Eu, meu inimigo e nosso bebê escrita por Lucy


Capítulo 26
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

OI PRA VOCÊS QWHSDUXN desculpe a demora, mas gente eu preciso estudar (socorro). Eu passei em um curso pré-vestibular da Usp e tava desesperada porque precisava resolver tudo lá E EU SOU DESESPERADAMENTE ANSIOSA (boca mordida e unhas sendo apertadas na palma da mão até sangrar, sim). Agora eu estou correndo aqui pra postar e me arrumar pra ir pra essa vida difícil. Então, uma boa leitura pra vocês, desculpem os erros e qualquer coisa ❤



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P.O.V Nico di Angelo

— Eu estou mortinha – Thalia diz, se jogando no sofá. Ela liga a televisão e começa a passar os canais.

Ando até ela e me sento ao seu lado. Além da luz da televisão, não há nada mais que ilumine o cômodo.

— Você está sempre com sono, fome ou cansada. Não passa de uma preguiçosa comilona – eu provoco. Ela me encara com a sobrancelha arqueada, depois ri e assente.

— Você está certo – ela arregala os olhos. – Oh, você está certo! É a primeira vez desde... Sempre?

Ela apoia o braço no sofá e se inclina um pouco, sorrindo para mim. Uma mexa de seu cabelo cai para frente. Estendo minha mão e a coloco no lugar novamente. Movo minha mão até sua bochecha e encaro sua boca perfeitamente desenhada. Quando volto o olhar para seus olhos azuis, eles estão mergulhados em confusão.

— Como foi que eu consegui ter raiva de você? – eu indago e ela solta um riso. É a minha deixa para acabar com o espaço entre nós.

Thalia passa seu braço sobre meu pescoço e se aproxima rapidamente. O beijo é uma mistura de calma e desespero. Sinto o gosto de morango que ela diz que vem do batom e percebo o quanto estou viciado nisso.

— Fica comigo – eu solto quando ela se afasta. Ela franze a testa.

— Eu estou aqui.

— Fica comigo quando não estiver comigo – ela dá um sorriso de deboche.

— Isso é impossível – ela responde num tom divertido e eu reviro os olhos.

— Você entendeu o que eu quis dizer – eu digo.

Ela balança a cabeça vagarosamente e depois pisca os olhos.

— Entendi – ela inclina a cabeça para o lado, me observando com atenção. – Só não entendo aonde você quer chegar com isso.

Respiro fundo e ela morde o lábio inferior, esperando minha resposta.

— Não quero mais evitar isso. Não quero que você se afaste de mim como se estivesse fazendo algo errado – ela me encara com a boca entreaberta, depois desvia seu olhar para a televisão. – Quero ficar com você sem me preocupar se isso vai ter problema ou não.

— Você fala como se fosse a coisa mais fácil do mundo – ela volta a olhar para mim. Sua voz está baixa e calma, assim como sua expressão. – Nossa relação nunca foi das melhores, eu nunca fiz seu tipo. Eu... Nós mal nos suportávamos até poucos meses atrás.

Ela solta um suspiro e inclina a cabeça, me observando com atenção. Depois, simplesmente se aproxima e me abraça, escondendo o rosto em meu pescoço.

— Você não faz meu tipo – eu repito, depois de um tempo em silêncio naquela posição. Sinto ela assentir com um aceno de cabeça, ainda agarrada em mim. – Você é meu tipo, Thalia. Eu não me importo com o que eu sentia por você antes, quero saber do agora. Eu nunca falaria tudo isso se não quisesse ficar com você.

Ela se afasta e antes que eu possa ver como está seu rosto, ela me beija. Faz isso com tanto desespero que preciso apoiar o braço no sofá para não cairmos para trás. Puxo-a para mais perto e ela coloca sua mão em meu cabelo, enquanto a outra continua em volta de meu pescoço. Ela sorri entre o beijo no momento em que a luz da sala se acende.

Me afasto e olho para a entrada da sala de estar. Minha mão cobre a boca com a mão para esconder a risada e meu pai nos observa com um sorriso de canto. Thalia olha para eles e depois para mim novamente, suas bochechas estão coradas e seus hipnotizantes olhos arregalados. Solto uma risada baixa e aceno para meus pais.

 - Boa noite, família – eu digo.

— Ótima noite, né? – meu pai responde, o seu tom de voz é uma mistura de provocação e divertimento.

Minha mãe acerta o braço dele com o cotovelo e Thalia faz uma careta e esconde os olhos sobre sua mão. Minha mãe sorri com isso e balança a cabeça negativamente.

— Você é tão desagradável, querido – meu pai ri. – Não fique com vergonha, Thalia. Não é nada demais, vocês namoram e... Bem, você está grávida.

Thalia ri e tira a mão do rosto, balançando a cabeça. Meus pais nos dão boa noite e se despedem. Assim que eles somem pela escada, puxo Thalia novamente para mim. Ela ri e se afasta.

— Vou dormir antes que Bianca apareça também e me faça passar vergonha outra vez.

— Bianca já nos viu juntos milhares de vezes, Thalia – eu observo e ela ri.

— Do jeito que sou azarada, até seus avós podem aparecer por aí – ela diz.

— Meus avós estão mortos – eu respondo e ela arregala os olhos, se desculpando. Dou de ombros. – Meus avós paternos só apareceram por aqui uma vez antes de morrer e ficaram reclamando o tempo todo de como eu era calado e os maternos nem quiseram saber de mim, eram revoltados porque minha mãe fugiu da Itália para estudar na França.

Thalia faz uma careta.

— Que horror. Meus avós sempre me traziam presentes – ela se levanta e estende a mão para mim. – Vamos dormir, garoto com infância cruel.

Pego sua mão e nós subimos. Quando chegamos em frente ao meu quarto, convido-a para entrar.

— Como se eu precisasse de convite para entrar – eu reviro os olhos. – Mas não. Vou dormir no meu quarto.

Faço um bico e ela sorri e me dá um selinho, depois se vira e caminha até seu quarto. Viro-me para entrar quando a voz de Thalia me chama:

— Nico – olho para ela, que sorri. – Fico com você.

Depois disso, ela fecha a porta e me deixa parado bem ali, encarando a porta com um sorriso bobo.

P.O.V Luke Castellan

— Bianca! – eu exclamo quando vejo a garota com seus cabelos escuros e lisos passar apressadamente por mim.

Ela se vira e dá um passo para trás, me olhando com desconfiança. Provavelmente pega as dores do irmão para si.

— Oi? – ela pergunta com a voz entediada. – Eu estou atrasada, então...

Ela parece prestes a se virar e continuar seu caminho.

— Não! – eu exclamo e me aproximo. – Nós podemos continuar andando, só preciso que você me ajude a encontrar uma pessoa.

— Thalia? – ela indaga, semicerrando os olhos. – Ela deve estar com Nico...

 - Não – eu a corto, irritado. – Você é sempre assim? – ela arqueia a sobrancelha e para, cruzando os braços. – Foi mal... É que você não me deixa falar. Eu quero saber sobre Jade, a garota loira que estava na mesa com vocês na noite do restaurante.

— Ah – seu rosto se ilumina em compreensão e ela solta seus braços ao lado do corpo. – Ela deve estar na sala de artes, no fim do corredor – ela aponta para o lado oposto de onde estávamos indo. – É uma porta dupla e vermelha. Mas eu não iria lá se fosse você, ela deve estar ensaiando e fica extremamente irritada quando é interrompida.

— Mas o legal é deixar ela irritada – eu explico, dando um sorriso malicioso.

Bianca dá de ombros e balança a cabeça negativamente.

— Preciso mesmo ir – ela arruma a mochila nas costas e dá uma olhada para o final do corredor. – Fico em dúvida se desejo boa sorte para você ou para ela.

Ela se vira e volta a andar com pressa para a sua aula. Me viro e vou em direção ao final do corredor no mesmo ritmo.

A porta que Bianca di Angelo descreveu aparece em minha visão. Ela está entreaberta, então escorrego pela abertura para não chamar a atenção.

Jade está sobre um palco com pouca iluminação. Ao seu lado, há uma mulher baixa de pele morena. Ela até que parecia simpática, até abrir a boca para reclamar da atuação de Jade, que parecia excelente para mim.

— Jadelyn, eu não posso te colocar na peça se você não for perfeita – a loira balança a cabeça, concordando. – Sua atuação está me deixando entediada.

— Vou melhorar – Jade responde com convicção. A mulher morena acente e sorri.

— Eu sei que vai – ela dá um beijo na bochecha de Jade e depois fica com a expressão séria. – Caso contrário, nada de atuar para você.

Ela se despede e sai por uma porta no canto do palco. Jade fecha os olhos e suspira, quando ela torna a abri-los, seus olhos me encontram.

— O que está fazendo aqui? – ela exclama, voltando a ficar com uma postura reta e a expressão séria.

— Vim estudar a Arte – ela me olha com raiva e cruza os braços. – Ok, vim estudar você.

Ela revira os olhos e desce lentamente as escadas do palco, vindo em minha direção. Ela usa uma blusa de manga branca e justa e uma saia azul. Seus cabelos estão soltos e há uma fita azul no seu cabelo, fazendo um laço no topo de sua cabeça.

Ela anda em minha direção de modo tão furioso que penso que ela vai me bater, mas ela simplesmente para em frente à porta e aponta para o corredor.

— Vai embora – ela ordena. Tiro sua mão da porta e a fecho. Ela me olha como se eu tivesse feito a pior coisa que alguém poderia fazer. – Você não deveria estar na aula?

— Sim – ela me olha enojada. – Você não deveria estar na aula?

Jade bufa com a imitação ruim de sua voz. Ela se vira e começa a andar de volta para a direção do palco. Faço o mesmo.

— Tenho pontos suficientes pra faltar nas aulas durante o mês – ela dá um sorriso forçado. – Mas estou aqui porque a professora de Arte permitiu.

Ela se senta no palco, suas pernas ficam penduradas e seus pés não tocam o chão, apesar de ela parecer mais alta que a maioria das garotas da escola. Mas isso pode ser crédito aos seus saltos.

— Você não deveria a deixar tratar você daquele jeito – eu digo, me sentando ao seu lado. Ela levanta os olhos para mim, sua sobrancelha está arqueada. – A mulher que estava aqui com você. Ela não sabe o que está falando, você é fantástica. Sabe disso.

Por milésimos, ela me olha de maneira diferente: sem nojo ou raiva. Sua boca se transforma em uma minúscula curva, mas logo isso some também, voltando a ser séria. Percebo que é o máximo que ela consegue fazer para agradecer o elogio.

— Acho que você está enganado, ela que entende disso aqui – ela mantem o olhar em suas unhas, compridas e pintadas de azul claro.

—Mande ela ir procurar o que fazer e abandona tudo isso – eu aconselho. Agora, sim, ela me olha como se eu tivesse acabado de tirar a vida de alguém.

— Isso é horrível! – ela exclama, com os olhos arregalados. – Ela sofreu um montão para cuidar de mim e trabalhar quando minha mãe morreu. Já imaginou como é difícil duas artistas terem que cuidar de duas crianças e ainda encontrarem tempo para pintar, ensaiar e atuar?!

Ela me olha com raiva e eu faço um gesto de rendição.

— Ei, desculpe! Eu não sabia que ela era sua... – olho para ela, esperando que ela me diga o parentesco com a morena.

— Madrinha – ela responde, emburrada.

— Bom, ainda acho que sua madrinha não deveria ser tão rígida com você – ela me olha de soslaio. – Minha mãe nunca me tratou daquele jeito.

— Talvez você fosse menos desprezível se ela fosse mais como Beatrice – ela dá um sorriso falso. Faço uma careta e reviro os olhos. – Além disso, ela está tentando me ajudar. Sabe o quanto é importante para mim e quer que seja tudo perfeito, como sempre.

— Acho que já está perfeito – observo.

— Sinto muito, mas ninguém se importa muito para o que você acha – ela dá de ombros. – Não é como se você entendesse do assunto.

Olho irritado para ela, que não parece se importar com isso.

— Não entendo mesmo – eu assumo. – Mas me lembro da mãe de Thalia. Quando ela fazia o que você estava fazendo, todos aplaudiam e achavam fantástico. Não vi diferença em vocês.

Ela me observa, como se eu fosse algum produto em uma loja qualquer.

— Se Beatrice disse que não está perfeito, não está – ela olha para alguns papéis caídos no meio do palco. – Só preciso ensaiar mais.

Solto o ar pela boca.

— Acho que você precisa mesmo é de um tempo de tudo isso – eu digo. – Credo, só sabe ensaiar, estudar e ser uma garota irritada e sem compaixão? Eu tenho certeza que tudo seria mais produtivo se você aceitasse sair comigo.

Ela fecha os olhos e respira fundo, depois olha para mim com impaciência.

— Se eu concordasse com isso, você me deixaria em paz? – ela questiona. – Tipo, agora mesmo?

— Claro – eu levanto em um pulo. – Prometo que deixo você mais em paz do que qualquer outra pessoa desse mundo.

— Ótimo – ela assente. – Não tenho nada para fazer na sexta-feira.

— Sexta-feira, então – eu dou um sorriso. – Prometo que você vai atuar mais perfeitamente do que está depois de sexta.

Ela revira os olhos e dá um sorriso. Desejo profundamente que seja o primeiro de muitos.

P.O.V Thalia Grace

Annabeth chama meu nome mais duas vezes antes que eu possa realmente escutar. Levanto os olhos para ela, que está com os braços cruzados e uma expressão irritada.

— Que droga, Thalia! – ela exclama, me fazendo olhar com dúvida para ela. – Eu te conto sobre tudo que aconteceu ontem e você simplesmente não escutou nada do que eu disse. Por que eu te chamo de amiga mesmo?

Faço uma careta culpada e peço desculpas. A loira dá de ombros e se senta ao meu lado. Ela balança a mão sobre meu rosto, me fazendo desviar o olhar da parede do refeitório e encará-la.

— O que foi? – eu pergunto.

— Me responda isso você, né – ela pisca seus olhos cinzentos. – Você tá viajando desde que chegou. Até Zoë que vive perdida pelo mundo percebeu!

Dou um sorriso para ela, tentando demonstrar que não há nada de errado.

— Eu só estou cansada – ela arqueia a sobrancelha.  – É sério, Annie. Não dormi muito bem essa noite. Eu já escondi alguma coisa de você?

Ela balança a cabeça, negando. Bom, eu estava falando a verdade em partes, não é? Eu havia dormido mal mesmo, mas foi porque não conseguia me focar no sono, mas isso não era uma informação necessária.

— Na verdade – Annabeth começa, me tirando de meus pensamentos. – Você só me contou de Nico quando descobriu que estava grávida.

Reviro os olhos e me levanto.

— Só estou com sono, Annie. Mesmo – pego a mochila e dou um beijo em sua bochecha. – Vou procurar Bianca, ok? Preciso devolver a blusa dela.

Saio de lá antes que ela possa fazer mais perguntas. Desvio das pessoas no corredor sem prestar atenção em nada. Entro na sala e ando até a última carteira, dando acenos discretos para as poucas pessoas na sala que me cumprimentam.

O que Nico quis dizer com “fica comigo”? Era algum tipo de relacionamento aberto? Um namoro? Um noivado? Um casamento? Um pacto?

— Você precisa parar de fazer isso – a voz de Nico me traz brutamente de volta para a realidade. Olho para ele com dúvida, que aponta com o queixo para minha barriga, onde estou tentando equilibrar um apontador redondo em pé.

Mostro a língua e ele sorri, sentando ao meu lado. Coloco o apontador sobre a mesa e me viro para ele, que se aproxima e me dá um beijo rápido. Por segundos, me sinto fora do mundo real novamente, mas desta vez não há dúvidas nem um sentimento agoniante que não saía de mim desde ontem à noite.

— Annabeth está preocupada – ele anuncia quando se afasta. Reviro os olhos e um sorriso aparece no canto da sua boca. – Disse que você está perdida no mundo.

Eu vou arrancar cada fio de cabelo loiro de Annabeth e depois arranhar todo seu rostinho perfeito.

— Já disse a ela que eu só estou cansada porque não dormi muito bem – eu explico, sem olhar diretamente para ele.

— E o que tirou seu sono? – ele pergunta com a sobrancelha arqueada.

— Dor de cabeça – respondo, dando um sorriso fraco.

— Você é uma péssima atriz, Thalia – ele ri.

— O que você quis dizer com “fica comigo”? – solto antes que possa pensar mais sobre. – O que exatamente está rolando entre nós?

Ele franze a testa e coloca a mão sobre o queixo.

— Eu não tinha parado para pensar nisso – ele parece tão perdido quanto eu. – Você pensou em que quando disse “fico com você”?

 - Eu preciso saber o que você estava pensando pra saber isso – eu olho para ele como se aquilo fosse algo óbvio.

Ele me olha como se eu estivesse louca. Percebo que ele também não faz ideia do que nós temos.

— Ótimo – eu murmuro enquanto abro o caderno do professor que acaba de entrar na sala e nos cumprimentar. – Pensei que perguntar isso me tiraria uma grande dúvida, mas só piorou tudo. Somos a pior dupla da história, Nico.


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro, vocês sabem como eu sou. E prometo que respondo todos os comentários assim que eu puder (tô toda atrasada, gente eudshnj tanta fic pra ler, tanta coisa pra responder. TUDO ATRASADO). Um feliz dia da mulher pra todas as mulheres e um beijo em vocês (sinto que tô esquecendo alguma coisa, mas ok) ❤