Além da vida escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 42
Bônus: Adorável assistente




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Pov. Alicia:

Deveria ser mais um dia comum de trabalho na Santclair Entreprises, da qual era ceo, já que fui a única dos quatro filhos do meu pai que amava essa empresa como ele. Talvez Danilo se interessasse pela empresa quando fosse maior, mas segundo a minha mãe isso fosse pouco provável já que eu adorava passar os dias na empresa quando era pequena, e meu irmãozinho preferia ver desenho animado, não poderia culpa-lo. Afinal, Danilo só tinha quatro anos.

–Bom dia senhora Sforza.- minha secretaria me cumprimentou assim que passei perto de sua mesa.

–Bom dia senhora James.- a cumprimentei antes de seguir para a minha sala, que outrora pertenceu ao meu pai, que decidiu se aposentar para passar mais tempo com seu caçula.

Hoje seria um daqueles dias que odiava, pois iria passar a manhã toda entrevistando vários candidatos para ocuparem a recém desocupada vaga de minha assistente pessoal.

A qual foi demitida por que me chamou de vadia pelas costas.

Confesso que tenho um gênio difícil, meu pai sempre diz que sou tão difícil quanto minha mãe. Já que minha irmã gêmea Patrícia, sempre diz que sou controladora e que nunca vou arrumar alguém enquanto me comportar com uma ditadora.

E também sei que meus funcionários me apelidaram carinhosamente de “coração de gelo”, por que segundo eles, ninguém era capaz de despertar algo em mim.

O som do telefone tocou me distraindo de meus pensamentos. Respirei fundo afastando meus medos e anseios antes de atender ao telefone, era minha secretária me informando de que os candidatos à vaga haviam chegado.

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Já havia entrevistado 12 candidatos e nenhum me pareceu qualificado para a vaga, já estava ligando para a minha secretaria para dispensar os próximos quando prestei atenção na ficha do próximo entrevistado e fiquei curiosa para conhecê-lo. Afinal, não é todo dia que um recém-formado em direito se candidatava a vaga de assistente.

–Bom dia Sra. Sforza.- ele me cumprimentou com um sorriso gentil e indiquei que se sentasse.

–Me esclareça uma duvida Sr. Beaumont. Por que um rapaz recém-formado em direito aceitaria o emprego de mero assistente? - questionei curiosa e ele sorriu.

–Por que tenho certeza que irei aprender muito com a senhora. E também por que conheço a empresa como ninguém.- ele afirmou e pisquei confusa sem entender do que ele falava. – Meus pais foram uns dos vários designs da empresa, os dois morreram em uma viagem de trabalho em nome da empresa quando eu tinha 9 anos.

–Eu sinto muito.- sussurrei sem saber o que dizer e ele sorriu suave.

–Tudo bem. Meus tios cuidaram de mim desde então, e os dois trabalham aqui. Para a senhora ver como minha vida sempre esteve ligada a essa empresa.

–Você realmente conhece tudo aqui? - questionei desconfiada.

–Sim. Conheço cada protocolo de setor, assim como cada setor. Passei a maioria das minhas férias ajudando a minha tia no setor de correspondência.- ele segredou e fiquei pensativa por alguns minutos antes de voltar a falar.

–Muitos dizem que o número 13 traz azar.- disse seria e ele suspirou resignado.

–É verdade. Mas sempre achei que ele era o meu número de sorte.

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Naquela noite minha irmã veio jantar conosco junto com seu marido Eliot, os dois haviam se casado recentemente. Segundo mamãe, Eliot era o par perfeito para Patrícia, já que ele sabia julgar com imparcialidade todas as criações culinárias da minha irmã, pois a mesma era chef de um restaurante muito conceituado em Florença.

–E então, como foi? - Patrícia questionou curiosa assim que entrei em casa.

Era estranho olhar para alguém que era a sua cara, apesar de Patrícia usar os cabelos com alguns cachos e de se vestir de uma forma menos seria, mesmo convivendo com ela por 22 anos ainda era estranho olhá-la. Parecia que estava diante de um espelho, que me mostrava uma imagem mais descontraída.

–Podemos conversar enquanto tomo banho.- disse e ela concordou.

–Você parece cansada filha.- meu pai atestou assim que entrou na sala com Danilo no colo.

Que segundo mamãe e meus avôs, eram a cópia perfeita do meu pai.

Na verdade Danilo foi o único que herdou do meu pai os cabelos claros, os olhos verdes e a pele clara.

–Ela anda trabalhando demais. Já disse a Lili para tirar umas férias.- minha mãe disse preocupada.

–Lili, filha s quiser posso...- meu pai começou a falar e o interrompi já sabendo o que ele ia sugerir.

–Não precisa pai. Estou bem.- assegurei suave.

–Concordo com o papai, você precisa de férias. Quando foi a última vez que você transou? - Patrícia questionou e corei envergonhada.

–Patrícia.- meu pai a repreendeu enquanto colocava as mãos no ouvido de Danilo que já havia escutado a pergunta da nossa irmã.

–O que é transar, mãe? - Danilo questionou curioso para minha mãe.

–Patrícia.- meu pai sussurrou serio enquanto olhava para minha irmã e achei melhor leva-la para cima antes que nossos pais a deixassem de “castigo”, que no caso seria tratamento de silencio durante a noite toda, já que ela não dependia mais dos nossos pais para ter a mesada cortada.

–Você devia se policiar mais, afinal Danilo é uma criança.- disse assim que entramos no meu quarto e fechei a porta em seguida.

–Tudo bem, vou pedir desculpas. Mas você sabe que tenho razão. Já faz quanto tempo desde que você terminou com o Marcelo?

–Dois anos.- disse e estremeci ao lembrar do dia em que quis fazer uma surpresa para o meu namorado em seu apartamento e o encontrei muito ocupado na cama com outra.

–Tudo isso? E desde então, você...

–Estou bem desse jeito.- disse seria e ela concordou.

Patrícia sabia quando eu não queria conversar sobre um assunto e apesar de ser intrometida ela sempre respeitava minha decisão.

–Tudo bem. Você conseguiu escolher alguém? - ela questionou mudando de assunto e sorri antes de começar a falar sobre meu mais novo assistente pessoal.

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Ian estava se mostrando muito eficiente em sua função, quando contei ao meu pai sobre ele, o mesmo ficou surpreso por que depois do acidente que vitimou seus pais, meu pai se dedicou a garantir que Ian tivesse a melhor educação possível, já que seus tios não teriam condições financeiras de lhe oferecer isso.

–Meu pai me contou que você recebeu uma bolsa para estagiar na Faroush Corporation.- disse assim que Ian havia me atualizado sobre meus compromissos do dia.

–Ele disse também que você foi o único da Itália a conseguir essa bolsa. Só ainda não entendi por que desistiu do estágio. A Faroush Corporation é uma das maiores empresas de direito, tem filias em todo o mundo.

–Sei disso Sra. Sforza, mas não aguento mais saber que o Sr. Sforza paga minha educação por remorso.

–Isso não é verdade.- tentei argumentar, mas sabia que ele tinha razão.

–E além do mais tenho um motivo muito forte que me prendi aqui, e também meus tios precisam de mim.- Ian disse e voltou a me falar sobre meus compromissos do dia, dando por encerrado a nossa conversa.

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–Eu acho que você deveria ir.- Patrícia disse enquanto tomávamos café em minha sala.

Ela disse que veio a empresa saber como estavam suas ações, o que duvidava muito ser verdade, pois ela poderia ligar como sempre fez.

E o que me deixou mais desconfiada foi o fato dela estar usando seu cabelo liso natural e roupas sóbrias. O que me deixou desconfiada das suas reais intenções.

–Nem morta vou para o casamento do meu ex.

–Alicia isso já faz dois anos. E é uma chance de mostrar a ele que já superou, o que não é o caso.

–Já superei o Marcelo.- disse antes de tomar meu café.

–Se eu fosse você iria e ainda levaria o seu assistente como acompanhante.- ela sussurrou enquanto Ian estava ocupado demais ao telefone agendando algum compromisso para mim.

–E por que eu levaria o Ian? - questione confusa e ela sorriu.

–Por que ele é gato, e também é o único homem que passa o dia todo ao seu lado sem odiá-la.- ela confidenciou e sorriu assim que Ian se aproximou de mim.

–Com licença senhoras. Sra. Sforza, o coquetel com os russos ficou marcado para amanhã as 16:00 horas.- Ian informou e agradeci.

–Obrigada Ian, coloque como lembrete em minha agenda pessoal.- pedi e Patrícia me olhou seria.- Ian, você tem algum plano para esse final de semana?

–Não. A senhora precisará de mim em alguma viagem de negócios?

Está disponível para viagens de negócios era uma das exigências para o cargo de meu assistente.

–É mais ou menos isso Ian. E você fica bem de smoking?- Patrícia questionou e olhei para ela chocada pela sua cara de pau.

–Ninguém nunca reclamou senhora Astor.- ele disse e minha sorriu antes de lhe contar qual seria a nossa “viagem de negócios”.

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O casamento do meu ex seria na Tosca, na vinícola dos pais dele já que a noiva achou o local romântico para a ocasião. E qual não foi a minha surpresa quando Marcelo veio até a minha mesa me cumprimentar e apresentar a sua esposa, que descobri que a noiva era a mulher que fraguei na cama com meu namorado.

–Estou feliz que tenha vindo Alicia.- Marcelo disse feliz e sorri surpresa.

Por que pensei que pularia no pescoço dos dois, mas não.

Parecia que Marcelo era insignificante ao meus olhos. Ele não tinha mais importância para mim, o que foi um alivio.

–Espero que o que houve no passado tenha ficado no passado.- a esposa de Marcelo que se chamava Talitha disse suave e sorri.

–Claro que sim. Encontrei alguém melhor que seu marido.- disse antes de me dirigir a Ian que estava ao meu lado.- Que tal se fossemos dançar?

–Seria ótimo.- ele disse suave antes de me levar para a pista de dança.

–E então, a senhora quer dá algo para eles falarem durante a festa? - Ian sugeriu enquanto dançávamos e sorri.

–Seria bom, e já pedi para me chamar de Alicia, afinal não estamos na empresa.

–Claro Alicia.- ele sussurrou e senti um arrepio quando ele me colou mais ao seu corpo, e não pode negar que gostei de como meu nome foi pronunciado por ele.

E naquele momento durante a nossa dança percebi o que sempre esteve lá durante esses seis meses.

Ian me amava e era por isso que ele não aceitou o estágio. Por que ele queria ficar perto de mim, mesmo que eu não desse nenhuma esperança a ele.

E naquele momento decidi fazer a coisa mais certeza desse mundo, pois ele merecia algo melhor.

–Ian, acho que você devia aceitar o estágio.- disse enquanto parávamos de dançar.

–Não posso Alicia.

–Por que não? – questionei e ele respirou fundo antes de falar.

–Por que a amo. Me apaixonei por você desde que a vi, e gostaria muito de saber se....- ele começou a dizer e o interrompi.

– Não. Você é meu funcionário e não deveria nutrir esse tipo de sentimento por mim. Afinal, jamais o incentivei a isso.- disse firme e ele me olhou triste.

–Sei disso senhora, mas…- ele começou a dizer e o interrompi novamente.

–Não. E você está.... Demitido.- disse seria antes de deixa-lo sem rumo na pista de dança.

Sei que fui cruel, mas sabia que estava lhe dando uma chance de crescer, e naquele momento descobri que estava completamente apaixonada por meu adorável assistente.

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Durante esses quatro anos muita coisa havia mudado.

A empresa havia crescido muito sob a minha gestão. Minha irmã havia dado à luz a uma menina linda, e eu iria comprar a nossa concorrente o que nos deixaria com um novo mercado para explorar.

E era nessa reunião importante que estava agora, estávamos à espera dos donos da empresa concorrente para a nossa reunião.

Foi quando o vi entrando na sala acompanhando os donos da empresa, e para minha surpresa Ian estava lindo, não que ele não fosse antes.

Mas agora ele estava diferente.

O conhecimento podia realmente modificar um a pessoa.

–Já que os senhores chegaram acho que podemos começar. O que acha senhora Sforza? - o diretor de finanças questionou enquanto eu ainda olhava para Ian também me olhava.- Sra. Sforza?

–Sim, claro.- disse tentando focar minha mente na reunião.

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–Foi um ótimo negócio Sr. Dashwood.- disse assim que nos cumprimentamos.

–Sim senhora Sforza, e só vendi minha empresa para a senhora por que o Dr. Beaumont assegurou que a senhora trataria a minha empresa com dedicação e amor.

–Ele está certo.

–Que bom. Bom, Dr. Beaumont me acompanha de volta para Londres? - o Sr. Dashwood questionou e olhei para Ian em pânico.

–Ainda não Sr. Dashwood, tenho alguns assuntos pendentes para resolver em Florença.- ele explicou e o Sr. Dashwood concordou antes de nos deixar a sós.

–Como foi o estágio? - questionei nervosa por ficar a sós com ele.

–Foi maravilhoso, aprendi muito. E hoje trabalho para a Faroush Corporation. Chefio o setor de direito corporativo.

–Isso é bom. Sempre soube que você seria bem-sucedido.

–É. E vou me casar.- ele anunciou e perdi o ar.

Como assim ele iria se casar?

Como assim ele havia me esquecido?

Foi quando me lembrei que não tinha direto algum de querer que ele ficasse sozinho, pois foi eu mesma que o mandei embora.

–Isso é....- sussurrei sem saber o que dizer.- Bom?! Espero que ela seja uma garota legal.

–Ela é.- ele assegurou e sorri tentando parecer feliz com ele.

Afinal, o que eu esperava?!

Que ele pensasse em mim a cada dia desses quatro anos como eu fiz?!

Era errado e egoísta da minha parte.

–Alicia? - ele chamou enquanto se aproximava de mim.

–Sim.- sussurrei enquanto ele se aproximava de mim e me olhava nos olhos detalhadamente como se estivesse à procura de algo.

–Não vou me casar. Só disse isso para ver se você sentia algo por mim, depois de todos esses anos.

–Com que direito você faz isso comigo? - questionei entre lagrimas e comecei a bater em seu peito indignada.

Em seguida Ian segurou a minhas mãos impedindo meu ataque de raiva.

–Com o direito de um homem que amou você de longe durante esses quatro anos. E só não voltou antes por que achava que você não sentia o mesmo.

–Sei que dei a entender que não sentia nada por você. Mas só fiz o que fiz, por que queria que você realizasse seus sonhos, que se sentisse realizado.

–Você me ama? - ele questionou ansioso pela resposta e sorri.

–Sim. Amei você durante esses quatro anos. Não deixei de pensa-lo em um só minuto.- assegurei e ele sorriu feliz.

–Eu te amo, querida. Te amo muito.- Ian sussurrou doce e sorri em meio as lagrimas.

–Eu também te amo, amor. Te amo muito.- sussurrei antes de ser beijada por Ian.

E hoje eu estava casada com o homem que amo há um ano, Ian havia pedido transferência para a filial de Florença, e estávamos esperando o nosso primeiro filho.

E com toda a nossa história aprendi que tudo tem a hora certa de acontecer, até o amor.


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Notas finais do capítulo

Imagens do capitulo:

Alicia e Patricia:

http://www.polyvore.com/al%C3%A9m_da_vida/set?id=181375941

Alicia e Ian, 4 anos depois:

http://www.polyvore.com/al%C3%A9m_da_vida_segundo_bonus/set?id=182003498



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