Divergent escrita por GG


Capítulo 21
XX


Notas iniciais do capítulo

Aqui estamos, este é o último capítulo da fanfic Divergent! Vocês não imaginam quanto me enche de amor e satisfação poder terminar essa fanfic, me sinto tão feliz por ter conseguido, e isso só foi possível com todo o apoio vindo de vocês. Espero que vocês gostem, e eu em breve irei postar a continuação, ficarei muito feliz com o acompanhamento de vocês lá também. Obrigada por tudo ♥



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Saltamos um a um diretamente na rede da entrada da Audácia, tentando não fazer muito barulho. Logo encontramos os traidores da Audácia patrulhando todos os corredores do complexo. Seguro firmemente minha arma, como se ela fosse minha salvação e ela realmente pode ser a corda que irá me puxar no poço que me leva até a morte.

— Eu vou distraí-los e vocês…vocês continuam. — diz Natalie Prior, há uma pequena comoção por parte de Tris que argumenta que é injusto e se voluntaria para ficar no lugar dela mas a senhora Prior acaba obrigando-a a continuar.

As rajadas de tiros começam e nós avançamos rapidamente, enquanto Natalie atira de volta rapidamente, é como se ela soubesse exatamente como fazer aquilo, como se conhecesse armas tão bem quanto qualquer integrante da Audácia, e talvez ela realmente as conheça.

Sinto medo por Natalie, ela logo vai ser atingida ou vai ficar sem munição, o que vier primeiro, mas tudo que ela faz é acenar para sairmos logo, e é exatamente o que fazemos. Mas eu não consigo fazer isso, puxo a minha arma e começo a atirar também, tento não pensar no soldado que cai quando eu atiro três vezes consecutivas em suas pernas, ele desaba no chão e eu continuo atirando. Natalie lança-me um sorriso quando terminamos de abatê-los.

—Obrigada, Lena. — diz ela quietamente.

Os outros estão mais a frente e não é difícil encontrá-los, vejo Marcus encolher-se de medo quando os tiros recomeçam. Eu me sinto agradecida pelo treinamento ter tido partes de tiros com armas mais pesadas que a que estou segurando no momento, estou recheada de munição por toda minha roupa, nem mesmo meu sutiã conseguiu escapar disso.

Estamos quase lá, falta tão pouco…

Um grito vindo perto de mim corta minha concentração do som dos disparos, é Andrew, o pai de Tris. Andrew caiu no chão, atingido no peito, e não é como se os outros pudessem parar agora, eles iriam ser atingidos. Natalie me encara, eu não estou como alvo de ninguém no momento, se eu for bem rápida eles não me notarão…

Eu corro, segurando apertada a arma contra minha perna, puxo Andrew para trás de uma coluna que serve como abrigo provisório. Eu pego seu pulso, ele parece estar morrendo e não há nada que eu possa fazer para ajudá-lo, lembro-me das instruções dos primeiros socorros da enfermeira Oliver, quando fiquei visitando Mabel, mas não sei como lidar com tiros…

— Caleb! — eu grito, ele que retirou a bala que estava na minha perna e fez curativos, ele corre ao socorro do pai, os olhos cheios de lágrimas.

— Pai, eu…

— Eu sei, não há nada que possa fazer. — diz Andrew quietamente. — Apenas não parem, cuide de sua irmã e de sua mãe. Sigam em frente.

Ele começa a tossir sangue, minha mente me leva de volta para a morte de Mabel e eu sinto vontade de morrer, é como se estivessem me matando aos poucos. Ouço os tiros cessarem e Tris e Natalie devem estar vindo. Me levanto e vou para perto de Tobias.

— Ele se foi. — eu digo sem saber o que mais poderia dizer, Tobias assente quietamente. — Eu não fiz nada para ajudá-lo, eu só…

— Lena, você se arriscou para tentar salvá-lo. — corta-me Tobias. — Não precisa se culpar, a culpa não é sua.

Temos que continuar, Tris fica distante de Tobias e eu fico perto dele, não quero ficar perto de Marcus de maneira alguma e sei que Tobias tampouco quer. Paramos atrás de uma coluna, ouvindo o som de um soldado solitário. Ponho uma parte de minha cabeça para fora e reconheço automaticamente Dimitri, ele está com uma fita azul enrolada ao redor do pulso e está desarmado.

— Quem quer que esteja aí, se renda e apareça onde possa ver. — eu olho para Tobias e pisco, escondo a arma na roupa e apareço. Ele parece assustado em me ver, os olhos arregalados. — Lena.

— Onde estão os computadores da simulação? — eu pergunto calmamente, como se estivéssemos em um dia comum na Audácia, comendo bolos de chocolate e conversando sobre qualquer coisa sem importância.

— Você é…

— Divergente. — completo irritada. — Dimitri, me fale logo.

— Eu nunca falaria.

— Tem certeza? — eu puxo a arma e a destravo, mirando diretamente em seu peito, me sinto mal por isso mas só consigo pensar em todas aquelas pessoas da Abnegação que vão morrer se continuarmos com essa maldita simulação em curso.

— Não teria coragem. — ele diz e eu atiro na sua coxa direita cerca de cinco segundos depois dessa sua afirmação infeliz. — Sua va....

— Não ouse. — eu digo. — Fale logo ou eu vou ser obrigada a atirar mais uma vez.

— Está bem. — ele diz uivando de dor.

+++

— Não devia ser tão cruel. — diz Marcus de repente, estamos seguindo e quase estamos na sala de controle dessa simulação.

— Eu deveria ser como você, não é? Além da crueldade. — eu digo cortando-lhe friamente. Continuamos andando e Dimitri guiando quietamente ao lado de Caleb.

É quando a fileira de soldados aparece mais uma vez, eles estão começam a atirar e nós revidamos, sinto vários tiros passarem bem perto de meu corpo, a adrenalina me revestindo já está começando a ficar extremamente normal mas não deixa de ter o mesmo efeito de sempre.

Os disparos não param e logo atingem Natalie, que se põe na frente da filha para evitar que ela leve um tiro, vejo Tris parar de atirar para tentar ajudá-la, Caleb junta-se as duas. Apenas Tobias e eu agora, vejo os soldados sem munições e o combate termina.

— É muito ruim eu não me sentir tão…mal por tê-los matado? — eu sussurro tentando evitar o momento de despedida de Natalie e seus filhos.

— Não é, isso tudo é necessário. Se parássemos de atirar eles iriam matar a todos. — diz Tobias.

E eu me sinto doente por vivermos em um lugar em que a matança se faz necessária.

+++

Quando finalmente estamos poucos metros de distância da central de controle, perdemos Andrew e Natalie, vejo o olhar desolado de Tris e Caleb e me sinto mal. Marcus e Dimitri estão próximos e eu espero que consigamos destruir essa central. Me preparo para futuros combates corpo a corpo pois podemos ficar sem munição logo, não há tanta no momento já que abusamos delas nos últimos minutos que se passaram. Antes de Tobias entrar no cômodo eu prendo meus cabelos nervosamente.

— Não hesite em matá-los. — sussurra Tris para mim e para Caleb.

A gritaria não tarda a iniciar-se, surpreendidos os operadores começam a se desesperar e alguns dos soldados traidores da Audácia são acionados e chegam ao socorro dos operadores. Tobias e Tris começam a atirar, até Caleb atira desajeitadamente, tentando ajudá-los. Eu rapidamente encontro o coração das operações..

— Precisamos detê-la. — eu digo a Tobias me referindo á mulher que está operando os computadores centrais, ele acena para que eu mesma o faça. Vou saindo pelas laterais atirando, a faca pequenina ainda repousa em meus jeans pretos. Adentro a saleta restrita e atiro nas pernas e mãos dos soldados que ali estão, eles caem no chão e se debatem, não é necessário matá-los se eles ficarem daquela maneira.

— Cancele essa simulação, agora. — eu digo apontando a arma na direção do rosto da operadora, mas sei que não pode ser tão fácil assim.

— Eu acho que você deveria abaixar essa arma, garotinha. — ela diz com um sorriso gigantesco, e eu sinto a presença de alguém atrás de mim, meu coração acelera por causa do medo e do terror.

— Pensou que eu fosse deixá-la para trás assim, querida? — a voz me enche de nojo, sinto a arma gelada encostar em minhas têmporas, deslizando para cima e para baixo, ouço o clic quando ela é destravada e a mão livre de Eric em minha cintura, eu começo a suar e sei que estaria chorando se isso estivesse acontecendo semanas atrás. — Ponha a arma no chão agora.

Eu me abaixo vagarosamente e coloco a arma no chão, ao lado de meus pés. Ficamos naquele estado paralisado por alguns instantes quando eu decido que não posso simplesmente parar agora, o senhor e a senhora Prior morreram por isso e eu não posso simplesmente acovardar-me, se for necessário eu darei minha vida por isso.

Puxo a faca abruptamente e a cravo na perna de Eric, ele cai no chão e geme de dor mas ele me puxa e eu caio encima dele, ele me puxa com força e nós rolamos no chão, logo é o corpo dele que está encima do meu, fazendo peso.

Ele aproxima o rosto do meu, como se estivesse prestes a me beijar e eu finjo que vou ficar parada com isso, espero que ele estar quase encostando os lábios nos meus e puxo a faca na sua perna, cravo-a agora nos seus ombros e aproveito esse momento para lançá-lo de volta ao chão, engatinho com o corpo dolorido e pego a arma com muita dificuldade, atiro na perna dele e me levanto em um salto.

— Não pode me machucar assim, não tem esse direito. — ele rosna do chão mas continua contorcendo-se de dor.

— Agora podemos continuar nossa conversa? — eu pergunto encarando Jeanine que parece ter inserido alguns códigos — Eu não vou hesitar em atirar.

— Magdalena, pare com isso! — eu escuto a voz de Marcus e não deixo de concentrar-me na mulher. — Olhe o que está se tornando.

— Você também, pare aí agora mesmo ou eu não vou me importar de atirar em você. — eu digo friamente, sinto o ódio se apossar de mim e só consigo me lembrar de todo mal que ele me fez, e fez ao meu irmão e até mesmo a Evelyn.

Ele parece acreditar e para.

— Eu…eu paro, mas não atira em mim. — diz mulher chorando, ela insere alguns códigos nervosamente e as máquinas fazem um barulho esquisito, posso ver as imagens dos soldados da Audácia que poucos segundos atrás estavam mirando seus fuzis na direção das pessoas ajoelhadas da Abnegação, aos poucos recobrando a consciência.

— Temos que ir! — grita Tris, e eu só consigo correr.

+++

— Para onde estamos indo? — o trem se move pelos trilhos, os trens nunca param em Chicago, independente de todo este caos. Marcus está no fundo do vagão e Caleb observa a paisagem passando, estou perto de Tris e Tobias, meus olhos procurando por inimigos, qualquer barulho me assusta.

— Quem sabe? Vamos apenas… ir até o final. — diz Tobias.

Eu fico em silêncio e penso em como o treinamento da Audácia me ensinou a simplesmente correr, continuar correndo, mesmo que você se vire para atirar algumas vezes você nunca pode parar de correr.

E é exatamente isso que estamos fazendo agora, estamos seguindo em frente.


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal e um maravilhoso Ano Novo para vocês



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