A New Chance. escrita por Izzie


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores.
Atualização feita depois de um mês que a cara de pau aqui não aparece rsrsrs Mas, acho que pedir desculpas por isso já ficou até enjoativo para vocês, né ?! Eu espero que gostem e me perdoem por quaisquer erros de escrita que houver dentro do capítulo, ok ?!
Boa leitura, pessoal !



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Os elevadores se abriram e seus passos cuidadosos acompanhavam seu olhar curioso, Mac se aproximou do balcão e foi recebido pelo olhar de uma enfermeira, a mulher de cabelos presos e uniformizada largou a caneta e deu a Mac sua atenção.

— Em que posso ajuda-lo, senhor ? – Ela o recebeu.

— Eu vim ver uma paciente, na verdade, eu vim ficar com ela. – Informou.

— Senhor, eu lamento mas não é permitido acompanhantes na UTI.

— Mac ? – A voz conhecida interrompeu a conversa.

Ele se virou e viu Aubrey parada o olhando, Mac se afastou do balcão e chegou mais perto da médica.

— O que está fazendo aqui ? – Indagou. – São quase cinco da manhã.

— Eu vim ficar com a Stella, eu sei o que você disse ontem, mas, eu não posso deixar ela sozinha. – Depois de alguns segundos ela sorriu delicadamente. – O que ?

— Nada. – Ela negou. – É que você fica diferente quando o assunto é ela. Eu ainda me lembro de quando estávamos saindo e ela foi atacada na piscina, eu consigo lembrar a sua expressão de desespero ao chegar no hospital perguntando por ela e da sua expressão de alivio quando a viu e soube que ela estava bem. – Novamente ela sorriu.

Mac permanecia calado. Ele se recordava do dia  que ela mencionara, o sentimento que o tomou na época se fazia familiar naquele momento. Ele estava no laboratório indo de encontro a Sinclair que tinha pedido uma reunião sobre seu caso e então recebeu a ligação de Don, não foi preciso de um minuto para ele virar e correr até o hospital deixando Sinclair de lado, e então, de longe quando ele a viu sentada e acordada no leito pôde sentir alivio se espalhar por todo seu peito. Mac sentiu o olhar de Aubrey sobre ele, o detetive deixou sua lembrança e voltou a prestar atenção na médica. 

— Como ela está ? – Ele rompeu seu silencio.

— Ela está estável na medida do possível, está em um quarto privativo e os aparelhos estão a ajudando, já está sendo aplicado os medicamentos que vão ajudar a estabiliza-la melhor.  – Informou.

— Eu posso ir vê-la ?

— Claro. – Concordou. – Vem, eu vou te levar. – Tocou no ombro dele.

Mac concordou e seguiu com Aubrey ao seu lado.

...

A porta foi aberta lentamente, o único som presente no quarto branco era o dos aparelhos ligados a Stella que repousava na cama há pouco metros deles, Mac entrou no quarto e se aproximou do leito vagarosamente, foi inevitável as lagrimas enchendo seus olhos quando a viu ali parada em um sono profundo, ligada vários fios e a um tubo que estava preso em sua boca ajudando-a respirar. Aquela não era Stella, não era sua Stell, presa para conseguir viver, sem seus olhos vibrantes e seu sorriso que para Mac, era insubstituível.

— Ela está sendo monitorada o tempo todo, quaisquer alterações as enfermeiras vem checar e já bipam eu ou o doutor Williams. – Ele ouviu Aubrey falar. – Eu preciso ver outros pacientes, mas, qualquer coisa é só chamar e eu venho, okay?!

Mac não conseguia tirar os olhos de Stella, então, ele apenas assentiu, sem sequer olhar para a médica, o barulho da porta o avisou que Aubrey havia ido embora e ele estava ali sozinho com Stella. Havia uma poltrona ao lado da cama, ele se sentou e seus olhos acharam a mão dela, Mac esticou a sua de encontro e com cuidado uniu as duas mãos, e enquanto suas lagrimas caiam, ele aproximou seu rosto e beijou a mão dela entrelaçada na sua.

Ele olhou para o rosto da grega, ela estava pálida e a única cor que havia em seu rosto era os roxeados dos hematomas e machucados. Mac soltou a mão dela e com cuidado alcançou o seu rosto, acariciando-o com o dorso dos seus dedos médio e indicador.

...

Já havia se passado duas horas desde que Mac chegara no hospital, e desde então ele não saíra do lado de Stella, nem por um segundo ele largou a mão de sua amiga, ele a observava atento, seus olhos acompanhavam o peito dela subir e descer lentamente. As enfermeiras entravam de meia em meia hora para poder checar Stella e seu estado, elas faziam algumas anotações em um tablet e se retiravam do quarto, deixando-os sozinhos.

O barulho de leves batidas na porta chamou a atenção de Mac que mudou o seu olhar em direção ao ruído. Susan entrou com cuidado e atrás dela, Sid fechou a porta e seguiu a esposa que  olhava para Stella enquanto caminhava até ela.

— Meu Deus. – Sussurrou a mulher.

Mac se levantou e soltou a mão da grega, dando assim espaço para Susan e Sid. O casal se aproximou mais da grega, Susan aproximou sua mão para acariciar o rosto de Stella.

— O que fizeram com você, Stell ? – Ela hesitou em tocar o rosto da grega.

Mac que estava perto da porta viu Sid segurar a mão de Stella, a mesma que ele a poucos segundos largou.  Susan limpou as lagrimas que escorreram pelo seu rosto.

— Como ela está ? – Sid encarou Mac com os olhos vermelhos.

— Segundo a doutora Aubrey, ela está estável na medida do possível. – Mac se aproximou da cama. – Está sendo medicada e monitorada a cada meia hora. – Sid concordou. – Eu vou dar privacidade para vocês. – Sussurrou e Sid assentiu.

Mac andou até a porta e a abriu, mas antes de sair deu um ultimo olhar em direção a Stella. Susan estava tremula quando tocou no rosto da grega e levemente fez um carinho nela, passando sua mão pelos cabelos dela. Sid fez o mesmo só que na mão da grega, ele fechou os olhos e deixou algumas lagrimas caírem.

 “ — Sid ? – A voz do fez parar de mexer com os papeis e olhar em direção a porta. – Posso entrar ? – Ela indagou.

Parada na porta entre aberta, Stella sorria para o chefe dos legistas. Ele soltou sua caneta e tirou o seu famoso óculos.

— Claro que pode. – Ele concordou e ela assim fez.

— Já não deveria ter ido para casa ? – Se sentou em uma das cadeiras posicionadas em frente sua mesa.  

Sid sorriu de canto e desviou o olhar por alguns segundos.

— Você me prometeu que pegaria mais leve. – Sid a olhou.

 Ele via que os famosos olhos verdes estavam mais uma vez vermelhos. Ele fechou as pastas onde continha os obituários e se levantou, caminhou até a ponta da mesa do outro lado e se escorou nela, ficando de frente para a grega que no meio dessa pequena mudança moveu seu olhar para baixo.

— Stell. – Ele a chamou. – O que aconteceu ?

Stella ergueu seu olhar cheio de lagrimas e aguardou alguns segundos para poder falar.

— Eu me decidi, Sid, eu vou para Nova Orleans. – Sua voz saiu tremula.

Aquilo definitivamente estragou qualquer chance de sua semana ser boa, ver Stella ali com seus olhos vermelhos e ouvir suas palavras finais dizendo que havia decidido ir embora o acertou como um soco. Ele estava decepcionado pela decisão, mas, nunca diria aquilo a ela, queria vê-la feliz e se aquela decisão a faria se sentir de tal modo, então, ele aprenderia a ficar feliz por ela.

— Você tem certeza ? – As palavras duvidosas escaparam por seus lábios.

— Eu sei que está decepcionado comigo. – Ela tinha seu olhar triste. – Acho que lá no fundo eu também estou assim.

— Então por que você quer ir ? – Ele se sentou na cadeira ao lado dela.

— Porque é uma nova chance. – Desviou olhar por alguns segundos. – E se eu não for, eu sei que vou acabar me decepcionando do mesmo jeito.

— Fala pelo Mac ?

— Por que eu falaria  ? – Deu ombros.

— Por que ele ainda não sabe dessa proposta ? Por que não fala de uma vez pra ele ?

Stella respirou fundo e no fim, abriu um sorriso.

— Porque, Sid, ele está feliz novamente. – Segurou a mão do senhor. – Há anos eu tento fazer ele tentar seguir em frente, ver que por mais dolorosa que tenha sido a perda da Claire, ele ainda está vivo e merece alguém, merece uma nova chance, entende ?! E agora, ele está tendo essa chance. 

— Você acha que a Peyton é a nova chance dele ?

— Ele gosta dela e está fazendo de tudo para conquista-la, então conhecendo-o como eu conheço, eu acho.

Sid a olhou por alguns segundos em total silencio. Os olhos dela lançavam um olhar apreensivo para o médico, enquanto sua mão segurava a dele com carinho.

— Acho que tudo o que posso dizer agora para você é: Seja feliz, minha querida. – Ele beijou a mão dela. – Eu espero que você encontre o que procura e o que merece. – Stella sorriu docemente para ele e se esticou para abraça-lo. – Só me prometa tomar cuidado, nem eu e nem a Susan aguentaríamos ver você machucada.

— Não se preocupe. – Ainda abraçados, ela se afastou. – Eu prometo ficar inteira para vocês. – Sorriu docemente.”

 Sid moveu seu olhar para o rosto da grega e limpou suas lagrimas.

— O que fizemos, Sid ? – A voz da esposa chamou sua atenção. – Nunca deveríamos ter deixado ela ir, deveríamos ter feito ela ficar conosco. – Sussurrou encostando a cabeça em seu ombro.

— Estaríamos sendo egoístas. – Ela o olhou. – Era a vida dela e priva-la de decidir... – Ele parou e segurou o choro.

Susan sabia que Sid esteve todo o tempo se mantendo firme por ela, ele tentava lhe dar o apoio e conforto necessário para o seu desespero, mesmo estando destruído como ela, Sid se mantinha forte. A mulher acariciou o rosto do marido e limpou as lagrimas.

— Sid. – Ele a olhou. – Você não precisa ser forte o tempo todo.– Ela sussurrou.

— Eu não quero perde-la, Su. – Negou com a voz embargada.

— Eu sei, amor. – Concordou com lagrimas em seus olhos. – Ninguém quer.

Sid abraçou a esposa que juntamente á ele se debulhava em lagrimas. Seu olhar em meio aquele abraço se dividia entre o monitor e o rosto de Stella torcendo para que ela abrisse os olhos.

...

Lindsay segurou a mão de sua amiga, a senhora Messer tinha seus olhos já transbordando de lagrimas e suas mãos tremulas. Lindsay limpou suas lagrimas e fechou os olhos tentando controlar o choro que estava agarrado a ela, o ruído da porta fez ela olhar em direção da mesma e ver Jessica Angell entrar e caminhar com passos curtos até elas. Jess parou alguns passos distantes de Stella e perdeu seu olhar na amiga em coma, vagarosamente ela respirou fundo e olhou para Lindsay que a olhava.

Lindsay tentou desenhar um sorriso, mas, falhou. A morena caminhou até Lindsay e se sentou no braço da poltrona, ambas manteve seus olhares em Stella, enquanto Jess passou seu braço ao redor dos ombros de Lindsay que ainda segurava a mão da grega.

 “ — Sabe o que dizem sobre aquela cidade, certo ?! – Jess bebeu seu café. – Existem boatos que ela é assombrada. – Stella sorriu.

— Não se preocupe, eu sei lidar com fantasmas. – Garantiu divertida.

O silencio pairou sobre as três amigas. Stella olhou para o lado de fora da cafeteria e depois encarou o liquido preto.

— Você tem certeza disso ? – Jess chamou sua atenção.

Stella encarou a morena que ao contrario de Lindsay se sentou no banco estofado do outro lado.

— Não. – Negou. – Não faça isso, por favor. – Jess suspirou. – Vocês me prometeram que estariam comigo independente da minha decisão. – Relembrou. – E outra, Nova Orleans não é tão longe assim. – Olhou para Lindsay que tinha seu olhar baixo.

Stella e Jess trocaram olhares. Stella levemente empurrou Lindsay que depois de alguns segundos, finalmente ergueu seu olhar cheio de lagrimas.

— Lindsay, não faça isso, por favor. – Stella sussurrou. – Eu não quero chorar mais. – Lindsay limpou rapidamente o que insistiu em cair.

— Me desculpa. – Sussurrou. – Eu acho que isso me afetou mais do que eu pensaria. – Tentou sorrir.

— Linds... – Stella a chamou.

— Eu só achei que você diria não. – Interrompeu a grega. – Quero dizer, eu estou feliz por você, Stell, eu juro que estou. – Sorriu. – É uma grande chance e eu sei que você vai se sair bem, você sempre foi ótima... – Ela parou. – Mas, é difícil, sabe ?! Todos os dias você está aqui e agora, saber que não vai estar mais... eu não sei, me parece... – Ela não finalizou.

— Assustador. – Jess completou. – Lindsay esta certa ! Não leve isso como chantagem emocional, mas, qual é ?! Não vai existir mais o trio combate do laboratório, éramos quase uma versão de “As panteras” só que sem o Charlie. – As detetives riram do comentário.

— Tinhamos um Charlie, só que esse nós sabíamos quem era. – Lindsay sorriu. – O Mac dá um belo Charlie. – Jess pensou por uns segundos e concordou.

— Eu sei que vai ser difícil, okay ?! Pra mim também vai ser difícil ficar sem vocês meus amigos que são como um família pra mim, sem a minha afilhada. – Olhou para Lindsay. – Mas, vocês nunca vão ficar sem mim, não completamente, vamos conversar todos os dias, eu prometo. – Seus olhos lacrimejavam.

— Uma amiga já me disse isso uma vez e hoje ela é casada com o meu ex namorado e nem na minha cara ela olha. – Jess arqueou as sobrancelhas. – E acreditem, ela passou em biologia três anos seguidos por minha causa. – Bebeu mais do seu café. – E pelas colas que eu passava pra ela, claro.

— Você namorou alguém em Nova Orleans ? – Ela negou. – Então não se preocupe ! – Stella bebeu seu café. – Eu amo vocês. – Sorriu abraçando Lindsay e esticando a mão em direção a Jess. – Minhas panteras. – Sorriu abertamente“

— Você sabe o que dizem, certo ? – Sussurrou e Lindsay a olhou. – Gatos tem sete vidas. – A morena alcançou a mão das duas unidas e colocou a sua por cima. – Ainda somos as panteras. – Sorriu para Lindsay que devolveu o sorriso.

...

Sentado na poltrona ao lado dela, Flack durante alguns minutos permaneceu calado olhando o monitor enquanto ouvia os ruídos do mesmo, ele desviou o olhar para o rosto dela, como ele queria que não fosse ela, ver aqueles olhos verdes fechados e o sorriso que o contagiava sendo substituído por um tubo era como se algo dentro dele estivesse sendo destruído.

Ele tocou na mão dela e lhe fez um carinho, ele deixou um suspiro escapar.

“  — O que estamos fazendo aqui ? – Ela olhou em volta.

— Estamos tendo uma despedida. – Explicou.

— Uma despedida ? – Arqueou as sobrancelhas. – Eu acho que a equipe vai ficar bem magoada por não ter sido convidada. – Flack sorriu.

Separados pela mesa de madeira, o som baixo soava pelo local quase vazio. Um homem alto e conhecido por Stella e Flack se aproximou com as duas canecas de vidro enorme em mãos, ele colocou sobre a mesa e sorriu para a grega.

— É por conta da casa. – Stella sorriu para o dono do bar. – Tenha uma boa viagem, detetive.

— Obrigada, Joe. – Ela agradeceu.

O homem se afastou mas antes deu um leve tapinha no ombro de Don como cumprimento. Stella olhou ao redor do bar atentamente parecendo querer gravar cada detalhe do lugar, ao voltar os olhos para Flack o viu com a caneca erguida em sua direção. Ela sorriu abertamente e pegou sua caneca e esticou em direção a outro, encostando-as.

— Cadê o resto do pessoal ? – Eles beberam o liquido.

— Hoje é apenas nós dois.

— Por que ? – Ela franziu o cenho com um sorriso nos lábios tímido.

— É uma despedida entre irmãos. – Explicou. – Sem o resto da família.

— Obrigada por me apoiar nisso e por não falar nada, eu sei o quão difícil foi para você e pra todos fazerem isso. – Ela desmanchou seu sorriso.

— Fizemos isso por você. – Ele esticou a mão para ela. – E se essa é a sua vontade então ela vai ser feita. – Ela deu a mão para ele e suspirou. – Mas, eu ainda acho que deveria insistir em contar.

— Não. – Ela negou. – Ele está tão bem, animado, querendo fazer dar certo, seria uma injustiça derruba-lo.

— Stell, o que acha que vai acontecer quando ele souber que foi embora ?! – Stella tirou sua mão da dele.

— Vamos mudar de assunto ? – Sugeriu.

Don a olhou por alguns segundos calado, Stella já tinha seus olhos enchendo de lagrimas.

— Tudo bem. – Concordou. – Mas, saiba que vai derruba-lo do mesmo jeito. – Ela olhou para baixo e rápida passou a mão sobre seu rosto.

— Só me prometa uma coisa. – Voltou a olha-lo.

— Cuidar dele, eu sei. – Ela concordou. – Eu prometo que farei isso. – Ela desenhou um sorriso. — Mas você vai ter que me prometer algo também. – Ela olhou com suspeitas. – Prometa pra mim que vai se cuidar e que não vai se por em riscos.

— Don, eu prometo que vou me cuidar e vou tentar não me por em riscos, mas, você sabe tão bem quanto eu que na nossa área existe o bônus e ônus. – Ela sorriu toda divertida.

— Stella, eu não estou brincando. – Negou. – Nem eu e nem ninguém do time está pronto para perder você ou te ver machucada e se isso acontecer algum dia, eu vou me culpar o resto da minha vida.

— Hey, para com isso ! – Ela pegou na mão dele. – Se algo acontecer comigo não foi porque você ou alguém falhou, não coloque coisas na sua cabeça. – Negou. – Por favor. – Sussurrou.

— Só me prometa que vai ficar longe do perigo e que vai se cuidar.

— Eu prometo, Donald Flack. – Sorriu e acariciou a mão dele. – Eu vou me cuidar e não irei me colocar em risco, okay?! – Ele soltou um sorriso de canto aliviado. – Não se preocupe, eu vou voltar inteira pra vocês. – Ela abriu um sorriso enorme.”

Ele encostou sua cabeça no colchão ainda segurando a mão dela, as lagrimas caiam sobre o pano enquanto ele liberava a vontade de chorar que estava presa em sua garganta desde que havia entrado no quarto. Depois de alguns minutos, ele ergueu o olhar pra cima e olhou diretamente para o rosto de Stella, soluçando, ele novamente acariciou  sua mão.

— Você me prometeu, Stell. – Sussurrou. – Você me disse que se cuidaria e voltaria inteira pra gente. – Ele soltou a mão dela e limpou seu rosto.

Don puxou todo o ar e o soltou lentamente, suas respirações pareciam sincronizadas, o peito dela desceu junto com o dele.

— Só faça valer essa promessa. – Era tão inútil parar de tentar de chorar. Ele falhou e voltou aos prantos. – Apenas volte inteira pra gente, pra mim. – Ele se levantou e se aproximou do rosto dela. – Estamos aqui por você e não vamos embora tão cedo, aliás, nós nunca iremos, demore o tempo que for. – Sussurrou e depositou um beijo na testa dela. – E eu te prometo que vou fazer aquele homem pagar por isso, okay ?! Eu juro, Stell, não se preocupe !!

...

— Você acha que ela vai ficar bem ? – O nerd olhou para o amigo. – Quero dizer, ela vai sair dessa, certo?!

Sheldon olhou para Adam por alguns segundos, ele desviou o olhar novamente para Stella.

— Claro que vai. – Afirmou. – É a Stell, ela vai superar isso. – Adam concordou silenciosamente.

Apesar de suas palavras, seus pensamentos não eram tão confiantes quanto ele queria que fossem. Juntos, um do lado do outro, eles velavam o sono profundo da grega.

 

“ — Hey. – Ela atendeu a chamada de vídeo sorrindo. – Como está a minha dupla dinâmica preferida ? – Indagou.

— Estamos bem, não é Adam ? – O antigo legista olhou para o amigo.

— É, estamos. – O ruivo parecia olhar para todos os lado, procurando alguém.

— Tem certeza, Adam ? – Stella arqueou as sobrancelhas. – Qual o problema ?

— Adam, está ficando paranoico sem você aqui. – Stella riu. – Ele deu para  achar que a nova detetive é uma agente do FBI disfarçada de detetive e que está aqui para vigiar a gente.

— Ela é do FBI. – Ele encarou Sheldon.

— Ela era do FBI, Adam. – Ele olhou para Stella.

— Como você sabe ?

— Eu tenho meus contatos. – Sorriu de canto.

— Não é paranoia, é o que ela quer que a gente pense, que ela é apenas uma ex agente que agora é detetive. – Sheldon riu. – Ela está nos espiando. – Sussurrou.

— Adam. – Ela o chamou calma. – Jo Danville é uma boa detetive e ótima pessoa. Pare de ideias e maluquices, a não ser aquelas que vem de fabrica. – Sorriu. – Ou então, converse com o Mac sobre isso. – Piscou pra ele.

Sheldon gargalhou.

— Sabe, eu acho posso lidar com isso sozinho. – Stella segurou o riso ao ver a expressão dele. – É, eu consigo lidar com isso.

— Qual o problema, Ross ?! Converse com o Mac. – Sheldon sorriu.

— Ele é bem ocupado, não vamos atrapalha-lo.

— Como estão as coisas ai ? – Stella indagou. – Ele está sendo bonzinho ? Estão conseguindo domar a fera ?

— Ele está insuportável sem você. – Murmurou Adam. – Aí!! – Encarou Sheldon que deu uma cotovelada nele. – Eu não estou mentindo. – Sussurrou.

— Está tudo bem, ele está sendo sincero e além do mais não foi a primeira vez que ouvi isso. – Sheldon e Adam sorriram sem graça.

— Ele está meio difícil. – Stella suspirou com a resposta.

— Mais do que o normal. – Sheldon encarou Adam com olhos bem abertos. – Mas ele está, você a ouviu, isso se chama sinceridade.

— Ele ainda não está falando com você ? – Sheldon olhou para Stella.

— Não, ele não está. – Ela negou. – Ele ainda ignora minhas  ligações, todas elas. – Ela sorriu chateada.

— Eu sinto muito, Stell. – Ele lamentou.

— Hey, Mac. – Adam desviou o olhar para a porta onde viu o chefe parado. – Está a muito tempo ai ? – Indagou.

— Eu preciso de você, Ross. – Sheldon  encarou a tela do celular.

— Estamos falando com a Ste... – Ele sorriu para Mac.

— Agora, Adam ! – Se virou e saiu.

Adam encarou a tela e viu Stella respirar fundo e ficar séria, ela mordeu seu lábio inferior e durante alguns segundos o silencio se estabeleceu entre os amigos. 

— Vai lá, Adam. – Ele concordou. – Ele está precisando de você.

— Tchau, Stell. – Ela esticou os lábios. – Foi bom falar com você. Até mais. – Stella acenou pra ele.

Adam saiu rapidamente da sala rumo ao encontro do chefe. Sheldon que ainda permaneceu ligado a chamada demorou alguns segundos para voltar a falar.

— Você está bem ?

— Eu vou ficar. – Ela concordou. – Eu sempre fico.

— Ele vai perceber que isso é ridículo.

— Do jeito que ele é teimoso, eu duvido. – Ela se ajeitou na cadeira em que sentada. – Mas, talvez ele esteja certo em estar bravo, quero dizer, ele está certo, eu fui embora e disse pra todos menos para ele.

— Oh não, pare de se culpar por isso ! – Ele negou. – Se você for culpada então todos da equipe somos  também, afinal sabíamos e nunca falamos nada. Ele está com o orgulho ferido e para um homem isso demora para sarar.

— Eu sei. – Ela concordou. – Eu só queria que ele superasse isso mais rápido.  

— Sente falta dele ?

— Foram mais de dez anos juntos, amigos e parceiros de crime, Sheldon, não tem como não sentir falta dele.  

— Stella. – Uma voz grossa soou ao fundo da chamada e o olhar de Stella mudou para um outro ângulo. – Me desculpe interromper, mas, temos o suspeito. – Ela apenas consentiu séria.

— Pelo visto tem trabalho chamando pela chefe. – Ela sorriu.

— Sabe como é, aqui existe trabalho de verdade. – Ela brincou.

— Isso não ofendeu apenas a mim, mas, ao seu laboratório, a todos da equipe e a cidade. – Sheldon arqueou as sobrancelhas. – Tenha um bom dia, detetive.

— Obrigada e desejo igualmente, doutor. – Agradeceu e Sheldon sorriu ao ouvir o antigo apelido. – E antes de desligar, obrigada por estar ajudando a cuidar do meu laboratório e da minha cidade. – Ele piscou pra ela.

— É uma honra. Quer mandar lembranças ?

— Ainda precisa perguntar ? – Franziu o cenho. – Diga a todos que estou com saudades. – Ele concordou.”

— O que vai acontecer se ela não voltar ? – Sheldon o encarou surpreso.

— Não vai acontecer nada, Adam, porque ela vai voltar. – Adam respirou fundo. – Stella nunca nos deixaria. – Colocou a mão sobre o ombro dele. – Precisamos ir, o tempo está acabando. – Adam concordou.

Sheldon segurou a mão de Stella por alguns segundos, se despedindo dela e depois soltou a mesma, ele se afastou da cama e seguiu em direção a porta, ele se virou e viu Adam ainda parado perto de Stella.

— Adam ? – Chamou.

— Eu já estou indo. – Ele concordou e saiu, deixando Adam a sós com Stella.

Ross repetiu o gesto de Sheldon, ele com cuidado segurou na mão de Stella e olhou para a face marcada da grega.  Sua mente viajou para os momentos em que ele era flagrado dançando ou conversando sozinho por ela e por Mac, Adam sorriu com as lembranças.

— Realmente deveria ser engraçado. – Disse para si mesmo.

O técnico colocou a mão dela na antiga posição e assim se afastou da ex chefe caminhando em direção a porta.

...

 Mac estava sentado ao lado dela, velando seu profundo sono assim como fez quando houve o acidente com Frankie. O horário de visitas já havia encerrado há horas, quase no fim da tarde, durante o dia inteiro a equipe de dividiu para poder vê-la dentro das regras do hospital, segundo Jo, Sinclair parecia estar meio abalado com o caso da grega, afinal, ele permitiu que todos saíssem para visita-la.

“ — Eu estou te dizendo, Mac, acho que ele está triste pelo o que aconteceu. – Relatava pelo telefone. – Eu nunca vi esse Sinclair na minha vida, eu nunca sequer imaginei que ele existia.

— Eu acredito em você. – Mac respirou fundo olhando pela janela de vidro que tinha na parede do quarto de Stella, Lindsay e Jessica abraçadas enquanto ficavam com a amiga. – Sinclair podia me odiar, mas, ele gostava da Stella, nunca duvidou dela ou da sua palavra, sempre confiou nela, até mais do que em mim.

— Então, além do Flack, Stella também fazia parte do time de preferidos de Sinclair ?! – Mac sorriu de canto com o comentário.

— Sim, fazia. – Concordou.

— Quando ela acordar, ela vai ter que me ensinar como faz para entrar para esse clube. – Mac riu da colega”

— Posso entrar ? – Mac foi tirado dos pensamentos pela voz feminina conhecida.

Aubrey estava parada na porta o olhando. Ele assentiu e ela sorriu, entrando no quarto e fechando a porta.

— Como você está ?

— Eu já estive melhor. – Ela se aproximou da cama.

— Você deveria ir para casa um pouco, descansar e comer algo. –Aconselhou. – Voltava depois. 

— Eu estou bem. – Garantiu – Alguma novidade sobre ela ? – Olhou para Stella.

— Eu sinto muito – A médica negou.

Ele concordou desanimado.

— Mas ainda é muito cedo para Stella apresentar qualquer sinal , a cirurgia dela foi grande e complexa, ela perdeu muito sangue e tinha água em seu pulmão, estava a beira de uma anemia profunda. – Mac respirou fundo. – Stella precisa de tempo para se recuperar, Mac, e mesmo não oxigenando como deveria, tanto eu quanto o doutor Williams estamos confiantes sobre ela.

— Estão ? – Ela concordou.

 Três paradas, Mac, duas respiratórias e uma cardiorrespiratória, cinco minutos na ultima. Você tem ideia do que isso significa ? – A médica olhou para sua paciente. – Ela esta lutando o máximo que pode e consegue. – Desenhou um sorriso. – Só dê mais tempo para ela fazer isso. – Voltou a olha-lo.  – O doutor Willliams vai passar daqui a pouco para vê-la. – Mac concordou.

— Obrigado, Aubrey ou doutora Hunter. – Agradeceu e ela sorriu.

— Até amanhã, Mac ou Senhor Taylor. – Ela se virou e caminhou até a porta.

— Aubrey. – Ele a chamou antes que pudesse abrir.

A médica o olhou.

— Ela pode me ouvir ? – Por alguns segundos ela se calou.

— Eu não sei,  nada é comprovado cientificamente. – Negou. – Mas, eu conheci pessoas que passaram por isso e no fim diziam que sim, que eles conseguiam ouvir e até sabiam quem era. – Mac concordou e ela acenou positivamente saindo do quarto em seguida.

Mac se virou para Stella e respirou fundo, ele acariciou a mão dela antes de segura-la, e quando assim fez ele depositou um beijo no dorso da mão da amiga. Aquele silencio era tão perturbador,  ele só queria poder ouvi-la falar, rir ou os dois juntos, ele só queria que ela acordasse e voltasse para ele e então, ele faria o que prometera a si mesmo. Contaria o que sentia.

— Eu sei que você está aqui. – Sussurrou. – Você sempre esteve, certo ?! – Mac parou por alguns segundos, a vontade de chorar já se fazia presente.  – Sou eu, Stell... O Mac. – Ele encostou a mão dela em seus lábios, mantendo aquela posição.

Mac não conseguiu se conter, o choro que estava contido veio a tona, suas lagrimas escorreram uma atrás da outra enquanto ele em silencio chorava e se lamentava pelo estado em que se encontrava. Depois de longos minutos chorando ao lado dela, ele conseguiu se acalmar.

— Eu errei, eu sei disso. – Confessou com sua voz embargada.  – Eu te devo desculpas e eu vou pedi-las, mas, você precisa voltar para isso acontecer... vai ser aqueles momentos que você sempre adorou. – Sorriu de leve. – Onde eu confesso que você estava certa e eu errado... – Mac se recordou das lembranças que ele mesmo mencionara, os momentos que Stella se gabava por ele confessar que ela tinha razão. – Eu sei que não posso te exigir nada, não posso pedir nada por mim... – Mac ergueu o olhar para cima tentando controlar as lagrimas que não paravam de cair. – Mas, eu preciso de você. –  Sussurrou.  – Eu não posso e eu sei que não consigo  e sinceramente nem quero viver em um mundo onde você não está mais. – Ele colocou a mão dela sobre a cama, ainda sem soltar da sua. – Por favor, Stella. – Suplicou.

A vibração constante que sentiu em seu bolso fez ele limpar suas lagrimas e soltar a mão da amiga, ele respirou fundo e buscou o celular perdido no bolso da frente da calça. Ele olhou o visor e a identificação daquela ligação, ele se levantou e caminhou para mais longe o possível da cama de Stella.

— Danny, algum problema ? – Ele falou baixinho. – O que ? ...  Ok, Danny eu já estou indo. – Encerrando a ligação ele olhou para trás.

Mac rapidamente foi até ela e depositou um beijo em sua testa.

— Eu já volto, Stell. – Sussurrou.

...


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Notas finais do capítulo

E então ? Comentem, please

OBS > São os comentários, suas opiniões que fazem a fic andar, quem estimulam os autores a continuar ! Fantasminhas, apareçam !! Também preciso de vocês, por favor.

Beijos ♥ até o próximo.



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