As If It Were The Last Day - 4ª Temporada. escrita por PrisReedus


Capítulo 13
By the time that lasts.


Notas iniciais do capítulo

Oi, meu povo.
Primeiramente... ESSA TEMPORADA TA DO CARALHO
Segundamente... Glenn está vivo, anotem.
Terceiramente... Último cap dessa temporada.
Pois é, eu sei... parece que eu deixei 1000 coisas para serem resolvidas. Eu deixei 999 shhshwshw mas vcs vao entender o q eu to falando.



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Cinco dias depois do ataque.

Ana geme teatralmente. Não aguenta mais ficar sozinha, nem lembra quantos dias faz que ela está andando. Cinco ou seis? Só sabe que não aguenta mais andar.

A pista que ela achou da michonne já esfriou e ela nunca mais viu nada sobre ela. E agora o que lhe resta é… andar.

Andar, andar e andar. Ela nem sabe pra onde. Sabe apenas que sente falta de companhia. Sente falta do Drake, Marie, Daryl, Carl, Rick…

Ana afasta um mosquitinho que bate no seu rosto e tira o galho da frente dos olhos e lá estão os trilhos novamente.

Quanto tempo será que faz que a Michonne passou por aqui?

Ela dá um passo pra fora da floresta e vê de relance um movimento a sua direita, vindo das árvores lá nos trilhos e se esconde de novo. Fica atrás de uma árvore olhando. Mas não são errantes, é um grupo de homens.

Pior ainda, ela pensa. Precisa ficar escondida até eles saírem e então ela vai pro lado oposto.

Passam dois homens, um grande e gordo com uma arma no ombro, outro bem magro usando um arco e flecha, depois outro forte usando roupa de rapper, uma bandana e boné e depois, por último, um homem de cabelos brancos e colete de motoqueiro, o mais velho, fumando um cigarro, acompanhado de um outro rapaz, cabelos compridos, roupas sujas, que carrega na mão um saco de lixo uma mochila nas costas e anda de cabeça baixa.

Ana respira pesado e continua olhando. Eles passam e ela treme de susto, felicidade e sente até náuseas ao ver uma besta na mão do homem de cabelo comprido. Uma besta com detalhes em verde e quando suas costas finalmente ficam bem visíveis, ela vê o desenhos de asas do colete de couro preto.

Sua vista embaça com as lágrimas que vem aos seus olhos e suportando até as fisgadas que sente na perna que levou o tiro quando corre, dispara na direção dos trilhos e ao grupo.

– DARYL!!

Ele para e olha pra trás, por um instante achando que seria ela, mas ver Ana ali foi muito inesperado. Ele, ainda congelado, só sente o impacto dela contra seu peito e os pequenos braços dela envolvendo suas costas, ela treme e ele escuta um choro baixo.

Ana se afasta e sorri com o rosto vermelho e molhado, Daryl sorri de lado e pela visão periférica vê o grupo todo olhando para ela e antes mesmo de dizer “oi”, ele olha o grupo e diz:

– Reivindicada.

Ana aperta com força a lateral do colete do amigo com medo dos olhares sobre ela. Olhares de predadores em cima de uma presa.

Os dois ficam pra trás do grupo, ela anda colada nele e ele carrega a mochila dela.

– Eu não entrei no ônibus porque eu queria ajudar o Rick. Vi o Glenn passar, mas não vi a Marie. Pensei que talvez ela estivesse com você. Não vi o Drake… Na verdade, não vi ninguém, todo mundo sumiu de um segundo pro outro e minha perna sangrava muito…

O cara do arco olha pra trás e ela para de falar, olha Daryl e depois quando ele vira pra frente, continua:

– … Eu corri pra longe e por sorte achei uma casa boa. Vi pistas da Michonne… cabeças cortadas fora.

– Não vi pistas de ninguém- Daryl fala triste - Procurei igual um louco e não achei nada

– Por que você está com eles?

– Eu tava com a Beth até ontem a noite, a casa que a gente estava foi invadida, mandei ela correr, mas ela foi levada.

– Levada? Ela morreu?

– Não. Levada de carro. Ela sumiu… Cori atrás do rastro do carro a noite toda, corri, corri até que cheguei em ruas cruzadas e perdi. Foi quando Joe e os caras me acharam. Estou com eles pra eu ter certeza eu se elas estiverem por aí, eles não vão achar elas, entendeu?

Ela sente um frio na barriga - Entendi.

– Por exemplo… Você me achou, mas poderia ter achado eles sozinha e aí… Eu não sei.

Dessa vez ela treme num arrepio - Chega. Estamos juntos agora e vamos achar os outros.

– Hoje de manhã - ele diz mais baixo ainda - Len… o cara do arco… comentou sobre garotas, ele disse que as… “baixinhas” não duram por aí, me fez pensar que eles são…

– Que horror - ele suspira com medo - Meu Deus.

– Não vai acontecer nada com você, Ana. Nem com elas - Daryl põe a mão no bolso da calça e tira o anel de lá - Vou pedir a Marie em casamento.

Ana olha o objeto e sorri abertamente - Claro que vai.

– Enrolei ela demais.

– Também acho. Meus Deus! Vocês vão casar.

– Ô pombinhos! - Len chama

Daryl e Ana fecham a cara

– Vamos ficar aqui hoje a noite - ele aponta um galpão mais a frente

Os dois balançam a cabeça

Ana olha o lugar todo, parece que era um oficina, alguma coisa assim. Com vários carros com lonas po cima, Daryl a segura pelo braço e segue para um dos carros, mas outro vem e joga mochila no capô.

– Reivindicado!

Eles tentam outro, mas Len joga seu arco em ciam e diz - Reivindicado.

E então todos os carros estão reivindicados. Daryl rosna baixinho e puxa Ana até o meio da oficina, ele deita no chão e ela deita do lado.

– O que é reivindicado? - ela pergunta bem baixinho

– É a regra deles - ele responde mais baixo ainda - Bosta, mas é regra. Se eles falarem “reivindicado”, outro não pode tocar.

– Você me reivindicou quando te achei.

– Exatamente.

Ela deita a cabela na mochila atrás da sua cabeça - Que bom que eu te achei, Daryl.

– Que bom mesmo, Ana.

***************

– Ana.

Ela abre os olhos - O quê?

– Eu vou mijar, vem comigo.

Ela junta as sobrancelhas - Sua frase ficou estranha, mas eu entendi - fica em pé e pega a mochila, ele pega a besta e saem.

Os dois entram na floresta e Daryl vai atrás de uma árvore, Ana fica encostada em outro esperando.

– Você pensa em continuar com eles? - ela pergunta

– Não sei. Tô meio em dúvida sobre deixar eles, por causa do lance da Marie estar por aí

– Mas você sabe se vai esperar alguns dias?

Ele sai de trás da árvore - Você se sente incomodada né?

– Não é legal ter mil homens olhando sua bunda.

Ele concorda com a cabeça - Pode ir.

Ana deixa as mochilas no chão e vai atrás de outra árvore.

Daryl abre a porta do galpão e ela entra primeiro, alguns dos homens ainda dormem, mas Joe está acordado e o Len também. Daryl junta suas coisas do chão e os dois se sentam na parede e de longe veem Len vindo na direção deles, Ana põe a mão na faca.

– Tá legal, cara! Parece que você não entendeu o lance do reivindicado! Devolve! - ele grita para o Daryl.

– Devolve o que?!

– A minha parte do coelho! Você roubou!

– Eu não peguei nada - ele fica em pé e Ana num pulo se põe atrás dele

Joe chega com as mãos pra cima - O que está acontecendo?

– Ele pegou minha parte do coelho, vamos dar uma lição nele - Len fala

– Não peguei.

– Bom, temos um empate aqui - Joe diz calmo - Len diz que pegou, Daryl diz que não - ele estica a mão para o saco de lixo - Posso?

Sem outra alternativa, Daryl entrega e ele vira de ponta cabeça, cai uma blusa, um isqueiro, umas latas, um pedaço de fio e dois pedaços de um animal fedido e marrom.

– Viu?! Tá ai!

– VOCÊ COLOCOU AI NÉ?! QUANDO EU SAI PRA MIJAR! - Daryl diz empurrando Ana pra trás, pronto pra briga

– Ei, ei, ei - Joe para entre os dois e olha o do arco e flecha - Daryl disse que não pegou - Parece que temos um mentiroso aqui - e dá um soco no nariz do Len

Len dá um passo pra trás assustado e cobre o rosto sangrando

– Deem uma lição nele, ensinem direitinho.

Os homens do grupo se juntam em torno de Len e o derrubam no chão, distribuindo chutes em todas as partes do corpo, principalmente no rosto.

Ana, a mais assustada com aquela situação, se agarra no colete do Daryl e se esconde atrás dele, Joe entrega os dois pedaços de coelho para o Daryl.

– Parece que agora é todo seu.

– Por que…?

– Eu vi ele colocando na sua sacola.

– E deixou.

– Queria ver até onde ele ia. Ele mentiu, você não, ele não entende as regras, você sim - o velho olha para Ana que parece uma criança com medo atrás do pai - Não se assuste, garota. Vocês não parecem o tipo de gente que quebra regras.

Daryl a puxa pra um canto e eles se sentam atrás de um carro, só ouvindo o choramingo do Len e os chutes e os ossos quebrando. Ana, com seus olhos arregalados olhando o chão. Daryl arruma o coelho dentro do seu saco de lixo e a olha.

– Que foi?

– Por favor, não quebre nenhuma regra.

– Pode deixar.

– Daryl, eu não posso mais ficar sozinha. Não vai dar. Até ontem achei que ficaria sozinha pra sempre, agora tenho você e não posso ficar sozinha de novo… E eu sei que você também não.

– Tem razão. Vamos embora. Vamos fazer nosso grupo de dois.

– Mas e quanto a Beth e a Marie?

– Não vão encontrar elas.

Ele percebe ela se encolhendo quando escutam o som de um osso quebrando parece ecoar pela oficina. Daryl fica em pé e põe a besta nas costas - Vamos dar uma volta, Ana.

Os dois saem do galpão e entram no meio das árvores. Caminham quietos por um tempo, lado a lado olhando o chão. Ana sorri do nada.

– O que?

– Lembrei da prisão. Da Bravinha rindo, a gente jogando…

– Mas acabou.

– Não acho que estejam todos mortos. Eles fugiram e a gente sabe se virar no mato. Ou esqueceu aqueles nove meses na estrada?

– Era diferente.

– Era. Os únicos que sabiam viver por aí era você e a Marie e ela não sabia muita coisa, não. A gente não sabia matar em combate direto. E nem lidar com pessoas. Eles estão vivos - a perna lateja - Ai.

– Dói?

– As vezes sinto uma fisgada. É foda.

– Posso dar uma olhada?

Ela desamarra o trapo da perna, Daryl se abaixa e o sangue seco em volta do corte na coxa.

– Dói?

– Não.

Ele fica em pé de novo - Sua sorte é que não precisa de ponto. Não tá inflamado nem nada - ele olha em volta - Vamos voltar e ai vamos embora.

Ela concorda com a cabeça.

***************

– Joe! - diz Tony, o da Bandana entrando no galpão - Eu vi o filho da puta que matou o Lou.

Joe junta as sobrancelhas - Viu?

– Eu vi ele. Parece estar indo praquele Terminus. Vi ele olhando uma placa, também parecia estar acompanhado.

Joe sorri - Pois então, iremos para esse Terminus também.

Ana vira o rosto de leve para o Daryl do seu lado, ele está sério olhando Joe

– Daryl? Está com a gente?

Ele não responde, Joe olha a garota agora

– E você, menina Ana?

Ela também fica quieta, mas por medo.

– Está com o Daryl né? - ele sai andando pelo galpão acendendo um cigarro - Me impressiona o lance de vocês… Faz com que eu acredite que ainda existe pessoas boas nesse mundo. Afinal, o que vocês são? Por que… Daryl reivindicou você, então você proporciona serviços a ele?

Ana estremece e sente vontade de vomitar, está com muito medo.

– Vejo vocês juntos, conversando baixinho. Imagino o que fazem quando vão para as árvores.

Daryl não sabe como Ana se sente ouvindo isso. Ele tem vontade de mandar todos eles se foderem, mas é bom que pensem que eles estão juntos. Talvez isso ajude a manter eles afastados dela.

Ana não sabe como Daryl se sente ouvindo isso. Mas ela quer que Joe pare de falar agora. Não é nada agradável para uma garota ouvir esse tipo de coisa. Como se ela fosse uma garota de programa que “presta serviços” a um homem.

– Independente então da decisão do Daryl, você vai seguir ele?

Ana continua quieta, sem perceber que agora está agarrada ao braço do Daryl, apertando com força e o rosto praticamente escondido nas costas dele.

– Hoje, iremos atrás do filho da puta que matou o Lou.

O grupo se dispersa pra arrumar suas coisas, Daryl olha Ana atrás de si e move os lábios dizendo sem som “Vamos embora”

***************

O grupo já anda há um tempo, já escureceu e Joe disse momentos atrás que abordariam eles de surpresa e então acabariam com quem matou o Lou. Ana e Daryl andam mais pra trás, ele disse que é só esperar o grupo se distrair e eles iriam.

Tony aparece no meio das árvores - Estão metros a frente.

O líder do grupo os encaram e indica como dedo onde cada um deve ir. Daryl segura o braço da Ana e os dois continuam andando. Já estão no meio das árvores para sumir da vista quando escutam um click de uma arma sendo destravada.

Daryl por pura curiosidade olha para o lado e lá entre as árvores no meio da estrada em frente a uma fraca fogueira, está Rick. Sentado com uma arma sendo apontada pra sua cabeça por Joe.

– Rick

Ana se vira desesperada - QUÊ?!

E também o vê, ele tem as mãos erguidas e Michonne está do seu lado.

– Ah, meu Deus, Daryl, a gente precisa impedir.

– Vem!

Os dois correm pelas árvores enquanto Joe conta o fim da vida dos amigos

– Dez Mississipi… Nove Mississipi… Oito Missi--

– Joe! - Daryl chama saindo das árvores e se revelando com Ana logo atrás, ela vê de relance alguém dentro do carro e claro que vira o rosto.

Carl.

– Você me parou no oito, Daryl.

– Espere ai - ele pede calmo

– Não tem o que esperar - fala um dos homens que Daryl realmente nem se importou em saber o nome

– Não, hoje em dia temos muito tempo - Joe fala ainda com a arma na cabeça do Rick - Desembucha Daryl

– Você tem que deixar essas pessoas irem. São gente boa.

O outro inclina a cabeça sem entender - Olha… Eu acho que o Lou descordaria, terei que falar por ele, já que seu amigo aqui o esganou num banheiro

– Você quer sangue. Entendo - ele abre os braços e joga a besta no chão - Então tira de mim, cara.

Joe tem um expressão de pena no rosto - Ele matou nosso amigo. Você falou que ele é gente boa. Sabe, isso é uma mentira.

Ana abre a boca pra protestar, mas congela. Daryl deixa os braços cairem derrotado

– É uma mentira!

– Qual é… - ele tenta dizer mas outro cara já se aproxima dele e golpeia ele com força na barriga com a arma, Daryl se encolhe

Ana põe a mão na arma, mas o segundo homem é mais rápido e tira a faca do cinto e com um golpe só, avança na direção da cabeça dela, o corte jorra sangue. Rick arregala os olhos e treme de ódio, Carl dentro do carro observa a cena com medo, extremamente aterrorizado.

O mesmo homem segura com uma mão a cabeça dela e joga contra o carro, o vidro quebra, os cacos entram em seu rosto e ela cai desacordada.

Depois de apagar Ana, o homem volta para Daryl e juntos, o espancam. Carl assustado com o que acabou de ver, pula quando o gordo, Dan, abre a porta e o puxa pra fora do carro.

– Solta o meu filho! - Rick diz - Foi só eu! Só eu!

– Isso é verdade! - Joe fala - Não é uma maldita mentira! Eu gostava desse casal… Mas eles mentiram pra mim! Podemos resolver isso, somos homens o suficiente.

Daryl é jogado no chão e leva um chute no rosto, perto do olho, ele perde a noção do mundo por um instante.

– Primeiro, vamos matar o Daryl na porrada. Daí… Se a menina Ana estiver viva, vamos aproveitar ela e essa ai do seu lado, em seguida é a vez do garoto e daí e atiro em você e estaremos quites

Dan joga Carl no chão que se debate enquanto ele tenta deitar por cima

Rick treme - Solte-o…

Dan ri quando Carl começa a chorar, Ana está no chão apagada e seu sangue mancha os asfalto, Daryl é jogado de um lado pro outro e sangue sai dos cortes no seu rosto.

– Solte-o… - ele joga a cabeça pra trás e a arma estoura do lado do seu ouvido.

Ele perde o equilíbrio e fica zonzo, enquanto Joe se recupera da cabeçada no nariz e antes que pudesse fazer qualquer coisa, Rick se levanta e gira o corpo pra acertar um soco nele. Joe desvia e acerta outro, Rick tropeça no tronco de árvore e cai.

– Deixa comigo porque agora vai ser bem pior! - Joe diz e dá um chute nele

Rick tenta se levantar, enquanto Daryl ainda apanha de dois, Ana ainda sangra no chão e Carl se debate embaixo do gordo tentando alcançar a faca, a única que consegue alguma coisa é a Michonne que na adrenalina, bate na arma do outro cara, Tony que estoura. Mas ele logo se recompoe e aponta pra ela de novo

– Se levante! - o líder grita - Quero ver se é capaz de alguma coisa

Rick o agarra

– O que vai fazer agora, chapa?

E num ato de ódio, ele finca os dentes na jugular de Joe, morde e puxa. Sangue jorra no rosto de Rick enquanto Joe cai no chão, Rick cospe fora aquela pele e todo o sangue da sua boca

E todo mundo trava olhando aquilo, era a chance, Michonne se ergue e vira a arma de Tony contra ele mesmo e dispara um tiro no seu queixo de baixo pra cima. Daryl finalemente revida um soco e Michonne mata o outro cara, depois se vira para Dan ainda em cima do Carl.

– SOLTA O MENINA! SOLTA! - ela diz completamente tomada pelo ódio

Daryl derruba um e pega um impulso só pra pisar na cabeça dele, que estoura e suja toda a calça dele e um pouco da perna da calça rosa da Ana.

– Ele é meu - Rick fala

Dan solta Carl que se joga no colo da Michonne. Rick se aproxima dele e enfia a faca na sua barriga. Depois no seu peito, bem próximo do coração. Rick esfaqueia o homem várias e várias vezes na frente do seu filho.

Daryl fica parado no carro olhando aquilo, mas pensa que se fosse com um filho dele, ele teria feito exatamente a mesma coisa.

Rick deixa o homem cair no chão e então ele olha para o filho, que se levanta e vai pro carro. Ele olha Daryl que está debruçado no carro agora. Michonne se levanta também

– Ana está morta?

Daryl olha o corpo da amiga no chão e se ajoelha ao lado dela. Ele vê a grande mancha de sangue que se alastrou pelo cabelo dela, pelo rosto e desceu até a camiseta, os cacos de vidro na testa, na sobrancelha, nas bochechas e nos lábios e lamenta que provavelmente ela esteja morta.

Torcendo para que esteja errado, ele toca o pescoço dela com dois dedos e sente sua pulsação.

– Não.

Michonne suspira - O que houve com ela?

Daryl tira a bandana no bolso e limpa seu rosto, Os três se sobressaltam com o que veem: O corte arrancou fora metade da sua orelha esquerda e rasgou fundo toda a sua bochecha até o canto da sua boca. Seu rosto está aberto. Daryl segura o pano contra o rosto dela e com a outra mão tira os cados de vidro incrustados nela.

***************

Enquanto ainda estava desacordada, Ana teve seu rosto limpado por Daryl e Michonne enquanto Rick assitia tudo, rezando pelo melhor. Agora, quando ela abre os olhos, se vê dentro de um carro, de frente para Carl que está deitado no colo da Michonne.

Michonne sorri para ela, ela tenta retribuir mas seu rosto dói e ela sabe por que. Carl fica olhando fixamente para ela e ela passa a mão pelo rosto todo ralado e os cabelos dele

– Senti tanta sua falta.

– Senti sua falta, Ana - ele diz no automático.

– O que houve?

– Ana… O corte te machucou muito.

– Ele desconfigurou meu rosto. Pode falar.

Michonne não diz mais nada, isso é o suficiente. Ana começa a chorar e passa a mão por toda a bandagem que fizeram ali - Cadê o Daryl? Cadê o Rick?

– Estão do lado de fora

Ela chora mais e concorda - O que houve? Como escaparam dessa?

Michonne balança a cabeça com os olhos arregalados e Carl estremece. Ana entende na hora que alguma coisa muito horrível aquele garoto presenciou e resolve ficar quieta.

– Guarde para beber - diz Rick do lado de fora

Ana sorri tranquila o ouvir a voz dele

– Não consegue ver seu rosto. Eles conseguem - Daryl diz

Ana junta as sobrancelhas e Michonne nega com a cabeça.

– Eu não sabia como eles eram - Daryl continua.

– Como você e a Ana terminaram com eles?

– Eu estava com a Beth, saímos juntos. Fiquei com ela um tempinho.

– Ela morrreu?

– Ela foi embora. Depois disso eles me acharam, eu sabia que eles eram ruins, mas tinham uma regra. Era simples e burra, mas era o bastante. E ainda tinha a Marie, eu precisava achar ela. Falaram que procuravam por um cara. Ana me achou antes de ontem. Ontem disseram que o viram, eu e a Ana nos fingíamos de mortos, porque íamos embora. Só que ai a gente viu que era vocês. Eu não sabia.

– A culpa não é sua, Daryl. Não é sua culpa, tudo o que importa agora é que vocês estão aqui com a gente… Você é meu irmão.

Daryl olha o céu e depois para Rick de novo - O que fez ontem, qualquer um teria feito aquilo.

– Não, aquilo não.

– Você não é assim, só aconteceu alguma coisa.

– Daryl, você viu o que eu fiz com o Tyreese. Isso não é eu, mas faz parte de mim. E é por isso que eu estou aqui agora, que o Carl está aqui agora. Quero mante-lo a salvo, só isso que importa.

***************

Ana desce do carro segurando a bandagem no rosto e caminha até o espelho retrovisor, ela o tira e se assusta com o corte profundo e sua meia orelha que vê. A lateral da sua boca também está aberta, mas já não dói.

– Ana.

Ela vira pra trás e vê Rick, ele tem a barba maior, e o rosto avermelhado de sangue seco, mas o olhar é o mesmo, gentil e amigável.

– Rick - ela diz sorrindo de lado - Meu Deus, meu rosto - ela tenta cobrir de novo

– Não se preocupe - ele diz se aproximando - Como você está?

– Melhor agora. E você?

– Quero muito conversar com você, preciso dos seus conselhos. Mas não é hora ainda.

– O que houve ontem?

Ele baixa e balança a cabeça. Ela o abraça com força, apertando seu pescoço. Ele envolve as costas dela e passa a mãos pelos longos cabelos grudados de sangue.

– A área tá limpa

Os dois se afastam e olham Daryl, Michonne e Carl vindo das árvores.

– Então podemos seguir - Rick diz - Estamos indo para o Terminus. Na esperança dos outros estarem lá.

Ela concorda com a cabeça - O que é esse Terminus?

– Um lugar que eu estou torcendo pra ser como a prisão e não como Woodbury.

Todos pegam suas mochilas e em poucos minutos já estão nos trilhos novamente, Ana anda na frente, ainda triste pelo seu rosto, mas sua prioridade é achar o Drake e a Marie.

Rick do seu lado, vira pra ela repentinamente - Você está bem?

– Sim

Eles ficam em silêncio por alguns segundos e mesmo sem pergunta alguma, Rick responde - Eu estou bem.

– Eu sei - ela o sorri de leve

– Como?

– Por que eu estou bem também.

Ele sorri e apressa o passo para olhar uma placa no chão.

“Terminus - Santuário para todos, aqueles que chegam, sobrevivem”

– Estamos perto. Vamos pelo mato agora, não sabemos quem são - Rick fala

Todos concordam seguem pelas árvores.

***************

Drake escuta os gritos e a mão que está em sua testa treme. Cada um do seu grupo está num canto do vagão. Todos pensam a mesma coisa.

“O que estão fazendo lá?”, “Quem são essas pessoas?”, “Por que nos prenderam?”.

Abraham só está um dia lá e sente que vai enlouquecer logo, logo.

Glenn não consegue pensar em outra coisa a não ser “Por que não fui para Washington?” Mas então ele se lembra que Drake viria sozinho. O que teria acontecido com ele?

Os gritos param.

– Eles torturam - Rosita diz - E ai matam.

– Não - Drake fala - Não é grito de tortura… Quer dizer, não dessa tortura que você esta falando. Precisamos sair daqui.

– É grito de que então?

– Estupro.

Ela parece até recuar - Como sabe?

– Eu sei coisas que aprendi na profissão. Isso, infelizmente, entrou na lista. Não sobrou nada cortável de vocês?

– Não - alguns respondem juntos

– Tem que ter sobrado - ele olha em volta - O chão é de madeira. Precisamos de lascas.

Eugene concorda com a cabeça - Talvez se usarmos a fivela dos cintos...

– Eugene, você não é tão inutil - ele diz e tira o cinto na calça, coloca os ferros pra cima e começa a riscar o chão, nada acontece, então ele olha o que tem em sua mão - É mais fácil usar só isso. Por exemplo… - ele enrola o cinto na mão e deixa os ferros pra cima entre os dedos - Um soco inglês.

Todos eles se juntam e começam a fazer a mesma coisa.

O vagão vibra com o som de vários tiros estourando ao mesmo tempo e uma gritaria começa.

– Estão distraídos, é agora - Drake fala - Vamos abrir essa porta. Abraham! Glenn!

Os três se juntam pra puxar a porta, gastam muito tempo só naquilo. Talvez minutos e os tiros param e eles também.

– Continuem… - Abraham murmura, na espera de que os tiros voltem.

A porta do vagão range e o grupo todo vai para o fundo e ficam escondidos no escuro. Apenas uma fresta mostra as pessoas que estão entrando ali e nem dá pra ver direito, logo as portas são fechadas novamente.

Drake se aproxima dos novatos no vagão, não acreditando no que está vendo.

– Rick?

O grupo se vira e Ana começa a arfar assim que reconhece a voz. Rick olha Drake

– Você está aqui - diz com pena, repensa e vê que na verdade, é ótimo ter Drake com ele quando se lembra de todas as vezes que o tamanho dele não foi nada comparado a sua inteligencia, e então diz satisfeito - Você está aqui.

– Drake - Ana chama baixinho

Drake passa as mãos pelos cabelos abrindo um imenso sorriso, deixando as lágrimas molharem seus olhos - Ana.

Ela corre em direção dele e ele a ergue no abraço mais apertado que já deu em alguém na vida. Depois a coloca no chão.

– Meu Deus, o seu rosto.

– Passou, passou… Deixa pra lá, eu tô com você agora.

Ela olha o grupo atrás dele, Glenn, Maggie, Sasha, Bob… Pessoas que ela não viu que se unem a eles.

Rick também olha aquele pessoal

– São amigos - Maggie diz - Nos ajudaram muito.

– Agora também são nossos amigos - Daryl fala

– Pelo tempo que durar - fala o ruivo grandão, Abraham

– Não. Eles vão se sentir muito burros quando descobrirem… - Rick diz caminhando até a porta de ferro e olhando pela fresta

– Descobrirem o que? - Abraham pergunta

Rick o olha, olha Glenn, Daryl e então Drake.

– Que mexeram com as pessoas erradas.


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Notas finais do capítulo

AEAOEIAOEOAEOAOOAEA CARAAAALHOO
AMEI PRA CARALHO ESCREVER ESSA TEMPORADA PQ FOI A MINHA FAVORITA DE ASSISTIR PORRA!!! hswhswhshwswhwsh ~empolgada de leve~
Gente, gente, eu sei. faltou um personagem ai né... mas vcs vao ter q aguentar, eu prometo que a próxima já começa do jeito q vcs querem, eu acho hswhswh
Como "tradição" vou postar o número q determinado nome foi digitado. eeee la vai:
Daryl - 265
Marie - 241
Drake - 241
Ana - 219
Rick - 203
Maggie - 198
Glenn - 108
Sasha - 70
Bob - 66
Carl - 58
Hershel - 54
Michonne - 50
Tyreese - 45
Beth - 44
Judith / Bravinha - 21
Abraham - 18
Governador - 18
Tara - 11
Eugene - 11
Rosita - 5

Errante(s) - 48
Morto(s) - 33



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