Just a hug escrita por Mrys


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Estou tão puta. Tinha escrito tão bem e aí essa porra trava. Que merda, cara.

Se não ficar tão bom, me desculpem.



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O loiro mais velho caminhava pelo corredor enquanto um garotinho adormecido descansava tranquilamente em seus braços. Ajeitou o mesmo em seu colo móvel e sentiu-se fraco.

Não que o garotinho pesasse, ele era bem leve. Talvez fosse apenas pelo fato de que havia bebido mais vinho que o normal desta vez. Percebeu que o álcool estava fazendo o efeito, já que estava lhe tirando maior parte de sua força.

Mal podia acreditar que estava casado com uma esplêndida mulher há cinco anos. Sentiu que deveria comemorar tão linda data á sós com a mulher.

Queria ter levado o filho, na primeira vez que pensou na comemoração. Mas a esposa o advertiu, dizendo que o filho ainda era muito novo para este tipo de comemoração.

Então o deixou na casa do recente vizinho, um velho amigo de faculdade. Um dos habitantes da bela casa dos Uchiha.

Naruto havia passado boa parte do dia lá. Esperava que não houvesse feito muita bagunça, e graças ao pequeno Uchiha, ele não fez nenhuma.

Empurrou a porta com o pé, adentrando o quarto do loirinho mais novo. Depositou o filho na cama macia e deixou o edredom de ninjas aquecer o corpinho pequeno do filho.

Abaixou-se e lhe beijou a testa, desejando-lhe uma boa noite logo em seguida, como sempre fazia. Assim que ergueu o tronco novamente, pôde ver como o quarto estava bagunçado.

Ainda se esforçando para enxergar melhor, seu olhar acompanhado da luz prateada da lua, pôde ver as paredes alaranjadas do quarto.

Olhou rapidamente para o chão, vendo muitos brinquedos espalhados pelo mesmo. Sorriu triste ao notar um bonequinho.

Era de um homem de cabelos longos e grisalhos, olhar animado e cansado num rostinho de cera e roupas divertidas. Era de um velho amigo já falecido, Jiraya.

Jiraya era um ótimo escritor, assim como também era um ótimo avô de consideração para Naruto.

Abaixou-se e tomou o boneco entre suas mãos.

Sabia que Naruto havia sofrido muito ao receber a notícia que seu padrinho tinha morrido. Foi horrível ver o filho tão desolado, triste e vazio. Parecia que nunca havia sido feliz, muito menos que seria novamente.

Mas o loirinho provou que há como superar as coisas.

O homem deixou o boneco no criado-mudo, acendendo a luz fraca do abajur. Caminhou lentamente até a varanda que continha no quarto e observou o céu por alguns segundos.

A lua estava tão bonita... As estrelas brilhavam, mas não tanto quanto a lua. Minato suspirou, fechando as portas da varanda, quase deixando o quarto numa completa escuridão se não fosse pelo abajur ligado.

Voltou-se para a porta que levava ao corredor e abriu-a, olhando de relance uma última vez na noite o filho adormecido. Suspirou mais uma vez e saiu, fechando a porta com certa cautela.

Deixou que suas pernas o guiassem até seu próprio quarto enquanto desfazia o nó da gravata e deixava ela sobre os ombros. Surpreendeu-se ao ver a ruiva ainda desperta.

Kushina desviou o olhar da janela para o marido com um sorriso. Minato aproximou-se da cama, deitando-se na mesma com um sorriso no rosto.

- Pensei que houvesse dormido.

- Não, não... - respondeu ela, sorrindo divertida - Nossa noite ainda não acabou, certo?

O loiro sorriu inocente para a mulher, tocando os seus lábios aos dela num beijo calmo.

Estavam apenas aproveitando a noite especial com grandes sorrisos, beijos e demonstrações de amor, como se aquela linda noite não fosse se repetir nunca mais.

Estavam pensando certo. Nenhuma noite dessas existiria novamente. Não para aquele casal.

***

O pequeno Uzumaki soluçou mais uma vez naquela tarde. Encarava descrente os dois caixões á sua frente. Não conseguia compreender que havia perdido as duas pessoas que mais amava no mundo.

Passou a mão pelo rosto numa falha tentativa de limpar as lágrimas constantes que insistiam em continuar e queimar seus olhos.

Caiu de joelhos, abraçando-se. Todos já haviam ido embora, mas ele não. Sentia que deveria ficar preso ali até morrer.

Observava as flores, indignado. Por que as pessoas sempre trazem flores sem saber o significado? Como, por exemplo, a rosa amarela sobre um dos caixões de mogno.

Estavam felizes por aquelas mortes? Ou estavam os acusando de infidelidade? Ele sabia que nem todos paravam para dar atenção ao significado.

Depositou um jacinto púrpura em cada caixão, deixando a dor tomar-lhe o coração. Sentia-se infeliz, muito infeliz. Havia perdido seus pais no mesmo dia. Como iria sorrir novamente?

Apenas tentava segurar as lágrimas, tentando demostrar ser forte aos seus pais, já falecidos em sua frente, dentro daqueles malditos caixões.

Mas não conseguiu.

Seu peito doía, seus olhos doíam. A dor de sentir e ver aquilo era insuportável. Sentia que nunca mais alcançaria tal felicidade.

Soluçava alto e com força, esperando que as lágrimas levassem aquela dor horrível consigo. Por que as boas pessoas sempre pagam o preço?

- Eu odeio vocês... - sussurrou, rouco pelo choro - Por que me abandonaram? Tudo porque saíram na maldita neve!

Sabia que estava louco. Não podia acusá-los por um acidente.

- Eu estou me sentindo tão só... Eu só queria um abraço... Só mais um...

E tornou a chorar, mais doloroso desta vez.

***

O loirinho abriu a porta com muita dificuldade já que as lágrimas lhe tiravam o foco de visão. Assim que adentrou a casa, chutou a porta e correu até o sofá, jogando-se no mesmo.

Ainda podia sentir o cheiro dos pais naquele estofado. O cheiro suave da mãe, principalmente.

Lembrou-se com quem havia aprendido alguns significados de flores. Kushina sempre lhe contava alguns enquanto o filho observava a mãe cuidar do jardim.

Mas agora ninguém irá lhe contar tal coisa. Muito menos cuidar do jardim.

Chorava cada vez mais. A dor não parecia ter fim.

Apertou a almoçada mais forte contra o peito, sentindo seu mundo desmoronar cada vez mais e mais.

Mesmo que ouvisse as batidas na porta, Naruto não quis atender. Queria ficar ali para sempre, chorando. Chorar, chorar, chorar até que o coração parasse de bater. Ou que seu coração fosse falhando até parar de chorar.

Do outro lado da porta, o pequeno Uchiha esperava o menor vir abrir a porta. Como era de se esperar, ele não veio.

Sabia que a dor da perda de seus pais era horrível, ainda mais quando se passara dezenove anos ao lado dos pais.

Sasuke não pediu permissão, apenas adentrou a casa e viu o loiro chorando alto no sofá. Aproximou-se do mesmo, agachando-se.

Naruto não ousou olhá-lo. Não queria olhá-lo. Queria apenas morrer junto com pais. Era pedir demais?

Sasuke sorriu fraco e tristonho, passando os dedos nos cabelos dourados do outro.

- Acalme-se... - murmurou o Uchiha - Sei que dói, mas vai passar...

- Você não sabe de nada, S-S-S-Sasuke! - soluçou, afundando o rosto na almofada.

- Vai ficar tudo bem, Naruto... - aconselhou, puxando o menor para si e o envolvendo num abraço.

Odiava vê-lo assim. Partia-lhe o coração. Sempre gostava quando o loirinho sorria, lhe passava uma sensação incrível de felicidade e segurança, mas agora...

Ao vê-lo tão abatido... Estava quase tão pior quanto o outro.

- Por que, Sasuke...? - choramingou, deixando que suas lágrimas quentes encharcassem o ombro do mais velho.

- Coisas ruins acontecem com boas pessoas, Naruto...

Isso só fez o loiro chorar ainda mais. Seus soluços imoderados ecoavam pela casa vazia e sem vida em que antes habitava uma família querida e feliz.

Naruto apenas apertou o abraço, esperando a calmaria que o Uchiha sempre lhe trouxe.

Após alguns minutos, Naruto conseguiu acalmar-se. Sasuke suspirou baixinho, aliviado.

- Acho melhor você descansar.

O loiro assentiu, deixando que o mais velho lhe pagasse no colo. Enquanto subia as escadas, Sasuke viu como sua paixão estava desolada.

Queria poder fazer algo mais por ele.

Abriu a porta do quarto do mais novo e notou que nada havia mudado desde sempre. A bagunça ainda era notável, as paredes e a decoração também.

Depositou o colega na cama, aconselhando-o a dormir. O outro assentiu com a cabeça novamente, fechando os olhos - que ainda transbordavam de lágrimas.

O moreno cobriu o amigo com suavidade.

Caminhou até a varanda e fechou a porta com um silêncio incrível, voltando á sua antiga posição logo em seguida.

Esperou que o loiro adormecesse. Assim que o viu rocando suavemente, acendeu o abajur fraco e sentou-se na beirada da cama, deslizando os dedos finos nos cabelos dourados.

- Eu nunca vou te abandonar... Prometo... - murmurou bem baixinho - Eu vou cuidar de você, Naruto, até você melhorar completamente...

Abaixou o tronco levemente, deixando um curto e delicado beijo na testa de Naruto, completamente triste por ele. Não desejava tal sofrimento nem ao seu pior inimigo.

Virou o rosto para o criado-mudo e sorriu triste ao ver o bonequinho de um velho. Era o padrinho de Naruto. Sentiu-se horrível pelo loirinho. Sofrera tanto...

Fez um curto cafuné na cabeleira loura e suspirou.

Não iria deixá-lo desta forma nunca mais.

Naruto era sua pequena raposinha. Sempre irá amá-lo e cuidar de si. Era seu dever. Iria fazê-lo feliz novamente.

Sempre estaria ao seu lado, para doar quantos abraços ele quisesse. O amor que ele tinha por Naruto nunca iria sumir.

Amaria o loirinho pela eternidade.

- Boa noite, pequeno Uzumaki.

Surpreendeu-se ao ver o loirinho sorrir adormecido.

Já era um grande passo.


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Notas finais do capítulo

Não teve nada demais porque eu sou dramática -q
Quem sabe eu faço continuação y.y

Só se eu saber se gostaram ou não. ;-; Num dá pra saber né...

Enfim, espero que tenham gostado. Não deixem de comentar. *o*

Um beijo, um queijo e até a próxima! o/



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