O som da campainha soou fortemente sobre os ouvidos de Millie que estava escorada na parede olhando Mac, ela deu passos largos até a porta branca, sua mão prontamente girou a maçaneta abrindo a porta e dando de cara com Flack e Jessica, a senhora de cabelos loiros se afastou e lhe deu espaço. Jess entrou e abraçou Millie que deixou algumas lágrimas escorrerem. Flack avançou a procura de Mac que ao ver sentado parou e analisou o amigo.

– Eu nunca o vi assim, nem mesmo quando a Claire se foi. – Se aproximou de Flack com Jess ao seu lado.

Flack deu alguns passos e se agachou na frente de Mac, que nem se quer deu o trabalho de olha-lo.

– Mac ?

O silêncio estabeleceu na sala, Jess saiu do lado de Millie e caminhou até as fotos, pegando e olhando uma por uma, a saudade que ele estava sentindo deveria ser insuportável, Jessica juntou as fotos e as empilhou, se sentou onde todas estavam espalhadas, a moça de olhos castanhos olhou a foto que Mac observava no retrato, ela teve que sorrir, Stella tinha o dom para fotos.

– A saudade deve estar sendo insuportável, eu sei ! – A voz de Jess soou baixa. – Stella sempre soube preencher bem espaços em nossos corações, aquele jeito de teimar com algo e se arriscar além do que deve, de enlouquecer qualquer um que só ela tem, eu me lembro bem quando eu não quis comemorar meu aniversário, ela me encheu tanto que eu estava prestes a tranca-la em uma sela e deixa-la lá com os presos mas depois fiquei com dó dos presos, ela podia deixa-los loucos e me deixaria com inimigos. – Riu ao se lembrar. – Mas, ela tinha razão em nos arrastar pra lá quer dizer em me arrastar pra lá, aquele foi um dos meus melhores aniversário se não o melhor, pude ver que tinha amigos maravilhosos... – Jess respirou fundo. – Ela sempre soube muito bem como fazer todos sorrir. – Seus olhos transbordavam.

Mac por um momento piscou, Millie suspirou de alivio assim como Don, seus olhos não tinham mais a visão da foto de Stella mas completamente de Don e de sua mãe, ambos preocupados. Seu único movimento foi abrir a mão e deixar totalmente em vista a corrente de Stella, seus olhos logo se recaíram sobre ela, aquele delicado cordão parecia queimar as mãos de Mac com suas memórias.

– Onde arrumou isso, querido ? – A voz de Millie era distante apesar da senhora estar bem ali ao seu lado.

– Quinn. – Foi tudo o que conseguiu dizer.

– Como assim Quinn, Mac ? – Don se levantou.

Mac tentou se levantar sem sucesso até Don e Millie o ajudar, seu silêncio era perturbador. Já de pé Mac começou a caminhar apoiando em alguns moveis e também nas paredes em direção para o corredor escuro.

– Amanhã eu explico melhor, peça a todos para estarem na sala de reuniões logo que chegarem. – Sumiu de vista.

Don olhou para Millie, Jess se levantou e se colocou ao lado de Flack que abraçou-a.

...

Um arrepio o fez despertar, seus olhos foram incomodados pela claridade que atravessava as cortinas brancas, Mac estranhou a cor asl suas cortinas eram pretas, ele se sentou assustado e viu seu quarto totalmente diferente, parecia maior. Ele procurou por algum sinal mais seus olhos voltaram a atenção a porta ao ouvir o barulho da maçaneta abrindo.

– Bom dia. – Ela sorriu, seus lábios apenas se esticaram quando a viu atravessando a porta.

– Stella ? – Ela caminhou até a cama.

– Sim, eu senhor Taylor, esperava alguém além de mim ? – Pôs suas mãos na cintura.

Apesar de surpreso ele negou sorrindo e foi até ela ficando frente a frente de joelhos na cama, os olhos dela pareciam explodir de felicidade. Mac colocou sua mão direita sobre o seu rosto e sentiu a sua pele macia, quente e ainda cheirosa, ela estava mais linda do que o normal, algo estava diferente em Stella.

– Não, você foi quem eu sempre esperei. – Sorriu mais abertamente arrancando um sorriso maior de Stella que colocou sua mão sobre a dele. – Que aliança é essa ? – Seu sorriso desfez ao ver o belo anel com uma pedra brilhante solitária.

Ela riu.

– Mac, você está bem ? – Ela cessou o riso e beijou a mão do detetive. – Você deveria saber bem que aliança é essa. – Com sua outra mão, ela mexeu nos cabelos de Mac que estava bagunçado.

Mac olhou em sua mão esquerda e viu a enorme aliança que seu dedo carregava, ele a encarou fazendo ela arquear as sobrancelhas. Não teve como conter, o sorriso de Mac se abriu, ele a puxou para o abraço.

– Eu devo me preocupar com esse seu comportamento ? – Sussurrou em seu ouvido.

Ele permaneceu em silêncio, fechou os olhos e esperou alguns e quando abriu ainda estava lá com ela nos braços, o perfume dela havia mudado.

– Eu adorei esse perfume. – Sussurrou de volta para Stella, ele pode sentir ela sorrir.

– O que você me deu quando a nossa filha nasceu ? – Ele a soltou e voltou a encara-la.

– Temos uma filha ? – Ela concordou

– Dois ! O Connor de quatro anos e Claire de um. – Mac sentiu algo inexplicável ao ouvir os nomes, principalmente o de Claire.

– Cade eles ? – Saiu da cama ficando de pé.

– Dormindo... Eu devo chamar um médico ? – Colocou sua mão na testa de Mac procurando algum sinal avisando que ele estava doente.

Mac apenas negou, ele era pai de duas crianças, Connor e Claire. Ele já podia imaginar cada detalhe dos rostinhos dos seus pequenos anjinhos. Seus olhos puderam se encontrar com os de Stella que claramente gritavam preocupação, agora tudo fazia sentindo no que ela havia mudado, a beleza da maternidade havia feito ela ficar mais maravilhosa do que era antes.

– Eu vou chamar um médico, ou você está doente e está delirando ou você esta drogado. – Ela iria sair mas Mac a segurou e a puxou para perto.

– Não, eu estou bem, muito bem. – Acariciou o seu rosto. – Como nunca estive antes. – Sussurrou. – Eu amo você. – Passou a acariciar seus lábios com os dedos. – Entendeu ? Eu te amo, não importa o que aconteça.

– Eu sei e eu também amo você. – Se aproximou de Mac.

O sorriso de Stella aumentava a cada segundo que a distancia de seus lábios ficava mais curto, um pequeno fio cacheado caiu sobre o seu olho fazendo com que Mac prontamente afastasse ele para trás da orelha de Stella.

– A Claire disse papai. – Encostou a ponta do seu nariz no de Mac. – Ela e o Connor estão cada vez mais inteligentes mais eu ainda não sei por que me surpreendo com isso, eles puxaram exatamente ao pai. – Fechou os olhos.

– A mãe deles não fica para trás, além de inteligente tem uma beleza de tirar o folego. – A melodia de sua risada soou pelo quarto.

Seus olhos verdes agora se colidiam com os azuis, uma mistura de amor e saudade se abraçavam naquela pequena troca de olhares.

– Bajulador. – Ainda com um sorriso, o beijou delicadamente.