Tenebris escrita por Maju


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente! Estou com mais um capítulo fresquinho para vocês, animados? Ele é bem leve! Boa leitura e vejo vocês lá embaixo.



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Nunca imaginaram que estariam de volta a Estação King’s Cross na plataforma 9 ¾, no dia primeiro de setembro. Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger não poderiam estar mais felizes.

Enquanto esperavam o último apito para embarcar, o trio observava os estudantes levando para lá e para cá seus carrinhos lotados de malas e despedindo-se de seus pais. Sorriram uns para os outros, estavam animados em voltar, e talvez um tantinho assustados.

– Ronald Wesley! Como pôde esquecer seus livros? – Molly correu na direção do grupo, junto a Gina, com uma pilha em seus braços. A mulher rechonchuda empurrou-os para o filho.

– Cuidem-se! E estudem, tirem uma boa nota nos N.I.E.Ms! Hermione, coloque alguma coisa na cabeça desses dois.

Hermione riu e assentiu, a Sra. Weasley sorriu satisfeita e deu um abraço em cada um. O Sr. Weasley já havia se despedido deles na Toca, andava trabalhando mais do que nunca.

Molly ainda dava algumas instruções a eles, meio óbvias, talvez ela achasse que depois de tudo eles tivessem se esquecido do que era ter um ano normal de estudos, “normal” nos termos deles, apenas tendo uns probleminhas aqui e ali, afinal aqueles bruxos eram mestres na arte de arrumar problemas.

E eles arrumariam novamente.

Mas não podiam reclamar de sua tagarelice, para Harry e Hermione ela fora como uma mãe acolhendo-os em sua casa e que os ajudara a catar os cacos daquela guerra. Sabiam que gritavam e esperneavam à noite durante o sono, e também que nos primeiros meses estiveram confusos e giraram iguais a baratas tontas tentando voltar ao que eram.

A plataforma foi ficando cada vez mais cheia e o trio, e Gina, foram deixados sozinhos. O apito soou e os alunos foram adentrando no trem, esperaram perto da porta o fluxo diminuir, os alunos novos e segundistas estavam extremamente agitados. Gina entrou e Rony já estava com um pé no degrau quando ele apareceu.

Em um súbito momento tudo parou, as conversas e as risadas cessaram.

Draco Malfoy chegara.

Acompanhado de dois aurores, um de cada lado, vestia uma camisa branca amarrotada e a gravata verde da Sonserina, tinha os cabelos bagunçados e olheiras arroxeadas abaixo dos olhos. Parecia cansado e consumido.

O silêncio permaneceu por mais alguns segundos, até Draco levantar o olhar, severo e censurado. Isso bastou para todos voltarem ao que estavam fazendo como se nada tivesse acontecido. Porém múrmuros logo começaram.

Os três amigos ainda o encaravam até o garoto chegar a uma das entradas do trem e conversar com os aurores.

– Vamos, Rony – Hermione cutucou o ombro do ruivo, que continuavam observando enfurecido. Entraram, e acharam uma cabine ao lado da que Gina, Luna, Neville e Simas estavam. Acenaram para eles antes de se acomodarem.

O trem começou a se movimentar, deixando a estação. Hermione pôs as pontas dos dedos no vidro, vendo os pais dos alunos serem deixados para trás.

Harry esticou as pernas no banco, deitando-se.

– Quem diria que voltaríamos a ver esse trem! – olhou para os dois amigos e sorriu – Vamos arrumar problemas esse ano?

– Essa não é a pergunta, Harry, e sim, que tipo de problemas vamos arrumar – Rony brincou – Nada de aranhas, eu espero.

– Nem com Umbridges – Hermione cruzou os dedos

– Quem sabe apenas um trasgo no banheiro das meninas? – Harry piscou para ela.

– Ou só um ataque de Nargles! – e a brincadeira começou entre o trio, que imaginava divertidamente o que aconteceria naquele ano. Tratar aquele dom de arrumar encrencas brincado era a melhor forma que conseguiam achar de lidar com o que passaram.

Ao meio dia, Harry e Rony correram atrás da mulher do carrinho de doces. Quando voltaram, tinham os braços cheios de doces, jogando-os em cima de um dos bancos.

– Vocês vão ter diabetes com tanto doce – alegou Hermione, que já tinha puxado da bolsa um livro grosso para ler.

– Qual é, Hermione, passamos um ano sem eles! – disse Rony enchendo a boca de varinhas de açúcar e jogado uma torta de abóbora para a amiga.

– Não vá me dizer que está de dieta, Hermione? – Harry perguntou.

– Está me chamando de gorda, Harry Potter? – ela pegou sua torta e levantou o braço, ameaçadoramente.

– Não! Eu disse isso? Não disse! – riu e abriu um sapo de chocolate, que pulou da embalagem, Harry tentou pegá-lo, porém ele já tinha saltado pela janela.

– Hum... acho que isso já aconteceu. Ainda não consegue pegá-lo? Isso é uma vergonha para o apanhador da Grifinória! – lembrou-se o ruivo do primeiro ano deles.

– Eu tirei... – fez surpresa antes de virar a figurinha, como uma criança – eu mesmo – desapontou-se e balançando a cabeça negativamente.

Era de se esperar. Os três eram mundialmente conhecidos no mundo bruxo, os três garotos que lutaram contra o mal. O menino que... a menina que... e blá blá blá. A impressa queria entrevistas e fotos. Tratavam-nos de forma diferente agora, tinham privilégios, admiradores. Porém não queriam nada daquilo.

Queriam ser jovens bruxos normais, orgulhavam-se do que fizeram, mas agora só queriam viver como qualquer outra pessoa, sem ter tanta expectativa sobre eles.

E esperavam que em Hogwarts encontrassem o conforto que desejavam.

Levantaram-se num pulo quando o trem parou, não tinham nem conseguido dormir. Os alunos saiam de suas cabines pouco a pouco, alguns com uma cara amassada de sono e outros alvoroçados para chegar à escola.

– Primeiro ano! Venham comigo, por favor!

Lá estava Rubéo Hagrid esperando os novatos, não mudara nada desde o primeiro ano deles, a visão do grandalhão lhes trazia uma adorável nostalgia. Foi Harry quem o viu e correu para alcançá-lo juntou aos outros dois.

– Hagrid! – chamou o moreno balançando uma das mãos.

– Ora, veja só vocês! – alegrou-se o homem excessivamente alto, se curvando para abraçá-los – É bom vê-los! Como foram as férias?

– Um tanto quanto... conturbadas – Harry respondeu se soltando de seus braços grandes, sem querer entrar em mais detalhes.

– Para todos, eu acredito... e... – gritos e exclamações por parte de alguns alunos cortaram a conversa – Os trestálios.

Os animais de aparência perturbadora pareciam cavalos alados de couro muito escuro e de ossos protuberantes, agora eram vistos por grande maioria da multidão, seria impossível o contrário, depois de todas as mortes que presenciaram.

– Está tudo bem! – apaziguou Hagrid – Podem entrar nas carruagens, eles não farão mal algum a vocês – Os alunos olharam-no desconfiados, mas entraram e com isso as carruagens já começavam a sair.

– Preciso levar o primeiro ano aos barcos, nos vemos depois! – despediu-se, o trio concordou e entraram na carruagem mais próxima.

Não conversaram durante o caminho, estavam ocupados imaginando como estaria a escola, e quanto mais avançavam mais percebiam o quão nervosos estavam. Foi uma boa ideia voltar? Para o lugar onde tantos amigos morreram, um dos palcos de uma guerra terrível? Os pesadelos ainda os atormentavam e questionavam se voltar àquele ambiente os atiçariam ainda mais.

A carruagem parou e esqueceram todos os pensamentos por aquele minuto. Hogwarts erguia-se majestosa à frente, nem parecia ter tido boa parte de sua estrutura destruída, estava igual ao que sempre foi. Ao entrarem, demoraram-se no longo saguão de paredes de pedra, girando ao redor de si mesmos, tudo exatamente no mesmo lugar. Exceto por uma nova escadaria de mármore no canto, ela não existia antes, levava para algum lugar novo. Entreolharam-se, é claro que queriam descobrir o que era, porém barraram-se, pelo menos dessa vez não queriam se atrasar para o jantar.

Correram, era última vez que poderiam ver o jantar de abertura.

E foi ali em frente às portas.

O nervosismo, as preocupações e o medo que enchiam suas cabeças até agora, se dissipou quando viram o teto igual ao céu do Grande Salão, seus colegas sentados nas mesas de suas casas, e os professores atrás da mesa no altar.

Harry olhou para os amigos como se soubesse que os dois também sentiram o mesmo que ele antes, sorriu e balançou a cabeça como se dissesse para esquecer.

– É bom estar de volta.

Hogwarts era sua casa. Foi onde cresceram, o lugar que descobriram sobre si, onde acertaram e erraram, e onde tornaram-se amigos. Viveram uma vida naquele lugar. Ela era muito mais que as lembranças de uma Guerra.

Uma salva de palmas cortou o Salão, Harry, Rony e Hermione procuraram, atrapalhados, o que acontecia, foram entender, então, que era para eles. Assoviavam e gritavam seus nomes em uníssono. Até os professores e, a nova diretora, McGonagall participaram. Depois de um tempo, a diretora pediu silêncio e os três conseguiram sentar-se a mesa da Grifinória.

Os alunos do primeiro ano chegaram, enfileirados, ao verem o cômodo os rostos deslumbraram-se, apontando os dedos para tudo, um garotinho chamava os colegas mais próximos para examinarem o teto.

O professor, que agora era vice-diretor, Flitwick, colocou o banquinho de quatro pernas diante dos alunos e já estava com o velho Chapéu Seletor em uma das mãos, na outra segurava a lista de nomes. Colocou o chapéu no banquinho e no mesmo instante um rasgo se formou como uma boca. A música de abertura tocou.

Na mesa da Grifinória, Rony mexia os lábios cantando sem emitir som a canção animada do chapéu. Harry observava compreensivo, as crianças nervosas na fileira, lembrando-se de sua seleção.

A cantoria terminou, e o Flitwick desdobrou a lista, chamando o primeiro nome:

– Philip Button – um menino magricela loiro saiu da fileira, mexendo as mãos sem parar. Sentou-se no banco e o chapéu foi posto sobre sua cabeça. Demoraram-se poucos segundos antes do anúncio:

– Grifinória! – e a mesa explodiu em aplausos. O menino saiu correndo com um sorriso de rasgar os lábios, esquecendo-se de tirar o chapéu, que voou de sua cabeça e caiu no chão.

– Ei! – gritou o pedaço de pano encardido, Philip voltou e o pegou, devolvendo-o para o vice-diretor. Ao chegar à mesa de sua casa, arregalou os olhos as ver o trio de ouro, que mesmo já acostumados ainda se envergonhavam com a atenção que tinham, Harry acenou para ele.

Tina Willson, Lufa Lufa. Carter Verdan, Corvinal. John Patrell, Grifinória.

– Edgar Bones – o menino fez a mesma coisa que os outros. Dessa vez o chapéu seletor demorou um pouco mais, por fim decidiu:

– Sonserina! – a boca do jovem se formou em um “O” perfeito, saiu do banquinho com a cabeça baixa, pouco se importando com os aplausos, bem menos eufóricos da Sonserina. Se prestassem atenção em seus lábios era possível ver Edgar sibilando vários “nãos”. Quando chegou a mesa da Sonserina desatou a chorar, Flitwick e Minerva se entreolharam apreensivos. Blásio Zabini sentou-se ao lado dele, consolando-o, talvez.

A verdade é que ninguém queria pertencer a Sonserina, pelo menos, não mais. Foi a Casa de Voldemort e da maioria dos comensais. Aquelas crianças tinham medo da maldade, de serem más.

O vice-diretor pigarreou, chamando a atenção dos alunos para ele novamente e recomeçando a seleção.

Mais alguns nomes foram para a Sonserina, esses não pareciam tão mais animados quanto Edgar. Por fim quando o último nome foi selecionado, McGonagall levantou-se, para o discurso:

– Boa noite, alunos, sejam bem-vindos! É com muito orgulho que eu e todos os professores podemos dizer que Hogwarts está reaberta! – dito isso as chamas das velas aumentaram, iluminando ainda mais o Salão, como fogos de artifício. O semblante de McGonagall tornou-se mais duro e ela discursava parando seu olhar em certos pontos – Passamos por tempos terríveis, nem nossa escola salvou-se da Guerra, e não poderíamos iniciar um novo ano sem nos esquecer disso. Onde estão agora também foi o palco de uma batalha! Lutamos contra o mal, contra o que acreditamos ser mentira e vencemos, porém infelizmente perdemos amigos e parentes.

O silêncio predominou. Sabia-se o que se passava na cabeça de cada um daquela sala, o medo, a dor, a perda, tantos sentimentos ruins, podiam ouvir o barulho da batalha, os gritos, os feitiços, paredes desmoronando...

A morte também. É possível ouvi-la.

– Porém eu gostaria de ressaltar que Hogwarts, como disse nosso antigo diretor Dumbledore, é nosso lar e sempre terá as portas abertas para vocês, para apoiar, ajudar e perdoar – ela olhou para a mesa da Sonserina, que tinha alguns alunos faltando, mais precisamente, ela olhou para Draco Malfoy.

– A quem merecer – Harry sussurrou mais para si do que para os outros a seu redor.

– O que disse, Harry? – perguntou Hermione que estava muito atenta ao discurso, concordando com a cabeça sobre o que Minerva dizia.

– Dumbledore disse que Hogwarts sempre ajudará quem merecer – ressaltou.

– Ela mudou a frase por causa do Malfoy, acham mesmo que ele merecia estar aqui? Já devia estar preso, aquele filho de gárgula, me...

– Chega, Rony – Hermione cortou-o – Foi o que o Ministério determinou, ignore-o, de nada vai adiantar uma briguinha infantil.

– ... desejo que tenhamos um incrível ano letivo! Vamos comer! – finalizou, batendo palmas, então a comida apareceu.

Riram e reencontraram os velhos amigos naquela noite, até mesmo com os quadros e os fantasmas conversaram, deram-se conta de como sentiram falta daquilo tudo. Ao se deitarem em suas antigas camas, os pesadelos não vieram.

Por enquanto.


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Notas finais do capítulo

Finalmente nosso trio deu as caras! O que acharam?
Ficamos muito felizes com os comentários do capítulo passado, e que o sistema de fazer perguntinhas de certo, por isso hoje tem mais:
1 - Além de Harry Potter, que outras sagas vocês gostam? 2 - Se lembra do primeiro livro que leu, se sim, qual foi? 3 - Que livro você está lendo no momento? 4 - Qual seu livro favorito? E Por quê?
Falem para nós o que estão achando, se tiverem alguma crítica ou sugestão, podem falar! E fantasminhas... sei que os Winchester são um sonho, mas para vocês eles serão um pesadelo! (Buaaahaaa) Venham, falem, manifestem-se!
Próximo capítulo um tanto especial... algum chute?
Mais uma coisinha, começarei a usar o twitter, uma outra forma de falar com vocês (é muito amor) Me sigam lá e a Lorde também:
@MajudeFreitas e @JujubaDeCupcake
Talvez eu (per)siga vocês Hehehe
Beijos, até mais!