O Calendário de uma Garota Problema escrita por Tatti Rodriguez


Capítulo 8
Capítulo 8:Botar o copo pro alto, curtir a vida e beber!


Notas iniciais do capítulo

Perdão a demora!! Mais um capítulo! Espero que esteja grande o suficiente para compensar a demora.
Personagem nova :3
Dedicado as minhas leitoras lindas e que puxam minha orelha pra postar rápido kkkkkkk
Boa leitura.



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Bonnie POV

— Pode usar e abusar de mim hoje. - Alaric falou antes que eu pudesse beijá-lo.
Ele apertava os braços ao meu redor e isso me amoleceu. Ele era forte e tenho que admitir, ele tinha uma puta pegada. Minhas mãos iam de seus cabelos até seu pescoço e desciam arranhando seu tórax por cima da camisa.
Enquanto me beijava, ele tirava minha camisa e a jogava em um canto qualquer do quarto. Eu fiz o mesmo com sua camisa, sua pele era macia e firme sob a ponta de meus dedos. Meus lábios mordiam e beijavam seu pescoço o fazendo se arrepiar.
— Bonnie... - ele gemeu e ficou por cima de mim. Levantou uma de minhas pernas e a apertou enquanto a enlaçava em sua cintura - Preparada Bonnie?
Aquela era uma boa pergunta. Eu estava preparada para transar com Alaric? Eu estava preparada para fazer isso com meu amigo por causa de ciúmes de Damon? Só porque aquele filho da mãe estava com aquela vadia?! Alaric era gostoso e sim, eu o achava o caminho da perdição, estava excitada. Mas eu não conseguiria fazer isso com ele estando bêbada e por um motivo tão fútil como aquele. Se um dia eu fosse transar com ele, que fosse sem influências ridículas como ciúmes.
Eu não sabia como dizer aquilo à ele. Eu olhei em seus olhos e ele pensava o mesmo que eu. Ele não precisava me falar. Alaric e eu construímos um forte laço, uma ligação forte que nos permite perceber o que um quer dizer. Era como se tivéssemos nossa própria linguagem.
— Alaric...
— Bonnie...
E então começamos a rir. Sim, rir. Ele caiu em cima de mim e rolou para o lado e me puxou para abraçá-lo. Sua mão apertava minha cintura e minha perna estava enroscada nas dele. - Eu não acredito nisso! - ele falou entre arfadas - Nós íamos realmente...
— Íamos... - eu recobrei o ar, mas eu continuei a gargalhar.
— Claro que você não ia aguentar... - ele me provocou - Sabe, se provasse uma vez... Iria querer para sempre.
— Com certeza. E eu não estou pronta pra me viciar em você. - nos viramos de frente para o outro.
— Não, mas agora, falando sério. - Alaric respirou fundo, me olhou profundamente e começou a mexer em meu cabelo - Não seria certo fazer isso quando estivermos bêbados.
— Eu concordo. - falei e sorri para ele, Alaric era... Eu não sei nem qual adjetivo colocar para descrevê-lo. Ele é o tipo de amigo que consegue te ler em apenas um olhar e que vai sempre fazer algo pensando no seu bem. Ele é o tipo raro de pessoa que possa existir hoje em dia.
— Se um dia nós dois formos realmente fazer isso... - ele acariciava minha bochecha - Será por que nosso coração pediu, e não porque um ciúme nos obrigou. Certo?
— Certo. - eu o olhei emocionada. Beijei sua testa e nos abraçamos até pegarmos no sono, o que não demorou muito.

Ah, então Ric e eu realmente não fizemos nada. Sorri e olhei para o lado. Mas com o movimento minha cabeça latejou.
Ah, não! Ressaca de novo não!
Gemi em desgosto e dor e voltei a fechar os olhos. Eu descobri que adoro as festas e as bebidas, mas que eu odeio a ressaca.
— Bonnie... - Alaric gemeu - Ai!...
Pelo visto ele também estava com a cabeça latejando. Eu me virei e aqueles olhos pequenos e azuis estavam tentando me focalizar.
— Tem duas de você. - ele falou meio grogue.
Eu ri, mas minha cabeça voltou a doer demais e no fim, minha risada terminou em um choramingo.
— Temos que ir embora. - falei para ele e com coragem o empurrei para fora da cama.
E do jeito que caiu ficou. De cara no chão.
— Você vai ver só...
— Não me ameace agora. A última coisa que voce está parecendo é ameaçador.
Eu também me levantei. Porém não senti nada rodar e nem uma força invisível me fazendo beijar o chão como eu me senti na semana passada depois de duas festas em um dia só. Talvez eu esteja ficando mais forte, ou meu corpo está entendendo que estou virando uma pinguça profissional e não se importa mais em me avisar que é errado.
Olhei ao redor do quarto procurando minhas roupas e as de Alaric, que ainda estava no chão.
— Ric! Levanta dai! - gritei e ele se assustou - Temos que ir embora.
— Só mais cinco minutos. - ele murmurou.
— Nem mais um minuto!
— Tá... - ele se levantou e apoiou na parede atrás de si - Nossa, mas você é chata quando tá sóbria, eu hein.
E entrou no banheiro. Revirei os olhos e ri. Continuei a caça à nossas roupas. Eu encontrei a camisa de Ric embaixo da cama, a minha no braço da pequena poltrona vermelha que havia ao lado da janela. No ventilador de pé tinha meu short e nossos tênis estavam juntos no pé da cama.
Me vesti rapidamente e deixei as roupas de Alaric em cima da cama e o avisei que estaria o esperando na parte de baixo.
Porém, quando ia abrir a porta, eu senti tudo dentro de mim tremer. Me lembrei de Damon, me lembrei de como nossa noite terminou ontem, de como ele estava extremamente raivoso e eu também estava com ele. A imagem dele entrando naquele quarto com aquela mulher, a hipótese de que elea poderiam ter transado me fez enjoar.
Desci rapidamente as escadas e quando cheguei ao primeira andar eu me surpreendi. Ontem a noite era somente mais uma balada qualquer, escuro, luzes fortes e música alta e loucas. Mas agora era completamente diferente. Haviam mais mesas, havia janelas! Todas abertas deixando a claridade do dia adentrar, a música que tocavam nos altos falantes eram músicas indies, tudo limpo e cheirando panquecas e saladas de frutas. Eu estava no lugar certo?
Me sentei em uma mesa longe da claridade e vi que ali havia uma cestinha com analgésicos e ao lado duas garrafinhas d'água. Eles pensaram em tudo? Peguei um comprimido e o tomei junto à água gelada.
— Bom dia. - o barman de ontem se pôs ao meu lado com uma bolsa marrom nas mãos. Era a minha, me entregou e com o caderno de pedidos em mãos e a caneta vermelha me perguntou : - O que vai querer?
— Ahn... Dois cafés extra forte. - pedi e sabia que devia comer alguma coisa - E alguns bolinhos.
— Certo - ainda falando baixo ele saiu e sumiu atrás de uma porta.
Fiquei encarando o tempo todo a escada, esperando pelo momento em que Damon desceria com aquela cara cretina e estúpida, sorrindo e sentando à minha frente como se nada tivesse acontecido. Ele tinha o dom de sempre aparentar que nada o abalava, que ele nunca faz besteiras, era uma das coisas que eu odiava nele. Ele era bom nisso.
— O que tanto olha? - Alaric perguntou se sentando a minha frente, olhou na mesma direção que eu e entendeu - Ele não vai vir, desencana.
— Como sabe? Obrigada. - falei ao garçom que colocara o pedido na mesa.
— Obrigado. Simples. Passei no quarto que ele entrou ontem e ele não estava lá. - ele soprou o copo e bebeu um gole.
— Mas como assim "Passei no quarto dele"?
— Eu ia chamá-lo para vir tomar café conosco. - ele deu de ombros, o olhei brava e ele revirou os olhos sorrindo - Qual é, Bon. Relaxa.
— E se ele estivesse lá? Já imaginou eu e ele na mesma mesa? - perguntei exasperada - Eu iria embora sem você!
— Bon, porque iria ser ruim? Acho que ele não ia aceitar depois de ontem. Você viu como ele ficou com ciúmes de nós dois?
— Eu mataria você e... Ciúmes? Como assim ciúmes? - perguntei rápido demais.
— Você estava tão cega com o seu ciúmes que não reparou no dele.
— Você acha que ele estava com ciúmes de mim?
— Se aquilo não era ciúmes, eu não sei o que era.
Me encostei na cadeira sorrindo profundamente. Damon estava com ciúmes de mim? Será que ele só foi com aquela mulher porque também estava tão mordido quanto eu? Isso era tão demais! Ele... Tem ciúmes de mim!
"PLEASE, BABY, SUCK ME! FUCK ME!"
Alaric me olhou assustado e eu peguei rapidamente o meu celular. Merda de toque que Melissa tinha posto!
Vi pelo visor que era Rayh. Eu não acredito! Sorri e atendi.
— Alô?
— Bonnie? - era a voz da minha amiga desde sempre - Tudo bem?
— Sim! E você?
— Estou bem. Te liguei pra saber algumas coisas.
— Decifrando outros feitiços? - Alaric me olhou confuso e apenas abanei com a cabeça.
— Não, só queria saber se você vai viajar por esses dias.
— Quer que eu vá para Nova York? - perguntei confusa - Aconteceu alguma coisa?
— Ah, não. Só pra saber mesmo. Escuta, vi suas fotos no insta e você mudou muito. Algum motivo especial?
— Ah, muitos. Gostou do meu novo visual?
— Está linda. - ela falou animada mas de repente a ligação começou a falhar - Bonnie, você faz um favor pra mim?
— Mas é claro!
— Não saia de casa até você receber uma surpresa hoje.
— Surpresa? Que surpresa?
— Eu não... dizer.
— O quê? A ligação está horrível.
— É q... vai falh... Bon...
E a ligação caiu.
Bloqueei o celular e o coloquei em cima da mesa, e fiquei o encarando.
— Quem era?
— Rayh.
— Okay. Quem era?
— Rayh. Uma amiga minha. De Nova York, faz um tempo que não falo com ela.
— Hmm. Não sabia dessa amiga sua. - falou e comeu mais um cupcake.
— Ela é uma bruxa também. Nos conhecemos meio que por acaso. Quando viajei para descobri mais da minha "espécie", acabei parando em Nova York e nos conhecemos em uma livraria antiga. Ela estava no mesmo momento de descoberta que eu. - peguei uma foto dela no celular e mostrei para ele.
— Uau. Gata. Quando vamos para a Grande Maçã mesmo?
— Fique com essas garras longe dela. - eu ri e vi a foto de Rayh Gray, minha amiga compreensiva e bondosa. Na foto ele ainda estava com os cabelos compridos e negros, será que ela estava com aquele apego todo ao cabelo ainda? - Bom, preciso ir para casa, Ric. Rayh disse que chegaria uma surpresa para mim hoje.
— Que tipo de surpresa?
— Bom, se eu soubesse não acho que seria uma surpresa.
Ele riu e me deu um tapinha na cabeça.
— Besta. - e me abraçou.
— Ainda vai comigo na festa da faculdade? - perguntei esperançosa.
— Não sei não.
— Mas hoje vai ter o concurso de camisetas molhada. - falei já olhando um sorriso no rosto perfeito de Ric.
— Garotas com camisetas molhadas?! - ele descruzou os braços e suspirou dramaticamente - Só porque está implorando.
— Não estou. - e ele tampou minha boca.
— Faço esse sacrifício por você.
Revirei os olhos rindo e logo já estávamos pagando a conta e cada um indo para seu carro. E antes que eu pudesse sair da vaga, eu me perguntei como Damon fora embora, já que na noite passada viemos com o meu carro. Mas me lembrei do que ele fez e a preocupação foi embora. Ele que fosse nas costas daquela vagabunda!

A tarde estava chata demais. Fiquei a tarde toda esperando a tal surpresa de Rayh e nada de chegar, ela havia me enganado? Não, é muito pouco provável, ela não era dessas. Estava tão chato esperar que decidi tirar um cochilo, mas assim que acordei, já estava de noite. Tomei um banho e comi um sanduíche e voltei ao estado tédio. Eu estava esparramada no sofá com o controle da tv nas mãos mudando os canais. Canal de pesca, culinária, filme de terror, romance, seriado de tv... Nada me agradava. Eu ia surtar, estava quase, quase, quando a campanhia é tocada.
Me levanto e sigo quase rastejando para a porta, ao abrir, sinto uma felicidade enorme me preenche. Eu não conseguia acreditar no que eu estava vendo. Era muito para meu coração aguentar!
— Surpresa!
— Rayh! - eu gritei entusiasmada já abraçando-a forte.
— Bonnie! - a garota a minha frente retribuiu com igual intensidade - Que saudades eu estava de você!
— Eu também! - a soltei e sorri ao vê-la tão bem e de novo à minha frente - Ah, pelo amor de Deus! Entra!
Dei passagem para que ela entrasse em minha casa e a ajudei a colocar as duas grandes malas em um canto da sala. A puxei para sentar no sofá ao meu lado.
— Como você está?! Porque não me avisou que iria vir?! Eu com toda a certeza iria te buscar. - falei.
— Porque eu queria fazer uma surpresa! Eu estou bem, mas é por sua causa que vim.
— Minha causa? - estranhei, teria ela visto alguma coisa? Ou pressentido algo? Rayh sempre fora boa com pressentimentos e previsões, talvez fosse algo sério - Aconteceu alguma coisa?
— Me diga você, Bonnie. - ela suspirou e soltou os grandes cabelos pretos do elástico que os prendia - Aconteceu alguma coisa? Sabe, desde o Mundo Prisão? Você parou de ligar e mandar mensagens, eu respeitei porque você passou por coisas horríveis e eu sabia que precisava de um tempo para se reerguer. Eu lhe dei o tempo, mas você não respondia mais meus meios de contato, fiquei preocupada.
Rayh suspirou, fez uma menção de que tinha mais alguma coisa a falar, mas ficou quieta.
— Não foi só isso. - constatei, ela tinha mais a dizer.
— Não, não foi. Tive um péssimo pressentimento Bonnie. Sabe, desde que ficamos amigas temos um grande elo, e por eu ser uma bruxa sensitiva, consigo sentir quando há algo errado em torno daqueles que amo. Isso me motivou à vir aqui.
Desviei de seu olhar e ela apertou minha mão em uma forma clara de encorajamento. Ela era sim minha amiga, à quem eu poderia dizer qualquer coisa. À quem eu poderia confiar, eu me sentia péssima por esconder tantos acontecimentos dela. Eu pensei realmente em vê-la apenas quando estivesse prestes a se completar um ano, passar um tempo com ela, ser uma amiga presente e viver tudo o que eu queria ao lado dela, não estava em meus planos adiar tanto esse encontro.
— Então, pode ir me falando o que está acontecendo. - ela disse de forma decidida.
— Rayh, é complicado demais. E você me mataria.
— Só tenta falar, vou te entender.
— Sem julgamentos - pedi.
— Jamais te julgaria por alguma coisa.
Suspirei profundamente e encontrei coragem para falar tudo à ela. Desde o começo. Limpei a garganta para falar.
— Vamos tomar um chá enquanto isso? - pergunto e ela concorda. A levo para a cozinha e ela se senta enquanto eu coloco o bule no fogo para ferver a água. Me sento de frente à ela e Rayh me conforta com seu semblante - Sabe, depois do Mundo Prisão tantas coisas aconteceram...
As lágrimas brotaram em meus olhos, cada lembrança... Reviver aqueles momentos que eu estava lutando para esquecer era demais para mim. Eu não sabia como reagir, porque eu jamais quis falar sobre isso de novo. Mas era preciso.
— Malachai, ele... conseguiu sair de lá. E então veio atrás de mim, para pedir perdão por tudo o que fez, já que ele havia feito uma ligação com seu irmão e adquiriu sentimentos. - comecei a falar resumidamente - Mas... eu, eu estava tão atordoada... Eu o odeio tanto! Eu, eu não conseguia nem ver aquele monstro em minha frente, o afastava de todas as formas possíveis. .. Então, por um erro meu... Por um egoísmo meu, ppr minha culpa... Elena... Josette...
Parei de falar. Cada palavra dita era como se eu estivesse vendo tudo de novo, a morte da noiva de Ric e dos gêmeos, Elena adormecida... Já não havia mais Rayh a minha frente, havia somente eu e Kai. As palavras dele, o rancor e a mágoa.
— Quis mudar, Bonnie. Você devia ter acreditado em mim. Eu tinha mudado... - Kai e aquela voz demoníaca. Aquela voz que era a causa de meus pesadelos constantes.
E então mais ferimentos que ele me causou, ele fazendo a ligação entre mim e Elena.
— Kai matou Josette, consequentemente os filhos que ela carregava... - Rayh assumiu uma postura amedrontada e enojada - E ligou minha vida a de Elena.
— O quê?...
— "Enquanto uma estiver acordada, outra estará em sono profundo."
— Isso é magia negra. Realmente magia negra. - Rayh se levantou e pegou meu pulso esquerdo. Analisou e ela viu ali um ponto escuro. Sei que viu, mesmo eu não podendo ver. Ela era uma sensitiva, ela sabia quando havia algo errado, quando uma pessoa era vitima de magia negra e se ela praticava ou já praticou - Ah, Bonnie... É um feitiço egípcio. Não é? Sim, é. Os feitiços egípcios de magia negra são os mais perigosos.
— Eu sei disso. Eu já tentei reverter! Mas... Não dá! Realmente não dá! Já tentei tudo o que eu conhecia e já tentei aprender e realizar feitiços reversos, mas não há como! Nesse tempo todo que se passou... Nenhum progresso.
— Mas não é só por isso que não conseguiu executar magia. - ela pegou o bule que apitava e despejou nas duas canecas brancas a água fervente. Colocou o sachê de chá de hortelã e me entregou uma caneca - Você está totalmente desestabilizada. Sua magia estremecida. Porque?
— Porque... Porque estou cansada de tudo Rayh... Eu...
Me calei e deixei finalmente que as lágrimas escorressem por meu rosto. Senti Rayh me abraçando e todo seu apoio para comigo e isso era tudo o que eu precisava. De apoio, amigos e coragem. E tudo eu conseguia em Rayh e Alaric.
— Me desculpe por estar fazendo você reviver tudo isso, mas eu preciso te ajudar, Bonnie. - ela sorriu para mim e eu tentei retribuir.
— Eu, eu vou morrer Rayh. - falei de repente e ela me olhou assustada - Tenho menos de um ano.
— C-Como assim? - ela gaguejou.
— Eu... Eu me dei um ano de vida apenas. Depois, depois Elena acordará.
— Está louca?!
— Sem julgamentos. - me defendi e ela se sentou novamente.
— Espero que tenha uma boa explicação pra essa loucura.- ela fez aquilo que me dava medo. Cruzou os braços e fechou a cara, senti uma aura de irritação emanar dela e eu escolhi bem as palavras para dizer à ela.
— Eu tenho. - sorri, mas ela continuava com a expressão fechada, suspirei e bebi mais um gole de chá para continuar - Desde que Elena se foi, todos estão estranhos comigo. Todos me culpam pelo que aconteceu. Eu sei que sou culpada, mas não acho necessário que se afastem de mim. Caroline... Stefan... E principalmente Damon. Ele, ele sempre faz questão de me lembrar e de deixar claro o quanto se arrepende de ter salvo a mim e não Elena.
— Como assim?
— Kai deu a Damon o privilégio de escolher quem iria salvar. Se ele me deixasse morrer, Elena viveria. Mas ele me salvou, condenando Elena a um sono até o fim de meus dias. Mas... Ele... Eu não quero continuar a viver assim. Com a certeza de que me odeiam por isso.
— Eles seriam muito ingratos e estúpidos se odiassem a pessoa que sempre se sacrificou por eles. Quer dizer que quando você era o escudo deles, tudo bem; quando você fez o caramba a quatro pra deixar eles, quando os perdoou, estava tudo bem. Agora quando precisa do apoio deles, eles se esquecem disso?
"Me desculpe Bon, mas que amigos são esses? Queria que pudessem estar no seu lugar, não aguentariam nem um minuto.
Eu dei de ombros e ainda sentia as lágrimas por meu rosto.
— Alaric que deveria me odiar pelo que aconteceu com Josette é o que mais me apoia e me ajuda.- sorri ao lembrar do loiro - Ele que está tentando me fazer desistir desse assunto de prazo de vida.
— Alaric é o cara da foto no insta?
— Ele mesmo. Desde que Kai morreu e deixou um mar de confusão e desgraça em nossas vidas, Ric e eu nos tornamos o pilar um do outro. Um nunca vai deixar o outro cair. Ele é, ele é minha luz em plena escuridão. Se eu não fosse apaixonada por aquele vampiro egoísta, me apaixonaria fácil por Alaric.
— Damon é um burro completo. Só vê o que quer. É tão na cara a química que vocês tem, a atração que vocês sentem. Não é justo apenas você admitir pra si mesma que está apaixonada por ele e aquele cego apaixonado pela Elesma.
— Não a chame assim! - a repreendi, mas ri um pouco.
— Sabe que não gosto dela. Tão sem graça e mesquinha.
— Rayh...
— Okay. Mas você só me enrolou. Não me contou o plano idiota.
— Não é idiota. É simples. Resumidamente, eu vou aproveitar, curtir a minha vida, tudo o que eu não consegui, fazer tudo o que eu quiser e quando o meu prazo acabar, Elena acordara e vai ser a minha vez de dormir pra sempre. Todos serão felizes... Damon, que é meu principal motivo pela qual estou fazendo isso, ele se reerguer e viver a eternidade ao lado da amada.
— Isso que não é justo. Elesma terá a eternidade toda, você não. Porque se privar? - ela suspirou e vi que ela queria chorar - É uma ideia idiota.
— Sim, é.
— Não vou deixar que faça isso.
— Tente me convencer a fazer o contrário.- falo rindo.
— Vou mesmo.
Ela se levantou e eu a abracei forte. Até que me fez bem desabafar, falar, por tudo para fora. Eu precisava disso, eu precisava me expor um pouco.
— Eu pretendia voltar para Nova York na semana que vem... - ela disse se afastando e me encarando com os olhos negros marejados - Mas eu jamais deixaria minha melhor amiga passar por isso sozinha.
Sorrimos e me senti tão agradecida tanto quanto eu ouvi aquelas palavras de Alaric. Ela, assim como ele não haviam desistido de mim. E essa sensação de ser importante para alguém é a melhor que existe.
— Bonnie? - a voz de Alaric soou na sala e fomos até ele.
— O que ta fazendo aqui? - perguntei e ele fez uma cara ofendida.
— Okay. Me desculpe. Não sabia que minha presença era indesejada para você e... Oi. - ele sorriu de canto para Rayh - Cadê a educação que eu te dei Bonnie?
— Ah, me desculpe. - pedi - A Proclamação da República no Brasil se deu no dia 15 de novembro...
— Engraçada. - ele revirou os olhos e gargalhei.
— Alaric essa é Rayh, e Rayh esse é meu velho professor de História.
— É um prazer e... nem tão velho assim. - ele piscou e arrancou uma risada de Rayh.
— Igualmente.
— Ta. Mas o que você ta fazendo aqui? - perguntei.
— Vim buscar você para a festa na faculdade. - ele falou de uma maneira tão óbvia - Você esqueceu?
— Mas é claro que sim! - falei - Estava conversando coisas sérias com minha amiga, acha que eu vou lembrar de festa?
— Mas, Bon... É o concurso de camiseta molhada!
— Como é? - Rayh perguntou rindo - Vocês vão à um concurso de camiseta molhada?
— Nós vamos. - a corrigi - Só vamos nos arrumar.
— Mas Bon... Não sei se quero ir. - Rayh disse.
— Ah, mas vai. Você gaz parte do bosso bando de lobos loucos. - Alaric falou. Com toda a certeza ele tinha assistido "Se beber não case", amávamos esse filme! Ainda faríamos isso!
— Espere as lobinhas que irão se arrumar - falei e ele gargalhou.
— O lobo mau estará esperando.

A festa estava cheia de gente. Alunos dançando e já bebendo. De longe se podia ouvir a alta música eletrônica e alguns gritinhos de animação. Andávamos no meio deles, nos esquivando e tomando cuidado para não pisarem em nossos pés. - Caroline tem talento para organizar festas. - Alaric falou e Rayh concordou.
— Onde estão suas amigas de quem falou tanto? - Rayh perguntou e eu apontei para mais a frente. Estavam perto das bebidas, por causa de Melissa é claro. Nunca vi ninguém mais apta a gostar de beber como ela, Alaric e Damon. Mas acho que eu não ficava atrás.
Nos aproximamos delas e assim que me viram sorriram e me abraçaram.
— Ainda bem que chegou. É horrível beber sozinha! - Melissa falou e eu ri. Kate não gostava dessas coisas.
— Meninas, esses são Alaric e Rayh. Meus melhores amigos. - os apresentei e logo de cara Melissa e Kate amaram Rayh e Ric.
— Também não gosto de beber sozinho. - Ric falou pegando um copo de cerveja e outros dando para mim e Rayh. E quando se virou para Kate, ele paralisou completamente. Como se algo o golpeasse ele voltou a sorrir e levantou o copo pro alto.
— Rayh, você vai saber agora como está sendo meus finais de semana desde o meu "Plano Estúpido". - falei sorrindo e ela retribuiu.
— É bem simples. - Ric falou - Só põe o copo pro alto, vamos dançar, vamos beber. Vamos curtir a vida e beber!
Todas imitaram Alaric e logo viramos o copo. Vi Rayh sorrir e fiz o mesmo. Antes éramos uma dupla de loucos lobos, mas agora com Rayh, nos tornamos um trio de loucos lobos.
— Uma rodada de caipirinha! - Melissa gritou e nós e os alunos gritamos concordando.
A festa da camiseta molhada estava apenas começando.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Gostiu Rayh?
Pra quem não sacou, a personagem Rayh Gray é uma homenagem pra minha VBF ( Virtual Best Friends e sem ser virtual tambem! ) Rayh Cruz. Autora das fics mais lindas de Bamon e Beward.
Bjoos. Não vou demorar mais :3



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