Perversa escrita por Diamandis


Capítulo 33
Capítulo 33




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Eles conseguiram correr até o galpão sem se molharem muito. Fecharam a porta e caminharam até a beira da piscina.

– Vamos esperar uns minutos e a gente volta. – Ela sugeriu. – Enquanto isso, fica longe de mim.

Ronald deu as costas, mas mudou de ideia. Voltou e a segurou.

– Foi você, não foi?

– Como é?

Ele revirou os olhos e segurou seus braços.

– Foi você quem fez aquilo com a Feira, não foi?

Ela tentou se soltar, mas foi em vão.

O vento fez a chuva mudar de lado e ela começou a bater com força nas grandes janelas de acrílico. Conversar era quase impossível.

– Não Ron, que droga! – Hermione não se atrevia a encará-lo nos olhos.

– Eu não vou te soltar enquanto você não confessar.

– Então vamos ficar aqui pra sempre.

Ronald apertou um pouco mais os dedos na pele dela, protegida pelo casaco.

– Garoto, você ta me machucando! – Miou.

– Ótimo. – Ele riu. – Então confessa logo!

Hermione se debateu, mas ele estava concentrado demais para dar uma brecha para ela sair.

– Eu não vou soltar.

Trovejou outra vez e ela estremeceu. A chuva estava piorando, já tinha virado uma tempestade.

– Ron, olha esse tempo. Logo a gente não vai mais poder sair daqui.

Ele respirou fundo e a balançou de leve, para frente e para trás.

– Acorda, Hermione! Eu já tenho como provar que foi você.

Ela levantou uma sobrancelha desafiadora.

– Então por que quer que eu confesse?

– Eu quero ouvir de você.

Ele afrouxou as mãos um pouco e a encarou mais de perto. Seus olhos azuis estavam nervosos e arregalados.

– Não. – Ela sentiu os braços livres e aproveitou para escapar.

Caminhou em direção à porta, mas Ronald chegou primeiro e pôs-se a frente dela.

– Enquanto você não confessar, não vai sair daqui.

Ele se aproximou outra vez e apertou seus braços com mais força.

Hermione suspirou.

– Está bem, o que você quer que eu fale?

– O óbvio: que você sabotou a Feira de Ciências.

Ela o olhou nos olhos e assentiu com a cabeça.

– Eu sabotei a Feira de Ciências. Posso ir agora?

Mesmo sabendo de tudo, Ronald ficou surpreso. Ela era tão fria, tão má, tão...

Trovejou de novo, dessa vez muito mais forte. As luzes do galpão piscaram e se apagaram. Hermione sugou o ar, alto, e suas mãos tremeram. Dava pra ouvir os gritos no refeitório, mais de farra do que medo.

O clarão de um relâmpago iluminou parcialmente o lugar. Hermione estava aterrorizada e Ronald ainda surpreso. Mas logo tudo ficou totalmente escuro outra vez, parecia noite. A chuva estava mais forte.

Hermione se lançou para frente e enlaçou os braços numa cintura, com força. Suspirou alto e escondeu o rosto num ombro. Cheiroso... Ronald estava mais surpreso do que antes, sem ação. Mas sentiu pena e acabou envolvendo o corpo assustado de Hermione em seus braços. Passou a mão pelos cabelos sedosos dela, hesitante.

– Calma, vai passar logo...

Então o vento mudou a chuva de lado outra vez e os trovões diminuíram. A luz piscou mais algumas vezes até voltar completamente.

– Eu não disse?! Foi só uma ‘tromba d’água’.

Hermione retirou a cabeça do ombro dele e abriu os olhos lentamente. É, ele havia dito. “Isso foi assustador, mas... quase bom.”, ela pensou.

Foi aí que reparou que ainda estava com os braços ao redor da cintura dele. Afastou-se rapidamente e tossiu um pouco, recompondo-se.

– Vamos? – Ele chamou um pouco envergonhado.

Ela concordou e abriu a porta.

Os pingos ainda estavam grossos e rápidos. Respirou fundo outra vez, tomando coragem para enfrentar tudo aquilo e ficar ensopada. Deu um passo à frente.

– Espera! – Ele chamou enquanto tirava o casaco de couro e estendia para ela. – Veste isso...

Mesmo indecisa a loira pegou a jaqueta a vestiu. Tão cheirosa como aquele ombro. Correram para a chuva e, antes que todos os vissem, ela devolveu o casaco e eles seguiram caminhos diferentes.

Ronald já sabia o que queria. Estava satisfeito


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