Airheart escrita por Vaalas


Capítulo 1
Capítulo 01 — The Watchman’s Apprentice


Notas iniciais do capítulo

O título é uma música da banda The Clockwork Quartet. Todas as músicas do título serão do gênero steampunk pra ficar divertido, mas não têm muito a ver com o capítulo, nem serão trilhas sonoras ou algo assim kkk.
Boa leitura desde já!



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Oliver H. Murphy limpou o suor da testa com um pano umedecido e respirou fundo. Sabia que até mesmo o mais pequeno deslize — um escorregar dos pulsos, uma tremida nos dedos — destruiria tudo pelo que trabalhara nos últimos quatro meses. Mr. Timson ficaria furioso se o fizesse esperar mais do que o combinado, nunca fora um homem muito paciente, e tudo o que Oliver gostaria de evitar era ver a fúria do pequeno homem de bigode grosso e nome importante.

Ele não gostava de se gabar, mas o trabalho estava realmente ficando esplêndido. Cada junta e cada parafuso de liga de ferro-níquel e de aço inoxidável, tão brilhante e forte que Oliver se sentia extasiado só de tocar em tamanha beleza. Não havia prazer maior para o rapaz, que não fosse ter as unhas sujas de graxa e tantos materiais à sua disposição.

Sua mãe dizia que era um homem doente, e que jamais poderia viver de tamanhas criações bobas, mas bem, seus pequenos aviões mecânicos e relógios que não marcavam o tempo evoluíram para algo bem mais que isso, mais importante, mais magnífico. Oliver sorria só de lembrar-se.

Inclinou-se na cadeira, esticando as costas. O sino da loja soou alto e claro, um barulho estridente que sempre fazia um sorriso lhe cortar a face, algo bem comum, já que sorrir era sua segunda especialidade. Levantou os óculos de proteção, deixando o alicate e a solda de lado, e se levantou. Seus ombros pesavam, e ele pôde sentir a pequena dor na coluna, uma pontada dolorida insignificante. Quase sorriu em meio à careta, e andou até a entrada, limpando as mãos em um pedaço de pano sujo.

— Ora, ora, se não é a mais bela professora de toda Inglaterra — apoiou os braços no balcão, sorrindo abertamente. — Em que posso ajudá-la, Srta. Keating?

Juliet Keating sorriu de canto e aproximou-se, tirando as luvas cor de creme dos dedos. Oliver devia admitir que gostava de vê-la. Eram os olhos, ele dizia, tinham um tom de cinza que lhe lembravam aço, brilhantes como metal polido. Tinha uma beleza rara, simples e inteligente. Murphy sentia-se anos mais sábio só por vê-la.

— Um amigo precisa de seus serviços, vim saber se poderia ajudá-lo. Está muito ocupado? — a mulher apertou as luvas, e os traços do seu rosto se contorceram em uma expressão pedinte.

Oliver não poderia negar-lhe um pedido nem se desejasse.

— Bom, sabe que sempre estou ocupado, mas como é você, posso fazer algo. — sentiu de repente que sua voz soava divertida e galanteadora demais, então recompôs-se — Do que seu amigo precisa?

Juliet Keating suspirou aliviada, se permitindo sorrir sutilmente.

— Um braço. Ele precisa de um braço.

Ah, Oliver adorava os que precisavam de braços. Braços eram magníficos, tão complexos quanto à ligação de nervos, tão delicados. Braços eram únicos. Não tinha como ter por pernas o mesmo carinho que tinha por braços. Pernas eram brutas e pesadas, sem muita sensibilidade. Braços, no entanto, eram arte.

Com um tapinha no balcão e um sorriso aberto, grande o suficiente para Juliet perceber seu entusiasmo, Oliver aspirou o cheiro de óleo velho do ambiente.

— Ficarei honrado em ajudar seu amigo. Por favor, mande-o vir hoje à tarde, a qualquer hora. Apenas aconselho que venha de fato hoje, pois estarei preso à um maravilhoso projeto falante pelas próximas duas semanas. — Acenou com a cabeça para a porta atrás de si, sua oficina de trabalho. — Ah, e peça para ele trazer um café, por favor. Não trabalho sem cafeína.

— Ah, Mr. Murphy, muito obrigada mesmo. Está ajudando um grande homem. — colocou as luvas novamente e afastou a franja negra da testa. — Seu nome é Jeremy F. Benedict, e sem dúvida estará aqui hoje. Sem dúvida.

— Oliver. Já disse que pode me chamar apenas de Oliver. — puxou um caderno encardido ao lado e anotou o compromisso, não podia se dar ao luxo de esquecer. — E srta. Keating, você sabe melhor que ninguém que não trabalho de graça.

...

Quando o relógio bateu às quatro horas, Murphy fechou o motor do mobile se sentindo confiante. Havia feito uma liga leve de magnésio e alumínio para melhor conduzir a eletricidade do motor à vapor até as hélices, além de conectar as áreas com fios de cobre. Aquilo estava lindo, quase o fez encher os olhos de lágrimas. Realmente, trabalhar para homens ricos tinha altas vantagens: material bom e metais e ligas de altíssima qualidade.

Estava dando os últimos retoques no acabamento externo, quando o sino tocou mais uma vez naquele dia. Oliver desviou os olhos da lente de aumento, andando novamente até o balcão ainda com a solda e o fio em mãos.

Parado em frente ao balcão de entrada se encontrava um homem alto, que Murphy julgou ser o tal amigo da Prof. Keating. Ele nunca fora bom com nomes, e não seria naquela vez que lembraria. Algo com G, talvez. George?

— Boa tarde, companheiro — cumprimentou, esticando a mão discretamente em direção ao caderno, sem dúvida tinha anotado. Abriu-o e olhou no dia em questão. Jeremy F. Benedict, quase um G. — Você é o amigo da Prof. Keating, Mr. Benedict. Estou certo?

Jeremy era alto, e possuía olhos frios um tanto sem-graça por baixo de óculos de armação quadrada. Oliver gostava de olhos, em especial os brilhosos, castanhos como cobre ou cinzas como aço. Sr. Jeremy possuía olhos castanhos, mas tão foscos como um metal mal polido e sem cuidados. Trajava um uniforme militar azul, com algumas medalhas e condecorações no peito. Murphy não se interessava muito em política, muito menos em militarismo, mas admirava seus feitos, então mesmo sem saber de que mérito eram suas medalhas, o respeitou intensamente. Fitou então a manga pendurada ao lado direito o corpo, onde o braço fazia-lhe falta.

— Sim, está. — o homem respondeu, e sua voz era rouca e elegante como geralmente era as dos ingleses. — Creio que saiba porque eu vim.

— Ah, certamente. — fechou o caderno, sorrindo ao militar — Está à procura de um braço. Forte, suponho, mas de grande sensibilidade no movimento. A questão é que há dois tópicos para obter braços, e antes de fazermos negócio é bom esclarecê-los. — andou até o lado esquerdo do balcão, abrindo a pequena porta — Por favor, siga-me.

A sua loja era dividia em três compartimentos no térreo: a entrada, com alguns modelos e relógios, bugigangas e pequenos motores à exposição. Na sala esquerda ao balcão, ficava sua oficina, onde construía tudo o que lhe era encomendado, seus hobbys ou qualquer coisa que lhe interessasse. À direita do balcão ficava a sala onde tudo que não ficava em exposição na entrada era guardado, o maior compartimento dos três, cheio de armários e caixas de vidro. Era para lá que guiava Jeremy no momento.

— Quando falamos de braços mecânicos, há duas opções de compra. — caminhou até uma caixa de vidro, parando ao seu lado — Você pode comprar o modelo já pronto, uma vez que há uma grande variedade, como pode ver. A qualidade de um braço se define pelo material utilizado, mas principalmente pelo perfil do usuário. Vê, não é qualquer braço que caberá na pessoa, alguns serão pesados demais, leves demais, compridos ou curtos. É por isso que comprar um modelo já pronto pode não ser o ideal caso busque o melhor, mas ainda assim cabem perfeitamente para atividades convencionais.

Jeremy aproximou o rosto da caixa de vidro, analisando o braço apoiado na almofada marfim. Ele era prata, com carcaça reluzente e engrenagens brilhantes, os dedos bem desenhados. Tentou imaginar um daqueles no espaço vazio que antes pertencia ao seu braço.

— O que seria o melhor então?

Oliver sorriu, cruzando os braços.

— Uma encomenda. Construir um braço sob medida, totalmente adequado para seu tamanho, peso, força e necessidade, além de possuir uma conexão melhor com os nervos, melhorando o movimento. — Ah, Jeremy era um bom ouvinte, Oliver gostava disso. — É claro, um feito sob medida é bem mais caro que um já pronto, então, bem, isso fica ao critério do cliente. Que tipo de braço vai querer, Mr. Benedict?

...

Eis um pouco mais de nosso cliente.

Jeremy F. Benedict era um aviador. Começou jovem, antes mesmo dos vinte anos. Ainda hoje, quase uma década depois, podia-se lembrar com clareza de quando entrou em seu primeiro avião — e com mais clareza ainda do dia em que se juntou à Força Aérea Real¹. Fora uma grande alegria não só para ele, como para toda a família Benedict. Seu pai serviu ao exército anos antes e não poderia haver maior orgulho do que ver seu amado filho seguindo seus passos.

A aviação era tudo o que ele imaginava que poderia ser: era livre, relaxante. Cortar nuvens era como um sonho, tão borrado quanto. Lá de cima tudo era tão pequeno e insignificante, que Jeremy se sentia poderoso. Teve o luxo de ser tolo e arrogante dessa forma por seis anos. Apenas seis.

E então que o combate aconteceu.

Malditos russos.

Perdera a dignidade naquele dia, assim como o braço direito. Fora dispensado do exército, deixado com suas condecorações e medalhas de honra por servir a Rainha Vitória. De que servia um aleijado, de todo modo? Aleijado algum poderia pilotar uma máquina, jamais poderia servir novamente, e à ele só restava o tédio, dias se passando sem serem percebidos. A depressão o atacou, a bebida veio junto, e sair da cama parecia um sonho distante — tão distante quanto voar novamente.

Foram momentos escuros.

Até que a conheceu. Juliet Keating Jordan fora um anjo. Uma mulher inteligente, com muitas opiniões políticas e econômicas, sabia falar desde matemática até sociologia. Ela prometeu ajudar-lhe, aparentemente conhecia alguém que poderia lhe arranjar um braço de boa qualidade, tão bom quanto um de carne e osso.

Bem, ao menos ele esperava.

...

— Sente-se mais ereto, por favor — Jeremy obedeceu — Bom.

Oliver anotou as medidas do braço esquerdo em um pequeno bloco de notas. Colocou o lápis atrás da orelha, analisando a musculatura do ombro e a curva da axila. O aviador era um homem forte e esguio, os músculos bem definidos no tórax e nos bíceps, mas ainda assim era magro, nenhuma grandeza exagerada.

— Você era destro e perdeu o braço direito, o que significa que teremos que testar os pesos pelo braço esquerdo. — informou, em pé em frente ao homem, os dedos no queixo enquanto analisava o corpo do outro — Bem, por você ser destro, seu braço esquerdo não possui a mesma força que o direito, então vamos acrescentar algumas gramas a mais.

— Entendo. E quanto ao metal utilizado? — Jeremy levantou o braço, enquanto o outro passava por baixo dele. Oliver era um cara estranho, concluiu.

— Isso vai depender das medidas que estou tirando e... Fique de pé, por favor. Obrigado. — Anotou mais números no seu bloco, mordendo os lábios. — Bem, acho que podemos testar alguns modelos e pesos agora. Aliás, você não trouxe café, trouxe?

Jeremy analisou as costas do outro, enquanto ele movia-se até algumas gavetas em um dos grandes armários de ferro. Oliver não era tão alto, e possuía cabelos castanhos no tom amarronzado como grãos de café. Os olhos eram de um verde escuro, quase não-notável — apenas foi notado pelo aviador graças à luz que entrava pela janela, deixando-os bem mais claros. Era um cara particularmente comum, mas havia algo no modo como sorria com tanta facilidade que lhe pareceu estranho, talvez interessante ou até mesmo suspeito.

— Temo que não. Srta. Juliet comentou algo sobre.

Oliver soltou uma risada baixa, fechando a gaveta e vindo em sua direção novamente.

Como ter tamanho humor em um lugar que fedia à graxa, óleo e vapor de fumaça?

— Uma pena. Aqui, vamos tentar esse, — Oliver sentou-se em um banco, ao lado dele. Levantou o braço de metal para que ele o visse melhor — modelo 114, feito de irídio, o metal mais resistente à corrosão, porém não muito leve. A sensibilidade dele aos nervos é de 1.8 numa escala de 3.0. Vamos tentar.

Oliver não achava que daria, tinha certeza que não. Jeremy era forte, teve treino militar, mas ainda era esguio demais para aquele peso, seria desconfortável e até um pouco doloroso. O mecânico tocou o ombro nu do outro, passando os dedos pelo toco onde antes ficava o membro.

— Me diga quando sentir maior sensibilidade.

Segurou o ombro com uma das mãos, passando os dedos lentamente pela pele. Jeremy se pegou fitando o rosto dele sem perceber. Ele tinha uma linha interessante abaixo das bochechas e um pequeno sinal ao lado do olho direito.

Sentiu um choque quando os dedos tocaram uma parte da pele.

— É aí o lugar. — informou, franzindo o cenho — Estranho, não conseguia sentir antes.

Oliver levantou o rosto e sorriu com os dentes à mostra.

— Precisa saber como tocar. — respondeu, suspirando feliz. Tocou o lugar novamente, provocando mais um choque. — Não acha isso magnífico? Mesmo quando a conexão cerebral com o corpo é interrompida, os neurônios especializados em mexer os membros continuam aqui. — Posicionou o braço mecânico no lugar, passando a conectá-lo. Jeremy preferiu não olhar essa parte, apenas sentiu o gelado do metal contra sua pele. — É fascinante, como se o corpo esperasse que um braço fosse implantado novamente.

— O corpo é como uma máquina, se você ver bem — comentou o loiro, olhando para suas calças — Uma máquina complicada.

Oliver acenou concordando, e logo mexeu algo com força no braço, pois Jeremy soltou um grito abafado de dor.

— Gosto de máquinas complicadas, devo dizer. — deu um tapinha na sua máquina — Agora, bem, tente mexer os dedos.

O moreno olhou para o loiro, e viu uma gota de suor escorrer da sua testa. Com uma careta, Jeremy tocou o braço gelado, sentindo a textura. Sentiu um pouco de dor, gelada e aguda, mas ainda assim tentou mover qualquer coisa.

Como se comandava um braço? Será que se lembrava de como era movimentar um, passar o comando? Sentiu medo de repente, e se não desse certo?

Os dedos se moveram antes mesmo que ele pensasse em uma falha. A sua frente, dedos seguindo seus comandos, como no sonho distante que era sua vida antes da guerra.

Chorou como uma criança logo depois.

...

No entanto, aquele ainda não era seu braço, era realmente pesado demais e não parecia se encaixar com perfeição. Oliver calculou o peso que deveria ter um braço confortável graças ao teste com o modelo 114 e às medidas de pesos feitas pelo lado esquerdo. Jeremy mal pôde acreditar que aquilo estava acontecendo de verdade, e todo dinheiro que poderia acabar gastando nunca seria o suficiente para pagar tal feito.

Quando acabou, levantou-se do banco e apanhou sua blusa branca, vestindo-a do melhor jeito que pôde. Oliver o fitava, encostado à parede de madeira com um pequeno sorriso no canto da boca. Era fácil sorrir quando coisas assim aconteciam todos os dias graças à ele. Ai dele se houvesse escutado sua mãe e estudado Direito. Quantas pessoas estariam tão miseráveis quanto àquele homem, que desistira de boa parte da vida por causa da perda de uma única parte do corpo. Apenas um membro. Uma parte de si.

Jeremy terminou de vestir-se, e logo as condecorações enfeitavam seu peito.

— Obrigado por isso, Mr. Murphy. Eu... não tenho palavras.

O mecânico cruzou os braços, sorrindo mais uma vez. Ele de fato sorria muito, mas daquela vez, um sorriso era necessário. Os olhos do aviador brilhavam, parecendo realmente cobre polido. O achou um homem muito atraente assim, com os cabelos dourados e a armação dos óculos brilhando contra a luz dos postes que entrava pela janela.

— Oliver. Por favor. Não sou um cara chegado à formalidade. — carregou o braço mecânico até o armário, guardando com cuidado e fechando com um estalo. — E você não precisa me agradecer, não é como se eu estivesse fazendo um favor, estou recebendo por isso.

— Ora, mas você os construiu. Construiu tudo isso — balançou o único braço que lhe restava no corpo, mostrando o quarto cheio de criações — Digo, se você não tivesse...

— Acho que outro alguém teria. — declarou, com um leve erguer dos lábios. Olhou para o relógio em seu tic tac contínuo na parede. Sem nem perceber, bocejou. — Está tarde.

Jeremy sorriu largamente, começando a se dirigir para a porta. Já havia anoitecido, e ele se perguntava para onde o tempo havia ido. Nunca se sentiu tão aliviado, o chão de madeira escura parecia nuvens, seu corpo parecia ter perdido vinte quilos.

— Bem, voltarei amanhã. — voltou-se ao dono da loja, encostado no batente da porta com uma expressão tranquila. Colocou seu chapéu na cabeça. — Boa noite, Oliver.

— Boa noite, Sr. Benedict — acenou — Dessa vez não esqueça o café!

Enquanto ele andava ao longe, o rapaz sorriu divertido.

Realmente, sorrir era fácil demais.


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Notas finais do capítulo

¹ A Força Aérea Real foi criada no dia 1 e Abril de 1918, durante a Primeira Guerra. A história se passa bem antes disso, na era governada pela Rainha Vitória em 1800 e bolinha, mas como é um steampunk, me dei a liberdade de mudar os fatos históricos adoidamente.

Ok, estou insegura com essa história. Quem me acompanha sabe que gosto de escrever coisas muito simples, sem nada grandioso, e bem, estou tentando fazer o mesmo aqui sem sair do gênero. Não sou boa em coisas muito complexas e sempre me enrolo, então ficção é realmente um desafio.
Espero que gostem do que está por vir. Até!



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