A New Chance. escrita por Izzie


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal :)
Como sempre peço desculpas pela minha demora, essa foi grande eu sei e me desculpem mesmo por isso. Eu agradeço imensamente por todos aqueles que não desistiram da fic, também agradeço aos que comentaram o capítulo anterior, vou responder todos o mais rápido possível, eu prometo.
Eu acho que esse é o maior capítulo que já escrevi em toda a ficção, quis recompensar de algum modo então está ai :) Peço que ignorem erros ortográficos e gramaticais, eu revisei mas sempre pode escapar um, ok ?!
OBS: (Se alguém é fã de vingadores vai acabar notando a referencia suprema de Vingadores: Ultimato e tem uma também meio alterada do filme Homem de Ferro >> Marvel, gente, eu amo fazer o que ♥ << Soquei uma até de Grey's Anatomy kkkkkkk)
Bom é isso, obrigada por acompanhar e boa leitura, crianças, divirtam-se !



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“Sentada sobre o chão sujo  agarrada ao seu próprio corpo dolorido que tremia de frio pelas suas roupas molhadas e cabelos encharcados que pingavam incessantemente ela mantinha seus olhos na parede a sua frente, seu olhar perdido era acompanhado pela exaustão que carregava em seu corpo e mente, e pelo silencio que vinha a ser sua única companhia constante, ele e os pesadelos que lhe assombravam entre um cochilo e outro.

O som da porta sendo destrancada a alertou, Stella deixou seu olhar cair sobre o piso de concreto e se manteve calada mesmo sentindo o olhar pesado sobre ela.

— Eu vim ver como você está. – O som da voz dele fazia sua cabeça doer. – Parece um pouco cansada.

Ela respirou fundo com dor e olhou para ele que estava parado na porta a observando.

— O que você quer? – Indagou com a voz fraca. – Me afogar outra vez?

— Nada disso precisava estar acontecendo, sabe bem disso. – Ele começou a se aproximar.

Stella desviou seu olhar dele e voltou a se focar na parede passando a ignora-lo completamente, ela pode senti-lo se agachar ao seu lado enquanto os homens que o acompanhavam vigiavam a cena prontos para quaisquer imprevistos, todos bem armados e com suas armas a mostra. 

— A culpa é toda sua! – Afastou os fios molhados que colaram em seu rosto. – Você queria me achar, não é ?! – Acariciou o rosto dela. – Você conseguiu, baby.

— Eu já te mandei ir para o inferno hoje? – O olhou. – Ou quer que eu adiante sua passagem? Eu faço com prazer! – Sua voz saia como um sussurro. – Você pode me afogar ou me machucar o quanto quiser, Clark, eu aguento. – Ele desenhou um sorriso. 

— Sabe, eu aprendi um jogo novo, ele se chama roleta russa. – Stella sentiu um arrepio percorre-la.  – Eu imagino que você deve conhecer, certo ?!

Stella se manteve quieta e ele puxou os fios que acariciava com força fazendo-a soltar um gemido.

— Eu achei bem interessante.  – Ele se aproximou do ouvido dela. – E eu tenho certeza que vai ser divertido. – Sussurrou. – O que você acha, detetive Bonasera? – Ela fechou os olhos.

— Vai finalmente me matar? – O questionou. 

Ele afastou de seu ouvido e riu enquanto a encarava e aprisionava em suas mãos.

— Essa é a parte divertida do jogo, meu amor. – Ele piscou para ela. – Vamos ver se você é uma garota de sorte, Stella. – Clark colocou mais força em sua mão agarrada ao cabelo dela. – Eu vou torcer para que seja. – Desenhou um sorriso e depositou um beijo em seus lábios.

Stella na mesma hora avançou e mordeu a boca dele que a empurrou ao sentir a pressão, os seus capangas apontaram suas armas para ela que deixou um sorriso escapar quando visualizou o liquido vermelho nos dedos dele.

— Desgraçada. – Praguejou olhando o sangue.

Ele lhe lançou um olhar de raiva, Clark puxou da cintura a arma e mirou em sua direção.

— Se você acredita em algum Deus é melhor começar a rezar para ele. – O sangue começava a sair pelo canto dos lábios. – Porque eu juro, Stella que eu ainda vou matar você, nem que isso me mate, mas esse prazer... – Ele se aproximou novamente dela com a arma apontada. – De poder enfiar uma bala nessa sua cabeça... – Encostou o cano na testa dela. – Eu ainda vou ter. – Ele cuspiu o sangue no chão.”

...

Stella abriu os olhos e limpou as duas lagrimas que escorreram em cada lado do seu rosto, o par de esmeraldas começaram a observar as paredes brancas do quarto praticamente vazio, através da janela do quarto ela podia ver algumas enfermeiras passando pelo corredor, algumas olhavam para ela desenhavam um sorriso e assentia como um cumprimento, outras pareciam focadas e permaneciam com seus olhares ocupados em outra direção.  Stella olhou para o lado e seus olhos puderam acompanhar as linhas sendo desenhadas no monitor juntamente de um número a cima  que mostrava o ritmo que seu coração batia, ela inspirou o ar e o soltou calmamente e de imediato sorriu de alivio.

Meses mantida em cativeiro sendo torturada por um lunático, quinze dias em um coma induzido e agora tudo havia acabado! O inferno que nunca parecia ter um fim havia finalmente acabado e ela estava ali, viva em Nova York e era apenas questão de tempo, talvez algumas horas ou minutos para poder estar cercada daqueles que ela amava.

Seus olhos se distraíram e pararam em um cantinho minúsculo do quarto, porem bem enfeitado e muito importante, os desenhos cheios de cor e glitter estavam assinados por sua criadora, essa que era a pessoa que havia ganhado seu coração sem esforço algum, a sua boneca preferida tão bem ajeitada quanto as obras fez seu coração se apertar ainda mais de saudades.

...

“ — Madrinha, você prefere que seu vestido seja vermelho ou azul?

A pequena garotinha a olhava curiosa segurando os gizes de cera coloridos um em cada mão esperando pela respostas da adulta que estava de frente para ela, sentada do outro lado da mesinha de centro desenhando assim como a própria criança.

— Qual você acha que vai ficar mais bonito? – Arqueou a sobrancelha e a menina sorriu.

— O azul. – Animada ela escolheu a cor.

— Você consegue ler minha mente? – Brincou e pode ouvir a risada soar pela sala de estar.

— Não né, madrinha. – Lucy afastou a mecha de seu cabelo que insistia em cair em seu olho. – É que você tem um vestido azul e você fica muito, mais muito linda nele. – Stella sorriu.

— Você só está tentando me enganar para ganhar sorvete. – Ela negou prontamente. – Não mesmo?

— Não, madrinha, eu juro. – Ficou séria. – Você fica mais bonita que uma princesa.

— Você consegue superar seu pai, sabia ?! – Lucy franziu as sobrancelhas como o próprio Danny. – Eu te amo, bonequinha. – Ela sorriu alegre para a mais velha.

— Eu também te amo, madrinha. – Voltou a desenhar. – Você é minha adulta favorita e eu amo você mil milhões. – Stella riu ao ouvir aquela frase.”

...

O sorriso eternizado em seus lábios se pareciam com as lagrimas que estava presas em seus olhos, ter aquela garotinha em sua vida mudou tanta coisa, tantas decisões e escolhas que se tornaram mais difíceis, o desapego nunca foi algo fácil mas conseguir fazer aquilo com Lucy foi tão difícil, havia uma saudade insuportável e  era impossível se lembrar dela e não deixar algumas lagrimas caírem.

— Você está bem? – Ela olhou para porta e viu um Mac parado com a mesma entre aberta.

— Emocionada. – Sorriu. – Com saudades principalmente.

— Eles também estão. – Entrou no quarto.

— Eu quero ver eles. – Mac assentiu. – Eu posso, não é ?! Eu já fiz todos os exames e consultas que vocês me obrigaram, Mac. – Ele sorriu e concordou. – Eu preciso ver eles, Mac, eu preciso ver a Lucy. – Mac que estava um pouco distante se aproximou.

— O médico conversou comigo. – Ela respirou fundo.

— É claro que ele conversou. – Stella aderiu a seriedade. – Isso vai passar, não vai? Eu vou poder lembrar do que aconteceu, não vou?

— Ele disse que sim, é uma questão de tempo e não é grave. – Ela demorou para concordou. – É só um efeito dos anestésicos e de todo esse tempo em que você ficou em coma, o importante é que você esta bem e que  só perdeu algumas coisas, você poderia ter se esquecido de coisas maiores e mais importantes, Stella.

— Eu sei, eu sei. – Fechou os olhos e balançou a cabeça tentando espantar os pensamentos negativos. – Eu só queria poder me lembrar do que aconteceu, de como tudo terminou.

Mac permaneceu em silencio, ela não lembrava de suas últimas palavras para ela e nem que caiu em seus braços quando foi atingida.

— Eu sei que havia uma mulher, eu consigo me lembrar dela, ela tinha cabelos pretos e olhos verdes e eu me lembro que a voz dela era confiável.

— Essa é a Jo. – Ela franziu as sobrancelhas. – Josephine Danville, conhecida como Jo Danville, ela é detetive, ex agente do FBI, ela é a segunda no comando do laboratório.

Stella aderiu uma expressão pensativa que ele reconhecia, ela estava tentando se lembrar de algo além do que já tinha.

— Claro. – Afirmou. – Todos me falavam dela, elogiavam claro, diziam que ela era incrível. – Sorriu – Foi ela que assumiu meu lugar quando eu fui embora. – Seu sorriso se desfez lentamente.

Mac apenas concordou.

— Sua parceira. – Mac se sentou na poltrona.

— É, ela se tornou uma grande amiga.

— Qual é, Mac?!  – Stella desenhou um sorriso. – Não se preocupe, eu não vou ficar com ciúmes. – Foi impossível ele não sorrir. – Eu fico feliz que tenha sido uma mulher como ela que tenha assumido o meu lugar.

— Ninguém assumiu o seu lugar, Stella. – Negou. – Isso é impossível de se fazer.

— Quer dizer que eu ainda sou única que sei dos seus segredos? – Arqueou a sobrancelha.

— Você ainda é aquela mulher da borra de café. – Ela abriu um sorriso maior.

— Isso foi lindo, Mac. – Elogiou com seu tom brincalhão. – Um pouco surpreendente, mas lindo.

O coração de Mac batia apressado ao vê-la tão próxima.

— Como sua noiva está? – O questionou.

— Se lembra de Christine? – Ele se surpreendeu.

— Um pouco, me lembro dela em si, mas, nem tanto do tempo dela lá.

— Ela está bem, não se preocupe. – Stella assentiu. – Aliás, eu não quero que se preocupe com nada, ok ?!

— A única coisa que me preocupa é em poder ver meus amigos e minha afilhada. – Mac sorriu. – E claro em ir embora daqui.

— Eu sabia que não ia demorar para você tocar nessa parte.

— Como você disse a pouco: Eu ainda sou aquela mulher da borra de café.

— Você só vai sair daqui quando o médico disser que pode ir para casa. – Ela revirou os olhos. – E eu te garanto que eu não sou o único que vai concordar com isso.

— O fato de eu falar que estou bem não conta?

— Nem um pouco. – Ela suspirou. – Eu sei o que você faz para se livrar de um hospital.

— Agrh! Eu tinha me esquecido de como você consegue ser ... – Mac a interrompeu.

— Cuidadoso? Protetor?

— Não era essas as definições. – Ela deu ombros com um sorriso escondido.

Ele sorriu ao ver que tinha de volta aqueles momentos com ela, o clima entre os dois era calmo e aparentemente descontraído, talvez porque ambos estavam ignorando o passado em que passaram separados sem se falar e por mais que ainda que tivessem que conversar sobre isso, aquela definitivamente não era hora para tal assunto.

...

Flack e Jessica saíram do elevador e caminharam pelos corredores pouco movimentados, o casal se aproximava da recepção da ala intensiva apreensivos e ansiosos, a mensagem de Mac não havia sido clara, era apenas “Vocês precisam vir pra cá.”  Flack sentia que já não estava mais em seu corpo e o que o estava movendo era o puro desespero e a agonia, e mesmo não conversando com Jessica que estava silenciosa desde que saiu de casa, ele sabia que ela se sentia da mesma forma.

— Com licença. – Flack recebeu olhares das enfermeiras de plantão. – Nós estamos aqui por causa de uma paciente que está em coma... – Sua voz saia tremula. – O nome dela é Stella Bonasera. Ela está bem? – As mulheres olharam para a enfermeira de mais idade.

— Venham. – Ela se levantou. – Eu vou levar vocês até ela. – Don e Jessica se olharam.

A mulher uniformizada caminhou em direção ao quarto de Stella, sendo seguida pelo casal que apertava suas mãos ao se aproximar da porta, Flack sentiu-se mais nervoso ao ver as persianas da janela que havia no quarto de Stella abaixadas, aquilo não parecia ser um bom sinal. Jessica parou bruscamente e Don a olhou, ela balançou a cabeça negativamente e ele se aproximou dela e depositou um beijo na testa da namorada, consolando-a antecipadamente.

— Vamos lá, Jess. – Sussurrou. – Precisamos ir.

A enfermeira os observava com um sorriso escondido. O casal se recompôs e ambos tomaram alguns segundos para respirar fundo antes de baterem na porta branca de madeira.

— Com licença. – Ela se retirou, deixando-os.

Flack tomou a frente e deu leves batidas na porta, em instantes recebeu uma resposta de Mac que pedia para entrarem, ele abriu vagarosamente e seu coração parou no mesmo instante que teve a visão de Stella sentada na cama com seus olhos verdes bem abertos encarando-os fixamente, Jessica em um ato instantâneo se encostou no batente da porta para que não desabasse ali mesmo, enquanto segurava a mão de Don que estava estático.

Stella. – Sussurrou uma Jessica surpresa.

— Jess. – Sorriu para a amiga.

Os olhos de Stella transbordavam tanto como os de Jessica que desenhou um sorriso para a amiga, ela soltou-se de Flack e caminhou o mais rápido possível para acabar com a distância que separava ela de Stella, elas se abraçaram fortemente e as lagrimas que eram contidas escorreram por seus rostos.

Elas se afastaram depois de longo e saudoso abraço apertado, Jessica segurava a mão de Stella e as duas se olhavam emocionadas, elas riram uma da outra.

— Jessica Angell chorando. – Stella limpou as lagrimas da policial. – Eu vivi para ver isso acontecer. – Jess sorriu.

— Eu tinha me esquecido de como você consegue ser insuportável com esse deboche. – Brincou e Stella a abraçou novamente.

— É uma coisa de família. – Ela olhou para Don. – Certo?

Os olhos verdes se fixaram nos azuis que a observava distante, ela se recordou da briga que tiveram dois dias antes do combinado de vir para Nova York e ela nunca havia odiado tanto uma ligação quanto aquela.

...

“— Don, você quer me ouvir? – Ela pediu.

— Eu já ouvi o suficiente, Stella. – Ele parecia nervoso.

— Flack, eu não posso... – Ele bufou sonoramente.

— Não pode? – Contestou interrompendo-a. – Stella, não tenta usar esse desculpa comigo, tá bom ?! Eu não sou a Lucy, eu não sou uma criança.

— Isso não é justo, Don, não coloca ela nisso! – Ela nem notou quando seu tom se alterou.

— Você está começando a perder a cabeça com isso tudo, Stella. – Adquiriu o mesmo tom que ela. – Esse caso, essa cidade está começando a me deixar preocupado com você. – Foi a vez dela bufar.

— Você não precisa se preocupar, mas, esse caso eu preciso fecha-lo, você precisar me entender. – Insistiu. – Eu tenho que pegar esse homem, Flack!

— Você consegue notar? Você se ouve? Esse seu desespero e essa raiva me assustam! – Stella olhou para o porta retrato em cima da mesa. – Você está perdendo a cabeça, Stella.

— Eu estou bem. – Garantiu nervosa.

— Não, você está mentindo para mim, você não está bem. – Ela girou a cadeira para a vista que tinha. – Você precisa vir para casa, Stell.

— Eu não posso fazer isso, pelo menos por enquanto. – Ela ouviu o suspiro dele. – Você deveria me entender, Don, você sempre fez isso, por que não agora?

— Porque eu não posso entender e nem sequer posso tentar entender uma pessoa que eu não conheço mais. – Ela perdeu a voz no segundo que ouviu as palavras dele. – Esse caso está mudando você, ele está acabando com você. – Por mais que quisesse rebater, ela sentia sua garganta apertada. – Eu te imploro, Stella, por favor, vem para casa. – Suplicou.

Antes que pudesse soltar qualquer palavra, seus olhos avistaram uma de suas técnicas sinalizando para ela no lado de fora da sua sala feita de vidro, Stella instintivamente assentiu e a técnica saiu andando de volta até o seu ninho de computadores.

— Eu preciso ir, Don. – Ela sentiu seu coração apertar. – Me desculpa.

— Claro. – Concordou. – Tenha um bom dia e um bom trabalho, irmãzinha. – Ele desligou antes dela se despedir. “

...

— Eu deveria ter te escutado. – Ela quebrou o silencio. – Eu nunca deveria ter cancelado a viagem... – Suspirou. – Me desculpa, Don. – Sua voz saiu falha.

Flack quebrou sua postura e caminhou até ela, tomando-a para um abraço forte, cheio de lagrimas vindo de ambas partes, Stella fechou os olhos ao sentir o perfume conhecido de Don, ela sentiu os braços dele envoltos ao seu corpo como se ele quisesse protege-la de qualquer coisa, inclusive do sentimento de culpa que sentia.

— Você está de volta, você voltou para gente e isso é o que importa. – Ele sussurrou em meio aos cachos dela. – Aquelas palavras foram em um momento de raiva, nós dois estávamos nervosos, mas resolvemos todo aquele mal entendido no dia seguinte, se lembra ?! – Ela assentiu

— Obrigada. – Se afastou dele. – Obrigada por sempre se preocupar comigo, por sempre ter cuidado de mim. – Ela tentou desenhar um sorriso. – Você sempre foi um ótimo irmão. – Murmurou.

— Talvez. – Ele segurou na mão dela. – Mas, agora o que importa e o que eu quero saber é de você. – Beijou o dorso da mão da grega. – Quando acordou?

— Já faz uma hora, talvez alguns minutos a mais. – Informou. – Eu queria ter ligado antes mas o médico insistiu em fazer alguns exames primeiro e o Mac concordou com ele. – Ela olhou para o canto do quarto.

Don e Jesse olharam na mesma direção e viram um Mac Taylor parado e observando a cena.

— Oi e sim, eu ainda estou aqui. – Mac cumprimentou eles.

— Oi, Mac. – Jess o cumprimentou – Mas, está tudo bem, não é ?! – Jess dividiu o olhar entre a grega e o detetive. – Você está bem?

— É, pode se assim dizer. – Stella suspirou.

— O médico disse que é temporário, Stella. – Mac começou se aproximar da cama.

— Por que a gente não conversa sem códigos? – Jess arqueou a sobrancelha. – Nem todo mundo entende a língua de vocês.

Stella sorriu e estendeu a mão para a morena que aceitou o gesto e segurou a outra mão da grega.

— Por conta dos remédios e de todos esses dias em coma, eu acabei me esquecendo de algumas coisas que aconteceu comigo durante o sequestro e de como vim parar aqui.

— Serio?

Ela assentiu.

— Eu me lembro de algumas coisas, de alguns momentos mas eu não lembro do fim, do que aconteceu e de como aconteceu. – Ela respirou fundo. – A única coisa que me lembro sobre o final daquele inferno é de uma pessoa. – Ela olhou para Mac. – Jo Danville, eu me lembro dela, de quando ela apareceu e me resgatou e isso é tudo.

— Legal! A Jo vai se gabar disso pelo resto da vida. – Jess comentou e o som de risos surgiram de imediato. – Mas, você está mesmo bem? Sente alguma dor?

— Não. – Negou. – Apenas um pequeno incomodo quando respiro fundo, mas, o médico disse que é por causa das costelas quebradas, agora fora isso... – Ela sorriu. – Eu estou bem!

Don e Jess sorriram para ela e lhe fizeram um carinho, enquanto isso, Mac admirava o sorriso que Stella dava para os dois, ele sentia seu coração acelerado ao rever aqueles olhos vibrantes que irradiava uma certa alegria e animação, o brilho ainda permanecia nas esmeraldas e ele durante aquela fração de segundos em que a observava só conseguia se lembrar de como sentiu falta daquilo, de ver o rosto que sempre parecia acabar com seus péssimos e mal humorados dias.

Ele havia se proibido de lembrar de Stella ou de sua existência depois que a mesma partira, a raiva que o invadia todos os dias era como uma fenda que o cegava e fazia dele alguém diferente e ele tinha a consciência dessa sua mudança e mesmo que odiasse se sentir daquele jeito nada conseguia mudar aquilo, ouvir o nome dela através da equipe era torturante,  e saber que ela estava bem em outro lugar, com novas pessoas, conseguindo viver uma vida sem ele, seu melhor amigo era simplesmente devastador.

— Mac? – Ele voltou a realidade ao ouvir sua voz chamando-o. – Está tudo bem? – Ele assentiu.

Ela sorriu e quando ele se permitiu sorrir de volta se lembrou de quem a esperava para ter uma vida juntos, vida essa que poderia ter sido dele e ele deixou passar. A pergunta que ele se fazia mudara, não era mais se ela acordaria, era se ela poderia sentir algo por ele, a sua mente se enchia de interrogações do tipo e tudo o que ele conseguia como resposta era relacionado a ela sendo feliz com Anthony Keller.

...

As batidas leves na porta avisou aos quatro amigos no quarto que alguém havia chegado, Mac olhou para Stella que assentiu, ele se levantou e caminhou até a porta para abri-la e quando assim fez, ele viu Susan e Sid juntos de Sheldon e Adam, todos visivelmente sérios.

— Mac? – Susan interrogou ele com o olhar.

Ele respirou fundo e se afastou, abrindo completamente a porta e dando a eles a visão de Stella que segurava a mão de um Flack que estava sentando ao lado dela na beirada da cama. Sid abriu seus óculos ao meio e junto com eles abriu seu sorriso, Susan caminhou para dentro do quarto com seus olhos lacrimejando, Don sorriu e antes de se afastar dela depositou um beijo na região temporal da grega que olhava para cada um dos amigos que entravam no quarto.

— Olá, estanhos. – Os cumprimentou abrindo um sorriso.

— Eu sabia. – Susan sussurrou se aproximando dela. – Eu sabia que você iria voltar. – Limpou as lagrimas.

Stella estendeu a mão para a senhora que estava a poucos centímetros de distância, a esposa do legista tocou levemente na mão da grega e a segurou quando sentiu a pele quente e suave da grega.

— Ainda bem que você sabia. – Stella deixou uma lagrima cair.

Susan se sentou na cama e olhou para mãos delas unidas, elas se olharam e Stella sorriu.

— Eu nunca deixaria seus dotes culinários só para o Flack. – Susan riu acompanhada pelos presentes.

Susan puxou carinhosamente Stella e a abraçou derrubando lagrimas, tanto as delas quanto as da detetive que fechou os olhos ao sentir o aperto, ela só abriu quando sentiu alguém tocar em sua mão, Stella sorriu e estendeu a mesma mão para Sid que se juntou naquele abraço.

— Vocês não sabem como eu senti falta disso. – Ela sussurrou apenas para os dois.

Eles se afastaram e Susan limpou qualquer rastro que molhava o rosto de Stella que imediatamente levou seu olhar para os dois homens mais afastados, eles observavam a cena como Flack, Jessica e Mac.

— Minha dupla dinâmica preferida. – Desenhou um sorriso.

— Você tá viva. – Adam parecia surpreso.

— Eu estou. – Concordou. – Era o que você queria, certo? – Brincou.

— É claro, chefa. – Ele falou sem jeito. – Quero dizer, ex chefa. – Todos riram do jeito do técnico.

Sid e Susan se levantaram e se afastaram de Stella para dar espaço aos dois amigos.

— Doutor. – Ela olhou para Sheldon que escondia o sorriso de Adam.

— Grega. – Se aproximou dela. – Seja bem vinda de volta.

— Obrigada, meu amigo. – Ela abriu os braços.

Sheldon a abraçou e como todos os outros, ele derrubou algumas lagrimas junto com a grega que se emocionava por revê-los depois de tanto evitar estar novamente perto deles, eles se afastaram e Stella ficou alguns segundos encarando Adam que fitava a amiga de jeito curioso, como se ele não soubesse o que fazer.

— Eu não ganho seu abraço? – Arqueou a sobrancelha.

— Aproveita, Adam. – Jessica interviu. – Porque depois que a Lindsay chegar acabou o tempo de todo mundo com a Stella. – O técnico voltou ao olhar para grega.

— Você ouviu, é agora ou nunca. – Ele sorriu.

— É claro, desculpe, Stell. – Abraçou-a de forma carinhosa. — Senti saudades, chefinha. — Adam sussurrou para ela.

...

“Ela tomou folego antes de entrar na sala da sub supervisora, o seu nervosismo transparecia e chegava a assusta-la, Lindsay deu leve batidas na porta aberta de vidro e esperou que a detetive de cabelos cacheados e olhos verdes se virasse para ela.

— Eu sei que eu devo uma explicação para você. – Cruzou os braços tentando se manter firme.

Stella colocou em sua mesa os papeis que tomavam sua atenção e dedicou a mesma totalmente a Lindsay que havia sido rude com ela durante o caso no qual fugira por trazer péssimas lembranças.

— Mas não posso te contar o que está acontecendo, não porque eu não queira mas porquê... – Hesitou. – Eu mesma não tenho certeza.

Stella deu alguns passos em sua direção.

— Você disse, disse que foi a única. – Suas mãos gesticulavam com cada palavra que dizia.

Lindsay assentiu levemente.

— Eu sobrevivi a um crime, Stella, a um crime terrível. – Contou nervosa. – Minhas amigas foram assassinadas – A vontade de chorar parecia estar agarrada a sua garganta. – Eu preciso de uma amiga, Stella. – Tentou sorrir.

Stella desenhou um sorriso para ela.

— Você tem uma, querida. – Afirmou enquanto estendia a mão para ela. “

...

— Lindsay? – Ela se assustou com o tom forte a chamando.

Ela olhou para seu marido que a esperava do lado de fora do elevador enquanto segurava a porta do mesmo para que não fechasse, ela estava tão presa em seus pensamentos que não notou que já havia chegado ao andar desejado.

— Vamos, Linds. – Ele estendeu sua outra mão para ela.

Tremula e com coração acelerado aceitou o gesto e segurou na mão de Danny que a tirou daquela caixa móvel. Há cada passo seu o medo parecia aumentar, ela olhava por todos os lados como nunca havia feito antes, tudo parecia estar em câmera lenta, inclusive o ar que entrava em seu pulmão, era como se ele chegasse a faltar.

Os corredores quase vazios e sempre silenciosos trazia a sensação da primeira vez que a visitou e a viu pálida, sem vida em seus olhos e lábios que estavam prendendo o tubo de ar que a fazia respirar. As enfermeiras apenas consentiram quando foi pedido a permissão para avançar no corredor e seguir até o quarto de Stella.

Danny apertou a mão de Lindsay quando pararam em frente a porta, os dois se olharam e alguns segundos depois ela consentiu e Danny deu leves batidas na porta e do outro lado a voz masculina pediu para entrar, diferente do que esperavam era a voz de Flack e não a de Mac, Lindsay tomou frente e abriu a porta lentamente, sua boca imediatamente se abriu ao ver Stella acordada olhando em sua direção, rodeada de todos seus amigos que sorriam para a reação do casal estático e boquiabertos.

Stella dividia seu olhar entre os dois, Lindsay cobriu a boca afim de segurar o soluço que estava preso em sua garganta e olhou para cima por breve segundos tentando controlar a fuga das lagrimas, quando voltou seus olhos para sua amiga, a viu tão emocionada quanto ela estava.

— Bom dia, querida. – Danny soltou a frase que a fez sorrir iluminadamente.

Ela olhou para um Danny com olhos vermelhos.

— Que intimidade é essa hein, Danny ? – Ele sorriu para ela.

Danny caminhou até Stella e os dois amigos se abraçaram, ele podia sentir as lagrimas arderem seus olhos ao notar que ela apertou aquele abraço, ele amava aquela mulher, ela sempre havia sido uma grande amiga, talvez a melhor depois de Lindsay e ele nunca poderia se esquecer de tudo que passaram juntos, desde os bons até os péssimos momentos, das mais altas e divertidas gargalhadas até as inumeráveis lagrimas de luto pela perda de Aiden Burn.

— Obrigado por voltar. – Danny sussurrou para ela.

Ela se afastou já limpando seu rosto molhado, Danny procurou por sua mão livre e a segurou firmemente.

— Isso em seus lindos olhos são lagrimas? – Indagou. – Está chorando por mim, Daniel? – Lhe deu um sorrisinho de deboche.

— São lagrimas de alegria, eu odeio funerais. – O som da sua risada soou pelo quarto.

— Eu não vou embora tão cedo, querido. – Apertou a mão ele.

— É bem melhor assim. – Sussurrou.

Stella o olhou fixamente por alguns segundos e involuntariamente as lagrimas atravessavam a linha d’água e rolaram por seu rosto.

— Se você quer outro abraço, é só pedir. – Danny sorriu e a puxou levemente para ele. – Não precisa chorar. – Ela riu e o abraçou novamente.

O olhar de Stella se trombou com o de Lindsay que estava chorando ao lado de Sheldon e Adam, Danny se afastou e se virou para sua esposa, o detetive se levantou e abriu qualquer espaço ocupado para Lindsay de aproximar.

— Surpresaa! – Falou animadamente. – Oi garota!

Lindsay desenhou um sorriso e limpou os rastros de lagrimas, Stella abriu os braços para a amiga que se soltou do braço de Sheldon e correu com seus passos duros e apressados para o encontro dela, elas se uniram e Lindsay desabou silenciosamente, Stella fechou os olhos e apenas a abraçou com força por longos minutos.

— Linds, não precisa mais chorar. – Sussurrou para a amiga. – Eu estou aqui. – Acariciou as costas dela.

Lindsay se afastou de Stella e respirou fundo, tentando se acalmar ela deixou um soluço escapar e acabou assentindo enquanto limpava o rosto vermelho.

— Eu sei e é por isso que eu estou assim.  – Ela tentou sorrir. – É a emoção por você estar aqui conosco. – Stella sorriu. – Você está aqui, Stell e você não tem ideia de quanto tivemos medo disso não acontecer novamente... – Sua voz tremula demonstrava o quão emocionada ela estava.

— Você achou mesmo que eu não voltaria ?! – Arqueou a sobrancelha. – Você achou mesmo que eu iria me entregar de bandeja? – Segurou na mão dela. – Eu já te disse que eu vou viver muito para ver a Lucy entrar na faculdade, para ver ela tendo o primeiro o namorado e fazendo o Danny ter um ataque. – A equipe riu, menos Danny.

— Eu sabia, eu sabia que a má influência não era a Jessica, era você. – Danny brincou dando um olhar “duro” em direção a ela.

— Hey! – Jess olhou para Danny incrédula.

Lindsay apertou a mão dela.

— Eu ainda vou viver muito para ver aquela garotinha crescer e se tornar uma mulher incrível. – Lindsay limpou as lagrimas. – Como a mãe dela. – Elas sorriram uma para outra e Lindsay começou a chorar novamente. – Lindsay, por que você ainda está chorando?  – Acariciou a mão dela.

— Lucy vai ficar tão feliz quando souber... – Disse com uma voz abafada pelo choro. – Todo dia ela diz que você vai acordar do sono de beleza. – Stella riu com lagrimas enchendo seus olhos. – Ela quer tanto ver você.

— Eu também estou ansiosa para poder vê-la e você vai me deixar mais ansiosa se continuar. – Elas riram. – Eu estou louca para poder ver minha afilhada.

Stella ficou séria e dividiu seu olhar entre o casal Messer, ela ensaiou por alguns segundos.

— Eu sinto muito pelo o que aquele psicopata fez. – Sua voz saiu como um sussurro. – Foi minha culpa e eu sinto muito mesmo por ela ter sido envolvida nisso. – Olhou para suas mãos.

— Stella. – Mac a chamou.

— Não foi sua culpa. – Danny se aproximou. – Jamais pense que foi, Stell.

— Danny está certo! – Lindsay prosseguiu. – Ele era um louco, um doente sádico, Stell, nada do que aconteceu é culpa sua. 

— Ele só pegou ela para me atingir.

— E você a protegeu, cuidou dela, mesmo estando machucada. – Danny apoiou uma mão no ombro de sua esposa. – Foi o que a Lucy disse para gente. – Sorriu.

— Que a madrinha tinha cuidado dela e a protegido de um homem muito mal que odeia e machuca pessoas boas como a madrinha, a tia Jess, o padrinho e todos os tios dela. – Lindsay sorriu.

— Eu ainda acho que não fui uma boa madrinha.

— Mas você é. – Danny a olhava com um sorriso. – A melhor madrinha que poderíamos ter escolhido para ela. – Stella sorriu. – E além disso, todos os dias eu me convenço de que eu e Lindsay tivemos uma filha para você e para o Mac porque a cada dia que passa o padrinho isso e a madrinha aquilo só aumenta.

— Ainda sente ciúmes, Danny? – Sheldon indagou brincalhão.

Mac olhou para Stella que estava sorrindo e com seu olhar focando em seus amigos, ele olhou ao redor e pode ver os olhares distraídos e sorrisos, os movimentos dos lábios de cada um presente naquele quarto isolado mas ele sequer ouvia o que saia por eles.

Era estranho a sensação que parecia dominar seu corpo, era como se um calor o aquecesse e pela primeira vez em tempos ele conseguisse respirar fundo e dar um sorriso que não fosse falso para assegurar que estava tudo bem e que ele estava realmente entretido naquele momento e estava gostando de estar ali, era um turbilhão de pensamentos unidos a um turbilhão de sentimentos e sensações correndo por sua mente e corpo. Era impossível não olhar para Stella e se perder no sorriso que ela dava para seus amigos, era visível a felicidade ao estar envolvida por todos ao mesmo tempo, era impossível ele não relembrar as várias vezes que perdeu seu olhar nela enquanto assinava simples papeis, ou explicava algo de algum caso, ou até mesmo quando ela  somente passava pelo corredor de vidro em frente a sua sala e rapidamente olhava para ele e desenhava um sorriso como um cumprimento.

Mac sabia que não precisava de mais ninguém para chama-lo de cego ou idiota por nunca ter notado nada entre os dois, ele mesmo se auto ofendia por ter deixado o sentimento de amizade impor tanto lugar entre ele e Stella, como ele tinha raiva da palavra AMIZADE no momento, como ele tinha raiva das vezes que olhou para Peyton buscando algo especial quando só precisava virar o rosto para o lado para vê-la em sua sala centrada em algo  ou apenas jogando conversa fora com Jessica e Lindsay em um fim de turno.

Um leve toque em sua mão fez com que ele saísse dos pensamentos e olhasse para a mesma, ver a mão quente tocando a sua o fez rapidamente mudar seu olhar de direção, ele ergueu os olhos e as esmeraldas o analisavam com cautela, ele conseguia ver um certo receio junto do medo refletidos nos olhos verdes, ele sentiu um alivio expandir por seu peito ao notar que nunca deixou de conhece-la, ele ainda podia ler seus olhos e saber como ela se sentia, o que estava pensando, era como eles faziam antes quando algo não parecia bem com o outro, ele ainda conseguia fazer aquilo.

Stella sorriu para ele e segurou sua mão, ele apenas conseguiu fazer o mesmo ao sentir uma eletricidade correr por seu corpo, era como se ele voltasse no tempo e vivesse os velhos anos em questão de segundos, ele sentiu um peso sair de cima de seu corpo e qualquer medo ou insegurança partir junto com a tonelada que o impedia de respirar fundo, Mac olhou bem para o sorriso dela e devolveu ele da forma mais espontânea possível.

Mas em questão de segundos, seu sorriso sumiu lentamente ao ouvir o barulho de batidas na porta, ele viu sua expressão mudar para uma curiosa, ela encarou seus amigos que se olhavam do mesmo jeito.

— Quem será que é? – Jess olhou para Flack.

— Talvez seja os seguranças que veio para nos expulsar daqui. – Danny sorriu. – Olha essa reunião. – Olhou em volta.

— Danny. – Lindsay o cutucou.

— Eu abro. — Mac soltou a mão de Stella.

Mac se afastou dela e caminhou até a porta, ele olhou para a grega e sorriu para ela, ele puxou a maçaneta e abriu a porta dando espaço já para quem estava lá fora entrar. Ele viu o sorriso dela se formar ao ver quem estava do outro lado, o homem passou por ele e correu até a cama, tomando-a em seus braços desesperadamente, o sorriso dela se aumentou e o coração dele se apertou ao ver a cena.

— Anthony. – Ela tinha seus olhos fechados enquanto estava em seus braços.

— Você acordou, querida. – Ele a abraçava.

— Obrigada por ligar. – Mac olhou para seu lado e viu Rosalie. – Obrigada. – Ele assentiu.

Rosalie se afastou dele e caminhou até Stella que ainda se ocupava com o homem que alisava seu rosto carinhosamente. Mac viu Susan sair de perto de Sid e caminhar até ele, seus olhos olharam para o chão liso por alguns segundos.

— Deve ter sido difícil fazer isso. – Ela sussurrou. – Por que fez? – Ele a olhou.

Mac suspirou discretamente e ergueu os ombros do mesmo jeito, até que ele desenhou um sorriso sem vida.

— Porque eu iria querer saber estivesse no lugar dele. – Olhou rapidamente para o casal. – É justo, Susan, com ele e com ela.

— Mas não é com você infelizmente.

— Definitivamente não. – Ele negou. – É mais difícil do que eu pensei que seria.

— Eu sinto muito por isso. – Tocou no ombro dele. – Mas, ainda existe tempo e você sabe, Mac, o tempo muda as coisas. – Piscou para ele.

Mac olhou para a grega e a viu sorrindo abertamente para o homem que depositava um beijo em sua mão, ela estava feliz e ele sentia seu coração afundar por vê-la tão feliz perto de outro homem, ela conversava empolgada com Anthony, Rosalie e o resto do time.

— Acho que alguém precisa de um café. – Ele olhou para o seu outro lado e viu Lindsay.

A perita sorriu para ele que nem sequer tinha notado a aproximação dela.

— Eu estou falando de mim, mas você pode me acompanhar se quiser.

— Eu acho uma boa ideia. – Susan concordou. – Nunca se sabe o que se pode encontrar nesses corredores. – Lindsay e a senhora sorriram.

Mac dividiu seu olhar entre Lindsay, Susan e Stella. A esposa de Daniel Messer sorriu ao ver a indecisão dele.

— Eu tenho certeza que ela me empresta você por alguns minutos. – Ela olhou para a grega. – Então, vamos, chefe? – Arqueou a sobrancelhas.

Mac assentiu depois de pensar por alguns segundos, ele se virou e saiu pela porta aberta, Lindsay piscou discretamente para a mulher de Sid e saiu depois de Mac.

...

A madrugada já estava no fim e em menos de uma hora o sol começaria dar indícios do seu aparecimento e toda aquela agitação que existia no quarto de UTI havia ficado para trás, o resto do hospital se mantinha numa tranquilidade difícil de se acreditar existir quando você mora na cidade de Nova York.

A cantina estava praticamente vazia, eram poucas as pessoas que ocupavam as pequenas mesas redondas espalhadas por todo o lugar e sentando em uma dessas mesas Mac observava através da enorme janela mundo lá fora, mundo esse que ele esqueceu durante todos esses dias.

— Aqui está. – Lindsay colocou o copo em sua frente. – Café puro, sem açúcar. – Ela se sentou ao lado dele.

— Obrigado, Lindsay. – Ele a olhou por alguns segundos, mas, voltou a olhar rapidamente a sua antiga visão.

Ela seguiu o olhar de Mac e passou a olhar pela mesma janela, por alguns minutos ela tentou se manter tão centrada quanto ele, mas, desistiu facilmente.

— Você está bem? – Indagou o olhando e tomando seu café.

Mac assentiu.

— Se isso ajuda, eu prefiro você. – Ele sorriu. – E a Jess também.

— Obrigado, eu acho. – Bebeu seu café puro.

Lindsay sorriu para ele que respirou fundo ao terminar de engolir o liquido preto.

— Eu quero que ela seja feliz, não importa com quem. – Ele a olhou. – Eu quero que seja comigo, eu realmente quero isso mas, ela parece gostar dele e acho que ele pode faze-la mais feliz do que eu sequer possa tentar. – Lindsay o olhava.  

— Você pode faze-la feliz muito mais do que pensa, Mac. – Tocou na mão dele. – Não ouse fazer isso com você. – Sussurrou.

— Antes eu imaginava que quando a achasse eu finalmente diria tudo para ela, tudo o que eu estou sentindo, tudo está preso em mim, tudo o que deveria ter sido dito há muito tempo... – Ele sorriu tristonho. – Era o que eu queria que acontecesse.

— E ainda pode acontecer. – Ele suspirou.

— Eu pensava assim até alguns minutos atrás, mas vê-la sorrir daquele jeito... – Ele parou e mordeu o canto dos lábios inferiores nervoso. – Eu não sei, Lindsay. – Desviou o olhar para a janela.

— O que quer dizer? – Ela se ajeitou. – Vai ignorar novamente o que você sente? Vai mesmo querer suprimir todo esse amor de novo? – Franziu o cenho. – Vai mesmo bater nessa tecla de novo?

— Você viu lá no quarto.– A olhou.– Ela parece feliz com ele.

— Talvez, Mac. – Sua voz saiu um pouco mais alta. – Talvez ela goste dele de verdade ou talvez ela apenas se sinta bem ao lado dele, mas é tudo um talvez, nada é certeza. – Negou.– Não pode se basear em um talvez. 

— Lindsay, você é a melhor amiga dela, então me diga. – Lindsay respirou fundo. – Stella já teve sentimentos  fortes por mim?

— Mac, eu posso ser a melhor amiga dela mas eu não posso te responder isso. – Segurou na mão dele. – É dela que tem que vir a resposta.

Ele concordou frustrado e suspirou.

— Não desista de confessar o que você finalmente sabe e entendeu o que sente por ela. – Ele a encarava. – Por favor, Mac. – Ela suplicou. – Se você a ama então diga para ela e não esconda isso, você tem a chance nas mãos e se jogar fora dessa vez nunca mais vai ter uma chance igual a essa de novo.

O som do celular interrompeu bruscamente a conversa entre os dois, Lindsay largou seu café e pegou o celular no bolso do casaco.

— É a mãe do Danny, provavelmente querendo saber as novidades, eu preciso atender. – Ele assentiu. – Pensa no que eu te disse, Mac. – Sorriu. – Você e ela merecem de uma vez por todas esclarecer o que sentem, sejam quais forem esses sentimentos, vocês merecem sair dessa nuvem de dúvidas e incertezas. – Ela se levantou com celular em mãos. – Eu e o time vamos sempre torcer para que o final sejam vocês dois mais que apenas amigos. – Ele sorriu para ela.

Lindsay se afastou e deixou um Mac acompanhado de seus pensamentos, seu medo de perder Stella em uma mão e seu café quente na outra. Ele respirou fundo e fechou os olhos por alguns segundos.


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Notas finais do capítulo

E então ? Comentem, please !

OBS > São os comentários, suas opiniões que fazem a fic andar, quem estimulam os autores a continuar ! Fantasminhas, apareçam !! Também preciso de vocês, por favor.

Beijos ♥ até o próximo.