Tenebris escrita por Maju


Capítulo 5
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Hello, pessoal! Aqui quem fala é a Maju. Espero que tenham gostado do capítulo bônus passado.
Desculpem a demora para atualizar, e eu não gosto de postar em domingo, porém estamos em prova aqui e é uma correria danada.
Boa leitura. Até lá em baixo!



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Estava há poucos dias em Hogwarts e Hermione já tinha uma lista imensa de deveres de casa, consequências de se estar no último ano e ter os N.I.E.Ms para fazer, mas não se importava, sentira falta da biblioteca – que como sempre, era o lugar que se encontrava a maioria das vezes – a única adrenalina que sentia agora era escrever um metro de pergaminho sobre a história da Convenção Bruxa Internacional de 1854 e depois listar as causas da mistura de pedra balsâmica com saliva de dragão para a aula de poções.

Harry estralou os dedos tirando a concentração de Hermione e Rony virou seu pergaminho para ela.

– Tá bom assim? – perguntou, cansado, Hermione finalizou sua frase antes de revisar o pergaminho dele, largou a pena e olhou para os escritos do amigo. A primeira nota que tomou foi que Rony continuava com sua letra garranchada, porém legível depois de certo costume.

– Gerard Gulliver foi opositor a mudarem as Leis da Magia 708 e 901 e não a favor, você poderia ter detalhado mais, mas até que conseguiu resumir – respondeu devolvendo-lhe, Rony pegou-o colocando seus dedos sobre os dela e apertando levemente.

Hermione voltou ao trabalho e depois de meia hora conseguiu terminar e enquanto os amigos ainda escreviam decidiu procurar um livro para ler.

Passou o dedo pelas lombadas grossas, era incrível todos os livros estarem lá mesmo depois da Guerra, os professores tiveram um grande trabalho com a reconstituição deles, de toda a escola na realidade. Bem no final da estante achou um que a interessou, retirou-o de seu lugar analisando a capa verde, falava sobre as grandes bruxas de todos os tempos.

Pelo buraco que o livro deixara Hermione conseguiu ver Draco Malfoy do outro lado, sentado em uma mesa isolada. As olheiras pareciam só ter aumentado desde o primeiro dia de aula e ele parecia pouco se importar se o cabelo estava penteado ou se a camisa estava do avesso. A mão apoiava a cabeça pendente, os olhos encaravam um ponto fixo na parede. Não queria estar ali, era óbvio, e talvez não quisesse estar em lugar algum.

Ela se lembrou. Estava com Harry e com Rony. Lembrava-se também de odiar toda aquela situação. Participara do julgamento da família Malfoy, viu toda a família ser desestruturada em um só dia. Eles mereceram, pagaram por seus atos, disso ela não tinha dúvida. Mas a cena que via era deplorável. Balançou a cabeça. Não, não sentiria pena, não de Draco Malfoy, ela ainda conseguia ouvi-lo chamado-a de sangue ruim.

Pela conspiração do universo contra ela, o livro ao lado do que ela pegara caiu no chão, do outro lado. O Malfoy despertou de seu estupor e olhou bem na direção... abaixou-se, rezando para que ele não a tivesse visto e, tentando não fazer barulho, correu inclinada até a mesa com seus amigos.

– O que foi? – riu Harry de sua situação, Hermione tirou uma mecha de cabelo do rosto e desconversou:

– Terminaram? Tenho mais coisas para fazer.

Os rapazes responderam que sim e saíram apressadamente atrás da garota, sem entender o motivo. Desceram as escadas, parando no longo saguão. A morena franziu o cenho, tinha algo errado, algo que não havia reparado.

– Não tinha mais uma escada? – questionou virando-se para os dois – No canto... no dia que chegamos...

– Aquela que não existia antes? – Harry girou os calcanhares – É verdade, não está aqui!

– Pode ser que tenha mudado de lugar, as escadas vivem mudando nas sextas-feiras – Rony argumentou. Harry concordou e Hermione deu de ombros, porém ainda ficava em dúvida... aquela escada era diferente, tinha algo nela que a morena não conseguia se lembrar, porém sabia que se diferenciava das outras. Procurou entre as escadas alguma sobressalente, nada.

Sempre que havia algo de novo na escola – se não fosse secreto – era anunciado, por que a diretora não havia dito nada na cerimônia de abertura? Se fosse um cômodo a ser escondido, com certeza não deveria haver uma escada que levasse até ele no primeiro dia.

– Temos treino de quadribol em dez minutos – Harry anunciou fazendo a morena esquecer o assunto.

– Vão jogar esse ano mesmo? Deveriam estar estudando!

– Ah, sim, é claro, vamos parar de jogar e fazer com que o time perca para estudar – debochou Rony.

– Além disso, Hermione, você quer que percamos nossos maravilhosos músculos? – Harry tencionou os braços, forçando um muque nada proeminente. Hermione riu e bateu em seu braço.

O trio correu para o campo de quadribol, Hermione se sentou na arquibancada enquanto o time se trocava. Não havia ninguém, apenas algumas meninas idiotas que cochichavam sobre os jogadores, apaixonadas. Não tinha a mínima paciência para aquilo e se manteve longe antes que lançasse uma azaração sobre elas. Alguns grifinórios apareceram, porém o estádio só estaria cheio no domingo, quando seria o próximo jogo.

Os jogadores montaram em suas vassouras e subiram, só de ver a cena o estômago dela revirava, sempre odiara altura. Harry gritava algumas instruções e depois foi conversar com dois novos garotos, eles seguravam os tacos de batedor, eram os novos batedores da Grifinória, estavam no lugar de Fred e Jorge. Hermione decidiu se concentrar no livro porque começou a sentir um aperto no peito, os olhos arderam. Lia com afinco querendo entrar nas palavras, não pensaria neles, não pensaria em ninguém que morreu.

Repetiu essa frase em sua mente até terminar um capítulo, depois olhou para os céus de novo, não queria ficar lá, não queria olhar para os céus e não ver Jorge e Fred Weasley. Jorge não morrera, só que sem seu outro gêmeo, sua outra metade, ele se apagara. Ia voltando aos poucos, até fez algumas piadas no mês antes de voltarem para Hogwarts.

Será que Rony sentia o mesmo que ela? O time ou os torcedores da Grifinória?

Balançou a cabeça colocando os pensamentos no lugar, tinha mais coisas a fazer do que assistir o treino, precisa fazer o trabalho de transfiguração para entregar daqui uma semana. Assim, foi para o Salão Comunal da Grifinória.

Quando Harry, Rony e todos os jogadores voltaram, ela já tinha terminado todos os trabalhos e estudara alguns capítulos muito mais além do que estavam aprendendo para se adiantar. Já estava na hora do jantar, então seguiram para o Grande Salão, Harry e Gina foram de mãos dadas o que fez as orelhas de Rony ficarem vermelhas.

Depois que a Guerra acabou, Harry e Gina assumiram o namoro e estavam indo bem, apesar de Rony viver implicando, mas não era pior do que quando estavam na Toca, o ruivo até parecia o Bichento, esgueirando-se por aí para ver se os dois não estavam se atracando. Hermione já havia dado muitas vezes cobertura para os dois, no dia que Harry pediu Gina em namoro ela teve que dar uma poção sonífera para o ciumento, só precaução para que nada desse errado. Quanto a ela e Rony... bem, já era outra história.

Não aconteceu nada demais no jantar, só Simas que apostou com Dino quem comeria mais balas picantes. Fariam isso no Salão Comunal, não queriam levar uma bronca da diretora, por isso encheram os bolsos daquelas coisas que mais pareciam pimentas em formato de bala. E os alunos se dispersaram.

Era estranho para o trio, mas os dias se passavam assim ultimamente, calmos e sem nenhum dever a mais do que a tarefa de casa e as aulas. Aos poucos iam se acostumando.

Minerva passou pelos três em direção à sala do diretor, e deu-lhes uma olhada, a seu alcanço para a estranheza deles, em elfo meio manco a seguia e Draco Malfoy também.

Eles sabiam por aquele olhar que algo acontecera.

*

No café da manhã do dia seguinte, Hermione reparou que o Malfoy não estava na mesa da Sonserina, não seria a primeira vez que ele faltava a refeição, porém tinha a impressão de que havia algo errado. Tentava pensar no melhor, talvez ele armou uma de suas artimanhas e fora pego... Só de imaginar que ele pudesse ter machucado aquele elfo as bochechas da garota esquentavam.

Serviu-se de torradas com geleia e um pãozinho salgado, pegou os talheres e um papel se mostrou escondido sob eles, um bilhete, virou-se para seus dois amigos que lançaram um olhar cúmplice, os dois também haviam recebido.

Cara Sra. Granger, compareça a minha sala em seu intervalo depois do almoço.

Minerva MacGonagall.

Sem mais detalhes no bilhete, dobrou-o e jogou o papel no bolso da calça. O de Harry e Rony diziam a mesma coisa e se a diretora queria falar com eles, principalmente com os dois rapazes, algo realmente ruim acontecera.

O bater de asas preencheu o salão, as corujas sobrevoavam a cabeça deles entregando correspondências e o jornal, a de Rony pousou a seu lado bicando seus dedos. Harry não tinha mais coruja, nem consiga pensar na possibilidade de outra além de Edwiges.

E o Profeta Diário anunciara o que acontecera, na primeira página a manchete do dia:

Narcisa Malfoy é encontrada morta

As palavras bateram forte em seus rostos, a agitação começou no Salão, os alunos liam em voz alta a notícia formando um murmúrio desconexo, quem não tinha o jornal esgueirava-se sobre o ombro dos outros para ver.

– Ele não está aqui, seus idiotas! – Blásio gritou irritado para quem olhava para a mesa da Sonserina.

O trio lia em silêncio com os olhos inquietos, a foto da mulher pálida caída no chão com os olhos azuis vidrados era aterrorizante, parecia uma boneca de porcelana assustadora.

Narcisa Malfoy foi encontra morta no salão principal da casa por um elfo doméstico ontem, entretanto o laudo indica que estaria morta há mais tempo. Sem sua varinha e nenhuma indicação no corpo de tentativa de suicídio, a conclusão que pode-se tirar é de um homicídio.

O resto da matéria foi preenchido pela história da família, estiveram do lado de Voldemort durante as duas guerras, tendo o abandonado nos momentos finais da segunda, a suposição terem vários inimigos e etc.

Um quadro ao lado da manchete tinha a foto de Draco tapando o rosto com o braço adentrando no Ministério da Magia e abaixo, mais uma matéria.

Filho principal suspeito?

É de conhecimento de todos que Narcisa Malfoy foi condenada a prisão domiciliar e que a menos que o Ministério aceitasse, não poderia receber visitas. Os únicos a poderem entrar e sair da mansão eram dois aurores que verificavam tudo uma vez no mês e o elfo doméstico que ajudava na limpeza da casa a cada quinze dias, além é claro de seu único filho, Draco Malfoy, em liberdade provisória.

Tudo indica a um assassinato, a família tinha inimigos, porém ninguém que conseguisse entrar. Os dois aurores e o elfo foram interrogados e liberados, ainda não se sabe do interrogatório do garoto Malfoy.

Analisando o rapaz de dezoito anos, ele teria motivos para odiar os pais, sempre predestinado a ser um comensal, não se poderia se dizer que de certa forma ele foi forçado a escolher esse lado? Conversando com algumas pessoas que conviviam com ele, descreveram-no como mimado, preconceituoso, frio e sem escrúpulos. Será que sua raiva não teria aumentado depois de ter todos os bens congelados?

Depois do julgamento e de ver toda a fortaleza Malfoy desmoronar não teria ficado abalado? Ao tentar uma resposta para isso e uma entrevista exclusiva logo após o julgamento, Draco foi grosso, negando-se, parecia raivoso.

Teria o ódio o consumido? Será mais um crime na ficha dos Malfoy?

Não podemos afirmar nada, mas também não é difícil fazer uma ligação. Por enquanto as investigações continuam.

Rita Skeeter

Harry soltou o jornal e esfregou a nuca, irritado. Hermione fixou os olhos na foto de Malfoy, teve um pequeno vislumbre do rosto dele em sua mente.

Ele poderia?

Passou os olhos para a imagem de Narcisa. Lembrou-se que quem escreveu o artigo que expõe Draco como assassino foi Skeeter, a jornalista que faz de tudo para vender e causar um embaraço com seus textos. Colocaria em dúvida a relação de mãe e filho apenas para impressionar seus leitores. Draco não mataria Narcisa, era a mãe dele e ele a amava, além disso não faz sentido matar a única pessoa que tinha.

Por outro lado, e se tivesse agido por impulso, pela raiva? Ao observá-lo Hermione sempre achou que talvez pudesse estar abalado mentalmente, que houvesse dentro dele apenas um fio precário salvando-o.

E se o fio houvesse arrebentado?

O sinal bateu e os estudantes encaminharam-se para suas devidas salas, o burburinho era alto nos corredores, os professores teriam problemas para fazê-los ficar quietos.

– Vamos falar com a Minerva – Harry se levantou pegando o jornal.

– Harry, ela pediu para falarmos com ela no intervalo, se faltarmos a aula vão desconfiar que...

– Não importa, Hermione! Não dá para esperar quando uma coisa dessa aconteceu! – insistiu ele, Rony ficou ao seu lado e a castanha fechou a boca, por fim cedendo. Subiram as escadas com Rony murmurando desavenças contra o sonserino.

– Sabia, sabia que ele devia ser condenado a Askaban!

Minerva mal se surpreendeu quando ouviu o bater de punhos em sua porta, conhecia aquele grupo muito bem para saber que eles não seguiriam suas ordens. Os três entraram arfando com a subida apressada pelas escadas.

– Senhores, acredito que já sabem do que se trata – disse pondo os olhos no jornal que Harry carregava e abanando as mãos para as cadeiras de frente a sua mesa – Não imaginei que o acontecimento vazaria tão rápido.

Ela pigarreou, os olhos verdes profundos paravam em seus rostos.

– Narcisa Malfoy está morta. E como viram o Sr. Malfoy não está aqui, dei a ele permissão para ver o corpo e cuidar do funeral, o Ministério acaba de falar com ele. Um assassinato.

– Ela não poderia ter... tomado alguma poção? Quer dizer, eu já li sobre algumas que podem matar – Hermione argumentou , sentando-se de frente para a diretora.

– Infelizmente, Srta. Granger, também não foi encontrado nenhum resíduo de poção no organismo dela – os dedos tocaram o jornal estendido em sua mesa, na foto do cadáver – Certamente alguém que tenha tomado algo não seria encontrado dessa forma tão assustada no chão da sala.

Os olhos eram chamados pela foto da cabeleira loira, Minerva suspirou.

– Sei o que pensam de Draco Malfoy, ele nunca deu motivos a vocês de pensarem o contrário. Mas Draco não matou a mãe.

Rony balançou a cabeça sorrindo ironicamente, contestando:

– Ele era o único que poderia entrar em sair de lá, quem poderia ter sido então?

– Ele está furioso com tudo o que aconteceu, é verdade, instável mentalmente, porém assim como o professor Dumbledore, o Sr. Potter sabe que... Draco Malfoy não é um assassino.

Atrás dela a pintura do professor de óculos de meia lua observava-os com o mesmo ar misterioso que o verdadeiro. Harry percebeu como o cômodo ainda parecia o mesmo que ele entrou pela primeira vez, MacGonagall não mudara nada, era como se aquela sala nunca houvesse deixado de ser de Alvo Dumbledore. A cena na torre de astronomia ainda o perturbava todos os dias.

– É por isso que eu os chamei aqui. Seja o que for, algo aconteceu naquela casa e haverá mais movimentação. Sr. Potter e Sr. Weasley, os dois tem certa vantagem agora que estão fazendo o treinamento de auror, gostaria que me mantivessem informada dos acontecimentos fora da escola. – os dois assentiram, com a expressão séria – Sei que é contra as regras, não colocaria nenhum de vocês em uma situação como essa, não depois de tudo que fizeram, se não fosse importante.

Eles sentiram novamente, aquela sensação de dever, de responsabilidade sendo colocada em suas costas. Não adiantaria, eles sempre chamariam a atenção para problemas como a gravidade atraia tudo para o centro da Terra.

Eles eram heróis. E heróis não tiram folga.


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Notas finais do capítulo

E é agora, meus queridos, que a coisa começa a esquentar hehehe
Desculpem se houver algum erro, revisei-o ontem, mas algum errinho pode ter me escapado. Qual quer coisa me avisem.
Comentem! Digam o que estão achando! Alguns leitores que comentaram nos primeiros capítulos não estão comentando mais... o que aconteceu? Gostaria de saber se estão acompanhando e gostando. Não precisam comentar um texto gingante, pessoal, só de saber que estão aí já é gratificante!
As perguntas desse capítulo:
1- Vocês tem algum hobby?
2- O que gostam de fazer além de ler e escrever?
3- Tem alguma mania?
Ah, por favor, se vocês acham que a fic merece, não se esqueçam de favoritá-la!
Talvez o próximo capítulo demore um pouquinho, uns 10 dias, por conta das provas. Mas já vou começar a fazer algumas outras brincadeiras.
Au Revoir!