O Calendário de uma Garota Problema escrita por Tatti Rodriguez


Capítulo 7
Capítulo 7: Ala Luxury


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente obrigada pelos comentários *-*
E obrigada à você Rayh, pela llinda recomendação. Muito obrigada de coração. Esse capítulo é dedicado à você.
Músicas do capítulo:
Vienna- Billy Joel
Clarity- Zeed feat. Foxes.



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Alaric POV

– O que achou professor? - Aline, minha aluna perguntou ao virar minha cadeira de frente ao espelho.
– Está demais! - eu olhei meu cabelo com luzes azuis e vermelhas e ela tinha arrumado um pouco minha barba - Você leva muito jeito pra isso.
– Obrigada. O senhor está mudado, mais feliz ultimamente.
– Você acha? - ela tirou o enorme avental com que me cubrira.
– Tenho certeza. Antes o senhor estava meio deprimido, com uma aparência péssima. Mas agora, agora o senhor parece vivo de novo.
– É. Eu me sinto diferente mesmo. - sorri e fomos até o balcão.
– Algum motivo especial para mudar tanto? - perguntou curiosa, sempre tão curiosa.
– Bom... - meu celular apitou e eu o peguei rapidamente, era uma notificação de Bonnie no instagram. Cliquei e vi uma foto dela e de Damon. Ela estava simplesmente linda, o cabelo estava loiro e combinava tão bem com ela, o sorriso era de alegria e os olhos brilhavam - Tem, um motivo mais que especial para mudar.
Ela sorriu e eu paguei pelo serviço. Sai do salão já digitando um comentário.
"@AlaricH: Já me trocou?
@BennettBonnie: Nunca. Você sabe que é o amor da minha vida.
@AlaricH: Está bêbada?
@BennettBonnie: Não.
@D.Salvatore: Sim, está.
@AlaricH: Onde estão?
@D.Salvatore: Interessa porque...?
@AlaricH: Quero beber com vocês. É ruim beber sozinho.
@D.Salvatore: Estamos na W. Party's. Cola aqui.
@AlaricH: Tô perto. Já já chego aí. "
Estava realmente perto. Peguei meu carro e dirigi apenas uns três quarteirões até chegar na boate que estavam.
Eu conhecia a W. Party's muito bem. Na verdade, depois da morte de Jo eu comecei a conhecer todos os bares, pubs e boates de Mistyc Falls e redondezas. Me afogar na bebida era uma única opção. Porque quando eu me afogava na bebida, eu esquecia a pele macia e clara de Jo, seus cabelos sedosos e seus olhos doces. A bebida me privava de seu lembrança e eu agradecia muito por isso.
Mas, é claro que nem sempre isso acontecia, as vezes as lembranças se fixavam ao invés de se afastar de mim. Tinha noites que eu podia até ver Josette e ela a minha frente dizendo que me amava e que jamais me esqueceria, eram nessas noites que eu ligava para Bonnie.
Eu não sabia bem o porque de ligar justamente para ela, mas acho que é porque eu sabia que ela era a única que poderia entender minha dor e dizer as palavras que eu queria e precisava ouvir. No fundo, Bonnie é a garota que mais entende de sofrimento e dor. No fundo ela é a mais machucada e quebrada de nossa turma.
Nunca ninguém vai poder entender realmente sua dor embora ela entendesse a de todo mundo. Ela perdeu as pessoas que amava e está perdendo ela mesma e o pior, dentro de sua alma. Bonnie está em um labirinto sem saída dentro de seus sentimentos.
Eu prometi a mim mesmo ajudá-la, da mesma forma que ela já me ajudou e continua me ajudando.
Havia noites em que minhas alucinações eram fortes e ela minutos depois batia em minha porta para dizer e fazer tudo ficar bem. Mas teve um dia em especial em que minha visão sobre Bonnie mudou completamente.

Era uma noite em que meu estoque de vodka havia acabado e Josette estava sentada na poltrona que ela usava para ler seus livros. Ela me encarava com aqueles olhos reprovadores.
– Alaric, não faça isso. - a voz morta dela me arrepiava.
Eu procurava minha última garrafa de Vodka, mas não estava em lugar nenhum.
– Você já a tomou meu amor. - ela me avisava e eu tampava meus ouvidos com minha mão.
– Você não está aqui. - eu sussurrei sentado de olhos fechados no canto oposto da sala.
– Eu sempre estarei dentro de seu coração. E se eu estou aqui, é porque você não me deixa ir...
– Eu... Não quero viver sem você...
– Você tem uma vida toda pela frente Ric.
– Do que me serve se você não está nela?! - gritei e ela apenas sorriu docemente para mim - Eu te amo Jo. Eu não quero ter que acordar mais um dia sem você ao meu lado! Sem nossos filhos.
– Alaric, você precisa seguir em frente. - ela se aproximava e eu me encolhia mais.
– Quero me juntar a você!
– Não! Você não pode Ric! Você vai ser feliz, vai me prometer seguir com sua vida, conhecer uma pessoa boa e vai continuar sua vida com ela.
– Eu nunca vou querer outra pessoa. Eu não quero ninguém...
– Alaric, eu jamais vou ser feliz se você não for. - ela segurou minha mão e eu chorei quando não senti seu toque.
– Jo... por favor... - pedi.
– Alaric, eu que te peço...
Me levantei e corri até a cozinha e abri a gaveta de talheres. Peguei a primeira faca que vi. Jo me seguiu e me olhou assustada.
– Alaric! Não! - ela gritou.
Pressionei a faca em minha garganta, doía, mas era uma dor de libertação.
– Eu não vou deixar você fazer isso! - ela correu até mim, mas não conseguiu me impedir. Ela atravessou meu corpo.
– Você não está aqui! Não pode me impedir! - gritei chorando e afundando um pouco mais. Eu senti um filete de sangue escorrer e manchar minha camisa branca.
– Mas eu estou aqui Alaric!
Olhei para a porta da cozinha e Bonnie estava parada ali.
– Bonnie... Me deixa!
– Eu jamais vou deixar você! - ela se aproximou e eu perdi as forças.
Ela pegou a faca de minha mão e me abraçou. Me abraçou forte e eu a apertei em mim. A abracei tão forte que ela ficou sem ar, mas em nenhum momento ela me afastou ou reclamou.
– Bonnie... Ela está aqui de novo.
– Ela está aqui porque você não a deixa ir. - ela me acariciava meu cabelo.
– Eu não quero que ela vá. Quero ela de volta.
– Eu sei Ric. Ela sempre estará com você. Eu li uma vez que as pessoas que amamos nunca nos deixa realmente, elas vivem bem aqui. - ela espalmou a mão em meu coração - E aqui elas permanecem para sempre.
– Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban? - perguntei entre soluços, mas já sabia a resposta.
– Meu melhor professor me recomendou a leitura. - ela sorriu e eu também. Era minha saga favorita - E apesar de os pais, Sirius e amigos de Harry terem ido, eles nunca deixaram seu coração e sua memória.
Eu a olhei e eu me acalmei. Acenti e ela me levou ao quarto. Me deitou na cama e me cobriu. Pegou um pano molhado e limpou meu corte pequeno, colocou um band-aid e segurou minha mão.
– Slow down, you crazy child.
You're so ambitious for a juvenile. But then if you're so smart, tell me why are you still so afraid? Where's the fire? What's the hurry about?
You better cool it off before you burn it out. You got so much to do and only so many hours in a day. - ela começou a cantar baixinho enquanto acariciava meu cabelo.
– Bonnie, eu não quero acordar mais...
– Don't you know that when the truth is told. That you can get what you want or you can just get old? You're gonna kick off before you even get halfway through. When will you realize? Vienna waits for you. - ela continuou.
– E se eu me esquecer dela Bonnie? Eu não quero me perder dela... Eu sinto a falta dela.
– Slow down, you're doing fine. You can't be everything you wanna be before your time. Although it's so romantic on the borderline tonight, tonight. Too bad, but it's the life you lead.
You're so ahead of yourself that you forgot what you need. Though you can see when you're wrong. You know, you can't always see when you're right, you're right.
– Bonnie, eu nunca vou ser feliz sem ela... - meus olhos já estavam pesando. Eu agarrei ainda mais forte sua mão.
– You've got your passion. You've got your pride, But don't you know that only fools are satisfied? Dream on, but don't imagine they'll all come true. When will you realize? Vienna waits for you
– Bonnie, eu não quero sonhar com aquele dia, eu não quero me lembrar que eu a perdi...
– Slow down, you crazy child.
Take the phone off the hook and disappear for a while. It's all right you can afford to lose a day or two. When will you realize? Vienna waits for you
– Nós vamos para Vienna um dia Bonnie, vamos para lá. Ela estará esperando por nós dois. - falei e antes de dormir profundamente eu ouvi a última estrofe da música.
– Don't you know that when the truth is told. That you can get what you want or you can just get old? You're gonna kick off before you even get halfway through. Why don't you realize? Vienna waits for you. When will you realize? Vienna waits for you...

Desde aquele dia, Bonnie cantava para mim antes de dormir. A mesma música. Vienna de Billy Joel. Ela segurava minha mão e mexia em meus cabelos. Eu percebia que quando Bonnie ia cantar para mim, eu não sonhava com Jo, e durante a noite ela não aparecia mais. Aos poucos Josette foi se transformando em uma lembrança linda. Se tornando uma parte de minha vida que eu lembraria como uma das melhores. Mas ela tinha razão, eu tinha uma vida pela frente e eu a viveria feliz porque sabia que se eu fosse feliz, onde quer que estivesse, ela também estaria.
Mas... Mesmo assim, ainda doía, e a dor a bebida ajudava a minimizar.
Bonnie me ajudou tanto que eu precisava encontrar um modo de ajudá-la também. Eu iria ajudá-la. Pra sempre. Em tudo. Não porque me sentia em dívida, mas porque eu gostava dela, era minha melhor amiga, a garota que mais uma vez deixou de segurar o próprio mundo para me ajudar a segurar e reerguer o meu.
Entrei na boate sem nenhum problema e logo fui procurar um minúsculo ponto loiro na multidão. Mas eu a encontrei no bar.
A abracei por trás e ela não pareceu se assustar, ela se virou e me abraçou.
– Ric! - ela gritou animada.
A afastei e peguei em sua mão a girando. Assobiei e ela riu.
– Que gata está Bon!
– Obrigada, eu digo o mesmo de você. - ela falou e eu pisquei.
– Hmmm, será que rola uma pegação de novo? - perguntei brincando.
– Hmm, não. Foi apenas uma vez pra nunca mais. - ela falou e eu pedi uma tequila ao barman.
– Há! Você fala isso porque não se lembra da última vez. Se você se lembrasse estaria implorando de joelhos.
– Bom, mas enquanto não me lembro... Sem chances.
– Bom, quando quiser, estarei a disposição. - pisquei e ela me socou o ombro levemente - Cade o vampiro sensação?
– Está na nossa mesa. - ela se esquivava de algumas pessoas.
– Nossa, que intimidade... Vou ficar com ciúmes desse jeito.
– Besta.
Fomos para uma das últimas mesas, lá se encontrava Damon Salvatore o melhor amigo mais desnaturado que eu poderia ter.
– E aí Cullen, beleza? - perguntei e o ouvi rosnar por causa do apelido. Ele simplesmente odiava Crepúsculo. Eu nunca entendi o porque, era uma saga tão legal. Eu sempre shippei Alice e Jasper, eu já havia mandado um e-mail à Stephanie Meyer pedindo ao menos um livro falando a história completa dos dois.
– Tudo bem loirinho? - foi minha vez de rosnar, não gostava quando ele me chamava assim - Ah, não é tão mai loirinho assim. O que você fez nisso que você chama de cabelo?
– Luzes coloridas.
– Ficou demais né? - Bonnie perguntou animada.
– Não. Ficou ridículo. Quantos anos você acha que tem? - perguntou revirando os olhos.
– Idade suficiente para dançar essa música comigo! - Bonnie me puxou pela mão até a pista de dança.
– Você não vem? - perguntei a Damon, eu sabia que poderia me escutar.
– Não, tenho outra coisa em mente agora. - falou e sorriu de canto enquanto bebia o que parecia ser whisky. Ele só sabia beber isso?
Eu prestei atenção na música, mas não conhecia bem.
– Que música é essa? - perguntei próximo a seu ouvido, a música estava alta demais.
– Clarity. Do Zeed ft. Foxes. Eu amo essa música! - ela começou a dançar e eu comecei a entrar no ritmo também.
– É realmente demais! - falei e logo todos a nossa volta começaram a dançar em passos sincronizados, eu e Bonnie tentamos os acompanhar. Era difícil, mas muito divertido.
Porém, minha diversão e alegria se foi ao ver Damon e uma garota do outro lado da pista. Olhei para Bonnie e ela estava tão feliz e leve dançando. Eu não deixaria Damon a machucar de novo.
A cada vez que Bonnie se virava na direção em que o vampiro babaca estava, eu me colocava a frente. A música toda foi assim. Ela não pareceu perceber e isso era ótimo. As vezes eu olhava por cima das cabeças das pessoas o procurando, eu via a direção e sabia que deveria ao máximo evitar que Bonnie também olhasse, se fosse preciso lhe arrancaria os olhos. Nossa, exagerei.
– Alaric! Eu preciso de mais uma cerveja! - ela falou e fui com ela ao bar, mas sempre alerta a qualquer sinal de Damon e sua presa por perto.
Mas depois de um tempo eu não o vi. Talvez tivesse ido embora.
Respirei aliviado e fui ao banheiro, havia mandado muita tequila para dentro.
Quando saí vi Bonnie olhar fixamente para um lugar qualquer. Olhei por cima de seu ombro e então eu vi o que a fez deixar os copos caírem.
Damon e a garota ruiva estavam se agarrando, se engolindo de um modo estranho.
– Bon... - eu toquei seu ombro e eu estava pronto para ir até aque vampiro estúpido e lhe esmurrar aquilo que ele chama de cara, mas Bonnie me empurrou nervosamente para o balcão do bar.
– Precisamos de mais bebida. - a voz dela era fria e eu nunca a ouvi falar assim.
Assim que chegamos ao balcão Bonnie deu um grande tapa no mesmo o que fez o barman a olhar assustado.
– Tequila! A mais forte que tiver!
– Uuuii, a baixinha está querendo pegar pesado. - um cara a provocou - O que foi? Coração partido?
– Se for, bem-vinda ao grupo... - um cara careca e tatuado ergueu o copo e tomou de uma vez só.
– Não é da sua conta. - Bonnie respondeu amarga e assim como eu virou o copo.
– Pirralha invocada. - o cara loiro riu - Gostei de você. Vamos fazer uma competição!
– Hmmm, de que? - perguntei interessado.
– De quem bebe mais. Quem perder paga todas as rodadas da competição.
– Topa Bonnie? - perguntei e ela sorriu de canto.
– Hoje só saio daqui por coma alcoólico. - gritou e todos também gritaram.

– Eu quero uma disputa justa! - um dos barmans falou - Nada de vomitar, gorfar, jorrar pelo nariz ou curpir a bebida. Quem fizer isso será automaticamente desclassificado. Entendido?
Eu olhava do lado esquerdo e via cinco pessoas com os copos a sua frente, entre eles o careca estava lá. Na minha direita estava Bonnie e o cara que a provocou - seu nome era Julian -, mais duas pessoas.
A nossa frente os copos com tequila. Todas com a mesma quantidade.
– Ainda dá pra desistir gracinha. - Julian falou para Bon. Ela só riu com deboche - Persistente.
– Você nem sabe o quanto.
– Prontos? - todos acentimos - Agora!
Todos pegaram o copo e vivaram. A queimação na garganta era intensa e eu grit logo depois. Aquela porra era forte demais!
Olhei Bonnie que fazia uma careta. Eu e Julian rimos disso.
Na segunda rodada uma menina loira saiu. Na terceira continuamos firmes. Na quarta o careca de coração partido saiu. Na quinta um moreno saiu vomitando. Na sexta uma menina morena também saiu.
Quando estávamos na décima quinta rodada eu já sentia minha nuca latejar. Bebemos rápido demais, mas eu e Bonnie estávamos bem, agora Julian estava quase caindo.
Mas foi na décima sexta que Julian desmaiou e eu Bonnie comemoramos bebendo uma cerveja.
– Não tem para ninguém! - ela dançava e comemorava.
– Somos perfeitos e bêbados. - dancei junto com ela.
– Ta ouvindo isso? - ela ficou em silêncio um pouco - É a música do Titanic.
– Não viaja! - falei tropeçando em alguém - É do filme Ghost. My looove...
– Vem, chega junto, vamos dançar. - ela colocou as mãos em minha cintura e juntou nossas mãos. Começamos a dançar valsa em meio a uma música romântica remixada. - Eu já falei que te amo? - ela perguntou - Você é o melhor cara do mundo.
– Você que é! Cara não... Garota.
Eu acho que já estava alto demais, porque de repente me deu uma vontade de beijar Bonnie.
Eu parei de dançar e ela também. De repente como num passe se mágica nossas bocas estavam grudadas. Mas diferente de qualquer beijo romântico, não fechamos os olhos. Meus olhos estavam tão hipnotizados pelos verdes de Bonnie que eu não queria perder nada. Sorrimos entre os beijos e começamos a rir.
– Pensei que não ia rolar pegação hoje... - falei em seu ouvido.
– Ainda não nos pegamos. Estamos nos aquecendo. - ela falou e riu.
– Hoje a gente acaba em quatro paredes. - gritei e ela também.
– Não, não vão não. - Damon falou atrás de nós. Seu semblante era sério e eu quis muito o encarar a altura, mas meu sorriso era de deboche.
– Cala a boca Damon. - Bonnie pulou em minhas costas e comecei a pular no ritmo da música.
Damon nos fuzilava com aquele olhar de morceguinho mal mas eu não tava nem aí. Eu queria me divertir com Bonnie e com ele. Me divertir com meus melhores amigos.
– Ah, qual é Cullen. Hoje é sexta-feira e nós só queremos nos divertir. - falei e vi ele relaxando sua postura - Cara, você é meu melhor amigo, quero curtir com você e com essa pirralha.
– Ei! - Bonnie me deu um tapa na testa.
– Me desculpe por aquele dia. - pedi e vi Damon relaxar de vez - Mas você foi um idiota completo.
– Ele é um idiota completo. - Bonnie falou e começou a pular em minhas costas.
– Cala a boca bruxa insuportável. - Damon revirou os olhos e sorriu - Vamos deixar nossas brigas de lado hoje.
– Tem razão. - Bonnie desceu de meus ombros e pegou nas minhas mãos e nas de Damon - Hoje é nossa trégua.
– Sim. Uma trégua. - Damon pegou três copos da bandeija do garçon que passava e nos deu uma. Cheirei e constatei ser cerveja. - Como Alaric disse, hoje é sexta e nós só vamos nos divertir.
Erguemos nossos copos e brindamos. Olhei meu relógio e vi que era 01:00 da manhã.
– Bonnie, já esqueceu o que viu Damon fazer? - perguntei em seu ouvido.
– Não. - ela bufou e virou nervosamente o copo - Mas não vou fazer nada Alaric.
– Hmmm... Que evoluída. - brinquei.
– Não é evoluída. Ele tem tempo suficiente para se divertir com quem ele quiser antes de Elena voltar... E eu também.
– Bonnie... Como assim? O que quer dizer?
– Ele está livre e desimpedido. E eu também. Do mesmo modo que ele pode ficar com quem quiser, eu também posso. Eu falei Ric, eu vou fazer tudo o que eu quiser. Ah se vou!
Olhei para Bonnie e sorri de canto. Ela estava certa, sua vida não podia parar por conta de Damon, apesar do plano maluco dos 365 dias. Ela poderia estar agora com aquele olhar de determinação, mas eu sabia o quanto seu coração partido estava. Ela o olhava com lágrimas nos olhos, mas engolia o choro. Ela estava decidida a não deixar que Damon e seu amor por ele a abalassem. Não hoje. E não agora. Bonnie era forte, mas Damon sempre seria sua fraqueza. E Bonnie não estava se permitindo ser fraca.
– Estou com uma ideia louca na cabeça. - Damon falou abraçando Bonnie e beijando seus cabelos.
– Qual? - eu perguntei curioso.
– Vamos levar essa festa pra outro lugar!
– Onde? - Bonnie perguntou.
– Minha casa. - Damon sorriu de canto.
– Está louco? É muito longe e estamos muito bêbados para irmos até lá. - falei e vi uma loirinha linda dando mole pra mim. Pisquei para ela que sorriu abertamente.
– Convidados, declaramos agora que a Ala Luxury está oficialmente aberta. - uma voz robótica surgiu do nada.
Um sorriso muito malicioso surgiu em meu rosto e no de Damon. A Ala Luxury é ativada de madrugada na W. Party's. O segundo andar inteiro é composto por dez suítes para que os presentes façam o que bem entenderem. Rola de tudo naquele lugar. Ja participei de alguns menages ali, é incrível o que duas ginastas são capazes de fazer... São bem flexíveis.
– Ala Luxury? - Bonnie perguntou confusa. E então eu expliquei a ela o que significava. - Hmmm interessante. Parece ser muito... Excitante.
– Aham, mas não é como se você fosse pra lá. - Damon falou sério.
– Ah, é? E aposto que o senhor vampiro sensação vai não é? - perguntou ela cruzando os braços. A loirinha ainda olhava para mim... Talvez eu fosse com ela pra um dos quartos...
– Mas é claro que sim. Sabe quanto tempo estou sem transar? Estou subindo pelas paredes. - Damon falou como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.
– E aposto que vai ser com aquela vadia que você estava se agarrando!
Puta que pariu! Bonnie estava com uma aura mortal invisível e não acho que Damon tenha percebido.
– Sim, com ela. Meu jantar. Vou comê-la duas vezes - ele piscou-, se é que me entendem.
Entendemos, ele iria sugar até a última gota de sangue dela depois. Em outra ocasião, Bonnie seria a primeira a repreendê-lo, seria a primeira a tentar convencê-lo de que o que ele faria era errado e podre. Mas em base na fase de sua vida e de sua crise de ciúmes, preocupação com aquela ruiva era a última coisa que ela sentia.
– Mas é muito cretino! E ainda diz amar minha amiga!
– Eu a amo, mas ainda estou vivo e ainda sou um cara com necessidades.
– Okay... Eu entendo. - Bonnie sorria e Damon percebeu também que algo ela faria - Eu também tenho necessidades Damon. E se você pode ir até aquela maldita ala eu também posso.
– Como é? - perguntou momentâneamente irritado, mas depois relaxou - Não, não vai Bonnie. Primeiro, que eu não deixaria você subir para lá. E nunca deixaria você transar com qualquer um.
Aquilo foi fofo, mas Bonnie não pareceu se importar. A loirinha se aproximava de mim e eu estava me preparando para ter uma noite de diversão.
– Ah, e você pode não é?! - ela estava irritada demais - Mas tudo bem. Eu levo em consideração sua preocupação. Eu não vou transar com qualquer um, okay? Vamos Alaric.
– Como é?! - perguntei perplexo e senti a mão de Bonnie agarrar a minha com força e me puxava escada acima.
– Bonnie! - Damon gritou e correu até a gente. Mas ele parou e colocou a mão na cabeça com uma expressão entre fúria e dor. Ela havia lhe mandado sérios aneurismas.
– Bonnie. O que está fazendo?! - perguntei quando estávamos no corredor e nos encostamos na parede. Ela ofegava e olhava para o teto. Bonnie me olhou e no segundo seguinte estávamos nos beijando. Eu a prenssava na parede com as mãos em sua cintura a apertando e ela com as mãos em meus cabelos.
– Bonnie! - Damon falou assim que nos viu. Ele andou para nossa direção, mas deu de cara com uma barreira invisível que Bonnie certamente colocou - Desfaça isso agora bruxa maldita!
– Não! - Bonnie respondeu - Vá com aquela vadia!
– Okay... - Damon respirou fundo e um sorriso torto surgiu - Eu vou. Pode fazer o que quiser! Eu não me importo.
– Eu não quero que se importe! - ela rebateu.
Damon riu nervoso e saiu de vista, só o vimos voltar com aquela ruiva aos amassos. Ele não olhou para mim e Bonnie antes de entrar em um dos quartos.
Olhei Bonnie que me beijou e entramos na suíte que estávamos encostados na porta. Ela me empurrava em direção a cama e me sentou ali.
– Você mesmo disse, hoje nós dois acabaríamos entre quatro paredes. - ela estavam em pé a minha frente.
– Bonnie... - eu estava na seca a algum tempo e estava morrendo de tesão. E cara... Bonnie é gostosa, isso eu nunca poderia negar. Ela poderia mexer com a mente de um cara e deixá-lo louco com apenas uma olhar se ela quisesse.
– Me desculpe por isso. Não quero que se sinta usado... Sabe apesar de...- ela estava bêbada e eu também, mas achei legal ela ainda assim se preocupar com isso.
– De estar me usando. - eu sorri e ela corou. Bonnie se aproximou e eu a trouxe para meu colo, afundei uma de minhas mãos em seu cabelo e lambi seu pescoço, então sussurrei em seu ouvido- Pode usar e abusar de mim hoje.
Ela sorriu maliciosa antes de me beijar. Aquela noite eu seria usado por Bonnie Bennett.


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Notas finais do capítulo

Me Digam o que acham :3



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