no trem anos mais tarde, Scorpius se lembrava dessa frase e sorria. Quando ele conheceu Rose Weasley, ela significava muitas coisas — estranha, esquisita, uma Weasley. Mas o significado que Scorpius deu para ela com o passar do tempo era tão maior, tão melhor e tão mais bonito que essas coisas bobas.

O resto da viagem ocorreu em paz. Scorpius comprou muitos Feijõezinhos De Todos Os Sabores — Rose pegou um horrível de sabão, Albus conseguiu um de sorvete de manteiga de amendoim que tinha um gosto meio estranho e, Scorpius, um de pizza! — e Sapos de Chocolate — Scorpius ficou meio triste nessa hora, porque Albus e Rose pegaram figurinhas de seus pais várias vezes. Ele nunca veria o rosto do pai numa figurinha. — para os três.

Os três descobriram que tinham algo maravilhoso em comum: o gosto pela leitura. Eram apenas crianças, então não usavam palavras e descrições complicadas para demonstrar o quanto amavam as palavras, só diziam que gostavam dos livros que liam antes de dormir e nas horas vagas. Falavam sobre seus contos favoritos e o ponto alto foi quando eles tentaram decidir qual era a melhor história dentre Os Contos de Beedle, O Bardo. Não chegaram a nenhum consenso.

A viagem passou tão rápido que, quando eles se deram conta, já estavam chegando na escola. Rose não teve que se preocupar muito com isso, mas Albus e Scorpius correram para colocar as vestes. Pararam brevemente na estação de trem de Hogsmeade para pegar os alunos que moravam lá e, finalmente, chegaram em Hogwarts. A estação era maravilhosa e, de longe, eles conseguiam ver o castelo. O coração de todos os alunos bateram mais forte ao ver a escola.

Quando desceram do trem, foram recepcionados por Hagrid, o guardião das Chaves e dos Terrenos de Hogwarts. Scorpius ficou um tanto assustado e com os olhos arregalados quando viu o tamanho do homem e seu medo aumentou quando, com sorrisos nos rostos, Rose e Albus acenaram para o grandão.

— Alunos do primeiro ano, me sigam! — Ele gritava.

— Oi, Hagrid! — Os primos disseram em coro.

— Rosie, Albus! Como vão? — O meio-gigante se pôs a responder, acenando com a mão enorme.

Nenhum dos dois teve a chance de responder, visto que as crianças do primeiro ano terminavam de descer do trem. Os três, Scorpius, Albus e Rose, sempre se mantinham juntos. Hagrid se apresenteu e todos o seguiram até o começo do Lago Negro, onde pegaram barcos. O céu estava escuro, o que só deixava tudo mais emocionante para todos os novatos.

— Ah, graças a Merlin, não vamos nos Testrálios! — Albus suspirou aliviado ao avistar os botes.

A medida que iam se aproximando do castelo, ele parecia ficar mais brilhante e mais belo. Conseguiam ver as torres, a floresta, os detalhes, as luzes acesas, o Salgueiro Lutador enquanto chegavam pelo lago. Rose deixou escapar um uau; já ouvira muitas vezes seus pais falando sobre Hogwarts, mas a sensação de ver a escola pela primeira vez era simplesmente única.

Hagrid guiou as crianças até a entrada do castelo e, depois, até uma sala antes do Salão Principal. Lá, o professor Longbottom esperava todos com um sorriso no rosto. Albus acenou para o padrinho e, Rose, assim que o viu, também acenou, sorrindo. Scorpius começava a achar que eles conheciam todos dentro daquela escola. Uma garota loira do lado deles ficou extremamente vermelha e o professor riu ao vê-la. Scorpius ficou confuso.

— Boa noite! Bem-vindos à Hogwarts. Eu sou o professor Longbottom de Herbologia e diretor da Grifinória. — Ele sorriu, um tanto orgulhoso. — Em algum minutos vocês vão entrar nessa sala... — Ele apontou para a grande porta atrás de si. Todos os anos tentava reproduzir a mensagem acolhedora que recebera da professora McGonagall, agora aposentada, em seu primeiro ano. — e ter o melhor jantar de suas vidas. Mas antes, vocês serão selecionados para suas casas. — Alguns nascidos trouxas se olhavam, um pouco confusos. — Corvinal, Grifinória, Lufa-Lufa e Sonserina. Enquanto vocês estiverem aqui, a casa de vocês será como a família de vocês... Poderão ganhar e perder pontos para ela, já que no final do ano sempre temos a Taça das Casas. A casa com mais pontos ganha. — Ele abriu outro sorriso acolhedor. — Vamos?

Entraram pelas grandes portas que se abriram sozinhas e Scorpius se sentiu intimidado. Ficou com um pouco de vergonha porque viu que Rose estava maravilhada, toda sorrisos, encarando o teto mágico. Mas ao olhar para Albus, viu que ele estava tão nervoso quanto. O professor foi para perto do Chapéu Mágico e começou a chamar os nomes em ordem alfabética, um por um.

Rose estava tão maravilhada. Era tudo tão incrível. Mais bonito do que ela podia imaginar ou sonhar em mil anos. Já sentia-se em casa. Então o professor Neville começou a chamar os nomes dos alunos.

Marcus Adams, um garoto negro e alto, Grifinória. Bree Barnes, loira e sardenta, Sonserina. Aurora Bones, loira e alta, Lufa-Lufa. Sophie Jung, de olhos pequenos e cabelos negros, Sonserina. Henry Boyne, pequeno e nervoso, Lufa-Lufa. Angus Buckley, alto e de cabelos castanhos, Lufa-Lufa. Mackenzie Campbell, cabelos castanhos na altura do ombro e olhos grandes, Corvinal. Thomas Carter, alto e com lindos cabelos castanhos que iam até seu ombro, Grifinória. Que demora. O nome dela não iria ser chamado nunca?

Taylor Cass, cabelos ruivos e lisos e pele morena, Grifinória. Benjamin Clark, que parecia ser asiático e tinha olhos perfurantes, Corvinal. Howard Collins, pequeno e de cabelos loiros, Grifinória. Crystal Gomez, pele morena e cabelos negros, Lufa-Lufa. Ramona Goyle, pele pálida e uma expressão não muito amigável, Sonserina. Leslie Hart, negra e alta, Sonserina. Matthew Higgins, cabelos negros e um rosto fino, Sonserina. Lewis Higgs, cabelos loiros e olhos azuis, Sonserina. Tanya Hitchin, cabelos castanhos e olhos grandes, Corvinal. Noah Hornby, pequeno demais e com cabelos loiros, Lufa-Lufa.

A cada nome chamado, Scorpius sentia suas mãos suarem mais. Seu nome se aproximava. Seu primo havia sido mandado para a Sonserina. E se ele não fosse? Parecia que ia vomitar, como no dia que comeu um feijãozinho com gosto de cera de ouvido. Será que ele ia desmaiar? Não sabia como era a sensação de desmaiar. Parecia ser ruim.

Charlie Jones, cabelos rente ao ombro e olhos verdes, Sonserina. Melody Jordan, pele negra e um sorriso grande, Grifinória. Connor Lloyd, cabelos castanhos e nariz redondo, Grifinória. Alice Longbottom, cabelos castanhos e pequena, filha do professor, amiga de Rose e Albus. Scorpius soltou uma exclamação ao seu lado ao ouvir o nome da menina, Rose não entendeu o porquê. Grifinória. Dexter Macmillan, loiro e com um ar assustado, Lufa-Lufa.

Scorpius Malfoy.

Rose olhou para o lado. O garoto estava tremendo. Ela o empurrou levemente.

Scorpius andou vagarosamente até o chapéu. O professor o encarava com estranheza, mas balançou a cabeça, como que o incentivando a se sentar. Abriu um sorriso imperceptível e pôs o chapéu nos cabelos longos de Scorpius assim que ele se sentou no banquinho de madeira à sua frente. No mesmo instante, uma voz encheu sua mente.

Você é inteligente. Muito. Demais... Poderia ir para a Corvinal.

A primeira palavra que veio à mente de Scorpius foi não. Não, não e não. Por favor.

Certo, então. Você é determinado, Scorpius. Ambicioso, também, como seu pai, porém mais gentil. Esperto. Tem um grande futuro esperando por você. Não desperdice-o.

Antes que ele pudesse dizer algo em resposta, o chapéu gritou para todos que ele iria para a Sonserina.

Não pôde evitar de abrir um sorriso enquanto andava para a mesa onde todos usavam vestes verdes e prateadas e sorriam para ele como se ele já fizesse parte da família há muito tempo.

Rose não conseguiu deixar de sorrir ao ver Scorpius andar para a mesa da Sonserina. Era o que ele queria, portanto, o que ele merecia. Voltou a escutar os nomes. Faltava muito para o seu?

Juliet Moore, sorridente e com lindos olhos azuis, Corvinal. Justine Nicholas, cabelos curtos e ruivos, Corvinal. Madeleine Peck, cabelos brilhantes e castanhos que iam até a sua cintura, Lufa-Lufa. Albus Potter. Os olhos de Rose se arregalaram e ela abriu um sorriso enorme ao ver o primo andando, determinado, até o banquinho de madeira.

Ele demorou. Bastante. Era a escolha mais demorada até agora. Minutos, que pareciam horas, se passaram, até que o Chapéu anunciou a Sonserina como a nova casa de Albus. Ele sorriu. Rose teve vontade de chorar de alegria e abraçar o primo, mas não saiu do lugar. James se levantou rapidamente da ponta da mesa da Grifinória e abraçou o irmão, que ficou vermelho, mas retribuiu o abraço com carinho. Rose estava tão orgulhosa.

Albus Potter sentou-se do lado de Scorpius, que o cutucou com o cotovelo e sorriu.

— Sonserina, hein? — Ele sussurrou, observando pelo canto do olho a próxima pessoa. Dean Reynold, baixo e confiante em seu andar, Corvinal.

— Pois é — O moreno respondeu. Scorpius teve a impressão que ele estava estufando um pouco o peito e riu com o pensamentos antes de voltar toda a sua atenção para o resto da seleção.

Polly Russell, loira e sorridente, Lufa-Lufa. Colin Smith, cabelos castanhos e penteados para trás, Lufa-Lufa. Meredith Sullivan, cabelos negros e olhos azuis, Lufa-Lufa. Amy Summers, ruiva e com o rosto redondo, Grifinória. Gwen Sykes, loira e olhos elétricos, Grifinória. Cameron Tuft, cabelos negros e passos vagarosos, Corvinal. Finn Vane, sorriso enorme e cabelos cor de chocolate, Corvinal. Quentin Warren, rosto fino e olhos extremamente redondos, Corvinal.

Rose Weasley.

O sorriso que estava lá o tempo todo pareceu apagar-se. Ela olhou para os lados. Talvez esperasse que alguém a empurrasse, como havia feito com Scorpius. Só tinham mais dois garotos que não pareciam estar dispostos a ajudá-la. Scorpius queria estar lá para empurrá-la.

Ela engoliu em seco, ergueu a cabeça e subiu as escadas.

Rose andou, determinada, até o banquinho de madeira. Por um momento, ficou nervosa. Mas respirou fundo como sua mãe tinha ensinado e subiu a pequena escadaria. O professor Longbottom, sorrindo, colocou o chapéu em sua cabeça e, em questão de segundos, ela pôde ouvir a voz dele.

Outra Weasley, por Merlin... Ah, sim, exatamente como os pais! Corajosa, audaz, inteligente. Muito inteligente. Poderia até lhe mandar para a Corvinal, mas... Não. Não poderia ir para outro lugar a não ser...

Ele bradou Grifinória e Rose andou até a mesa que a aplaudia com força com um sorriso enorme no rosto. Seus primos a abraçaram e Alice sorriu para ela do outro lado da mesa. Depois que se sentou, mais dois garotos foram selecionados. Jamie Wood, que tinha cabelos claros, Grifinória. Luke Zabini, negro e esguio, Sonserina.

Da sua mesa, ela olhou para Albus e Scorpius, que sorriam para ela do outro lado do Salão. Ela retribuiu o sorriso com entusiasmo. Parecia que ela podia explodir a qualquer momento, transformando seu corpo numa chuva de felicidade que iria contaminar todos no local.

O jantar foi ótimo. Torta de abóbora, um peru maravilhoso, muito pudim. Rose comeu até não conseguir mais, Scorpius notou. Até pensou que ela estivesse um pouco inchada. Ele e Albus riram durante todo o jantar junto com os garotos que tinham entrado na Sonserina com ele até a hora que a monitora precisou levá-los para a sala comunal.

Desceram até as masmorras, o que assustou aos dois garotos menos do que a Seleção. A monitora ensinou-lhes a senha e quando eles entraram, ficaram embasbacados. Tudo naquele castelo era maravilhoso, por Merlin. O lugar era todo decorado com lâmpadas e cadeiras esverdeadas. Tinha um certo tom esverdeado vindo das janelas...

— Estamos debaixo do Lago Negro? — O garoto que se chamava Benjamin, pelo o que Scorpius se lembrava, perguntou. Em resposta, a monitora afirmou com a cabeça, sorrindo de lado.

— É bem relaxante, sabe, de noite. Ajuda a dormir.

Os sofás eram de couro verde, as poltronas eram baixas e pretas. Haviam armários de madeira escura com frascos e livros dentro. Era um lugar grande e frio. Havia um quadro de avisos no canto da parede e a monitora explicou que era onde anotavam as senhas, que mudavam a cada quinze dias. Era decorada com tapeçarias de cores escuras e havia uma grande lareira em uma das paredes, com uma enorme cobra de pedra em cima.

Ela mostrou onde eram os dormitórios e falou que os uniformes novos e os materiais já estavam em seus quartos. Todos subiram, extremamente animados e, logo depois de todos os meninos tomarem banhos e se aprontarem para dormir, Albus e Scorpius foram até suas malas para apanhar pergaminho e tinta. Haviam pego camas que ficavam uma do lado da outra; em frente à eles, dormiam Luke e Lewis; na outra parede, igualmente perto, Matt.

Albus se pôs a escrever rapidamente, ignorando a conversa contínua dos outros três garotos no cômodo. Scorpius encarou o pergaminho por alguns minutos antes de começar a escrever.

“Queridos papai e mamãe,

Estou com saudades. Como vão as coisas por aí? Estão com saudades de mim? Tudo aqui é maravilhoso. A comida daqui é legal, mas não é tão boa quanto a sua, mãe. E fui selecionado para a Sonserina! Não é super legal? A Sala Comunal fica nas masmorras e me disseram que às vezes dá pra ver a Lula Gigante, é verdade, papai?

Eu já fiz amigos, aliás. Sabem aqueles dois que vimos na estação, Albus Potter e Rose Weasley? Eles são super legais. Albus também veio pra Sonserina. Rose está na Grifinória. Eles também gostam de ler, mamãe!

Bem, amanhã tenho aula de Herbologia e Transfiguração, acho. Não lembro. Será que é feitiços? E aula de voo na quinta! Estou muito ansioso. Estou com muitas saudades. Tchau!

Scorp”

Sorriu ao terminar e carta e assinou com seu apelido. Dobrou-a e colocou embaixo do travesseiro. Antes do café, iria até o corujal para enviá-la. Olhou para Albus, que terminava a carta e sorriu para o garoto. Ele sorriu de volta, colocando a carta em sua mesinha de cabeceira.

— Está ansioso? — Albus sussurrou. Gastaram muito tempo com as cartas, então os outros meninos já estavam dormindo e não queriam acordá-los.

Ele assentiu baixinho, juntando as pernas e descansando o queixo nos joelhos.

— Também. Boa noite, Scorpius!

— Boa noite, Albus — Ele sorriu e se deitou, se cobrindo completamente com as novas cobertas que, aliás, eram muito confortáveis.

Fechou os olhos e esperou o sono chegar enquanto escutava a água do lago batendo nas janelas. Estava tão feliz que tinha medo que a felicidade pudesse escapar dele por alguma fresta, então enrolou-se com mais força no cobertor até que finalmente conseguiu dormir.

Rose entrou pelo buraco do retrato na Torre da Grifinória depois de subir muitas escadas e, por Merlin, ela realmente achou que podia explodir a qualquer momento. Tanto porque tinha comido bastante quanto porque sentia-se mais feliz a cada momento que passava no castelo.

Foi direto para o dormitório depois que o monitor indicou o caminho, tomou um banho e apanhou pergaminho e tinta para fazer uma carta para os pais e para o irmão. As garotas no mesmo dormitório conversavam animadamente, mas ela não se desconcentrou e se pôs a escrever.

“Pai, mãe e Hugo,

Estou tão feliz!!! Tudo aqui é maravilhoso e a comida é simplesmente fantástica, e, adivinhem só?? O Chapéu Seletor me mandou para a Grifinória!!!!! Leram isso??? Sou uma grifinória, assim como vocês!!

Albus foi para a Sonserina, mas está muito feliz. Achei muito legal!! E sabe aquele garoto que parece um albino que vimos na estação, pai??? Então, eu conheci ele assim que entrei no trem!! Ele é legal, até. Gosta até de ler, mãe, mas nunca leu Peter Pan. Achei um absurdo!!!!!! E a história favorita dele de Beedle, O Bardo é o Conto dos Três Irmãos, o que eu achei estranho, porque me assusta muito.

O castelo é lindo e os professores são muito legais!!! Foi tio Neville que nos recebeu!!! Também vi Hagrid, mas não tive muito tempo de falar com ele... Vi James, Dominique, Molly, Victoire, Fred... Hugo, você vai simplesmente amar quando finalmente vier. Amanhã temos aula de Herbologia de manhã e Feitiços de tarde!! Estou muito empolgada!!!! Mal posso esperar!!!

Muitos beijos,

Rosie.

P.S.: Sei que preciso trabalhar na pontuação, mãe, mas preciso expressar minha felicidade com as exclamações!!!!”

Colocou o último pingo com um sorriso no rosto e dobrou a carta com perfeição, pousando-a com cuidado na mesa de cabeceira ao seu lado. Se deitou e ficou encarando o teto, até que o sono foi demais e acabou fechando seus olhos.


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Notas finais do capítulo

Antes de tudo: se acostumem porque minhas notas são GIGANTES! HAHAHAAHA
Gente, QUE LOUCURA! Dois dias e VINTE E SETE LEITORES!! Uau! Obrigada por estarem dando uma chance à Probabilidade ♥
Como eu disse nas notas da história, eu sou bem imprevisível. Tô postando esse agora, o dois pode vir daqui a dois dias ou daqui a duas semanas. Eu tô tendo uma prova toda semana e tá punk aqui a situação :(
Well, vamos lá ♥ provavelmente todos os capítulos vão ser nessa média de palavras HAHAHAHAH o próximo provavelmente vai ser grande assim e vai ser o último do primeiro ano, visto que eu quero me aprofundar mais em quando eles estiverem mais velhos. Como eu disse, não foi amor NEM ódio a primeira vista, bem longe disso! Eles eram só crianças que achavam nojenta a ideia de beijar.
Mas e aíííí, gente? Gostaram? O que acharam da narração? Como eu tô numa vibe MUITO Eleanor & Park, eu não resisti à ideia de escrever assim. E o trocadilhozinho com probabilidade no começo? HAHAHAH vou, sempre que puder, jogar algum no capítulo. Os OC's, como as meninas que ficaram na Grifinória com Rose e os meninos que dividem o dormitório com Albus e Scorpius, vão aparecer mais e vocês vão conhecer mais sobre eles. E as personalidades, como estão? Reais? HAHAHA sempre imaginei a Rose espevitada e o Scorpius mais na dele. E a seleção? Legal? E O NEVILLE??????? NEVILLE MOZÃO ♥ Enfim, gente, me contem todas as suas opiniões, me digam o que não gostaram, no que eu posso melhorar, tudinho! Beijãoooooooo e até o próximo ♥