Mac acordou assustado, o sol já fazia com que os raios atravessassem as cortinas escuras, seus olhos caçaram por momentos qualquer sinal daquele quarto enorme em que há poucos segundos estava presente junto com Stella. Ele suspirou quando percebeu que tudo não passava de um lindo sonho, seus olhos se direcionaram rapidamente á foto da grega que estava ao seu lado no criado mundo.

– Esse deveria ter sido nosso destino, não é ?! – Voltou a se deitar colando seus olhos no teto do quarto.

...

Ela já estava cansada, seus olhos aos poucos foram se abrindo com dificuldades, sua cabeça latejava, seu corpo doía, ela tentou se mover mas as cordas apertavam demais seus pulsos e seus tornozelos.

– Bom dia, querida ! – A voz saiu assim que a porta foi aberta.

– Vai pro inferno, Clark ! – Sua voz saiu raivosa.

Ele riu alto.

– Posso ir mais vou te levar comigo, juntos vamos ser felizes. – Se agachou e sorriu. – Eu tenho uma surpresa pra você. – Ele sussurrou.

– Eu não quero nada que venha de você, seu nojento ! – Virou seu rosto para uma das paredes escuras.

A raiva subiu a cabeça de Richard, ele segurou seu rosto sujo e virou para que ela o olhasse, sua força tomou conta e passou a apertar o rosto da detetive.

– Presta atenção, a sua vida depende do seu bom comportamento e a vida dos seus amigos também, eu não me importo de matar um por um. – Falou entre os dentes. – Posso começar pela sua doce e linda afilhada, a tal Lucy. – Os olhos de Stella reagiram ao ouvir o nome da garotinha. – É, tivemos em seu apartamento e sinceramente sua álbum de fotos de Nova York é memorável. – Sorriu irônico. – Você sai bem nas fotos, a pequena Lucy tem a beleza da senhora Messer, acho que seu nome é .... – Pensou por alguns segundos. – Lindsay, esse é o nome dela.

Ele soltou o rosto de Stella que abaixou o rosto. Richard Clark era uma pessoa abominável, como ela queria ter uma arma naquele momento, a porta foi aberta e Stella ergueu seu rosto, seu olhos toparam com dois olhos castanhos, olhos em quem ela chegou a olhar e confiar, ele não conseguiu encara-la por muito tempo e saiu. Em seguida, soluços foram ouvidos do corredor.

– Cala a boca, dona ! – O homem identificado por Stella como o que invadirá a sua casa entrou com uma mulher loira chorando. – Clark, essa mulher é pior que a detetive ai, cara ! – Jogou ela no chão.

Clark se virou para Stella e sorriu maldosamente, a mulher se sentou e se encolheu trazendo suas pernas para o seu peito, ela as abraçou e escondeu por um segundo a cabeça.

– Christine Withney, ouvi muitas coisas de você ! – Ela ergueu a cabeça e olhou para Richard. – Como está indo o preparatório para o casamento ? – Falou com um tom de dúvida. – Ops, desculpa, eu sempre me esqueço que foi cancelado. – Sorriu debochadamente

Christine enxugou as lagrimas e pela primeira vez se direcionou com o olhar para Stella que até no entanto não estava entendendo quem era ela. Christine abriu sua boca levemente surpresa ao ver a grega ali, ela olhou rapidamente para o homem a sua frente.

– É, é ela ! – Se agachou. – Espero que vocês se deem muito bem. – Passou a mão nos fios loiros de Christine fazendo-a fechar os olhos azuis cheios de lagrimas.– Não precisa ficar com medo, eu não mordo ninguém. – Se aproximou dos lábios de Christine. – Ah não ser que você me peça para morder, é claro. – Sussurrou.

– Me deixa em paz. – Ela o olhou nos olhos com medo. – Por favor. – Suplicou Cristine.

– Eu até queria mas não posso, minha querida, se quer sair daqui só tem um jeito. – Limpou as lagrimas dela. – Morta ! – Colocou o dedo indicador em seu coração.

Clark que se pôs de pé, olhou para Stella que ainda estudava Christine com calma tentando achar alguma ligação para que ela estivesse ali.

– Oh, eu sou muito mal educado ! – Ela o olhou. – Deixa eu apresenta-las, Stella essa daqui é Christine Withney e Christine, essa é Stella Bonasera que você já ouviu falar. – Sorriu sem mostrar os dentes.

Ele se direcionou ao caminho da porta, quando a abriu se virou e olhou para Stella em seguida para Christine.

– Fiquem bem, podem até virar amigas. – Sorriu abertamente, saindo em seguida e batendo a porta.

O silêncio se instalou na sala, Stella respirou fundo e Christine pode ouvir, segundos depois um homem entrou no lugar com algumas cordas nos ombros e uma cadeira em mão, posicionou ao lado da cadeira de Stella que o olhava triste, traída.

– Eu confiei em você. – Ela sussurrou chorosa.

Ele em silêncio olhou para Christine e depois para a cadeira fazendo a loira entender o recado, Christine se levantou e se sentou na cadeira, ele a amarrou em silêncio sendo fitado pelas duas mulheres da sala.

– Só se comporte e não vai apanhar tanto quanto ela apanhou. – Seu tom era baixo para que somente elas ouvissem.

O homem de cabelos loiros e olhos castanhos caminhou para fora do quarto mas antes de chegar a porta parou e voltou a olhar para Stella, ele não queria ter chegado ao tal ponto de machuca-la mas tudo tinha saído além do seu plano, o desaparecimento de Stella havia saído nos jornais, ela era procurado pelas autoridades americanas. Sua mente gritava as palavras “ELA É IMPORTANTE, ELA PRECISA SAIR DAQUI, ELA FOI SUA CHEFE, VOCÊ AMAVA ELA “, ele fechou os olhos e colocou as mãos na cabeça tentando tirar aquelas vozes dali. Stella e Christine apenas o observava.

– NÃO ! – De repente ele gritou fazendo elas se assustarem.

Ele abriu os olhos e voltou até a Stella, o homem de mente fraca jogou seus joelhos no chão e agarrou as pernas de Stella que na mesma hora prendeu a respiração com a tal ação, ele começou a chorar, o olhar que Stella tinha sobre aquele homem era de pena.

– Me desculpa ? – Ele levantou o olhar e encarou Stella. – Eu nunca devia ter traído você e nem o departamento, eu nunca quis que as coisas chegassem a esse ponto. – Ele limpou as lagrimas.

– Por que se envolveu nisso tudo ? – Stella começava a chorar. – Éramos seus amigos, eu era sua amiga, se estava com problemas devia ter conversado comigo. – Ele negou.

‘ – Eu tinha vergonha, eu amava você e não queria que soubesse que eu era um cara fracassado e viciado em jogos. – Soltou as pernas dela e se afastou permanecendo de joelhos.

– Eu teria te ajudado, Josh ! – As lagrimas rolavam pelo rosto de Stella.

Ele sorriu aliviado.

– Eu sei que teria. – Ele se levantou.

Ele aproximou sua mão do rosto de Stella, limpou os rastros de lagrimas que ainda permanecia na ferida face da grega. Christine olhava a cena atenta, em questão de segundos ele aproximou os lábios da cabeça de Stella depositando um beijo singelo em sua testa.

– Eu amei você, ainda amo mas não sou digno do seu amor, apenas do seu ódio. – Sussurrou e Stella negou com a cabeça.

Ele encarou os olhos de Stella.

– Eu sempre confiei em todos, principalmente em você, quando descobri que era você quem tinha ajudado Clark uma parte do meu coração doeu e quando te demiti, era como se tivesse perdido alguém e eu realmente tinha, o meu amigo, aquele que me ajudou quando cheguei em Nova Orleans, aquele que fez a gentileza de me mostrar o laboratório, que me ouviu durante as madrugadas em que eu estava com saudade de casa, da minha cidade e dos meus amigos... da minha família – Christine sentiu seu coração apertar ao pensar em Mac. – Eu não odeio você, nunca vou odiar apesar de tudo. – Ela via o homem na sua frente chorar.

– Mas você nunca teve olhos para mim. – Suspirou.

– Não vamos colocar Anthony na história, por favor ! – Ele negou.

– Eu não falo do Anthony, ele pode ter sido uma conquista mas você nunca gostou verdadeiramente dele, nunca foi a sua verdadeira paixão, seu amor, sabe disso ! – Ele sorriu e Stella abaixou o olhar ao saber de quem ele falava. – Está tudo bem, a gente não escolhe quem vai amar, Stella. – Olhou para Christine sem que Stella visse.

– Tira a gente daqui, se você colaborar eu tenho certeza que você pode sair bem dessa. – Ele apertou seus lábios um contra o outro. – Por favor, faça isso por mim !

– Eu preciso ir, Stell. – Ele se afastou de Stella.

O homem se ajeitou, respirou fundo, não queria que os demais capangas daquele sequestro o visse daquele jeito.

– Eu não aguento mais, Josh. – Ela suspirou. – Eles vão acabar me matando ! – A voz de Stella sussurrando fez ele fechar seus olhos.

Ele abriu a porta e saiu sem se quer olhar para trás pela ultima vez.