A New Chance. escrita por Izzie


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores !
Cá estou eu depois de um tempinho, atualizando novamente e esperando que gostem do capítulo, como sempre já peço desculpas por qualquer erro ortográfico e gramatical que houver.
Agradeço a todas que comentam, obrigada e vocês são demais ♥
Ah eu só queria fazer uma observação de fã da série : Eu estava assistindo uns episódios para fazer o capitulo e sinceramente, gente, eu não sei se o Mac e a Stella eram cegos mesmo ou se eles fingiam demência porque era algo tão explicito e apesar de amar a série, eu fico P da vida quando assisto novamente por causa desse casal que era para existir mas não foi justamente explorado !
Perdoem o desabafo,ok ?! Mas eu tinha que falar kkkkk É um sentimento universal ou só meu mesmo ? (me respondam no comentário, please)
Bom, boa leitura, pessoal !



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 "Aquilo o estava perturbando como nada o deixava a anos! Sua equipe parecia estar numa caça às bruxas; primeiro havia sido Jessica naquela lanchonete onde a mesma por pouco não recebe uma bala no peito; dias depois um tiroteio pegou todos desprevenidos em um bar, deixando memórias e sequelas trágicas para Daniel Messer e depois um mês, na madrugada anterior, ele e Danny quase sofrem o pior quando o que seria uma solução se transformou em outro problema.

Já estava de noite e poucos restavam no prédio, ele caminhava com os arquivos em mãos direcionado para sua sala onde mantinha o resto das coisas, caixas com pistas e papeis, teorias e nomes nas paredes de vidro, a janela do bar que havia sido quebrada durante o tiroteio que estava quase toda remontada. Ele entrou e logo que passou pela porta soube que não estava só. Mac olhou para cima e viu Stella olhando a janela remontada que era segurada por um cavalete e no mesmo segundo direcionando o seu olhar para ele.

Por longos segundos, ela não disse nada e nem ele, apenas se olhavam em total silencio.

— Você costumava arquivar os casos não solucionados numa única pasta e deixar na sua mesa. – Ela o olhava curiosa.

— É mas nenhum desses casos deixou um amigo meu na cadeira de rodas. – Ela concordou triste. – Nem ameaçou a vida de pessoas com quem me importo. – Ele andou em volta da mesa. – Nenhum desses casos era pessoal. – Ela se virou para acompanha-lo.

— Mac. – O chamou calma. – O que aconteceu ontem? Você e o Danny sem reforços, sem avisar nada! – Ela parecia chateada. – Foi muito arriscado.

Mac respirou fundo.

— Tem três semanas que eu estou tentando estudar estas paredes para tentar responder uma pergunta. – Eles se olhavam sérios. – Quem tinha motivo para querer um de nós ou todos mortos? – Foi a vez dela suspirar. – Apesar de todas as provas, dos laudos, os possíveis suspeitos, os depoimentos das testemunhas. – Ele caminhou até as fotos penduradas no quadro. – Eu não estou nenhum centímetro mais perto da identidade desse atirador. Três pessoas ficaram gravemente feridas – Ele caminhou para mais perto dela. – O barman morreu, Danny numa cadeira de rodas e então quando ele me ligou... – Passou a mão pela cabeça.

— Você teve que agir. – Ela concordou e ele olhou para a janela.

— Isso mesmo! – Assentiu. – Como dizia Shakespeare: Tentar não queiras um desesperado! E ir naquele prédio pareceu minha única opção. – Ele a olhou.

— Você só fala palavras como minha, meu, eu. – Sua voz saiu tremula. – Você não está sozinho, Mac.

Ela com a expressão triste respirou fundo antes de sair, o deixando sozinho em meio àquela bagunça. Mac a acompanhou sair e caminha pelo corredor até sumir de vista.”

Os flashes vinham como relâmpagos, ele se recordou da noite do tiroteio onde ele estava ao lado dela quando os disparos começaram, o sentimento de medo e desespero o percorria da mesma forma que naquela noite quando pulou em cima dela e a protegeu.

Enquanto segurava a mão dela sobre seu rosto, sua mente o chamava de idiota! Era tão obvio quando ele parava para analisar o passado, as coisas, e o certo não visto o frustrava novamente, aquele com certeza seria seu maior arrependimento.

— Me desculpe. – Sussurrou. – Eu vou te pedir isso pelo resto da minha vida, eu juro. – A olhou. – Eu deveria ter aberto meus olhos também, eu abri minha vida, minha mente e meu coração pra você, mas, fechei meus olhos e nunca tentei abri-los. – Sua voz tremula se declarava. – Você me conhecia mais que do eu mesmo, com você eu nunca precisei falar nada, você já sabia, eu nunca precisava mentir e mesmo que eu quisesse, eu não conseguia. – Sorriu. – Você sempre me encorajou a seguir em frente depois da Claire, sempre me dizia para achar alguém e voltar a viver e eu procurei esse alguém, mas a verdade é que eu nunca precisei fazer isso. – Ele chorava ao seu lado. – Eu sempre tive esse alguém comigo.

Mac parou por alguns segundos e se acalmou.

— Por que nunca me disse nada? – Ele indagou como se fosse receber a resposta. – Por que nunca me fez abrir os olhos para essa parte da nossa vida? Você nunca me disse nada, Stella! – Voltou a chorar. – Tudo poderia ser diferente, certo ?! Nós não estaríamos aqui, talvez em casa, talvez tivéssemos filhos.

Mac nunca  havia cogitado essa ideia, não depois de Claire e agora ele estava ao lado da sua antiga melhor amiga e mulher por quem ele tinha sentimentos que foram ocultos e desconhecidos por anos dizendo sobre casa e filhos, sobre um futuro que ele nunca planejou com outra mulher, nem mesmo com Peyton por quem tentou lutar e em meio aqueles pensamentos, um rosto apareceu em sua mente ao cogitar um futuro, Anthony Keller estava com ela e ele não podia esquecer esse detalhe, ela tinha alguém e que ela deveria gostar dele, afinal, assim como ele, Stella não era de arriscar relacionamentos.

— Eu amo você, Stella, eu realmente amo... – Sussurrou dando um beijo em sua mão. – E abrir mão de você não era uma opção e me dói pensar nisso, em te perder para outro cara, mas, eu já fui péssimo o suficiente. – Ele pôs a mão dela sobre seu rosto. – E você merece o melhor.

Mac fechou os olhos e permaneceu naquela mesma posição, com a mão dela sobre seu rosto molhado, em meio a aquele momento ele se permitiu pensar em lembranças boas, era a única coisa em que Mac estava se agarrando em meio aqueles momentos.

“– Você deve estar adorando! – Ela sorria enquanto caminhava ao seu lado com o capacete e devidamente vestida. – Está realizando um sonho?

— Bom, eu achei que você gostaria de ver como é pilotar um carro. – Ele vestia as luvas.

— Eu gostaria. – Concordou. – Você não? – Arqueou as sobrancelhas.

Mac a olhou.

— É melhor você dar tudo de si, hein Bonasera! – Ele desenhou um sorriso de canto.

— Eu sempre dou, Taylor. – Ele riu junto com ela do deboche.

Perto dos carros, eles foram recebidos pela corredora que participara da investigação contra um dos corredores.

— Olha só, esses carros valem centenas de milhares de dólares. – Ela sorriu para os dois. – Se vocês quebrarem, vão ter que pagar. – Mac e Stella se olharam.

— Espero que tenha seguro! – Stella brincou e deixou um sorrisinho debochado para trás.”

Ele deixou um pequeno riso escapar, ela realmente sempre dava tudo de si! Tanto como parceira e amiga, mas, como “irmã”, “filha”, ela se dava por inteira como ser humano. Seus olhos se abriram ao sentir uma vibração em seu bolso dianteiro da calça, ele soltou a mão dela com cuidado e enxugou os restos de lagrimas, Mac retirou o celular e viu o nome na tela do celular, ele se levantou e caminhou para longe da cama.

— Oi, Jo. – Sussurrou. – Agora? – Ele olhou para trás e a olhou. – Claro que quero! Eu estou indo... Ok, nos vemos daqui a pouco! – Encerrou a chamada. 

Ele caminhou até Stella, ele se aproximou e continuou a observa-la por alguns segundos.

— Eu volto depois. – Sussurrou. – Eu prometo. – Ele imaginou ela concordando.

Mac saiu rapidamente do quarto, ele saiu do hospital o mais rápido que podia e seguiu em direção a delegacia.

...

Mac entrou no prédio e procurou por Jo Danville que no mesmo instante atravessou as grandes portas, ela veio até ele e o abraçou.

— Como ela está? – Indagou preocupada.

— Os médicos dizem que estável na medida do possível. – Suspirou.

— E como você está? – Mac ficou em silencio. – Tem certeza que quer fazer isso?

— É, eu quero. – Concordou.

— Tem algumas coisas que precisamos conversar antes de entrar lá. – Ela avisou.

— O que houve?

— Se lembra que Clark seria levado para Washington? – Ele assentiu. – Não vai mais! Foi decidido pelo presidente do FBI que Richard Clark deve permanecer aqui até o laudo da Stella.

— O que? – Ele reagiu surpreso. – Como assim?

— Foi determinado que se Stella acordar, ele pega perpetua, mas, se ela ... – Ela parou e olhou insegura.

— Pode falar.

— Se ela falecer então, é pena de morte!

— Ta brincando, né? – Ela negou, Mac riu nervoso. – Aquele desgraçado arruinou a vida de pessoas, Jo! Ele as matou.

— Eu sei, Mac.

— Ele arruinou a vida da Stella e arruinou a minha, a da equipe. – Ele falou alto.

— Mac. – Ela o chamou. – Eu sei disso e por mim ele não teria nem um julgamento, ele iria direto para pena de morte, mas, não sou eu quem toma as decisões e você sabe.

Mac suspirou.

— O FBI procurou a Christine. – Ele franziu o cenho. – Eles querem um outro depoimento, ela sabe o que passou lá e ela viu a Stella, ela pode contar para eles o que disse para gente, sobre as maldade dele com a Stella, o sangue frio que ele tinha com ela. – Ele bufou. – Ela aceitou, Mac!

Mac ficou calado por alguns instantes, mas, logo assentiu.

— Tudo bem, Jo! – Ela deu um tapinha no ombro dele. – Eu quero um tempo com ele.

— Mac, isso é impossível!

— Não, não é. – Negou. – Converse com o Russ.

— Mac, eu já consegui que assistissem o interrogatório, Russ nunca deixaria.

— Jo, você sabe foram esses meses e agora ela está na UTI em coma induzido, você não a conheceu pessoalmente mas se a conhecesse saberia o que está sendo ver ela naquele estado, presa a tubos, sem respostas, sem um sorriso ou um “Mac, sai daqui, você precisa descansar” – Ele respirou profundamente. – Por mais que eu odeie e me quebre pensar nisso, ela pode não voltar e se isso acontecer, ele é culpado e eu quero que ele tenha a absoluta certeza de que ele vai pagar caro pelo o que ele fez a ela e a todos que amavam aquela mulher. – Jo limpou as lagrimas que começavam a escorrer dos seus olhos. – Eu só vou pedir alguns minutos, nada mais. – Ela depois de uns segundos o olhando, assentiu.

— Eu vou falar com o Russ.

— Obrigado. – Agradeceu.

— Sabe que não precisa fazer isso. – Negou. – Don vai assistir conosco, Lindsay e os outros se negaram, mas, de qualquer forma será gravado e uma cópia ficara com a polícia de Nova York. – Mac assentiu.

...

Na sala isolada, o homem algemado nas mãos e nos pés sentava atrás de uma mesa de aço. Ele olhava diretamente para a janela espelhada que por trás encontrava-se os três pares de olhos azuis. Russ entrou na sala juntamente com um outro agente, seu parceiro, o mesmo que ajudara coordenar a invasão e o resgate de Stella, seguido de mais dois agentes.

— Agentes. – Ele cumprimentou. – Como estão? – Sorriu abertamente.

— Como está a perna? – Russ se sentou ao lado do parceiro.

— Nada que eu não suporte! Boa mira aliás, agente Sullivan. – Ele encarou o outro agente. – Bom, já se passou horas, então, eu acredito que já possa fazer a pergunta que não quer calar... Como está a Stella?

— Você sabe do que vai ser acusado, certo ?!  Além inúmeros assassinatos em Nova Jersey e Nova Orleans, você cometeu sequestro e tentativa de assassinato contra uma policial, sem contar do sequestro de Christine Whitney, Lucy Monroe Messer e do assassinato de Joshua George Evans.

— Espera ai ... tentativa? – Ele arqueou as sobrancelhas. – Então quer dizer que aquela vagabunda conseguiu escapar? – Sorriu desacreditado.

Na sala ao lado, Don e Mac lutavam contra a raiva que sentiam ao vê-lo, ao ouvi-lo chamar Stella daquele modo. Os dois homens que realizava o interrogatório trocaram olhares.

— Está achando que somos como a polícia, não é? – Russ se aproximou. – Deixa eu te contar uma coisa: Você vai ter um julgamento mas isso é apenas seguimento de regras e protocolos humanos, a sua sentença de uma forma ou de outra já foi decretada, prisão perpetua ou pena de morte, é isso o que está sendo avaliado sobre você. – Ele voltou a descansar as costas na cadeira.

— De qualquer jeito você vai morrer. – O outro agente se pronunciou. – Seja por injeção letal ou por apodrecer lentamente em uma cela isolada, vigiado 24 horas por dia em um presidio federal de segurança máxima, porque são lugares assim que você merece ficar. – Clark dividiu seus olhares.

— Oh, eu posso aceitar isso. – Concordou.  – Eu sempre soube que de uma forma ou de outra, meu fim seria assim. – Riu.

— Como a pegou? – Russ indagou. – E por que?

— E sem joguinhos! – Sullivan falou ríspido, atraindo o olhar dele. – Eu já atirei em uma perna sua, atirar na outra vai ser um prazer.

Ele respirou fundo e fechou a cara, tendo uma expressão séria.

— Como quiserem, agentes! – Concordou. – Ela estragou meus planos, estava cansado dela e da sua trupe. – Respondeu. – Quando eu fugi de Nova Jersey, eu não fui imediatamente para Nova Orleans, eu passei alguns meses escondido em Charlotte e depois outros meses no Alabama, então quando eu finalmente cheguei a Nova Orleans, eu pude voltar aos meus planos, o meu rosto havia sido novamente esquecido, mas ela estava lá, no meu pé, me atrapalhando.

—Quais planos? Assassinar pessoas que nunca viu na vida?

— Eu perdi tudo. – Sussurrou com raiva. – Minha esposa, Karen, e logo depois minha filha, Jaime, elas eram tudo pra mim e eu só as perdi porque tiraram de mim. – Se aproximou da mesa. – As pessoas nunca souberam compreender minha dor, estavam sempre ocupadas em me acusar de ser um viciado e um maluco, enquanto eu lutava para controlar as vozes, controlar o que me fazia ser o que elas julgavam. – Ele falava alto. – Eu queria que as pessoas soubessem o que era aquela dor, então, eu parei de lutar, não valia mais a pena. – Desviou o olhar. – Foi ai que meu plano começou, fazer as pessoas sentirem o que eu senti e ainda sinto, o que elas nunca compreenderam!

— Por isso a lista de corpos em Jersey e Orleans? Fazia parte do seu plano de fazer as pessoas passarem pela perda? – Ele voltou a olha-los, assentindo em seguida. – E Stella Bonasera?

— A primeira vez que a vi foi no jornal e eu me apaixonei por ela no mesmo instante. – Suspirou. – Ela me lembrava a mulher da minha vida, mas, com o tempo ela foi me irritando, me deixando zangado e a paixão logo se transformou em ódio.

— Como a pegou?

— Foi fácil. – Sorriu orgulhoso. – Joshua, o mesmo que vocês consideram uma das minhas vítimas, ele me ajudou, praticamente me entregou ela de bandeja. – Riu das próprias palavras. – Me deu sua rotina, seu endereço, me contou sobre sua vida, ele me deu todas as informações que eu precisava e até as que eu não queria, ele me contou sobre a sua história, a triste história da detetive Bonasera... – Ele dirigiu o olhar para o vidro espelhado. – Vocês sabem que ela é uma assassina, não é ?! Pobre ex namorado. – Sorriu de canto sem tirar o olhar do lugar. – Joshua me contou sobre a coisa mais importante e que atingia Stella, as pessoas dessa cidade miserável, sua adorável família de detetives e sobre sua afilhada, Lucy. – Ele voltou a olha-los. – Então, enquanto ela me investigava, eu fazia o mesmo com ela, seguia ela para todos os lados, até que um dia, ela chegou do trabalho tarde e eu a estava esperando em seu confortável sofá, já era de madrugada e apesar dela morar em um prédio incrível, o porteiro sai as onze e as câmeras ficam apenas na parte exterior do edifício, nós saímos pela garagem e com o carro dela, trocamos de veículo no meio do caminho. – Finalizou com um sorriso. – Como eu disse, foi fácil!

— Pra onde você a levou? – Sullivan indagou. – Os primeiros dias, Clark, onde estavam?

— Ocean City, Jersey. – Respondeu. – Foi onde ficamos por quase duas semanas, até irmos para o galpão.

— O que fazia com a Bonasera para se mover de um lugar para o outro? Eu imagino que ela tenha relutado e muito, além do mais, a viagem de Orleans para Ocean City é de mais de dez horas.

— Eu a sedava, batia algumas vezes até ela desmaiar. – Ele respondeu tranquilo. – O boa noite cinderela fazia ela dormia feito pedra por horas e quando ela acordava, eu fazia tudo de novo.

— E por que tanto tempo com ela? – Russ se levantou. – Quase quatro meses a mantendo em cativeiro, apenas torturando-a.

Ele se calou, apenas dividiu seu olhar com todos os presentes da sala. O agente se aproximou e se agachou do lado dele.

— Por que, Clark? – Sussurrou. – Me diz, o que fez você mantê-la viva por tanto tempo já que a odiava? – Ele olhou para o agente. – Foram as vozes ou o fato dela te lembrar a Karen?

— O fato dela me lembrar Karen ajudou, mas, não foi a razão maior.

— Qual era essa razão maior? – Russ se levantou

— Eu tinha um acordo.

— Um acordo? – O agente se sentou novamente.

— É. – Assentiu. – Meu plano inicial era pega-la e depois de alguns dias matá-la, jogaria seu corpo no mar ou enterraria em algum canto de Jersey, mas, alguém me achou e achou a detetive Bonasera, ele pediu e me pagou para tortura-la por meses, dias, quanto mais melhor.

Na sala do outro lado, os três detetives se olharam curiosos.

— Quem? – Sullivan perguntou.

Clark ficou em silencio novamente, dessa vez por mais tempo, irritando-os.

— Clark, quem? – Insistiram na pergunta.

— Uma pessoa que é mais próxima a vocês, ao lado da justiça que vocês tanto defendem. – Mac se aproximou do vidro. – Como sempre, os de confiança.

— É da polícia? – Clark assentiu. – Por que não nos fala o nome.

Ele pareceu pensar se tomava tal atitude, depois de segundos ele suspirou. O agente bateu na mesa levemente, chamando sua atenção.

— Hey! Quer mesmo brincar disso? – Sullivan arqueou as sobrancelhas. – Sabia que como alguém do FBI, não me acontece nada se machucar você, na verdade, as pessoas ficariam bem feliz com isso.

— Quer saber ?! Que se dane! Se eu cair, ele cai junto. – Sussurrou o homem mal. – Capitão James Turner. – Sullivan encarou Russ. – Surpresos ?! Ele está tão sujo nisso tudo quanto eu! Turner limpou minha barra, tudo o que me envolvesse e possivelmente levassem a polícia até mim, ele dava seu jeitinho e sumia com tudo.

Mac fechou os olhos ao ouvir o nome, Don estava estático e pasmo pelas palavras ouvidas, o detetive escorou na parede e desviou o olhar para o chão, Jo boquiaberta olhava fixamente para Clark.

— Capitão Turner? – Russ repetiu o nome. – Por que ele faria isso?

— Tudo o que eu sei é que o nome dele não estava mais no jogo e o nome dela era o primeiro da lista.

— Que jogo?

— O cargo dele. – Se ajeitou. – Aparentemente o nome de Stella Bonasera agradava mais que o dele para tal posição, inclusive ao prefeito, todos eram a favor da volta da detetive Bonasera a cidade.

— A detetive Bonasera estava negociando voltar para Nova York?

— Eu não sei, a gente não conversava muito, ela se irritava fácil e eu também, então, vocês já imaginam não é ?!

— Por que acreditaríamos nisso? – O interrogado revirou os olhos. – Nessa sua história?

— Perguntem para quem quiserem, ao prefeito, ao secretário de segurança, usem suas famosas tecnologias! Vocês não são do FBI? – Debochado. – Ou perguntem ao antigo chefe dela!

— Brighman Sinclair ? – Clark assentiu. – Ele sabe alguma coisa sobre isso ?

— Ele sabe mais do que ninguém ! Foi ele quem sugeriu que ela voltasse.

— Por que?

— Como eu disse, eu não sei, não conversávamos muito. – Deu ombros. – Mas, Turner, uma vez comentou algo sobre um acordo entre os dois.

— Sinclair e Bonasera? – Ele acenou positivamente.

— Turner estava com raiva deles, de todos que gostaram e apoiaram a volta dela, apoiaram Sinclair, a saída dele do cargo. – Ele riu. – Diziam que ele estava velho e precisava descansar.

— Eu vou atrás do Turner. – Sullivan se levantou. – Quer dizer mais alguma coisa que eu precise saber? – Olhou Clark.

— Vá antes que ele fuja. – Disse irônico e rindo. – Ah e eu peguei Stella Bonasera e a torturei de tantas maneiras, afogamento, cortes e surras, atirei nela ... – Ele confessava. – E já que eu vou para o inferno, eu posso dizer... Eu gostei! Todas as vezes que ela implorava aos gritos de dor, chorando e sofrendo, pedindo para parar, aquilo me deixava feliz, agentes. – Ele soltou uma risadinha. – Esta ai a minha confissão, todinha para vocês e querem saber de outra coisa? – Indagou. – Eu não me arrependo de nada que eu fiz. – Negou.

— Nem nós de te mandar para o inferno! – Russ disse tranquilo.

Russ saiu junto com Sullivan mas antes deu uma última olhada para o homem que sorria e acenava.

...

Minutos depois do interrogatório, eles ainda estavam reunidos na sala ao lado. Os agentes ainda continuavam dentro da sala com Clark, enquanto outros se posicionavam no corredor e nas portas.

— Eu não acredito. – Ela sussurrou. – Turner? – Ela olhou para Mac.

— Achem ele antes de mim! – Mac olhou para Russ. – Porque se eu achar primeiro, vocês vão ter só mais um corpo. – A raiva era clara.

— Minha equipe já foi atrás, Sullivan vai prendê-lo e traze-lo para cá.

— Temos a palavra de um surtado, esquizofrênico contra a palavra de um homem que está a quase três décadas na polícia de Nova York, tem ligações e poder. – Jo cruzou os braços. – Vão precisar de provas, a apelação daquele canalha vai ser que Clark é desequilibrado e se sequestrou Stella pode muito bem inventar histórias. – Russ concordou.

— Já foi comunicado a equipe, vai ser analisado a movimentação de contas bancarias tanto de Turner quanto dos mais próximos a ele, ligações e suas durações. – Avisou. – Vamos fazer uma limpa na vida do Turner e certificar se havia alguém com ele nisso tudo. – Garantiu.

— Mac, você ainda quer falar com Clark? – Jo indagou.

Mac a olhou por alguns segundos, depois encarou Russ que concordou, dando permissão caso ele quisesse aquilo. Mac voltou ao olhar para Jo e assentiu.

...

Mac adentrou na sala e os agentes saíram a pedido de Russ, Clark tinha sua cabeça abaixada, enquanto Mac se escorou na parede e ficou o olhando.

— Como está, detetive Taylor? – Ele indagou.

Clark o olhou e desenhou um sorriso.

— Como está a Chris? – Mac caminhou até a mesa e se sentou. – E a Stellinha? Soube que ela conseguiu escapar.

— O que você sabe sobre ela voltar? – Indagou. – Que acordo é esse que ela fez com o antigo chefe?

— Eu já disse tudo que eu sei sobre isso. – Sussurrou. – Turner queria ela morta, e se você acha que eu sou um psicopata, deveria ver o que ele queria fazer com ela. – Se aproximou. – Eu por muito tempo tive misericórdia dela, dei chances dela viver.

— Você a mandou para uma UTI! – Bateu na mesa com força.

Mac se levantou e empurrou a mesa contra ele, o derrubando e com ele, a mesa e a cadeira.

— Ela está em coma. – Alterou a voz. – Coma induzido! – O pegou pelo colarinho. – Eu te disse que se te achasse, te mataria. – O prensou contra a parede. – Você acha que eu não vi as marcas nela? No pescoço? – Apertou sua garganta. – Por sua causa, eu passei um inferno sem ela aqui, sem notícias... – Ele riu roucamente.

— Você passou esse inferno porque sempre foi covarde! – O interrompeu. – Se não tivesse sido, provavelmente ela estaria sã e salva com você. – Ele sussurrava sem ar. – E a maior prova que você foi esse covarde é ela, não é ?! Eu posso ser culpado de mandar ela para lá, mas e você? Não é? – Mac sentia seu sangue ferver.

Mac apertava cada vez mais o pescoço dele e quanto mais ele apertava, mais dificuldade para respirar Clark tinha. A porta foi aberta às pressas e por ela atravessou Jo, Russ, Flack e mais agentes, todos o puxando para longe de Richard Clark.

— Mac, para com isso! – Jo o puxava com força.

— Larga ele, Taylor! – Russ ordenava.

— Mac, você vai mata-lo. – Don tentava arrancar as mãos de Mac do pescoço de Clark. – Cara, solta ele!

— Um lixo a menos para terra e um a mais para o inferno! – Ele encarou Flack.

— Ela não iria querer que fizesse isso, Mac. – Jo entrou no meio dos braços de Mac e do pescoço de Clark. – Pensa bem! Se matar ele agora, ele vai ficar impune, não vai sofrer e muito menos pagar pelo erro dele, e ai tudo o que ela fez e passou vai ter sido em vão. – Sussurrou. – Ela passou por muita coisa para ele só morrer, Mac, ela merece ouvir que ele teve uma sentença pelos crimes que cometeu. – Mac suspirou e foi diminuindo. – Eu sei que está com raiva dele, eu também estou, todos estamos, mas, se matar ele, você vai preso e não vai estar ao lado dela quando ela acordar, lembra? Não é isso que quer, é ?! Ela precisa de você, Mac. – Sussurrou. – Solta ele, por favor ?! Pela Stella. – Pediu.

— Se ela não acordar, acredite, eu não vou me importar tanto. – Ele soltou enquanto olhava Clark que era contido pelos agentes. – E eu vou acabar com você, nem que eu vá preso por isso. – Sussurrou.

Ele se afastou e viu os agentes conte-lo, enquanto o mesmo respirava fundo! Jo foi para o lado do parceiro, afim de evitar que qualquer coisa acontecesse caso as coisas voltassem a esquentar.

— Você precisar se acalmar, Taylor. – Falou ofegante.

— Cala boca, Clark! – Russ mandou. – Já chega! Levem ele daqui. – Os agentes assentiram.

— Espera. – Flack pediu.

Os agentes pararam e Flack se aproximou de Clark, por alguns segundos ele apenas observou aquele homem algemado, até inesperadamente virar um soco no rosto do mesmo que só não caiu por estar sendo segurado pelos homens.

— Isso foi pela Stella. – Sussurrou. – Seu desgraçado. – Murmurou.

...

Assim que atravessou a porta junto com Flack, Jo e Russ, ele avistou o homem algemado sendo trazido por agentes e sendo acompanhado por olhares surpresos de todos os cantos da delegacia. Sullivan que estava na frente veio de encontro.

— Pegamos ele e mais isso aqui. – Entregou os papeis para Russ. junto com uma bolsa.

— Passagem para Suíça? – Ele assentiu. – Estava fugindo!

— As malas estavam todas prontas e ele e a esposa estavam de saída quando chegamos, ele ainda tentou correr da gente. – Se virou e observou o homem. – Olha a bolsa, Russ. – Mandou.

Russ colocou sobre uma mesa qualquer desocupada e abriu um pouco da bolsa, o suficiente para saber o que tem dentro, o agente trocou olhar com o outro e depois com os detetives.

— Dinheiro! – Confirmou – Ele sabia que Clark ia abrir a boca. – Sullivan concordou.

— Ele veio calado a viagem inteira, pediu para esposa ligar para o advogado dele antes de saímos de lá. – Russ bufou.

— Eu vou ligar para equipe, ver se conseguiram alguma coisa que ligue os dois. – Todos olhavam para o homem. – Levem ele! Ninguém fala com ele se eu não permitir, nem mesmo advogado.

— Claro. – Ele voltou para o homem, pedindo para os agentes o que foi mandado por Russ.

Acompanhado dos agentes, o capitão da polícia há quase trinta anos passava por todos que não entendiam o que estava acontecendo. Ele parou na frente de Mac, obrigando os agentes a parar também, ele dividiu o olhar furioso entre Mac, Jo e Flack. Mac se aproximou dele, Jo ainda tentou segura-lo, mas Mac desvencilhou-se.

— Seu canalha, miserável! – O xingou.

O homem ao abrir a boca foi impedido de dizer quaisquer palavras, a mão de Mac fechada acertou seu lado direito. As bocas boquiabertas estavam parciais aos buchichos que começaram, Jo e Flack se aproximaram de Mac e ficaram ao seu lado, impedindo que ele fizesse mais alguma coisa.

— Você é um desgraçado. – Murmurou contra o homem atingindo. – É culpa sua! Tudo isso, quatro meses torturando ela, as pessoas que se importavam com ela, você mandou matá-la... – Ele parou e encarou o homem que tinha um sangramento no nariz. – Tudo por causa de um cargo?

— Era minha vida. – Ele avançou contra Mac, sendo contido. – Anos dedicados a isso, ao sistema, parte da minha vida eu gastei tentando corrigir os erros... – Ele olhou a sua volta

— Corrigindo? – Interrompeu ele. – Você faz parte da corja que envergonha e corrompe o sistema! – A voz alta de Mac atraia mais olhares. – Eu sei quem você é! Assim como ela sabia quem você era. – Ele riu silenciosamente.

— Eu criei Stella Bonasera, a carreira dela se deve a mim! – Mac tentou partir pra cima dele mas Flack o segurou. – Eu a pus no topo de um dos maiores laboratórios do país, ela foi chamada para liderar um laboratório, reerguer uma cidade destruída, ela era chefe em Nova Orleans, estava sendo elogiada por todos os lados, tinha uma vida boa, e ai por causa de um acordo que ela e Sinclair fizeram, eu tenho que perder o que eu lutei para construir durante minha vida? Não. – Negou. – Eu não ia deixa-la fazer isso, nem mesmo Sinclair que decidiu jogar no time limpo!

— O quer dizer com isso, Turner? – Jo indagou. – Está querendo confessar algo?

Turner respirou fundo.

— O psicopata temido por Nova Jersey e Nova Orleans! – Ele riu. – Aquele doente não conseguiu cumprir o que ele fez de melhor por meses... – Ele encarou os agentes e parou de falar.

— Continua! – Mac mandou. – Termina de uma vez, James.

Ele olhou para Mac e continuou quieto! Mac tentou ir para cima dele, mas, foi impedido novamente por Flack e por Jo que fazia o mesmo.

— Eu não vou falar mais nada até meu advogado chegar!

— Tirem ele daqui! – Russ mandou.

Sullivan sinalizou para os agentes e saiu na frente sendo seguido pelos mesmo e pelo preso. Mac bufou com raiva quando viu ele se virar e sorrir, ele se virou para mesa e bateu na mesma com ódio assustando alguns, em seguida ele arremessou contra o chão as pastas que estavam sobre a mesma. Jo foi impedi-lo, mas foi Russ quem fez isso com ela que o olhou, ele negou. Ele parou e se apoiou na mesa, de costas para todos que assistiam a cena chocados por todos os acontecimentos.

— Voltem ao trabalho. – Flack mandou ao ver tudo parado.

As pessoas rapidamente fizeram, deixando o momento apenas para Jo, Russ e Don. Mac respirou fundo depois de alguns segundos, ele se ergueu e voltou o olhar aos amigos.

— Eu preciso ir. – Seus olhos estavam cheios.

— Onde você vai? – Jo indagou.

— Pedir algumas explicações. – Respondeu sério.

— Está de madrugada, Mac e você está com a cabeça quente. – Ele negou.

— Eu estou bem, Jo! – Garantiu. – Qualquer coisa, me liga, ok ?! – Ela assentiu. – Eu não quero ver o interrogatório.

— Tudo bem, Mac. – Russ concordou com seu pedido. – Eu vou cuidar dele.

— Quer que vá com você? – Flack indagou.

— Não precisa. – Mac o olhou. – Mas, obrigado. – Flack desenhou um sorriso.

Ele se virou e caminhou até a porta de saída, ele tentava controlar sua respiração para não entrar em pânico, Mac tentava se controlar para o pior não acontecer, ele tinha que manter o foco até chegar no local certo.

 


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Notas finais do capítulo

E então ? Comentem, please !

OBS > São os comentários, suas opiniões que fazem a fic andar, quem estimulam os autores a continuar ! Fantasminhas, apareçam !! Também preciso de vocês, por favor.

Beijos ♥ até o próximo.