Pov. Nicolas:

–E os contratos dos coreanos Abigail? - questionei assim que entreguei a minha secretaria uma pasta cheia de contratos que havia acabado de assinar.

–Houve um problema no recebimento Nicolas, que será resolvido daqui há três dias.- ela disse e a encarei furioso.

–Três dias?! Sabe o quanto esse contrato vale Abigail? A cada dia que se passa sem assinarmos essa papelada a Sant Clair Entreprises perde milhões.

–Eu se Nicolas, e me desculpe, mas não foi culpa minha.

–Desculpas não nos farão recuperar a fortuna que estamos perdendo. Agora trate de resolver isso.- gritei furioso antes de Abigail sair da sala nervosa.

–Pensei que havia lhe ensinado a como tratar as pessoas.- ouvi uma voz conhecida dizer e levantei os olhos dos meus contratos para ver meu pai entrado em minha sala.

–Pai? Pensei que o senhor só chegaria a noite.- disse confuso enquanto me levantava para abraça-lo, mas meu pai me evitou o que me deixou confuso.

–Sente-se nesse sofá agora, Nicolas Cullen por que temos muito o que conversar.- ele disse serio enquanto apontava para o sofá que havia em minha sala.

–Por favor, pai não sou mais um moleque para ouvir sermão.- lembrei e ele me olhou severo.

–Pode ser no tamanho, mas para mim as suas ações são de um moleque malcriado que merece ouvir todos os sermões e receber todos os castigos, para aprender a respeitar os sentimentos dos outros. Agora senta nesse sofá Nicolas. – papai ordenou furioso e obedeci por instinto afinal, meu pai sabia ser assustador quando queria.

–Quantas vezes vamos ter essa conversar Nicolas? Quantas vezes vou ter que lhe explicar que sua teimosia vai acabar afastando de você o seu maior tesouro nessa vida?

–Por que sempre sou o errado pai? Por que o senhor nunca entendi meu lado? - questionei triste.

–Por que você está errado meu filho. Você não pode escolher a vida do seu filho, ou ele vai se afastar de você. Nicolas, você se lembra de como se sentiu quando descobriu que sua mãe e eu afastamos a Leah, de você?

–Lembro.- sussurrei me lembrando do passado.

–Você quer que Harry sinta o mesmo em relação a você? - papai questionou e o olhei em meio as lagrimas.

–Não. Não iria suportar que meu menino me odiasse, preferia morrer.- solucei e meu pai se sentou ao meu lado antes de acariciar meu cabelo de leve.

–Meu menino, acho que você deve parar para pensar e reconhecer que está errado e pedir perdão para a sua família.

–O senhor tem razão pai. Obrigado.- sussurrei antes de abraça-lo.- Senti sua falta.

–Também senti sua falta amor.- papai sussurrou enquanto me abraçava mais forte.

Depois da conversa que tive com meu pai decide fazer uma surpresa para a minha família, afinal tinha que me desculpar por todas as coisas que havia dito.

Pov. Leah:

Depois da briga horrível que tive com Nicolas decide me focar no trabalho, já que eu era responsável pelo museu do palácio da alvorada, mas assim que chegou a hora do almoço decidi ligar para meu filho para almoçarmos juntos.

–Oi mãe.- Harry disse amoroso assim que se aproximou da mesa em que estava.

Sorri amorosa antes de envolve-lo em um abraço apertado para sentir seu cheiro familiar.

–Já pedi seu prato preferido querido, espero que esteja com fome.- disse amorosa assim que nos separamos e ele sorriu.

–Estou faminto mãe.- ele disse sorrindo antes de nos sentarmos.

–Mãe...- Harry sussurrou depois que terminamos de almoçar e esperávamos a sobremesa.

–Sim amor.

–Mãe, eu estive pensando e... Vou me inscrever para trabalhar no medico sem fronteiras.- ele disse suave e sorri orgulhosa dele.

–Isso é maravilhoso filho.- disse e ele sorriu sem jeito.

–Mãe, vou me candidatar para trabalhar na África.- Harry disse e parei de respirar.

–Por que você vai fazer isso? - questionei confusa e ele suspirou antes de segurar a minha mão.

–Por que quero ajudar os outros, e também por que estou cansado de ver e ouvir que meu pai não tem orgulho de mim. Não aguento mais ser uma decepção para o meu pai, mãe.

–Meu amor, você não é nenhuma decepção. Seu pai é meio teimoso, mas sei que no final ele vai reconhecer seu erro e lhe pedirá desculpas.

–Talvez mãe, mas acho melhor eu ir embora.

–Se você for, vou com você.- disse nervosa, pois nunca imaginei me ver longe do meu filho.

–Mãe, e o papai? - ele questionou preocupado e sorri triste.

–Por mais que me doa ficar longe de Nicolas, não sobreviveria sem meu filhote perto de mim.

–Não quero fazê-la escolher mãe.

–E você não está, vou com você por que sei que precisa de mim.

–Eu te amo mãe.- ele sussurrou amoroso antes de beijar as minhas mãos.

–Eu também te amo meu filhote.- sussurrei enquanto olhava para meu filhote com amor.

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Antes do jantar, enquanto todos estavam aguardando Lukas entregar os presentes que ele havia trago de sua viagem, recebi uma mensagem de Nicolas me pedindo para chamar Harry e irmos a um restaurante, pois precisávamos conversar.

–O que será que o papai quer conversar? - Harry questionou enquanto eu dirigia para o endereço da mensagem.

–Não sei, mas hoje iremos contar a ele sobre a nossa decisão.

–Tem certeza mãe?

–Tenho, já disse que vou com você.- disse assim que estacionei em frente ao restaurante.

Assim que saímos do caso pisquei confusa não entendendo por que o local estava vazio.

–Boa noite Sr. E Sra. Cullen. O Sr. Cullen está aguardando-os do lado de dentro.- a recepcionista disse antes de nos conduzir para dentro do local.

Confusos entramos sem fazer perguntas enquanto olhávamos para o local totalmente vazio e suspeito o que nos deixou em alerta.

–Que bom que vieram.- Nicolas disse aliviado enquanto se levantava da cadeira assim que nos viu.- Sentem-se por favor, temos muito o que conversar.

Em silencio nos sentemos antes do maitre se aproximar de nossa mesa.

–Gostariam de fazer os pedidos agora senhores?

–O que acham? - Nicolas questionou suave enquanto nos olhava.

–Acho que devíamos esquecer essa história de “jantar em família” e termos uma conversa final.- disse seria e ele me olhou confuso.

–Uma conversa final? Como assim? - Nicolas questionou sem entender.

–Você mesmo sugeriu que se eu não estivesse satisfeita com meu marido devia pedir o divórcio, pois bem, estou pedindo.

–O que?!

–Mãe.- Harry sussurrou confuso enquanto me olhava.

–Estou cansada de vê-lo implicando com nosso filho pelas escolhas dele. Estou farta de você dizer o que bem quer e depois pedir desculpas, isso se tornou um ciclo vicioso Nicolas, do qual estou cansada.

–Leah, sei que tenho sido ultimamente o pior pai e marido do mundo, mas estou aqui diante de vocês para reconhecer que estou errado e prometer que jamais voltarei a agir desse jeito. Só peço a vocês uma chance. Uma chance para concertar todas as besteiras que fiz. – Nicolas implorou enquanto me olhava com seus olhos verdes, daquele jeito que fazia meu coração acelerar e meu corpo se arrepiar sem ele ter me tocado.

–Por mais que me doa dizer isso...- sussurrei com a voz embargada tentando segurar minhas lagrimas.- Acho melhor acabarmos com isso. Harry irá trabalhar na África e vou com ele.

–O que?! Como vocês tomam uma decisão dessas sem me perguntar algo? E como assim você vai jogar 10 anos de casamento fora? Pensei que você me amasse? Pensei que o imprinting me desse a certeza de que você jamais iria me deixar, pelo jeito estava enganado.

–Como você ousa duvidar do que sinto? Você não sabe o que estou sentindo Nicolas, estou sendo dilacerada por dentro só de dizer que vou deixar você.- disse com dor enquanto olhava para ele.

–Pois não parece.

–Já chega.- Harry gritou furioso e olhamos para ele confusos.- Não aguento mais ouvir vocês discutindo por minha causa. Se era para acabar com o amor que vocês sentiam preferia não ter nascido.

–Harry.- Nicolas e eu dissemos assim que nosso filho deixou a mesa e saiu do restaurante.

Por extinto corremos atrás de Harry e o encontramos sentado chorando perto do jardim de inverno que havia no restaurante.

–Filho, nos desculpe.- Nicolas pediu assim que nos sentamos um de cada lado de Harry.

–Casas brigam meu amor, e isso não quer dizer que eles deixam de amar seus filhos.

–Seu pai tem razão, meu filhote.- sussurrei acariciando os cabelos de Harry de leve.- E jamais diga ou pense que seria muito melhor que você não existisse, por que não é verdade. Você foi tudo que sempre desejei na vida, e tê-lo foi a realização de um sonho.

–Sua mãe sempre quis ter um filho, Harry, mas por ela ter se tornado uma loba isso se tornou impossível.- Nicolas explicou enquanto enxugava as lagrimas de nosso filho.- Mas por milagre Leah conseguiu engravidar de você, o maior tesouro que tenho nessa vida. E me desculpe se tenho agido como um idiota por que achava que sabia o que era certo para você, mas eu não sei. Você me perdoa, filho?

–Sempre vou perdoar você pai. -Harry sussurrou antes de abraçar Nicolas com força.- Eu te amo pai.

–Eu também te amo meu filho. E vou continuar amando-o se decidir ir para outro continente.

–E deixar o senhor e a mamãe brigando sem parar para ver de quem é a culpa por minha partida?! Nem pensar pai.- Harry brincou assim que se separou de Nicolas.

–Sua mãe e eu podemos brigar, mas no final sempre fazemos as pazes. Sabia que você foi concebido depois de uma briga que tivemos?! Por que sua mãe achou que eu a estava traindo.- Nicolas confidenciou ao nosso filho que piscou confuso.

–Serio?!

–Não sei se vocês lembram, mas estou aqui. Então, não fiquem falando de mim como se não estivesse.- disse seria olhando para os dois.

–Bom... Acho que essa é a hora em que devo deixá-los a sós.

–Seria bom filho.- Nicolas pediu e Harry concordou antes de nos deixar a sós.

–Leah...- Nicolas começou a dizer e o interrompi.

–Se for começar com seu discurso de sempre é melhor nem começar.- pedi seria antes de me levantar.

–Leah, o que você quer que eu fale? É só me dizer que falo.- Nicolas implorou se levantando e suspirei.

–Não posso dize-lo o que fazer, isso tem que partir de você.- disse antes de começar a andar para fora dali, mas ele segurou meu braço me impedindo de partir.

–Posso ter um minuto apenas para tentar me desculpar.- ele implorou e concordei.

Confusa o vi se ajoelhar em minha frente sem desviar seus olhos dos meus.

–Sei que não tenho cumprido com a promessa que fiz de sempre faze-la feliz quando a pedi em casamento. Sei também que tenho sido um péssimo marido ultimamente, mas estou aqui ajoelhado na sua frente para pedir perdão por todas as palavras que disse e que a magoaram profundamente. Por ter sido insensível e egoísta, por esquecer que um casamento é feito de cumplicidade, amor e companheirismo e por esquecer a mulher maravilhosa que está ao meu lado durante todos esses anos. Por todas essas falhas e pelas outras que não lembro agora, imploro o seu perdão Leah.- Nicolas pediu e olhei profundamente em seus olhos percebendo que ele estava sendo sincero.

–Eu perdoo você.- sussurrei sorrindo e ele sorriu feliz.

–Verdade?

–Verdade. Agora, que tal você levantar daí e me beijar?! – sugeri sorrindo e Nicolas sorriu antes de se levantar e me beijar.

Parecia que não nos beijávamos a anos, pois estávamos desesperados para ter mais um do outro. Mas a contragosto tive que interromper nosso beijo antes que fossemos presos por atentado ao pudor.

–Podemos.... Terminar...Nossa conversa assim que.... Chegarmos em casa. O que acha? - sugeri sem folego com minha testa unida a sua.

Nicolas concordou com a minha proposta antes de nos beijamos uma última vez e seguirmos de mãos dadas para o restaurante, onde jantamos como uma família, algo que não fazíamos a muito tempo.