Florença, 1353 d.c

Acordei cedo hoje para garantir que todos os detalhes da festa de aniversário do meu marido estivessem prontos para amanhã, mesmo ele não querendo uma comemoração.

–E os doces filha? - questionei sorrindo a Isabelly que comia um docinho de cada bandeja.

–Gostosos...- ela sussurrou com a boca cheia e sorri antes de ser chamada por Casey.

–Aconteceu alguma coisa? - questionei assim que vi sua expressão preocupada.

–Magnus descobriu sobre a festa é está furioso.- ela disse e suspirei.

–Simplesmente não entendo por que ele se recusa a comemorar o próprio aniversario.- disse confusa e Casey sorriu triste.

–É um dia triste para ele, Adelina, apenas entenda.

–Tome conta de tudo por mim Casey e não deixe Isabelly comer todos os doces.- pedi antes de sair da cozinha.

Procurei Magnus em todos os lugares possíveis do castelo, mas não o encontrei, até que comecei a ouvir gritos vindos da sala de treino.

Curiosa abri a porta e vi que todos os guardas estavam vendo dois homens lutando de espada, e um deles era meu marido.

–O que está acontecendo aqui? - questionei seria chamando a atenção de todos.

–Estou comemorando meu aniversário.- Magnus disse a última palavra com raiva.

–Por que você sempre fica maluco no seu aniversário?

–Sempre comemorei meu aniversário dessa forma, se não está feliz a culpa não é minha. Agora saia, por que está atrapalhando minha festa.

–Você devia ter me deixado morrer. Preferia ter morrido do que ter me casado com alguém tão insensível como você.- sussurrei com raiva antes de sair chorando dali.

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–Adelina? - Magnus chamou assim que entrou em nosso quarto.

–O que você quer? - questionei com magoa enquanto penteava meus cabelos. -Queria me desculpar por ter sido grosso com você. E quanto mais se aproxima meu aniversário, mas maluco fico.- ele se justificou se ajoelhando ao lado da cadeira em que estava sentada.

–Por que você odeia tanto o dia em que nasceu? O que aconteceu de tão terrível para deixa-lo descontrolado quando essa data se aproxima? - questionei confusa e ele suspirou triste antes de tomar coragem para falar.

–Lembra-se que lhe contei que meus pais morreram quando tinha três anos?

–Sim.

–Eles morreram no dia 8 de agosto.- ele disse e olhei para o meu marido sem saber o que dizer.- Meus pais morreram no meu aniversário de três anos.

–Sinto tanto amor.- sussurrei antes de envolve-lo em um abraço.- se soubesse disso, jamais teria inventado uma festa. Você me perdoa?

–Não há o que perdoar.- Magnus sussurrou com a voz embargada enquanto acariciava suas costas de leve.

–Vai ficar tudo bem.- sussurrei amorosa até que ele se acalmasse e lhe preparasse um banho para que ele descansasse.

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Me levantei da cama com todo cuidado para não acordar Magnus, assim que sai do nosso quarto fui acordar as crianças para fazermos uma surpresa para meu marido.

Assim que nossos filhos estavam acomodados em cima da cama, contei até três antes de acariciar os cabelos de Magnus de leve para acordá-lo, por que se não fosse desse jeito ele acordaria de uma vez e pronto para matar qualquer um.

–Bom dia meu amor.- sussurrei assim que ele abriu seus olhos castanhos para me ver.

–Bom dia meu anjo.- ele sussurrou sonolento e sorri antes de lhe dá um beijo.

–Tenho uma surpresa para você.- sussurrei assim que me separei dele e Magnus percebeu nossos filhos na cama.

–Feliz aniversário papai.- Isabelly disse feliz antes de abraçar o pai.

Percebi o quanto ele ficou tenso por lembrar que dia era hoje, mas assim que nossa filha o abraçou Magnus relaxou um pouco.

–Obrigado filhote. E vejo que você já provou meu pedaço de bolo.- ele brincou vendo o rosto de Isabelly todo sujo de bolo.

–Estava vendo se Madalena fez do jeito que o senhor gosta.

–Sei. E ela fez Isa?

–Sim.

–O papai tem que assoprar a velinha.- Enzo disse empolgado enquanto Iago segurava um pedaço de bolo de laranja com cobertura de açúcar e que possuía uma vela acessa.

–Mas antes o papai tem que fazer um pedido.- Pietro lembrou sorrindo.

–Mas temos que cantar “parabéns pra você” para o papai antes de tudo isso.- Romeo lembrou e olhei para Magnus que parecia sem jeito diante das tradições de um aniversário.

–O papai de vocês...- comecei a explicar e Magnus me interrompeu.

–As crianças tem razão amor, afinal é meu aniversário. – ele disse enquanto se sentava na cama e Iago lhe entregava o pedaço de bolo.

Em seguida começamos a cantar “parabéns pra você” antes de Magnus assoprar as velinhas, e naquele momento soube que tudo o que ele estava fazendo era por causa das crianças.

Era para não desapontá-las.

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Enquanto jantávamos naquela noite conclui que estava na hora de falar sobre o meu passado, afinal sabia tudo sobre a vida de Magnus, mas ele não sabia nada sobre mim.

–Será que poderíamos conversar.- pedi que as crianças foram para a cama.

–Claro querida, vamos conversar tomando um bom vinho na sala.- ele ofereceu antes de irmos em direção a sala.

–E então, o que gostaria de conversar, amor? - Magnus questionou enquanto me servia uma taça de vinho.

Tomei minha bebida de uma só vez antes de falar tudo a Magnus.