Losing It escrita por red hood


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, meu tempo ta acabando, então aproveitem!



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Rose era uma filha muito obediente, sempre seguindo rigorosamente o que os pais mandavam. Era tão estudiosa quanto à mãe e não decepcionava o pai em superar o Malfoy em cada jogo da quadribol, em todas as notas, em tudo.

"Mas não fique muito amiga dele, Rosie, vovô Weasley nunca a perdoaria se você se casasse com um puro sangue!”, as palavras de Ron martelavam na cabeça da ruiva sempre que Scorpius passava. Esse era quase seu mantra.

Porém, todo ano ela perdia alguma coisa para o loiro.

A ruiva ficava devastada com isso e toda vez que tentava desabafar sobre sua fúria com alguma de suas primas sempre virava motivo de chacota. Mas Rose não demorou muito para perceber que Arthur Weasley, seu avô, era o melhor confidente do mundo para compartilhar todas essas derrotas.

No primeiro ano, Rose perdeu seu melhor amigo e primo, Albus Potter, para Scorpius Malfoy.

— Vovô! Vovô! Você não vai acreditar quando souber com quem Albus está andando! — Ela exclamou assim que chegou nA'Toca e avistou o avô. A família inteira estava chegando para passar o Natal e o velho Weasley não poderia estar mais feliz.

— Quem minha florzinha? — Ele perguntou, enquanto abraçava fortemente a neta. Ela havia crescido tanto desde a última vez que esteve lá.

— Albus! — O pequeno tornado ruivo disse revelando a resposta em um tom indignado. — Ele me largou de vez, agora só anda com essa maldita doninha loira.

— Acho que devíamos colocá-lo para dormir com o Ghoul no sótão — Arthur sugeriu. — O que você acha?

— Oh, perfeito!

E, abraçados, foram caminhando para dentro de a casa aterrorizar Albus, que devia estar devorando tudo o que vovó Molly havia preparado. O menino comilão odiava com todas as forças vampiros.

No segundo ano, ela perdeu, pela primeira vez, uma discussão para ele.

— Sabe vô, gosto de ver essa derrota como um debate em que meus sentidos falharam — contou Rose, que observava o vô correr atrás de alguns gnomos. Aquele jardim estava precisando de uma urgente desgnomização.

— Consegui pegar um! — gritou Fred II, que estava lá perto do laguinho. — Perdeu a aposta James! Achei primeiro, agora você me deve 50 galeões.

James Sirius tirou a cabeça de um dos buracos, em que tentava, a todo custo, pegar um gnomo e soltou um suspiro de decepção.

— Isso ai, campeão! Agora você já sabe o que fazer — o avô das crianças respondeu. — Afinal, sobre o que vocês argumentavam tanto, querida? — perguntou ofegante, voltando-se para Rose.

A menina fez uma careta lembrando-se da cena.

— Se o feijãozinho era de ovo podre ou de vômito.

No terceiro ano, ela não conseguiu vencê-lo no xadrez, o que causou caos por toda família.

— Eu não acredito que isso está acontecendo! — Ron gritava pela casa.

— Ron, por Merlim! Foi apenas uma partidinha — replicou Hermione, tentando defender a filha.

— Na verdade foram cinco — explanou Hugo.

Ao mesmo tempo, Rose e Hermione, lançaram um olhar mortal de desaprovação ao garoto. O pequeno Weasley – já familiarizado com tal olhar – saiu correndo para seu quarto, antes que a bronca começasse ser direcionada a ele.

***

— Papai quer me matar de tanto me fazer jogar xadrez — bradou a ruiva, descabelada e cheia de olheiras. Desde que haviam chegado nA’Toca, Ron não dava uma folga à filha.

— Se você não tivesse perdido para um Malfoy, nada disso estaria acontecendo — Arthur repreendeu a adolescente. — Rosie, como você pode deixar que algo assim acontecesse?

— Desculpe-me, vovô.

— Não precisa se desculpar, eu sei que é uma das alunas mais brilhantes de seu ano — ele disse, afagando o rosto da neta — Para mim isso já é mais que suficiente.

No quarto ano, Rose perdeu uma aposta para o Malfoy.

— Vovô que vergonha! — Hugo foi o primeiro a se pronunciar quando entraram nA’Toca.

Molly que tinha um sorriso entre os lábios – já que o neto havia chegado –, assumiu uma carranca ao ver o marido assaltando o pote dos biscoitos, que ela havia feito naquela tarde.

— Arthur! — ela gritou indignada. — Isso é para as crianças.

Puft.

O pobre Sr. Weasley além de ficar sem um biscoito, ganhou um belo galo na testa, causado pela colher-de-pau que Molly tinha em mãos.

— Hugo! Deixa de ser insolente! — Molly II brigou com o primo. — Coitado do vovô!

Vovó Weasley, ao ver que mais netos se aproximavam, logo esqueceu a raiva que sentia do marido e iluminou o rosto e foi abraça-los. O filho mais novo de Ron mostrou a língua para a prima e – assim que se livrou dos braços da avó – foi correndo em direção ao pote, que o avô tinha tentando furtar sorrateiramente. Para se redimir, o primeiro biscoito que suas pequenas mãos conseguiram capturar deu para o velho Weasley, que agradeceu prontamente.

— Hugo! — Rose gritou, enquanto ela e Lucy chegavam abarrotadas se malas.

— Como as pessoas amam meu nome — ele resmungou, enquanto se levantava para pegar suas coisas. — Ah! Já ia me esquecendo... — aí vinha mais uma fofoca. — Papai quebrou a varinha dele de novo vovó!

Molly que abraçada Ron, começou a enchê-lo de tapas.

— Você não toma juízo garoto!

— Ron! Eu não acredito disso! — Arthur exclamou, terminando de engolir seu último pedaço de biscoito. — Hum, Rosie? — ele chamou a neta de cabelos de fogo.

— O que foi vovô?

— O que houve com seus cabelos?

Rose Weasley nunca fora fã de cortar as longas madeixas vermelhas e todos sabiam muito bem disso. Na última vez que Arthur havia visto a menina, ele se recordava bem como os fios batiam na cintura fina dela. Só que agora, para a surpresa do velho Weasley, eles estavam cortados rente ao ombro.

Ela bufou aparentemente cansada da pergunta.

— Malfoy. Aula de poções. Não quero falar sobre isso — pontuou e subiu rapidamente as escadas, trancando-se em um quarto qualquer.

Permaneceu assim quase o dia inteiro, saindo de lá apenas ao entardecer. Mesmo assim foi pé por pé, torcendo para que ninguém a notasse.

— Mocinha — alguém falou, fazendo-a dar um pulo de tanto susto que tomara.

— Vovô! — Ela exclamou com a mão sobre o peito, que descia e subia rapidamente. — Você quase me matou de susto!

— Shiu! Todos estão dormindo! — Arthur advertiu a neta, que sussurrou um “desculpa”. — Agora me conte direitinho o que aconteceu entre você e o Malfoy.

— Okay — Rose soltou um suspiro pesado e, enquanto os dois andavam até a sala para se sentarem no sofá da sala, começou a contar o que ocorreu. — No início do semestre, fiz uma aposta com ele, que se caso eu não reclamasse dele por um mês ele me daria uma bolsa linda de cem galeões, que vi em Hogsmeade, sobre o prêmio dele, ele apenas disse que ainda estava pensando — ela fez uma pausa e respirou fundo, como se estivesse tirando um gigantesco peso de suas costas. — Só que ocorreu um acidente na aula de poções na última semana da aposta. Ele me irritou tanto, mais tanto que esbarrei no caldeirão, que se espatifou no chão e começou a pegar fogo — os olhos da menina começaram a marejar. — Não me lembro de mais nada, apenas de acordar na enfermaria e ver meu cabelo todo queimado e quebrado. Terrível! Então, achei melhor cortá-los.

— Não fique assim, minha pequena flor — Arthur disse, abraçando-a.

— Acho que se o bicho papão aparecesse aqui agora ele teria a forma do Malfoy.

Arthur achou meio suspeito o “ele apenas disse que ainda estava pensando”, mas depois riu.

— Ele pelo menos te deu a bolsa?

— Sim! — Rose respondeu radiante.

Durante o quinto e sexto ano, Scorpius roubou o coração da Weasley.

Todavia, dessa vez Rose não se sentiu confortável o suficiente para contar o avô. Durante esses dois anos falou tão pouco quanto sorriu. Estava tão confusa e tudo piorou quando Albus convenceu o garoto de passar o Natal nA’Toca.

O loiro conquistou Molly – que não demorou nada para lhe dar um casaco com um belo “S” nele – e quase toda família, já que Ron parecia destinado a odiar os Malfoys por toda a eternidade.

— Ele até que tenta fugir de toda antipatia que há na genética de um Malfoy, Rosie — o avô comentou com a ruiva. — Parece ser um bom rapaz, olhe como ele tem paciência com a Lily, que só sabe falar de quadribol?

— Parece, realmente — a Weasley limitou-se a responder.

Contudo após o sétimo ano, ela, por incrível que pareça, estava pronta para roubar o último nome dele.

— Vocês nunca terão minha benção, Mafoy! — Ron gritou ao ouvir as intenções do loiro.

Scorpius queria, com todas as suas forças, retrucar. Ele poderia gritar e berrar que era muito mais que um sobrenome estúpido, mas se conteve. Não queria arruinar tudo e, com dificuldade, engoliu o orgulho. Ron admirou a atitude do garoto, mas nunca admitiria tal coisa em voz alta.

— Eu aceito essa estúpida ideia com uma condição — os olhos do jovem casal se iluminaram — Meu pai tem que aceitar primeiro.

Rose sentiu o coração acelerar. Apertou a mão de Scorpius com força e logo a soltou.

— Okay, vou atrás do vovô.

Ron a lançou um olhar de desaprovação.

Nunca a perdoaria.

As palavras que o pai havia lhe dito, quando estava indo para Hogwarts, a atingiam no peito como uma faca.

Contudo, Rose não se deixou abalar. Ela havia acabado de concluir os estudos, mas a Grifinória sempre estaria com ela, assim como toda a coragem que tinha no peito, que fez com que fosse selecionada para tal casa.

Então, deixou-os e foi correndo até o quarto do avô.

— Vovô? — Rose chamou, batendo na porta. Seu coração parecia estar sendo massacrado ao vê-lo assim, tão debilitado.

Arthur Weasley não passava muito bem. Sentia-se fraco, não falava mais muito e ficava deitado em sua cama por horas intermináveis. A animação ia se esvaindo a cada dia e ele mesmo dizia que a hora por aqui havia terminado.

— Vô — ela começou receosa — Scorpius me pediu em casamento.

— E você pretende aceitar? — ele perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas.

— Rosie, minha pequena flor — vovô Weasley disse, se virando na cama, com dificuldade, para poder olhar os azuis olhos da neta. — Você tem certeza que é ele que você ama? Você sempre o odiou tanto, querida.

Rose ajoelhou-se no chão, debruçando-se na cama. Com um sorriso nos lábios, fez que sim com a cabeça, enquanto sentia o calor da mão de seu avô em sua pele.

— Nunca estive tão errada, vovô — ela respondeu limpando as lágrimas que desciam em suas bochechas. — Eu tinha medo. Medo do que o papai e você achariam. Mas o amo tanto vô — ela suspirou — Se você soubesse a metade das coisas que aconteceram nesse último ano.

— Achei que soubesse! — ele replicou rindo levemente.

Então, Rose começou a narrar cada acontecimento omitido. Cada sentimento reprimido. O desastre que foi o primeiro beijo dos dois no quarto ano. Tudo.

E Arthur se sentiu velho, pois já não se preocupava mais com nomes, igual fizera na juventude. Estava velho demais para pensar na possibilidade de separar um casal apaixonado, por isso, com um pouco de dificuldade, falou:

— Se é um pedido do coração, você tem minha benção, florzinha.

As lágrimas rolaram pelo rosto da garota mais uma vez.

— Muito obrigada, vovô — ela disse com a voz embargada, distribuindo inúmeros beijos na mão do velho Weasley.

Pela pequena fresta da porta, Arthur Weasley pode ver sua pequena Rose Weasley nos braços do Malfoy. Pode ver também uma mulher nos braços do homem que amava.

Nunca pensou que isso um dia poderia acontecer, nem em seus mais remotos pesadelos. Porém, se surpreendeu ao sentir um calor aconchegante ao invés de pura repulsa ao presenciar a sena.

— Se mais alguma neta estiver pensando em casar com um Malfoy, que entre agora! — Arthur exclamou. — Acho que meu coração não irá durar muito mais!

— O senhor vai sim! — o tom de Rose era de quem acabara de criar uma lei, perfeita e sem brachas. — Você estará lindo, vivo e cheiroso para o meu casamento.

— Oh Merlim!

***

— Primeira vez sem vestes de segunda mão, Weasley? — Lucius Malfoy provocou, sarcástico.— Impressionante.

— De primeira mão, sim. — Arthur retrucou rindo, enquanto arrumava a gravata. — Minha neta que escolheu. E novíssimas! Sinta o cheiro — ele estendeu um braço, mas o Malfoy ignorou — Bem, pode-se ver que são o contrário das suas de trezentos anos trezentos anos, Malfoy.

Lucius bufou com raiva.

— Calem a boca! — Molly ordenou — Rose já vai entrar!

Todos os se viraram para a porta da igreja, cheios de expectativas. Mal sabiam eles que Ron Weasley chorava como um bebê do outro lado.

— Papai, eu vou ser sempre sua filinha — a ruiva falava incessantemente ao pai, que soluçava nos braços dela.

— Não é esse o problema — disse ele fungando.

— Me diga o que houve!

— Você terá aquele nome maldito junto ao seu! — Ele exclamou mais triste do que bravo.

Rose o abraçou com toda a força que conseguiu e depois se afastou o suficiente para fitar os olhos azuis do pai.

— Estamos no século XXI. Eu posso escolher colocar o nome dele ou não, sabia?

— Isso é sério? — Rose assentiu com a cabeça e ele respirou fundo, preparando-se psicologicamente para as palavras que iria sair de sua boca. — No fundo, eu não ligo pra nada disso. Eu só quero que você seja feliz, florzinha.

Rose sentiu a primeira, de muitas, lágrimas caírem por sua bochecha.

Bendito seja esse feitiço para não borrar a maquiagem, foi a última coisa que ela pensou antes de avistar o loiro inquieto no altar.

"Quando os prazeres daqueles que amamos estão em jogo, às vezes a sua gentileza sobrepõe-se ao seu julgamento.", Jane Austen.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? ♥