Heartbreaking Romance escrita por carol_teles


Capítulo 9
Uma vida salva a outra.


Notas iniciais do capítulo

Faz tempo que não posto né, pessoal?
Sorry, completamente sem tempo. Esse é o último capitulo dessa história. Mas não se preocupem. Vou postar outra história que vai ser a continuação dessa.
Um aviso galera: A próxima história vai ser bem mais Naru e Mai do que essa. >.



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- Pai nosso que estás no céu… - Jonh dizia, no meio da sala, de frente para o buraco. Os outros estavam espalhados ao redor da sala, observando o padre fazer seu exorcismo. Masako estava um pouco atrás de Jonh com Yasuhara ao seu lado, pois ela tentaria falar com a criança e convencê-la a ir em frente. Naru estava com Mai de frente para Jonh, e Lin atrás dele para protegê-lo. Ayako e Bou estavam com Jun no final da sala, perto da cozinha.

- …E a luz brilhou na escuridão e a escuridão compreendeu que não.

Mai podia sentir a temperatura no comodo descendo drasticamente enquanto jonh recitava os últimos versos de sua oração. Os objetos começaram a tremer e gritos irrompiam de todos os lados, cheios de dor, medo e sofrimento. Após alguns segundos, Hei aparece.

- Você já morreu, Hei-kun. – Jonh sorri gentilmente – Por que não seguiu a luz?

- Luz?

- Sim, a luz o levará para o céu, ao reino de Deus.

- Onde está Okaa-san? E Oto-san? – o garoto pergunta, olhando ao seu redor.

- Eles estão esperando por você do outro lado da luz. – Masako diz, sorrindo.

- É mentira! – o garoto grita e um vaso voa por cima da cabeça de Jonh, errando por poucos centímetros – O homem mau pegou eles! Vocês estão com o homem mal! Querem machucar meus pais!

Os espíritos de mulheres voam em direcção a Jonh e Masako, irritadas e em dor ao mesmo tempo.

- Parem! O lugar de vocês não é aqui. – Masako diz, sofrendo ao ver almas em tamanhos desespero e dor.

- Naumaku sanmanda bazaradan kan! – Hoshou diz seu mantra e as mulheres são envoltas em luz e desaparecem.

- A culpa é sua! – Hei grita, chorando e apontando para Jun ao lado do monge – Você matou meus pais!

- Jun! – Mai grita, mas Naru a impede de ir até lá.

- Ei! Me soltem! Eu não matei ninguém! – ele agita os braços, tentando de livrar dos espíritos que o atacavam.

- Jun!

Lin assobia e logo seus três shikis aparecem, atravessando espíritos de homens e mulheres, fazendo-os sumir. Jun suspira aliviado e Hei grita mais ainda, fazendo mais espíritos aparecerem e dessa vez atacarem a todos.

- Rin, Pyou, Tou, Shah… - Mai e Ayako repetiam, enquanto Jonh rezava, Hoshou dizia seu mantra e Lin usava seus shikis.

- Hei-kun, seu lugar não é mais aqui. – Masako diz, tentando seu máximo para não olhar as almas ao seu redor - Você e seus pais morreram. Siga em frente.

- Oto-san! Onde você está?!

- Mei-san, Takumi-san! Hei-kun está chamando vocês! Por favor, apareçam! – Mai grita em sua mente, olhando para todas aquelas almas em dor e desejando que tudo acabe.

- Hei. – uma doce voz ecoa pela sala – Hei.

- Okaa-san? – o garoto para de gritar e os espíritos se acalmam, alguns desaparecendo.

- Filho, pode sair. – Takumi aparece, sorrindo – Está na hora de irmos. – ele estende a mão.

- Oto-san!

- Hei, vamos. – Mei sorri e o garoto obedece, correndo até eles e pulando no colo do pai, sorrindo e sendo envolvido na luz junto de seu pai e desaparecendo.

Algumas mulheres desapareceram juntos com eles, mas novas surgiam, mais violentas e com um aspecto pior, atacando Mai e os outros.

- Naumaku sanmanda bazaradan kan. – Hoshou diz repetidas vezes.

- Está vindo. – Masako avisa.

Os pêlos dos braços de Mai se arrepiam ao ver aquela figura aparecer na sua frente, olhando-a como se ela fosse algo para comer.

- Mei… - Hiroshi murmura, estendendo os braços em direcção a ela.

Mai tenta se afastar, ir para qualquer lugar longe dele, mas seu corpo estava preso. Ela queria gritar, mas a voz não saia. O terror daquele sonho voltava e insistia em fazer a garota relembrar de todos os momentos dolorosos.

- Mei… Mei, por que? – Mai levanta o olhar, mas não vê o rosto cheio de fúria que esperava. Hiroshi estava imerso na tristeza e no sofrimento, seus olhos um poço de arrependimento.

- Hiroshi-san, ela não é Mei-san. – Masako diz – Por favor, pare de machucar essas mulheres e siga em frente.

- Calada! – Horoshi move um braço e uma lufada de ar joga Masako nas parede, tirando o ar dos pulmões dela e deixando-a inconsciente.

- Por que insiste em ficar aqui? – Naru pergunta – Quer vingança?

- Você roubou Mei de mim, Takumi! – Hiroshi diz, avançando em direção a ele, mas parando ao ver Mai tomar a frente dele.

- Ele não é Takumi-san. Deixe-o em paz. – a garota diz, séria, com os braços estendidos de uma forma protetora. Ela morreria antes de deixar alguém machucar Naru ou qualquer um de seus amigos.

De repente Hiroshi começa a gritar em agonia, fazendo a casa tremer, coisas voarem no ar e os outros espíritos gritarem também, desesperados. Jonh e Hoshou estavam começando o Jorei.

- Ninguém vai me impedir! – ele grita, olhando furiosamente para os dois que são jogados no ar repetidas vezes antes de caírem inconscientes.

Lin corre para Masako e Yasuhara em direção ao monge e o padre, tentando acordá-los. Hiroshi olha para os dois e sem motivo, eles desmaiam.

- Bou-san! Lin-san! Yasuhara-san!

- Pare com isso. – diz Ayako, olhando de relance para os amigos inconscientes – Assim você só machuca a si mesmo.

- Não me atrapalhe.

- Deixe-nos em paz! Essas mulheres já estão sofrendo igual a você! Agora vá, seu lugar não é aqui. – Ayako começa a recitar sua oração.

- Não! – Hiroshi grita, fazendo todos os espíritos irem em direção a ela.

- Ayako! – Mai tenta ire até lá.

- Não. – Naru a olha, sério.

- Ayako! Rin, Pyou, Tou… - Mai repete o mantra diversas vezes, tentando ajudar a amiga e se proteger, mas eram muitos e ela era só uma.

- Mei, você será minha! – Hiroshi se vira para Mai ao mesmo tempo em que Naru toma sua frente.

- Por que está machucando meus amigos?! – Mai grita, chorando.

- Minha…

- Qual é o seu objetivo? – Naru pergunta – Mei-san já se foi, por que continua aqui? Não está solitário, já que tem vários espíritos de mulheres com você. O que quer?

- Cale-se!

- Você só está se machucando e aos outros! – Mai diz – Pare… Por favor, Hiroshi-san.

- O que você sabe?! – Hiroshi grita – Você também está fazendo alguém sofrer, não é? Me deixem em paz!

- Eu… - Mai olha para baixo. Era verdade. Ela estava fazendo alguém sofrer. Jun sofria por seus sentimentos não correspondidos. Mai machucava Naru ao ter sentimentos por ele já que ele pensava que estava servindo de substituto para seu irmão. E Gene… Ele podia estar sempre sorrindo, mas Mai sabia que ele sofria toda vez que a via, lembrando-se que estava morto.

- Mai! – Naru empurra a garota pro lado, caindo no chão antes de uma cadeira acertá-los.

- Naru! Você está bem? – Mai o olha, preocupada.

- Vá acordar Bou-san. Precisamos dele agora. – Naru ordena.

- Mas e você?

- Vá.

Mai se levanta, correndo até o monge enquanto desviava de talheres, vasos e outras coisas que voavam pela sala.

- Bou-san! Bou-san, acorde! Precisamos de você! – Mai mexe o corpo dele, tentando despertá-lo. – Naru, ele não está acordando!

- Faça alguma coisa!

- Bou-san! Bou-san! – Mai tentava de tudo, até mesmo bater nele, mas nada parecia acordar o monge.

“Sinto muito”

- Hã? O que? – Mai olha para os lados, procurando o dono da voz e então vê Hiroshi. Era ele. Ele tinha dito aquilo. Ele não estava solitário, nem queria vingança. Ele estava arrependido, triste. Ele podia amar Mei, mas só queria o seu perdão.

- Hey! Hiroshi-san! – Mai grita, chamando a atenção do espírito e do chefe, que a olhou irritado. – Você está arrependido, não é? Não está atrás de vingança, só quer ser perdoado por todas as coisas ruins que fez. – Mai percebe a mudança na expressão dele e continua – Você está com raiva da Mei-san porque  ela se desculpou quando você deveria ter se desculpado. Você mata as mulheres porque quer se desculpar, mas não consegue.

- Você e eu somos iguais! – Hiroshi grita, jogando Mai contra a parede. Ela fica no chão tentando respirar, mas logo se levanta. Não desistiria agora.

- Eu sei… Eu sei que estou machucando muitas pessoas, mesmo que eu não perceba. É normal, sou humana. Mas se eu machuco alguém, digo sinto muito. E você?  O que faz?!

- Mesmo que eu me desculpe não tenho certeza de que vou ser perdoado! – grita Hiroshi.

- E dai?! Você não vai saber se não tentar! Pare de fugir de seus sentimentos e medos e enfrente eles!

Naru recua ao ouvir essas palavras. Ele estava fugindo também. Fugindo de seus sentimentos com medo do que aconteceria se admitisse o que sentia por Mai. Mas era assustador não saber a resposta. Desde quando ele tinha medo de ser rejeitado? Não, não era isso. Ele tinha medo de que se admitisse amá-la, iria perdê-la. Como seu irmão.

- Ela não vai me perdoar!

- Pensei que fosse o melhor amigo da Mei-san. Ela não é esse tipo de pessoa. Ela vai lhe perdoar. – Mai nota os tremores diminuindo.

- Eu estava com medo. Medo dela me odiar.

- Ela não odeia você e nem vai. Mei-san gosta muito de você.

- Mas ela não me ama.

- As vezes o amor não é como esperamos. – Mai diz com um sorriso e percebe Naru olhando-a fixamente. Parecia imerso em pensamentos.

- Mei, você está ai? – Hiroshi pergunta, sorrindo.

- Eu sempre estive perto de você, Hiroshi. – Mei sorri, aparecendo na frente do homem.

- Eu te amo.

- Eu sei.

- Eu… sinto muito. Em toda a minha vida, você era a única… a única que eu queria proteger e impedir de se machucar. No final, fui eu quem lhe machucou mais. – as lágrimas quase invisíveis caiam por sua face. Finalmente havia dito.

- Hiroshi…

- Eu sinto muito, Mei. Por tudo que fiz. Não preciso do seu amor, apenas seu perdão.

- Hiroshi, eu nunca estive brava com você. Sabia desde o começo que você era quem mais sofreria com minhas decisões, mas tentei ignorar. Me desculpe se o deixei triste. Me perdoe por ser alguém tão egoísta.

- Não, Mei! Eu sou o único egoísta. Eu sinto muito.

- Eu já disse Hiroshi, está perdoado.

- Eu só desejo que seja feliz. – ele sorri.

- Obrigada. – Mei sorri - Mai?

- H-hai? - ela pergunta, surpresa.

- O amor é cheio de surpresas.

- O que isso significa?

- No momento certo irá saber. – ela sorri – Hiroshi, vamos. Estão todos esperando. Quero que conheça meu filho.

- Sim. – ele olha para Mai – Sinto muito por seus amigos.

- Tudo bem. Já estão acostumados com isso.  – Mai ri e o homem sorri.

Mei e Hiroshi são envolvidos em uma luz, que crescia e crescia, mas de repente os espíritos das mulheres atacam o homem, gritando e chorando.

- Não vai nos deixar. Não queremos ficar sozinhas! – todas diziam em meio a gemidos de dor e gritos de agonia.

- Hiroshi! – Mei grita, desaparecendo.

- Mei! Não! – Hiroshi estica a mão, mas a mulher desaparece antes. Ele tentava lutar contra as mulheres, mas eram muitas.

- Mai! Saia dai! – Naru grita.

- Eh? – então tudo escurece.

- O que estou fazendo aqui? – Mai olha para os lados e para baixo, vendo então um aglomerado de fumaça branca no centro da sala. Então ela percebe que não era fumaça, mas sim os espíritos.

- Hiroshi-san! – Mai grita, mesmo sabendo que ele não escutaria.

Ela olha para toda a sala, certificando-se de que seus amigos estavam bem. Então ela vê seu corpo e Naru ao seu lado, tentando acordá-la.

Mai volta sua atenção a Hiroshi. Como ela poderia ajuda-lo? Não tinha poder nem habilidade para exorcizar todas as mulheres e Bou, Jonh e Ayako estava desacordados. Naru estava exausto e sem condições de usar seus poderes e mesmo que tivesse, Mai não permitiria. O que ela podia fazer?

- O que Gene faria? – pergunta a si mesma. Gene já havia lhe dito que quando estava vivo era um poderoso médium e exorcista. Se ele estivesse ali, poderia resolver o problema. Se Gene estivesse vivo…

“Você tem o poder”.

“Você pode salvá-los”.

- Uma vida salva a outra… - Mai já sabia o que faria.

- Mai. Mai, acorde. – Naru chama, já começando a se preocupar. O armário havia caído bem em cima dela e tinha coisas voando por toda a sala - Mai!

- Já… estou acordada. – Mai abre os olhos, sentando-se devagar e ignorando a dor em seu braço – O que quer fazer?

- Eu não posso usar PK, então por hora nosso plano é acordar alguém que consiga fazer um exorcismo.

- Eu sabia. – Mai olha para Hiroshi e depois volta a olhar para o chefe – Ei, você está triste porque o Gene morreu, não é? – Naru a olha. Por que ela estava falando dele agora? – Você sente falta dele.

- Mai, você bateu a cabeça?

- Eu sinto muito se te magoei. Sinto muito mesmo. – Mai sorri, mas seu olhar não parecia feliz – Eu vou te devolver ele, Naru. Vou devolver o que é mais precioso a você.

- Mai, você não est…

- Uma vida salva a outra.

- Mai! – Naru pega a garota inconsciente nos braços.

- Gene, está pronto?

- Você não pode fazer isso. Mai!

- Vou ficar bem, não se preocupe.

- Não, você não vai! Pense no Noll! Ele vai ficar triste se fizer isso.

- Ele vai ficar feliz por vê-lo de novo.

- Não, Mai. Por favor! – Gene a abraça – Não faça.

- Salve Hiroshi-san.

- Mai! Nã… - ele desaparece.

- Está na hora. – Mai sorri, estendendo a mão para a sombra e desaparecendo.

- Mai, acorde! Bou-san, Jonh, Lin. – Naru tentava acordá-los em vão. Hiroshi ainda gritava, sendo atacado pelos espíritos das mulheres que matou.

De repente, uma luz envolve o corpo de Mai e sai do corpo dela, flutuando no ar. Hiroshi some, assim como todas as mulheres, que agora sorriam, como se estivessem felizes. Tudo ficou calmo e Naru ficou ali, tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Então escuta uma voz atrás de si.

- Estou de volta, Noll.

- Já faz uma semana, não é? – pergunta Jonh.

- Ainda me sinto um inútil por não ter feito nada naquele dia. – Bou suspira.

- E aquela dupla de irmãos demoníacos se recusa a dizer o que aconteceu. – Ayako reclama.

- Sinto falta da Mai. – Bou diz e Yasuhara concorda.

- Não é divertido perturbar vocês.

- Hey, quem ganhou a aposta?

- Ninguém, ainda. – responde Masako.

- Por que temos que vir aqui todos os dias? – reclama Ayako – O ar é deprimente e acaba com minha pele. Olha o meu cabelo! Ta um ninho!

- Sempre foi assim. OWW! O que foi isso? – Hoshou a olha, massageando a cabeça.

- Cala a boca.

- Fiquem quietos.  Esse é um lugar de paz. – Masako diz.

- Bom dia. – comprimenta Hoshou, ainda massageando sua cabeça.

- Oi. – Jun sorri, sentando em um a cadeira.

- Como ela está? – Jonh pergunta, olhando para a garota deitada na cama branca.

- Normal.

- Por que ela não acorda?

- Talvez a cabeça dela esteja ruim.

- Mais do que antes? – pergunta Ayako, rindo.

- Mesmo assim… Não pensei que Shibuya-san viesse visitá-la todos os dias. – comenta Jonh, olhando para Naru, que estava ao lado da cama com um livro na mão.

- Tem uma aura estranha vindo dele. – Yasuhara comenta – Acho que está irritado.

- Por que?

- Não sei, mas acho melhor não falar com ele agora, ou vamos ser mortos só com um olhar.

- Realmente… Se for ele, é capaz. – Bou sorri.

Uma semana havia se passado desde que Naru declarara o caso Hiroshi fechado. Mai estava no hospital desde então. Gene havia voltado do mundo dos mortos misteriosamente e agora todos aguardavam o despertar de Mai.

De repente a máquina que vistoriava os batimentos cardíacos de Mai acelera. A garota começa a se mexer na cama, inquieta, virando o rosto de um lado para o outro e agarrando-se ao lençol.

- Ei, o que está acontecendo? – Bou pergunta, preocupado.

- Não sei. – Masako responde, igualmente preocupada.

- Matsuzaki-san, você é médica. Por que ela está assim? – Yasuhara pergunta.

- Ela está bem. – diz Naru, fechando o livro.

- Como você pode saber? – pergunta Jun, irritado.

- É apenas um pesadelo. – Naru olha para a garota na cama – Aconteceu o mesmo quando trouxe ela para cá.

- Pesadelo?

- Só isso?

- Mai, acorde. – Naru chama, em pé, ao lado dela.

- Você realmente acha que ela vai acordar só porque você está chamando?

- Mai. – ele diz novamente, mudando levemente o tom de sua voz. Mai se senta de uma vez, ofegando, com os olhos arregalados.

- Mai-chan?

A garota deixa seu corpo cair, deitando novamente na cama, enquanto Naru voltava a sentar. Gradualmente, os batimentos cardíacos dela foram se normalizando.

- Estou… morta? – a voz dela vem fraca e rouca.

- Não. - responde Naru.

- Tem certeza?

- Sim.

- Então onde estou?

- Hospital.

- Você está bem, Mai-chan? – Jun pergunta, preocupado.

- Não sei. – ela diz, sentando-se na cama e olhando para todos os amigos. Então ela começa a chorar.

- O q-que?

- Você está sentindo dor?

- N-não. Só estou feliz que todos estejam bem. – ela sorri, enxugando as lágrimas.

- Você é mesmo sem jeito. – Ayako sorri.

- Completamente. – Masako sorri também.

- O que houve? – Mai pergunta – E Hiroshi-san?

Todos se calam e olham para Naru, esperando uma resposta e com sorte uma explicação. Ele era o único ali que sabia o que havia acontecido.

- O caso foi encerrado.

- E Hiroshi-san? Ele está bem?

- Sim. – responde o chefe. Mai ficou feliz ao saber disso, mas percebeu a situação em que se encontrava ao mesmo tempo.

- H-há quanto tempo estou aqui? – ela pergunta, com medo da resposta.

- Uma semana. – responde Jonh, sorrindo.

- Mentira! Eu não tenho dinheiro para pagar a conta! – ela começa a se desesperar – Vou ter que arranjar mais empregos. Oh meu deus, não vai dar. Vou ter que me vender! Ahh, vai ter um velho pervertido! Não, não! Tenho que sair daqui!

- Mai, calma. – Bou sorri.

- O SPR está pagando tudo, Taniyama-san. – diz Lin, sorrindo.

- Sério? – Mai o olha e então para o chefe, que continua sem expressão.

- Além disso – Ayako diz – Ninguém iria querer comprar uma tábua como você.

- Não sou uma tábua! – Mai diz, irritada ao ver Masako e Ayako rindo. Então ela sorri maliciosamente – Ao menos não tenho peitos caídos, obaa-san.

- Obaa-san!? – todos riem – Pelo menos tenho peitos!

- Eu também tenho!

- Não podemos mudar de assunto? – pergunta Jun, corado.

- Você também acha que eu sou uma tábua, Jun? – pergunta Mai.

- Não! Você é bonita do jeito que é! – ele diz, com o rosto mais vermelho ainda.

- Opa, isso significa que já viu o corpo dela, garoto? – Bou pergunta, sorrindo malignamente – Espero que esteja pronto para enfrentar as consequências.

- N-n-não! Eu não quis dizer isso!

- Ah, ele hesitou. – Yasuhara ri.

- Finalmente você acordou, Mai. – diz uma voz gentil, interrompendo a conversa e fazendo Mai olhar para o local de origem, encontrando uma cópia de Naru parada na porta do quarto, sorrindo.

Os olhos da garota se arregalam, seu queixo cai e a máquina de seus batimentos acelera furiosamente, fazendo a cópia rir. Mai arranca os fios presos ao seu corpo, fazendo a máquina parar.

- Em termos clínicos não sei se isso foi certo. – diz um homem atrás da cópia. Ele tinha os cabelos pretos e os olhos castanhos e vestia um jaleco branco. Mai desviou o olhar da cópia e olhou para o homem fixamente – Você ainda está em observação.

- Papai? – a garota pergunta, sem tirar os olhos dele, vendo-o olhá-la surpreso, então tossir e sorrir.

- Não, desculpe.

- Ah, me desculpe. – Mai tenta sorrir, mas não conseguiu. Todos notaram, mas resolveram permanecer calados.

- Pode me chamar de Ryu. Sou seu médico. – ele sorri.

- Oh, prazer.

- Você parece muito saudável considerando o estado em que chegou aqui. – Ryu diz, andando e parando ao lado dela.

- Como assim?

- Falando directamente, você chegou aqui praticamente morta. – ele diz, começando a examinar Mai.

- Mas eu me sinto bem.

- Você é um caso peculiar. Quando a examinei, não tinha nenhum motivo aparente para estar naquela situação, a não ser o cansaço.

- Quem me trouxe? – Mai pergunta.

- Shibuya Kazuya-san.

- Oh.

- Então, Mai, sente alguma dor? Dores musculares? Dor de cabeça?

- Não, estou bem.

- Seus amigos parecem gostar muito de você. Vieram lhe visitar todos os dias. – ele sorri.

- Sério? – ela sorri, feliz.

- Sim. Mas tem algo que eu ainda não entendi. Qual desses jovens é seu namorado? - todos olham para Mai, esperando a resposta, ansiosos.

- Esse seria eu. – a cópia sorri, indo para o outro lado da garota – Você está bem, meu amor? Eu fiquei muito preocupado quando meu irmãozinho me ligou dizendo que tinha desmaiado.

- D-desculpe.

- Então ele é seu namorado? Muito bonito, devo dizer.

- S-sim. – Mai dá um sorriso forçado. Ryu olha para a cópia por alguns segundos, sério, então, sorri.

- Tome cuidado, Shibuya Kyou-san. – e com isso, o médico sai.

- Então, meu amor? Como se sente? – a cópia sorri, olhando para Mai.

- Okay, quem é você? – Mai o olha.

- Do que está falando, meu amor? Sou eu, Gene.

- Gene está morto.

- Graças a você, não estou mais. – ele sorri – Você está bem, docinho? Eu senti sua falta. Foi tão difícil ficar sem seus beijos.

- Okay, o que diabos está acontecendo?! – Hoshou grita – O que há com toda essa história de meu amor isso e docinho aquilo?!

- Se você é Gene, prove. – diz Mai, ignorando o monge.

- Como?

- Há alguns dias eu estava com raiva do Naru. Do que eu chamei ele?

- Rei dos idiotas. – ele sorri.

- Então o Gene disse…

- Eu disse que ele era lento – Naru fecha o livro com força e Mai pula na cama.

- Gomenasai. – ela diz rapidamente.

- Ficou provado? – ele pergunta, rindo.

- A pergunta final. Eu fiz o verdadeiro Gene usar algo que ele nunca usaria. O que foi?

- Tenho que dizer em voz alta? Tenho uma reputação.

- Qual? – Naru pergunta.

- Noll, não fique tão irritado. – ele sorri.

- O que eu fiz usá-lo?

A cópia se abaixa um pouco e sussurra algo no ouvido de Mai, fazendo a garota sorrir.

- Gene!

- Eu disse. – ele sorri – Que tal um beijo agora que ficou provado que eu sou eu?

- Alo!! Alguém pode nos dizer o que está acontecendo! – Ayako pede – Do que ele está falando? Ele é seu namorado?

- Sim. - Gene diz.

- Desde quando?

- Desde que eu decidi ser o amor da vida da Mai e desejar ter filhos com ela… – ele responde.

- Filhos?! – Hoshou se engasga.

- E desde que descobri que isso irrita muito o Noll. – Gene ri.

- Okay, ganhamos a aposta. – Ayako diz.

- Não! Como íamos saber que ela namorava um cara que voltou a vida misteriosamente há uma semana?

- Meu deus! – Mai diz – Eu não estou namorando ele!

- Não? – Yasuhara a olha, sem entender.

- Não! Ele só está brincando! E que aposta é essa?

- Nós apostamos que você estava namorando o Naru-bou.

- O que é obviamente impossível considerando o fato que Naru nunca se apaixonaria por alguém como Mai.

- Isso é ciúme, Hara-san? – Gene sorri – Além disso, o impossível não existe. Eu sou a prova viva disso.

- Aniki. – Naru interrompe a conversa que na sua opinião era sem sentido – Agora que Mai está acordada e enérgica o suficiente para fazer brincadeiras estúpidas, explique o que aconteceu há uma semana.

- Você não sabe, Naru-bou?

- Isso é raro.

- Shibuya-san não saber algo…

- Ele ainda é muito criança. – Gene sorri – Não conhece bem a vida e o que ela oferece.

- E como você pode saber? – Naru pergunta, seco – Se me lembro bem, você estava morto.

- A morte explica muita coisa.

- Como é do outro lado? – Mai pergunta, curiosa. Então percebe o olhar de Gene sobre si – Desculpe.

- Está tudo bem. Honestamente, eu não sei. Era como se eu estivesse dormindo e acordasse quando você dormia. E devo admitir, você dorme muito. – ele sorri – Era como uma conexão entre mim e você.

- Mas por que eu?

- Ela tem razão. Se era para ter uma ligação com alguém, esse alguém devia ser o Naru. – Masako diz.

- Ah, eu também tenho uma ligação com ele. Ele não disse? – Gene sorri e todos olham para Naru, irritados. – Além disso, eu já conhecia a Mai. Lembra, Noll? Eu disse antes de morrer. – Naru continua olhando-o. Ele lembrava muito bem, afinal fora a última vez que falara com o irmão.

- Explique. – é a única palavra que sai da boca dele.

- Você não mudou nada, Noll. – Gene suspira e então sorri – Talvez um pouco.

- Eu quero uma explicação. Depois poderá brincar de casinha o quanto quiser. – Naru diz.

- Só se a Mai for minha mulher! – Gene sorri, abraçando a garota.

- Agora.

- Hai, hai. Você não é nada legal, Noll. Se você for tão indiferente, ela não vai se importar com você. Não quer que isso aconteça, certo? – de repente, uma almofada voa, batendo no rosto de Gene.

- Cale a boca. Não vou me segurar só porque é meu irmão.

- Noll, Gene, sem brigas. – Lin diz – Gene, não o irrite.

- Por que? É divertido e faz um bom temp… - os três continuam falando em inglês.

- Do que estão falando?

- Algo sobre brigas. – Jonh diz – É um inglês bem diferente do meu e muito rápido.

- Calem a boca! – Mai grita, fazendo todos olharem para ela – Parem de falar em inglês. Eu posso entender muito bem, okay?! – ela para, ofegante.

- Desde quando fala inglês, Taniyama-san? – Lin pergunta.

- Desde que o Naru voltou para a Inglaterra para o enterro do Gene. Agora! – ela olha para Gene e Naru – Expliquem o que aconteceu.

- Então você aprendeu por causa dele? – Gene pergunta, sorrindo.

- Agora! – ela joga o travesseiro nele, que desvia rindo.

- Tão violenta. Não sou do tipo masoquista, meu amor, mas por você, posso ser qualquer coisa. – Gene sorri para Mai que lhe lança um olhar muito parecido com o de Naru.

- Gene, se você não quer voltar para o caixão, é melhor me explicar agora o que aconteceu.

- Então você não lembra?

- Algumas coisas.

- Okay. Mai, você tem PK-LT num nível altíssimo, anormal para seres humanos normais.

- Então ela é um tipo de Naru mais sorridente? – Hoshou pergunta.

- Sim. Mas eu desconfio que ela tem alguns poderes a mais do que o Noll. Precisaria fazer testes…

- Não. – Naru nega imediatamente.

- Foi o que pensei. – Gene sorri – Continuando. Enquanto todos vocês dormiam, Mai resolveu usar seu poderes para me ressuscitar e então eu poderia ajudar vocês e ficar vivo.

- Errado. – Mai interrompe – Eu não sabia que você ficaria vivo mesmo. Pensei que voltaria a vida o tempo suficiente para nos ajudar e então voltaria a…morte.

- Bem, eu estou vivo, então as coisas saíram melhores do que calculou. – Gene sorri e Mai também.

- E por que eu estou viva?

- Como assim, por que? – Ayako pergunta.

- Uma vida salva a outra. – Naru repete as palavras de Mai – Supostamente ela estaria desistindo da vida dela pela dele.

- O que ela não deveria ter feito. – Gene a olha, sério – Foi a maior idiotice que já vi em toda minha vida e morte – Mai abaixa a cabeça – Mas estou feliz de saber que se importa tanto comigo que daria a vida por mim. – ele sorri, abraçando a garota – Isso significa que aceita casar comigo, certo?

- Meu deus, você é pior do que o Yasu. – Mai murmura, rindo.

- Yasu? Quem é Yasu? – Hoshou pergunta.

- Eu. – Yasuhara sorri – O amante.

- Naru? Onde está indo? – Mai olha o chefe se levantando e indo para a porta – Espera!

- O que? – Naru a olha, sem expressão. Mai hesita por alguns segundos. Ela sabia que ele estava irritado com alguma coisa.

- Você poderia vir aqui? Eu queria dizer algo. – Mai pede.

- Diga dai.

- Mas… - ela murmura algo e o garoto suspira, indo até ela e parando ao lado do irmão – Owo, vocês parecem mesmo.

- Somos gêmeos. – Naru diz – Era isso que queria dizer?

- Não. Abaixa um pouco. Por favor! – Naru se senta na cama – Mais perto. Mais. Mais. – Mai leva sua boca até o ouvido do chefe e sussurra algo.

- Como sempre. – ele diz, afastando-se para ir embora, mas Mai segura seu braço e sussurra de novo – Sim, Mai. – então ela sussurra de novo e Naru olha para ela, para então suspirar e bagunçar os cabelos dela – Sim, Mai. – ele sorri levemente e Mai sorri, feliz.

- Obrigada, Naru! – ela o beija rapidamente na bochecha, sorrindo. O chefe fica lá parado, olhando-a.

- Baka. – Naru se levanta, saindo do quarto com Lin atrás de si.

- Ei, ele sorriu. – Hoshou sussurra, surpreso.

- Eu vi. – Ayako resmunga.

- Por que? – Masako olha furiosamente para Mai que agora conversava animadamente com Gene.

- Quem sabe? – Jonh sorri.

- Bem, isso só pode significar uma coisa. – Hoshou sorri.

- O que? – todos o olham, curiosos.

- Eu vou ganhar a aposta. – ele sorri maliciosamente.

IMAGEM EXTRA. ADORO ESSE CASAL!


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Notas finais do capítulo

Reviews? Leiam a continuação!
Adorei o meu Gene! ^^