Além da vida escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 26
Incertezas




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Pov. Lukas:

–Ai está você. O procurei pelo palácio inteiro.- Lanna disse aliviada assim que me encontrou na galeria dei secoli, onde ficavam todas as obras de artes, joias e relíquias que pertenciam aos meus antepassados. -Está tudo bem?

–Está.- assegurei enquanto olhava a foto da minha família.- Por que?

–Por nada, só achei estranho encontra-lo aqui, ainda mais olhando para uma foto da sua família.

–Aconteceu alguma coisa? - questionei desviando do assunto antes de virar para vê-la.

–Não, só queria avisar que os quartos de hospedes já estão prontos para quando seus parentes chegarem.- ela informou e sorri deixando-a confusa.

–Amor, meus parentes não são do tipo que gostam de ficar confinados entre quatro paredes. Tenho certeza que irão gostar mais de ficar em suas tendas como bons ciganos tradicionais que são.- disse e ela me olhou sem jeito.- O que houve?

–Lukas, não quero que pense que as coisas entre nós voltaram a ser como antes.- ela se justificou e suspirei entendendo o que a havia deixado constrangida.

–Podemos estar separados Lanna e respeito isso, só que nossa separação não irá me impedir de amá-la da mesma forma.- assegurei antes de sermos interrompidos pela governanta do palácio que informou a chegada dos meus parentes.

Agradeci antes de convidar Lanna para irmos recebe-los.

–Lukas.- minha avó disse maternal assim que me viu e me abraçou em seguida.

–Oi mamí.- disse amoroso e ela sorriu suave antes de beijar minhas bochechas.

–Como está querido? - ela questionou assim que nos afastamos.

–Estou bem mamí.- assegurei suave e ela me olhou desconfiada antes de segurar minha mão nas suas.- Vó não precisa ler a minha mão para saber se estou bem.

–Preciso sim, vi algo nas cartas que me deixou preocupada.- ela disse seria enquanto acompanhava as linhas da palma da minha mão.

– O que a senhora está vendo vó? - questionei curioso e ela levantou os olhos para me ver.

–Nada. Onde estão sua esposa e seus filhos? Ah ali estão eles. - Vovó disse mudando de assunto assim que viu Lanna e meus filhos.

–Vejo que o que Lukas falava não faz jus a vocês. Todos são lindos e encantadores.- ela disse amorosa e todos riram.- Sou Caroline Sforza.

–Lukas é muito gentil. E é um prazer conhece-la.- Lanna disse suave e vovó sorriu.

–Me permiti ler a sua mão? - vovó pediu e Lanna a olhou receosa.

–Não se preocupe, é apenas uma mania que tenho, se não quiser tudo bem.

–Não tudo bem.- Lanna disse antes de entregar sua mão a ela.

–Você é uma mulher forte. A mulher perfeita para estar ao lado de um Sforza.- vovó disse passando o dedo indicador pela palma da mão de Lanna antes de levantar os olhos para vê-la.- Você está assustada com tudo que tem acontecido, e compreendo. Me permite um concelho minha filha?

–Sim.

– Não deixe que magoas a separem do homem que você ama antes que seja tarde demais.

– Sei disso, mas não sei se estou pronta para esquecê-las.

–Entendo, mas lembre-se que toda escolha tem uma consequência.- vovó informou e Lanna concordou.

–Olhe só para vocês, são tão parecidos com Lukas.- vovó disse e meus filhos riram.

–Não somos tão parecidos com o papai assim senhora Sforza.- Nicolas disse e minha avó sorriu.

–É ai que você se engana meu bisneto, pode não ser na aparência, mas no olhar posso ver a determinação e força, as mesmas qualidades possuídas por seu pai. Gostaria muito de conhece-los melhor, afinal sou a avó de vocês. O que acham?

–Seria maravilhoso.- Nicole respondeu e os irmãos concordaram antes de levaram a avó para a biblioteca.

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Ter minha avó em casa era maravilhoso, afinal era como voltar a ser criança por ter todo amor e carinho que só uma avó poderia dá.

E para comemorar o nosso encontro vovó decidiu fazer uma festa cigana, na qual minha família seria apresentada para todo o clã.

–Puxa.- Allegra disse maravilhada assim que entramos na tenda onde ocorria a festa.

As mulheres estavam dançando em círculo usando suas saias rodadas coloridas enquanto seus pulsos produziam um som harmonioso graças as suas pulseiras.

–Eu sei filha, é espantoso quando se vê pela primeira vez.- expliquei e Allegra sorriu encantada.

–Elas são tão lindas.

– Os mais antigos dizem que as ciganas têm o dom da beleza.- ouvi uma voz conhecida dizer atrás de mim e virei para ver quem era.

–Esmeralda.- disse feliz por ver minha prima e ela sorriu antes de nos abraçarmos.

–Esmeralda, esses são meus filhos: Nicolas, Nicole e Allegra, e está é minha esposa Lanna.- apresentei minha família a minha prima que sorriu suave.

– Pelo que vejo seus filhos herdaram a beleza do pai, e você está me devendo uma dança.- ela me lembrou suave.

–Sei disso.

–Ótimo, esse é o momento de pagar.- ela disse antes de me levar para o meio da roda onde todos dançavam.

Pov. Lanna:

–É impressão minha, ou aquela pedra falsificada estava dando em cima do papai? - Nicole questionou ciumenta enquanto olhávamos Lukas dançar aos risos com a sua suposta prima.

–Ni pare com isso, é claro que a prima do papai não está dando em cima dele.- Allegra disse e Nicolas sorriu malicioso.

–Claro que ela tá, sei quando uma mulher está interessada em um homem, e ela está.

–E o pai de vocês está gostando do flerte.- disse com raiva antes de sair da tenda, pois precisava de um ar.

–Lanna? - ouvi Lukas chamar e virei para vê-lo.

–Aconteceu alguma coisa?

–Por que está se importando comigo? A dança com a sua prima não estava boa? - questionei furiosa e ele me olhou confuso.

–Do que você está falando?

–Do que estou falando?! Aquela sua priminha estava se esfregando em você, e pelo que seus filhos e eu vimos você estava gostando.

–Só estávamos dançando.- ele se justificou e sorri sarcástica.

– Não sou cega Lukas, e aquilo não era uma dança.

–Você está com ciúmes de mim, meu anjo.- ele disse feliz e sorri sem humor.

–Claro que não. E a sua atitude com ela só me fez ver o mulherengo que você continua sendo. Peça desculpas a sua avó, mas não vou continuar na festa.- disse com raiva antes de começar a me afastar dele, mas Lukas segurou meu braço me impedindo de ir.- Me solta.

–Só estávamos dançando Lanna, só que a dança cigana é muito mais envolvente que qualquer outra dança. -Lukas explicou antes de me virar de costas e se aproximar de mim.- Ela é usada para demonstrar a paixão que cada cigano possui.

–Isso não é desculpa para deixar sua priminha se esfregar em você.- sussurrei tentando me controlar enquanto Lukas sussurrava em meu ouvido.

–Posso mostrar a você como os ciganos dançam, se quiser.- ele sugeriu e me vi concordando antes de sentir suas mãos em minha cintura e ouvir sua voz me dizendo o que fazer.

Parecia que meu corpo já conhecia os movimentos de cor o que era impressionante, afinal jamais havia conhecido a cultura cigana.

–Sinto saudade de você.- sussurrei assim que envolvi o pescoço de Lukas com meus braços.

–Eu também sinto, meu anjo.- ele sussurrou e se aproximou de mim como se fosse me beijar, mas Lukas se afastou me deixando confusa.

–Você não vai me beijar?!- questionei confusa e ele sorriu triste.

–Por mais que queira ardentemente fazer isso, prometi a você que respeitaria o tempo que me pediu e vou cumprir isso. Que você escolha ficar comigo de livre e espontânea vontade como na primeira vez.- ele sussurrou antes de beijar a minha testa e voltar para a festa.

E naquele momento percebi que apesar de ter achado que não conhecia mais Lukas por causa dos anos de mentiras, ele vinha e me mostrava o contrário.

E isso só me deixa ainda mais confusa.


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