A Cor do Amor escrita por GraziHCullen


Capítulo 11
Voz




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_você sabe, Bella... Essa maldito capuz esconde o que não deveria.

 

Jasper e sua sinceridade desnecessária. Já se passou a noite, e agora estou me arrumando para ir ao colégio. Jazz acomodou-se em minha cama, uma perna esticada e outra dobrada. Na ultima, ele descansava o braço. Com a mão do outro braço livre, coçava os olhos cansado.

 

_Obrigada pela informação, Jazz. – Respondi-o, azeda. Nunca fui uma pessoa de bom humor nos 20 primeiros minutos do meu dia. Quando pequena, sempre passava todo o meu mau humor para as outras pessoas. Mas parece que hoje não funcionou com o Jazz. Serio, ele continua com aquela felicidade irritante as seis da manha.

 

“Realmente, perfeito para a Alice” Pensei.

 

Jazz, assim como a Alice era alegre em excesso. A única diferença era que ele não mostrava tanto quanto a baixinha. Talvez por ter tido uma infância abalada, ou até por ser deveras tímido, mas ele sabia se controlar. E eu de certa forma agradecia por isso.

 

Puxei o capuz novamente, cobrindo meu rosto, para em seguida ouvir outra rodada de reclamações. Jazz odiou meu capuz. Ele fala que cobre o que eu sou. De certa forma ele esta até certo, já que o capuz cobre verdadeiramente a minha esquisitice e as cores irritantes ao meu redor. Ignorei-o e desci as escadas sozinha, enquanto Jazz se jogava novamente na minha cama, já quase dormindo. Quando cheguei ao primeiro andar só vi minha tia tomando o café, também mal humorada. Assim como eu, todos nessa casa tem mal humor pela manha. De certa forma isso facilita na convivência, pois assim ninguém conversa com ninguém e todo mundo fica feliz.

 

Dando um bom dia para Reneé, sai de casa. Eu pretendia ir à pé, já que a Rosalie fez “greve de carona”. Andar me faz bem e eu não estava reclamando, mas fiquei feliz quando vi um Volvo parado na minha porta. Mas uma grande diferença acontecia. Edward estava para fora do carro, recostado, sorrindo de lado e mostrando todo aquele charme irritante. Tão... tentador.

 

Ele olhou para cima disfarçadamente e riu, para logo em seguida enfiar a mão pela janela aberta (do carro, dã!) e buzinar. Ouvi da janela do meu quarto um assovio baixo, vindo do Jazz.

 

Olhei novamente para o Edward a tempo de vê-lo abrir a porta do passageiro para mim. Automaticamente, entrei. No carro, um perfume masculino invadiu minhas narinas e eu fiquei um pouco desconexa com esse aroma tão bom. Edward sentou-se no banco do motorista e ficou me olhando. Finalmente notei que ele me olhava cheirando o ar. Ouvi-o rir baixinho e dar a partida no carro.

 

Tentei manter meu corpo parado e tentei respirar o menos possível daquele maravilhoso perfume. Coisa impossível, mas eu estava decidida a tentar. Por isso não vi quando Edward tirou uma das mão do volante e abaixou meu capuz, fazendo com que um emaranhado de cachos castanhos caísse espalhados pelo meu pescoço e rosto. Olhei-o assustada

 

_Você devi ouvir seu primo... Você fica muito melhor sem o capuz.

 

Assim que terminou de dizer esta frase, passou à mesma mão que abaixou o capuz por todo o meu cabelo. Seus dedos longos passaram pelo meu cabelo, levando consigo pequenos choques que me causavam arrepios. Ouvi-o rir, quando sua mão passou a acariciar minha bochecha, senti-o envolver sua mão em meu maxilar enquanto eu corava cada vez mais. Quando senti que ele puxaria meu rosto para perto dele para provavelmente me beijar tirei sua mão de mim e coloquei-a no volante.

 

_Dirija com as duas mãos no volante – Sussurrei, debilmente, para logo em seguida me bater mentalmente.

 

Eu poderia te-lo beijado! Eu poderia ter passado meus dedos por aqueles cabelos de aparência tão macia! Eu poderia ter sentido o seu gosto!

 

Poderia... Mas não senti.

 

(...)

 

Assim que cheguei à escola, não dei nem um tchau para o Edward. Eu somente peguei minhas coisas e sai correndo, querendo entrar o mais rápido possível naquele prédio velho e tão odiado por cada aluno ainda com bom de seus funcionamentos mentais. Suspirando sai correndo pelo estacionamento derrubando uns três alunos no caminho. Assim que pisei na sala, fui em direção a ultima cadeira, levantando minha mão para levantar o capuz. Mas senti dedos fortes me impedindo. Meu subconsciente sabia que aquela mão não era de Edward, mas mesmo assim levantei a cabeça tímida, pronta para pedir desculpas por tudo que aconteceu no carro. Mas não encontrei Edward. Ao contrario, um homem que entraria para a lista de “os mais lindos do mundo” estava lá, sorrindo de lado e segurando o meu pulso.

 

Seu cabelo era loiro, curto. Olhos negros, penetrantes. Juraria que pude senti-lo na minha alma, tentando me ler, saber o que estava pensando. Nariz fino, boca grossa, que estava curvada, em um sorriso torto sacana. Ele vestia uma camiseta preta e uma calça jeans, mas por baixo de toda aquela roupa eu poderia ter a certeza de que músculos “deliciosos” esperavam, pedindo para que alguma garota os acariciasse.

 

A mão que ele ainda tinha em meu pulso desceu ate minha mão, pegando-a e levando até os lábios, em um gesto que de tão velho, meu avô sentiria vergonha. Mas com ele fazendo parecia algo daqueles filmes românticos juvenis. Inconscientemente suspirei e esqueci de esticar meu braço para levantar meu capuz definitivamente. Eu estava perdida nos olhos dele.

 

“Bella...” Ouvi na minha cabeça uma voz masculina soar.

 

“Bella... Minha flor... Minha Bella...”

 

Eu não conseguia parar de olhar para os olhos desse homem tão misterioso. E como se eu fosse ordenada para fazer isso, e eu tivesse que obedecer

 

“Vamos Bella... Estamos sozinhos aqui... Você sabe que quer...”

 

A voz masculina na minha cabeça cantava, me instigando, me fazendo querer algo que eu ainda não entendia. Eu só sabia que eu iria fazer tudo o que aquela voz quisesse... Afinal, como uma voz tão sexy e linda faria mal a mim?

 

“Vamos Bella... Me beije...”

 

“Eu sei que você quer...”

 

“Me beije... Agora!”

 

Eu já me inclinava na direção daquele homem tão hipnotizante quando na minha mão livre senti os dedos mais conhecidos do meu mundo. Os dedos de Edward. Acordei do transe e a voz rouca livrou os meus pensamentos. Virei minha cabeça para encontrar Edward olhando diretamente para aquele estranho. A mão que não me segurava estava apertada com força, como se ele se segurasse para não bater no homem, seus olhos estavam ficços na face de James, raivosos. A boca formou uma linha fina, pois ele comprimia os lábios. Voltei meu olhar para o estranho, e ele encarava Edward. Só que seu olhar era travesso, como uma criança que é pega fazendo travessuras, mas não nega que as fará de novo. A aura dele era verde-escuro, cor que significa masculinidade e também tinha grossos fios pretos e cinzas, significando magoas guardadas.

 

_James... – Ouvi a voz de Edward soar, ameaçadora, fazendo um som tão assombroso que me encolhi.

 

_Edward... – O estranho respondeu. A voz idêntica a que soava em minha cabeça. Um arrepio correu pelo meu corpo e eu abracei Edward inconscientemente.

 

O que estava acontecendo ali?

 

 


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