Eu, meu inimigo e nosso bebê escrita por Lucy


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi pra vocês. Como estão? Gostaria de dizer que as sugestões de nomes me deixaram 100 vezes mais confusa. Meu Deus, como é difícil! Mas, vamos logo ao que interessa, né? Uma boa leitura para vocês! ❤



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P.O.V Thalia Grace

Jade se olha no espelho ao lado da cômoda. Ela usa um vestido preto de mangas compridas e um salto alto prata – ambos foram presentes de Hera. Seu cabelo loiro está todo para o lado direito e sua maquiagem é simples, mas ela continua linda.

— Até que você não tem um gosto tão ruim – ela diz, alisando o vestido. Ela observa enquanto eu encaro o guarda roupa. – Usa aquele verde – ela aponta para um vestido verde com pequenas pedrinhas pratas na parte de baixo, também de manga comprida. – Vai ficar bom.  – Arqueio as sobrancelhas e encaro ela com desconfiança. Jade bufa. – Estou falando sério, Grace – continuo olhado para ela, que me encara de volta com desprezo. – Então pegue outro, oras. Só achei que ficaria bom.

Ela se vira e volta a se observar no espelho. Eu pego o vestido que ela sugeriu e o coloco em apenas um movimento. Ela revira os olhos e solta uma risada baixa.

— Nenhuma palavra, Jadelyn.

Ela olha com raiva para mim.

— Só termine de se arrumar logo, Thalia – ela passa o dedo em volta da boca, conferindo se seu batom vermelho não está borrado. – E não me chame assim.

...

Quando entro no Lizzie’s, sinto um aperto no coração. A presença de minha mãe é tão forte que me sinto com 7 anos outra vez, quando costumava correr em volta das mesas e entregar flores para todos. Dou um sorriso e me aproximo dos outros.

Apolo e Bianca conversam animadamente enquanto Ártemis pede para que uma garçonete nos arrume uma mesa e chame Arya. Nico faz círculos com os dedos em meu braço. Noto que Jade nos observa sem expressão.

— Está tudo bem? Você fica tão calada quando está aqui – Nico diz, encostando a boca em meu ombro.

Eu assinto e dou um sorriso para ele.

— Estou bem. É só que... Ah, você sabe – solto um suspiro. – Muitas lembranças. Eu passei a minha infância aqui, é o lugar que mais me faz lembrar dela. - Ele balança a cabeça, mas não diz nada. Não sei se há o que dizer.

A garçonete volta e nos leva para uma mesa reservada no canto do restaurante. É uma das minhas mesas preferidas, pois fica em frente a uma janela. Gosto de observar as pessoas apressadas do lado de fora enquanto me afogo em comida.

Assim que me a garota loira anota nosso pedidos e desaparece pela porta atrás do balcão, Arya aparece em nossa frente. Ela parece ainda mais baixa do que o normal. Seu cabelo loiro está preso em um coque perfeitamente arrumado e ela usa um vestido azul e um avental.

— Meus pequenos – ela exclama e seu rosto se ilumina, ela dá um sorriso e estende o braço. – Venham me dar um abraço!

Meus irmãos e eu nos levantamos e a abraçamos. Ela murmura o quanto sentiu nossa falta e nos dá uma bronca pela demora em voltar, enquanto nos enche de beijos. Quando nos sentamos novamente, ela cumprimenta Nico e Bianca.

— Você eu não conheço – ela diz, observando Jade atentamente.

— Essa é Jade – Apolo a apresenta. – Amiga de escola dos três aqui.

— Amiga intima de Nico – eu corrijo num murmúrio.

Arya não escuta meu comentário, então sorri para Jade de uma forma amigável.

— Qualquer amigo dos meus amores é bem-vindo – Jade sorri. Arya e vira para mim novamente. – Como está o bebê?

— Ótimos – eu dou um sorriso e apoio o rosto na mão. – É um casal.

Arya solta um grito e cobre a boca no mesmo instante, olhando em volta.

— Ah, Thalia – ela me abraça e dá um beijo em minha bochecha. – Quando conheci sua mãe, ela estava grávida dos gêmeos também – ela dá um sorriso. – Você é tão parecida com ela. Uma garota maravilhosa. Ela trouxe vida para esse lugar.

— E deixou tudo por aqui, mesmo quando se foi – Ártemis diz.

Arya concorda e se retira, dizendo que não pode deixar a cozinha sozinha por muito tempo.

— Estou com fome – eu digo e Nico ri. Jade franze a testa para mim.

— Você comeu a tarde toda com Nico – ela observa. Eu reviro os olhos. – Aposto que essa barriga não é só por causa dos bebês. Você está sempre comendo.

Olho enojada para ela e mostro a língua.

— Cale a boca, Jadelyn.

— Não me chame assim! – ela reclama.

Nico solta um suspiro irritado.

— Será que vocês não podem parar? – eu olho para ele com desprezo. Ele sorri. – Pelo menos você não tenta mais acertar meu rosto por eu pedir que você se acalme.

Dou um peteleco no rosto dele. Ele ri e me puxa para um beijo.

— Agora é um namoro de verdade? – Ártemis pergunta. Eu me afasto de Nico e balanço a cabeça rispidamente.

— Não... – eu começo e Bianca balança a mão, sem muita importância.

— Estão assim agora – ela afirma. – Demonstração de afeto por todos os lados.

Todos riem, com exceção de Jade e eu. Ela permanece focada em suas mãos sobre a mesa. Pela primeira vez, me sinto mal por ela.

— Finalmente! – Apolo exclama, apontando para o garçom que traz nossas comidas. Depois de servidos, eu me calo e foco toda minha atenção ao prato. – Aposto que nem eu sou tão faminto assim.

— Ora, cale a boca – eu reviro os olhos e coloco uma garfada na boca.

Permaneço em silêncio enquanto como, apenas observando a conversa em meu redor. Ártemis e Apolo discutem sobre a cor do cabelo da primeira namorada dele.

— Vocês já decidiram os nomes? – Jade pergunta e quase me faz engasgar com meu último gole de suco de tanta incredulidade. Não consigo disfarçar minha expressão de surpresa. Desde quando ela direciona palavras para mim que não sejam ofensas ou ameaças? Bem, Rachel disse que ela gosta de bebês, né? Ou talvez seja só curiosidade.  Ou está colocando em prática a frase “conheça seu inimigo”. Ela me encara, esperando uma resposta e eu nego com a cabeça, ainda desconfiada. – Já pensaram em alguma coisa?

Eu e Nico nos encaramos. Me viro para ela outra vez.

— Não temos a mínima ideia – ela dá um riso fraco. – Já percebeu como é assustador? E se um dia eu perceber que fiz a escolha errada? Que eles deveriam ter outros nomes? É muita responsabilidade para duas pessoas!

— Em minha opinião, a parte mais legal de ter um filho é escolher o nome – Jade diz.

— Só não é tão divertido quanto fazer o bebê – Apolo solta, com um tom divertido.

— APOLO! – Ártemis exclama, abismada.

Todos nós gargalhamos, com exceção de Ártemis, que dá tapas contínuos no braço de nosso irmão. Uma mão toca meu ombro e eu me viro num pulo.

— Reconheceria essa risada em qualquer lugar.

— Luke – eu o encaro e ele sorri. – O que está fazendo aqui?

— Estava em um jantar, mas minha companhia me abandonou por uma amiga sofrendo de amor ou algo assim. Não tive nem tempo de pedir uma sobremesa – ele dá de ombros. – Não vai me cumprimentar? – Ele dá o sorriso de lado que faria qualquer pessoa suspirar. Escuto Nico bufar, mas não diz nada. Me levanto e encaro Luke. Mesmo de salto, ele continua muito mais alto que eu. Ele arregala os olhos quando repara em minha barriga. – Uau. Cresceu muito.

— Cresceu – eu respondo de modo seco. Ele solta um suspiro e passa a mão por seu cabelo loiro.

— Posso falar com você? – ele questiona. Arqueio a sobrancelha e ele revira os olhos. – É rapidinho, Thals.

Eu assinto vagarosamente e me viro para a mesa.

— Eu já volto, tudo bem? – eu aviso para todos.

— Sério? – Nico indaga, irritado. Assinto, pressionando um lábio no outro.

Luke se vira para ir ao lado de fora do restaurante. Então eu me lembro de uma sala pouco usada, no fundo do restaurante. Minha mãe chamava o lugar de sala de descanso. Puxo Luke e aceno para o outro lado, que me segue sem questionar.

Andamos até uma porta ao lado do balcão, quando faço estico o braço para abri-la, uma garota morena se coloca em nosso caminho. Dou um passo para trás.

— Vocês não podem entrar aí – ela diz baixo, mas com a voz firme.

Luke bufa ao meu lado.

— Claro que ela pode. Ela é dona desse lugar.

Dou uma cotovelada em seu braço.

— Não seja grosso, Luke! – eu reclamo. Viro-me para a garota – que nos encara sem expressão – e abro um sorriso. – Mas ele está certo. Sou Thalia Grace. – A morena arregala os olhos e se desculpa desesperadamente. – Ah, que isso. A culpa foi minha de ir entrando assim. Nunca apareço por aqui, você não tinha como saber. Podemos ir agora, sim?

Ela balança a cabeça e nos dá passagem.

— Fique a vontade e me desculpe mais uma vez.

Caminhamos lentamente até o final do corredor, passando pela cozinha, o estoque e os armários. Abro a porta estreita a minha frente e dou um sorriso quando entro.

Ela continua do mesmo jeito de sempre. Ainda é fria, mas aconchegante. As araras com roupas diversas no canto, para o caso de algum acidente. O grande sofá amarelo no meio da sala, com uma pequena televisão em frente que nunca era usada e vasos de plantas para todos os lados. Nas paredes, há diversos porta-retratos com molduras diferentes, alguns com rostos conhecidos – como Arya, meus irmãos, minha mãe e eu – e outros que eu nunca vi. Apoio no encosto do sofá e olho para Luke.

— Pode falar.

Ele passa a mão no cabelo e se coloca ao meu lado, também apoiado no sofá.

— Queria pedir desculpas para você, Thalia – ele solta um suspiro. - Sei que fiz uma cena ridícula e falei coisas horríveis. Foi culpa minha, eu sei. Mas você sabe como eu fico quando bebo muito...

— Você não costumava beber – eu digo, irritada.

Ele arqueia a sobrancelha e depois desvia o olhar para minha barriga.

— Você também não – reviro os olhos e ele prossegue. – Misturou tudo, Thalia. A bebida e o ciúme de ver você feliz com outro. Quando percebi, já estava agindo feito um idiota.

— Um tremendo idiota, Luke – eu o encaro. – Você sabe que era... É um namoro falso, não é?

— Quer dizer que ele ainda é seu inimigo? – ele me pergunta, abrindo um sorriso de canto.

Eu olho para ele e mordo o lábio. Penso em todos os momentos que passei com Nico, todas as vezes que ele me fez rir ou me acalmou. A pessoa que ficou do meu lado o tempo todo, apesar de qualquer sentimento ruim que sentia por mim. Dou um sorriso involuntário e Luke ri.

— Eu já vi tudo – ele me empurra levemente com o corpo. – Os únicos que se enganam com esse namoro falso são vocês mesmos.

— Isso não é verdade...

— Você sabe que é, Thalia. Até minha mãe falou sobre vocês. Como o sentimento era sincero. Sabe, foi ela que conversou muito comigo e me fez pensar em tudo. Me mostrou que o que eu sentia por você já passou, que aquilo era só uma obsessão.

Eu balanço a cabeça de modo lento.

— E não ouse me culpar pelo fim de tudo – eu cruzo os braços e faço uma expressão de superioridade. – Foi você que foi embora de Nova Iorque sem ao menos dizer adeus. E eu continuei sendo sua amiga via telefone por esses dois anos. Sem ressentimento nenhum!

— Eu não sabia como me despedir de você – ele suspira. – Você e Annabeth foram as pessoas mais maravilhosas que eu já conheci. Por isso eu sinto tanto pelo que fiz antes e pela festa...

— Tudo bem – eu digo, dando de ombros.

— Sério?

— Sim – eu digo. – Eu já disse coisas horríveis sobre você quando estava com raiva mesmo, você só não sabe disso – ele coloca a mão sobre o peito e finge incredulidade. Eu me afasto do sofá e aponto para a porta. – E eu estava sentindo falta da sua amizade também. Vamos? Nico deve estar parindo mais duas crianças lá fora.

Ele assente e seguimos pelo corredor. Quando passamos pela porta por onde entramos, ele se vira e sorri.

— Foi ótimo encontrar você aqui, amanhã seria cheio de gente e... – ele começa.

— Amanhã? – eu o corto, com a expressão de dúvida.

— Sim – ele pisca para mim. – Estou voltando para a escola. Minha mãe finalmente terminou de organizar tudo e estamos oficialmente de volta à Nova Iorque.

— Não sei quem vai pirar mais – eu digo -, Nico ou Zoë.

— Ela ainda me odeia?

— Totalmente – eu respondo.

Ele faz uma careta.

— O importante é que está tudo bem entre nós, não é? – eu assinto. – Ótimo. Agora que você finalmente me superou, pode me apresentar para suas amigas.

Eu reviro os olhos.

— Superei você há uns dois anos, Luke. Por favor.

Ele dá de ombros.

— Tanto faz, Thalia. Vamos focar nas amigas – ele se aproxima e dá um sorriso malicioso. – Que tal você falar bem de mim para a loira que está aqui com vocês?

Eu solto uma risada alta e empurro ele para longe.

— Jade não é minha amiga – eu explico -, muito pelo contrário. E eu não sou seu cupido, não!

Ele revira os olhos e bufa.

— Droga.

— Eu preciso mesmo ir agora – eu digo. – Até amanhã, Luke.

Nos despedimos e eu me viro para voltar para mesa e finalmente pedir uma sobremesa que envolva chocolate. Depois de alguns passos, Luke me chama. Quando me viro, ele sorri maliciosamente.

— Não se esqueça de falar bem de mim para a loira.

...

— Nico, por favor, fique quieto – eu digo, depois de ouvir Nico reclamar mais uma vez sobre eu ter saído da mesa para conversar com Luke no dia anterior. – Ele me pediu desculpas e eu aceitei, nada demais. Não foram nem dez minutos longe da mesa.

Ele me encara irritado e encosta no balcão da cozinha.

— Eu pensei que você o odiasse.

Eu me sento e pego apenas um copo de suco. Por algum tipo de milagre, eu acordei sem fome nenhuma.

— Eu só fiquei cm muita raiva por ele ter feito aquilo e desaparecido depois – eu dou de ombros. – Eu o conheço desde os sete anos e namorei ele por quase dois anos, não dá pra odiar ele tão fácil assim.

— E mesmo assim ele disse tudo aquilo – ele acrescenta.

— E pediu desculpas! – eu reviro os olhos.

 – Ora, calem a boca – Bianca reclama, levantando da mesa. - Será que podemos ir logo para a escola? Eu tenho uma prova na primeira aula.

Ela sai irritada da cozinha depois de toda a discussão e eu a sigo com a mesma impaciência. O caminho até a escola é silencioso. Assim que chegamos, Nico desaparece pelos corredores com Silena e Percy.

— POR QUE EU PRECISEI CORRER DE LUKE CASTELLAN NO CORREDOR ENQUANTO ANNABETH PULAVA NO PESCOÇO DELE?! – Zoë aparece gritando ao meu lado, arfando.

— Ele voltou para cá – eu explico, Zoë arregala os olhos e depois segura meus ombros.

— Não, não, não! – ela exclama com uma expressão dolorosa e uma voz dramática. – Por favor, enfiem uma faca em mim, mas não me deixem em uma escola com aquele loiro aguado mais uma vez!

Reviro os olhos e tiro as mãos dela de meu ombro. Bianca nos observa.

— Nossa, pra que tudo isso? – ela se vira para Zoë. – Eu não vou com a cara dele, mas todo esse drama foi bem... Dramático. Já pensou em fazer o curso de artes?

— Luke é a coisa que eu mais odeio nesse mundo todo – Zoë diz seriamente. – Eu não consigo suportá-lo em minha frente, ok?

— Eu sei, Zoë – eu digo. – Eu prometo pedir para ele evitar chegar perto de você.

— Ótimo – ela responde, com os braços cruzados. – Como está meu afilhado?

Abro a boca para responder, então Percy aparece em minha frente. Ele, assim como Zoë, chega arfando e com os olhos arregalados.

— Por quê Annabeth está pendurada no pescoço do seu ex-namorado loiro? – ele pergunta, tropeçando nas palavras. Bianca solta um riso e eu coloco a mão sobre a testa.

Será um longo dia.

P.O.V Annabeth Chase

Coloco o prato de biscoitos em cima da cama. Thalia se inclina e pega dois, depois se deita novamente na cama e entrega um biscoito para Zoë.

— Você não pode fugir do garoto para sempre, Annie – Zoë diz, colocando o resto do biscoito na boca e pegando outro. - Uma hora você vai ter que encarar tudo isso...

— Exatamente – Thalia exclama, sentando e apontando os biscoitos de modo acusatório para mim. – Você sempre disse que eu tinha que encarar tudo de cara. Com Luke, Nico, minha família.

— Dando conselhos que não consegue seguir, senhorita Chase? Que coisa feia... Percy perseguiu Thalia o dia todo perguntando sobre você e Luke. Está morrendo de ciúmes - Zoë balança a cabeça com uma incredulidade fingida e encara o prato de biscoitos. – Sua mãe é genial na cozinha. Deem um prêmio para essas coisinhas redondas e deliciosas.

— Demorou anos para ela aceitar na receita – eu revelo. Deito na ponta da cama e encaro o teto. – Prometo resolver tudo com Percy o mais rápido possível.

Thalia mostra a tela de seu celular para Zoë e as duas se levantam. Thalia pega o prato de biscoitos e pisca para mim.

— Boca abençoada, hein? A hora é agora, Annie - ela sorri e se vira para Zoë. - Que tal terminarmos os biscoitos tomando um suco na sala com a tia Atena?

— A melhor coisa que você disse hoje – as duas se dirigem a porta e saem sem me explicar nada. Levanto para ir atrás das duas, então Percy entra em meu quarto.

Ele me encara e solta um suspiro. Consigo sentir e ver seu nervosismo. Ele abre a boca, mas nenhuma palavra sai. Resolvo falar por ele.

— O que você está fazendo aqui? – eu pergunto, com a voz baixa. – Como você entrou aqui?

Ele pisca seus olhos verdes para mim.

— Eu...

— Não me diga que invadiu minha casa? Meu Deus, Perseu! – eu corro para fechar a porta. – Se minha mãe ver você aqui ela vai ter...

— Foi sua mãe que me deixou entrar, Annabeth – ele diz e eu fecho a porta e me viro com os olhos arregalados para ele.

— Sério? – eu indago, espantada. – Pensei que ela odiasse todos os garotos que se aproximassem.

— Tive uma ajuda de Thalia com isso – ele murmura e eu semicerro os olhos. – Nada demais, juro.

Ele levanta os braços em rendição e eu dou de ombros.

— Tá, mas por que está aqui? – eu me sento na cama. – No meu quarto?

Ele revira os olhos e senta ao meu lado. Abusado!

— Porque você não me deu escolha – ele explica. – Só hoje vi você correndo para o lado oposto do meu mais de três vezes.

Solto um suspiro e jogo minhas mãos sobre meu colo. Ele foca seu olhar em meu rosto.

— Estou tentando entender tudo isso, Percy – eu olho para ele. – Nos odiávamos e então... Você me pede em namoro.

— Você me odiava – ele corrige. – Eu nunca odiei você.

— Faz alguma diferença?

— Faz – ele balança a cabeça. – E foi você que veio com aquela história de “ficar bêbados e esquecermos que não nos damos bem”. Foi você que me beijou. Pediu que eu ficasse longe de você, mas se aproximou. Por que fez isso?

Cubro meu rosto com as mãos e apoio os cotovelos em minhas coxas.

— Eu não sei, Percy – eu respondo. – É por isso que estou tentando entender o que está acontecendo.

— Eu sei o que está acontecendo – ele diz, fazendo com que eu levante o rosto e o encare. – Eu gosto de você. Você gosta de mim. Não tem nada de complicado nisso. E não tem nada de errado, Annie.

Me controlo para não sorrir quando ele me chama pelo apelido. É fofo e natural vindo dele. Afasto esses pensamentos com um balanço de cabeça e respiro fundo.

— Eu não posso namorar você, Percy – eu explico. – Não é nada com você, juro. Só não estou pronta para um relacionamento.

Ele arqueia a sobrancelha e se aproxima.

— Então não vamos namorar – ele me olha com uma expressão de compreensão. – Te pedi em namoro porque Silena disse que era essencial. Não queria te pressionar.

Eu solto um riso baixo e balanço a cabeça lentamente.

— Silena? – ele concorda e eu reviro os olhos. Ele sorri com meu ato.

Permanecemos em silêncio, observando a parede azul em nossa frente. Ele segura levemente meu pulso. Olho para lá e depois para seu rosto.

— Eu estou falando sério, Annabeth – ele sorri. – Não precisamos namorar. Podemos continuar do jeito que está... Quer dizer, tirando a parte que você me evita... Só a parte que você e eu...

Sorrio com a confusão que ele faz.

— Eu entendi, Percy – ele dá um sorriso de lado.

— Nada de namoro. Apenas... Estaremos juntos, sem nada sério – eu assinto vagarosamente. Ele me olha com atenção. – O que me diz?

Ele aumenta um pouco o aperto em meu pulso, mas sem machucar. Coloco minha mão sobre a sua e olho em seus olhos.

— Eu prometo pensar.

— Você disse isso da última vez e a única coisa que fez foi me ignorar e fugir – ele observa e eu dou um sorriso.

— Prometo pensar e não te evitar – ele retribui o sorriso e aproxima nossos rostos.

— Acredito em você – ele diz quase em um sussurro.

E então, gruda nossos lábios. O mínimo toque de sua boca na minha já faz com o que minha barriga fique esquisita e minhas pernas moles. É como se meu corpo pedisse mais e mais. E é por isso que quase me dou um troféu quando consigo me afastar dele.

Me levanto rapidamente e aliso minha roupa. Ele se levanta também e me observa com um sorriso de canto. Abro a boca e fico para da daquela maneira alguns segundos, antes que consigo proferir alguma coisa.

— Acho melhor descermos antes que minha mãe resolva dar um ataque aqui – ele passa a mão pela nuca e assente. Me viro, lutando com minhas pernas para não voltar e agarrá-lo outra vez.

Quando abro a porta, Thalia, Zoë e – pasmem – minha mãe quase caem em cima de mim. Seguro Thalia pelos ombros e largo quando ela recupera o equilíbrio. Cruzo meus braços e encaro as três, que olham para nós com expressões culpadas.

— Isso não me surpreende vindo de vocês duas – aponto para Thalia e Zoë, que seguram a risada, assim como Percy. Viro-me para minha mãe, que ajeita os cabelos. – Mas você, Sra. Atena... Francamente!

Minha mãe me olha sem expressão alguma, depois desvia o olhar para Percy.

— Ora, querida. Relaxe – ela dá de ombros. – Só queria saber se o garoto que quer namorar minha filha era ou não um idiota. Não é nem um crime, é?


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Notas finais do capítulo

Ignorem qualquer tipo de erro, eu não revisei porque meu hamster estava roendo a casa dele porque queria sair (digam olá para o Rofoldo, que está subindo no teclado sem parar).
AAAH, eu queria perguntar se vocês tem twitter rfahbebubauav Eu e uma leitora linda conversamos por lá e é tudo muito amor, eu costumo usar o tt pra stalkear os famosos (e só sigo gente assim, aí é aquela solidão) então por que não usar pra conversar com vocês além de usar pra ficar stalkeando a Melanie sem parar? Então se vocês tiverem, deixem aí ou me sigam (@lucywitcher) e me avisem quem são vocêsss ❤ e quem não tiver, faça um porque eu sou realmente uma pessoa maravilhosa de se conversar (não).
Enfim, espero que vocês tenham gostado. Até o próximo capítulo, um beijo no coração de cada um e tchauzinhoooo ❤



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