O Calendário de uma Garota Problema escrita por Tatti Rodriguez


Capítulo 2
Capítulo 2 : Seven Sins - Néon Party


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo *---*
Adorei cada comentário. Obrigada por todos os comentários e obrigada por apostarem tanto nessa fic! Espero não desapontar vocês :3
Assim que puder, responderei aos comentários.
Bom, boa leitura ❤



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Bonnie POV

Após sairmos da Mansão Salvatore e Alaric me apoiar e garantir que não sairia do meu lado, continuamos a rodar pela cidade.
– Para onde quer ir? - perguntou fazendo uma curva em uma rua qualquer.
– Para qualquer lugar em que eu possa esquecer tudo e todos, até mesmo eu. - falei fracamente.
– Sabe Bonnie, como seu ex-professor eu devia te ensinar a andar nos caminhos bons e iluminados da vida... - ele começou sorrindo, coçou o queixo e mexeu em sua barba rala - Mas você não é mais minha aluna, é maior de idade e eu sei o que você precisa e o que ia fazer quando chegasse em casa.
Eu iria me derramar em lágrimas, tentaria listar motivos para viver e iria encher a cara com qualquer bebida alcoólica que tivesse em casa. Eu só precisava de um porre.
– Escreva seu nome em sua mão. - falou - Porque quando sairmos de lá, vamos esquecer quem somos.
– De lá onde Alaric? - perguntei desconfiada. Ele apenas riu e piscou para mim.
Ligou o rádio e sintonizou na Party Rádio. Uma estação de rádio que apenas tocava as músicas número um de todas as melhores baladas do mundo.
Ele dirigiu até a cidade vizinha. Eu tentava entender o que ele queria dizer com isso. Mas eu não estava com medo algum do que ele faria, ou para onde me levaria. Eu queria apenas ajuda.
A cidade estava lotada de pessoas, jovens e adultos. Era noite e era sexta-feira. Era dia dos pubs, bares, baladas e casa noturnas faturarem.
E foi em frente a uma que paramos. Olhei para Alaric e ele apenas desfivelava o cinto de segurança e me chamava com a mão. Desci rapidamente e ele trancou o carro com o alarme.
Uma placa enorme dizia:
" Seven Sins.
Néon Party.
Open bar."
– Alaric... - estava meio acuada, mas ele pegou em minha mão e me conduziu para a entrada.
Havia dois homem simplesmente gigantes e carecas, vestidos de terno e óculos escuros com pranchetas nas mãos. Quando nos viu cumprimentaram Ric.
– Fala aew Ric. - o careca 1 falou - Como você tá?
– Levando cara. - respondeu sorrindo.
– Trouxe a namorada pra aproveitar? - o careca 2 perguntou.
– Ela é uma amiga minha. Estamos liberados?
– Claro.
Eles então liberaram nossa passagem. A porta foi aberta e seguimos para um corredor preto e estreito. Mais a frente havia um espaço enorme com cores fluorescentes em vários potes, acessórios e canetas.
– O que é isso? - perguntei curiosa.
– Isso é tinta fluorescente. Iremos usar a partir das 23:00. - ele consultou o relógio - Daqui a uma hora.
– Rodamos tanto assim? - perguntei assustada. Ele riu e continuou me conduzindo para mais a frente.
Então eu dei de cara com um grande salão com luzes nos pisos e nos tetos, piscavam de acordo com a batida que o DJ mandava. Nessa hora eu senti um leve formigamento em minha nuca. Era a adrenalina passando suavemente em mim. Pessoas dançavam e se pegavam, pulavam e cantavam as letras das músicas. A maioria estava sentados nas mesas e bebiam.
Alaric me apontou uma mesa ao lado do bar. Nos sentamos e eu o olhei surpresa.
– Prof. Alaric vindo em festa desse tipo? - eu ri e ele também - Nunca esperaria isso de você.
– Ah, temos que nos divertir e acabar com a dor em vários jeitos.
– E escolheu o melhor não é? - eu já balançava meu corpo no ritmo da música.
Quanto tempo faz que não ia em uma festa? Quanto tempo faz que sentia que era uma adolescente normal? Quanto tempo faz que não conhecia pessoas novas? Que eu era apenas mais uma na multidão? Quanto tempo faz que me sentia longe de tudo o que é sobrenatural e mais perto do que é normal?
– Com toda a certeza. - ele riu e foi ao bar pegar bebidas para nós dois. O barman me olhava de um modo curioso e sorria para mim. Ele era lindo, alto, cabelos negros e olhos azuis escuros, a pele clara e os músculos realçados pela camisa dobrada até os cotovelos. Vi ele piscar para mim e eu sorri envergonhada. Ele falava algo com Alaric sem parar de me encarar.
Olhei para minhas roupas e constatei que não estava tão mal assim. Um short jeans escuro, um tênis branco e uma camisa branca de mangas longas. Ultimamente eu andava tão no automático que eu sequer me importava em usar alguma roupa melhor, ou se combinava com meus sapatos. Estando limpa eu usava. Mas eu poderia estar melhor... Fiz uma anotação mental de começar a prestar atenção no que vestia.
– Já fez sucesso Bon.- Alaric riu - O Jack está afim de você.
– O barman? - perguntei pegando uma das cervejas que trouxe. Estava gelada e quando desceu por minha garganta eu senti minha cabeça congelar.
– Aham. Mas Bonnie, eu não quero que pense que sou um mau exemplo e um péssimo amigo. Eu te trouxe aqui porque eu achei que precisava um pouco disso.
– E eu preciso. Eu preciso me divertir, fingir que sou uma adolescente comum e que o mundo por trás daquelas paredes não existe. Valeu.
– Estou aqui para isso. - ele bebeu a cerveja e piscou.
– Eu só quero distância de Mystic Falls hoje. De amigos que não ligam para mim e de um cara que eu nem devia mais olhar para cara. - falei comendo um amendoim que tinha em um cestinho em cima da mesa.
– Eu nunca entendi o que você viu de bom em Damon. Ele é meu melhor amigo, e ele é um cara legal. Mas eu sempre tive a certeza de que você sempre viu algo além de todos.
– Ah, eu não sei... Eu sempre achei que todos mereciam uma segunda chance de concertar tudo.
– Você deu mais de duas chances para ele.
– Porque eu sabia que Damon era um homem quebrado e cheio de fantasmas interiores. Aquele tempo em que passamos naquele Outro Lado, eu pude conhecer um Damon diferente do que ele sempre quer mostrar. Eu fui amiga dele. Eu me matei para achar um jeito de o trazer de volta, eu dividia meus segredos e minhas aflições com ele. Eu comecei a ver ele como melhor amigo, eu nunca abandonaria meu amigo.
– Bonnie, me responda uma coisa. Porque sempre volta para junto dele mesmo ele a machucando tanto? - ele perguntou exasperado - Sempre ali, segurando o mundo dele e deixando o seu cair.
– Uma trouxa né? - ri e tomei mais um gole - Eu vou contar a você, mas prometa que não contará a ninguém okay? Você é bom em guardar segredos?
– Não... - respondeu distraído, mas logo acrescentou - Sou bom sim. Relaxa. Minha boca é um túmulo.
– Okay... Eu acabei me apaixonando por ele. Acredita nisso? Eu me apaixonei pelo cara que me quer morta e que ama minha melhor amiga!
Eu vi a cara de espanto de Alaric e comecei a rir. Eu também fiquei assim quando me dei conta do que eu havia feito. Eu não conseguia respirar e eu jurava que havia ficado louca.
Era uma tarde no Outro Lado, para variar estávamos brigando, para logo depois fazermos as pazes. Éramos tão explosivos um com o outro e ao mesmo tempo gentis. Ao mesmo tempo que queríamos ferir um ao outro, também queríamos consolar.
Eu me vi apaixonada quando quis dizer que o odiava e repetir pela milionésima vez que queria estar com outro naquele inferno, mas quando vi seus olhos brilhando com intensidade, seu corpo a centimetros do meu, sua respiração batendo em meu rosto, eu vi que jamais poderia dizer aquelas palavras.
Porque eu não o odiava, eu estava apaixonada por ele e não havia ninguém que eu quisesse estar ali comigo do que ele.
Foi um choque perceber isso, mas segundos depois eu senti que estar sentido aquilo por Damon me fazia tão bem, que eu sabia que jamais poderia me apaixonar por pessoa melhor. Não porque ele é perfeito, não, Deus sabe o quão imperfeito ele é. Mas porque ele tentava ser uma pessoa melhor.
Eu me sentia mal por estar apaixonada pelo namorado da minha melhor amiga, por desejar algo que eu nunca poderia ter. Isso me machucava.
Eu tentei sufocar dentro de mim, eu tentei acabar com isso, mas eu não conseguia. Damon era tão presente em mim, que era como se fosse uma parte da minha alma. Eu jamais havia sentido aquilo por ninguém. Nem mesmo por Jeremy.
Damon não me deu motivos para amá-lo, me deu motivos para ver que era uma boa pessoa e que havia esperança para ele. Me deu motivos para entender que passe mil anos ou mais, eu sempre iria amá-lo.
– Então é por isso que... - as palavras morreram em sua boca.
– Porque o que?
– Que faz de tudo para fazê-lo bem e feliz. Disposta a tudo para isso, até..
– Morrer para trazer a razão da existência dele de volta. - dei de ombros e sentia meus olhos se encher de lágrimas - Eu daria minha vida para fazê-lo feliz.
– Mas você não vai fazer isso não é? - ele pegou em minha mão.
– Eu vou Alaric... - falei sorrindo fraco.
– Bonnie...
– Depois você tenta me convencer de fazer o contrário. Okay?
– Okay. - ele acariciou minha bochecha e bateu a mão na mesa - Vamos fazer um brinde!
– Ao quê? - perguntei fungando.
– A nós que estamos partidos por nossos amores.
Levantamos nossas cervejas e batemos uma contra a outra e logo depois viramos de uma vez.
– Hoje não há Damon ou Jo. Amor ou morte. Hoje tem um casal de amigos que deixaram as tristezas longe.
– Hoje somos apenas nós e o esquecimento. - concordei.
De repente as luzes se apagam completamente e uma voz grossa é ouvida pelos alto falantes.
– 22:30hr. Hora do primeiro pecado. - aquilo fez todos gritarem um "uuuuuhh", incluindo eu e Alaric. Apertei sua mão quando senti me arrepiar em expectativa com o que poderia estar por vir. - Open Bar destravado. Pecadores, comecem a trilhar seu caminho para o inferno.
As luzes brancas e ofuscantes ligaram do nada nos deixando momentaneamente cegos. Quando nossa visão voltou ao normal, bebidas estavam postas a nossa mesa e as luzes voltaram a piscar.
– No três Ric. - falei sorrindo e ele assentiu - Um, dois...
– Três! - ele falou.
Pegamos o copo pequeno com gelos piscantes e viramos de uma vez.
– Vodka! - ele comemorou - Da boa!
Minha garganta queimava, mas o fogo que havia se instalado nela era bom. Me impedia de pensar no que eu devia esquecer. Eu queria mais daquele fogo.
– Vamos pegar mais. - falei e ele se levantou.
– O que vão querer? - Jack perguntou piscando para mim.
– O que me recomenda? - perguntei olhando as imensas prateleiras com fileiras incontáveis de bebidas.
– Te recomendo que saia comigo.
Eu sorri e ele também.
– Você me entendeu.
– Hmm... Uma batida de morango. - falou já começando a preparar as bebidas.
– O meu com muita Vodka. - Alaric pediu dançando ao meu lado.
Jack mexia com todos os ingredientes com uma agilidade incrível. Ele jogava a garrafa para cima e antes que ela se espatifasse sobre o balcão ele a pegava e fazia isso enquanto cortava os morangos.
Ele estendeu para mim e Ric e logo tomamos um grande gole.
– Está incrível! - saboreava, ele havia feito com pouco álcool para mim e estava no ponto.
– Sei fazer outras coisas incríveis também - ele sorriu malicioso e eu ri.
– Aposto que sim. Mas... Hoje sem chances de me mostrar - falei fingindo decepção.
– Bom, quem sabe você mude de ideia. - ele deu de ombros e sorriu abertamente para mim.
– Quem sabe. - pisquei para ele e saí com Alaric para o meio da pista de dança.
Fechei os olhos e me concentrei nas batidas, me concentrei na letra do refrao também.

You're gone and I gotta stay
High all the time
To keep you off my mind
Uh, uh, uh, uh
High all the time
To keep you off my mind
Uh, uh, uh, uh
Spend my days locked in a haze
Trying to forget you babe
I fall back down
Gotta stay high all my life
To forget I'm missing you
Uh, uh, uh, uh

E enquanto eu me deixava boiar no ritmo de olhos fechados, eu vi olhos azuis. Olhos azuis com pequenos pontos esverdeados, um brilho intenso... Vi um rosto quadrado e um sorriso malicioso, vi um pescoço alvo e forte, vi cabelos negros e despenteados. Vi Damon Salvatore e meu coração doeu.
Bebi mais um grande gole da minha batida e nada daquela imagem se esvanescer. Mais um e nada.
Abri os olhos e Alaric trazia mais bebidas.
– Não consigo esquecer ele... - falei em seu ouvido.
– Calma, você está no seu terceiro copo. Quando menos esperar nem vai se lembrar quem você é. - me garantiu e eu sorri.
A batida que ele trouxera era de uva e estava melhor que o de morango.
Alaric começou a tomar um copo grande de caipirinha e recomeçou a dançar perto de mim.
De repente tudo parou novamente. A música parou e as luzes se apagaram.
A voz grossa novamente soou.
– 23:00hr. Hora do segundo pecado. - os "uuuhhhhuuuu" recomeçaram - Sigam os pontos no chão.
De repente pontos verdes se fizeram presentes no chão. Era apenas isso que poderia ser visto em meio aquele breu.
– As tintas estão esperando vocês pecadores.
Senti uma mão pegar a minha e eu quis soltar da minha, mas era Alaric. A apertei forte com medo de me perder. Seguimos em silêncio os pontos com apenas alguns "Tum... Tum... Tum..." ao fundo.
Quando os pontos acabaram o mesmo clarão branco nos permitiu ficarmos cegos e após a visão voltar, vimos as tintas fluorescentes.
Peguei a cor laranja e passei em meus lábios e em meus braços fazendo desenhos tribais, o amarelo eu pintei pequenos pontos em minhas pálpebras e pintei minhas unhas. A tinta azul fiz pequenas estrelas em meu decote. A tinta verde fiz linhas horizontais em meus braços formando tipos de pulseiras. Peguei a tinta rosa e fiz mechas em meu cabelo.
Peguei colares e tornozeleiras florescentes.
As luzes se apagaram e quando nos olhamos nos imensos espelhos, só conseguiamos ver os desenhos uns nos outros.
– Está incrível BonBon. - Alaric estava pintado com linhas e ondas de diversas cores pelo rosto e pelos braços. Seu cabelo estava verde e eu ri.
– Você também.
– 23:30hr. Hora do terceiro pecado - a voz voltou e as batidas das músicas voltaram com força total. - Hora da perdição.
Saímos todos já dançando até a pista, e eu achei incrível o que eu vi.
Havia desenhos fluorescentes nas paredes, tribais e geométricos, o DJ estava em uma cabine muito acima do chão. Um telão foi revelado e lá podíamos nos olhar. As luzes que piscavam não eram tão fortes quanto antes. Nós éramos as luzes fortes agora.
Fomos até Jack e ele estava pintado com cores vermelhas e prateadas.
– Hello Pink. Gostei do cabelo. O que vão querer?
– 23:35hr. Hora do quarto pecado. - a voz novamente e eu já estava a amando - Pecadores obedientes. A cada nova música será dada uma ordem da bebida que irão tomar.
Eu e Alaric gritamos com mais vontade e esperamos a ordem.
– Tequila! - a voz falou e em meio a nossos gritos a música explodiu.
– Você ouviu o cara! - uma mulher gritou ao nosso lado.
Jack rapidamente colocou copos a nossa frente e depositou em todos a mesma dose de Tequila.
– Prontos? - a voz perguntou.
– Sim! - respondemos todos.
– Bebam!
Eu virei o copo de uma vez e já não me incomodava quando ardia.
Fechei os olhos e voltei a dançar até a nova música soar e a voz voltar.
– Barmans... Se prepararem, a rodada agora é Espanhola!
Ouvia vozes masculinas rirem alto e maliciosamente.
– Já está bêbada Bon? - Alaric perguntou
– Nem um pouco. - e não estava mesmo. Eu não ficava bêbada com facilidade. E eu pude ver que Alaric também estava sóbrio.
– Prontos?
– Sim!
– Agora!
Pegamos a bebida e a tomamos. Jack tinha um talento com bebidas.
As músicas soavam altas e as bebidas rolavam soltas.
Até a voz voltar com força total.
– 01:00hr. Hora do quinto pecado!...
Eu não escutava mais nada. Eu só mandava batida para dentro e dançava com Alaric no meio de todos.
Eu não me dei conta de onde estávamos indo, nem porque saímos antes de ir para o inferno e cumprirmos o sétimo pecado.
Eu só sei que não largava Alaric por nada. Eu já me sentia meio alta, mas o copo de cerveja estava na minha mão. Não tinha com o que se preocupar.
– Bon, você é a melhor amiga que eu podia arranjar - Alaric me emocionava com suas palavras.
– Não, você é o melhor do mundooo todo! - eu girei e cai no chão rindo feito louca.
– Não Bon. Não há ninguém melhor que você!
– Você é demais!
– Hoje é sexta-feiraaa! - um garoto gritou perto de nós e saiu correndo, começamos o acompanhar.
– É sexta feira!
Quando eu percebi que a cerveja acabou eu fui a cozinha da casa onde Alari e eu fomo puxados. Havia uma festa rolando.
– Bon! - ele me chamava e me abraçava - É sexta feira!
– Vamos beber até cair! - uma garota loira nos puxou para o bar que tinha fora da casa, no quintal. De que casa e de quem era eu fazia ideia, eu não a conhecia. Eu só aceitei o que ela propôs.
Era sexta feira e eu beberia até cair.


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