Tenebris escrita por Maju


Capítulo 21
Capítulo XX


Notas iniciais do capítulo

Olá! Não, eu não abandonei a história. Nem sei como começo a me desculpar pela demora, acho que esse foi o maior atraso que já tive. Me desculpem. Estou passando por um série de problemas que vou explicar nas notas finais para não me estender por aqui.
Esse capítulo é do Presente, se não se lembram: Rony está no hospital, todos os Weasley sabem o que está acontecendo, sobre Bellatrix e Malfoy. Mundungo Fletcher apareceu no Quartel dizendo que Bellatrix queria um vira-tempo.
Boa leitura, desculpem se houver algum erro, eu o revisei apenas uma vez.



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Mundungo Fletcher tinha o par de olhos grandes mirados nos aurores de semblantes em choque. Uma mulher, na extremidade do circulo em volta do homenzinho, levantou-se de sua cadeira e saiu pela porta como um foguete, cortando a estática que se instaurara na sala do quartel general. E logo outros a acompanharam, passando pelo corredor e batendo a porta de suas salas.  Alguns ficaram, esperando uma ordem de Guilden ou a continuação de Fletcher.

Antes que continuassem, Guilden foi chamado por um auror com uma expressão nervosa para o lado de fora.  

— O que você disse a ela? – perguntou Harry ainda sentindo a face queimar de surpresa – Sobre o vira-tempo?

— Nada. São raras essas peças, não vejo uma há décadas. Até passei um mês na Escócia, anos atrás, a procura de alguns exemplares, mas sabe como é. Rumores. – Ele rolou os olhos cruzando os braços contra o peito – Só é possível encontrá-las pelos próprios fabricantes, na maioria das vezes, eles não são muito... comerciantes, não vendem os colares.

— Sabe quem são fabricantes? – indagou o menino novamente, mas qualquer um que tivesse feito a menção de responder foi cortado pela porta que se abriu em um baque surdo, fazendo todas as cabeças se voltarem para Guilden.

— Ela já os encontrou. Pouco antes de Fletcher aparecer, recebemos o comunicado que uma mansão bruxa havia sido atacada. Acabo de saber as identidades. Lexei e Marla Satturnus estão mortos.

Os aurores ao redor de Harry exclamaram e o menino nem precisou perguntar para saber que Guilden se referia à família de fabricantes. O coração acelerou em seu peito.

O chefe dos aurores lançou um olhar de soslaio para o pequeno informante que apenas observava a cena sem demonstrar expressão, Guilden não confiava nele e não daria as poucas informações que tinham de mão beijada.

— O que foi? Ainda desconfiado de mim, Romulus Guilden? Acho que já provei que quero Bellatrix fora do caminho tanto quanto vocês.

Os ouvidos de Harry estranharam o primeiro nome do auror, ninguém nunca o chamava pelo primeiro nome, Fletcher estava pedindo para apanhar. Ignorando o vendedor, voltou-se se concentrar no assunto.

— A propriedade foi atacada ontem à noite. A família é grande, está espalhada pela Europa e pela América. Marla e Lexei eram os mais próximos de nossa região.

— Lestrange se adiantou – Harry bateu o punho na mesa – Ela descobriu sobre a família, se eles estão mortos... Ela já deve ter achado o que queria.

Guilden balançou a cabeça em negativa, pensativo.

— Talvez não. Não foram todos os que se envolveram com a arte de mexer com o tempo, exceto... Darius Satturnus e seu irmão que morreu em 1856. Bellatrix não foi a traz deles para conseguir um vira-tempo, ela queria saber onde Darius está.

— Acha que eles deram a localização?

— Bem, se não deram, logo ela irá encontrá-lo. Já mandei fazerem a busca.

O Ministro levantou-se da cadeira fazendo todos desviarem a atenção para ele:

— Se Satturnus estiver fazendo mais uma de suas viagens pelo tempo não será fácil encontrá-lo... Preciso ir ao Ministério para tomar providências – decidiu o Ministro – Continuem as buscas por Draco Malfoy e Bellatrix. Temos que pará-los antes que algo terrível aconteça, se Lestrange conseguir um passe livre para uma viagem no tempo... Por Merlin, o que ela poderá fazer com o curso da história...

 Assim, fazendo um arrepio temeroso percorrer pelos corpos de todos os presentes, Shakelbolt desaparatou do Quartel.

Harry mal pôde piscar e Guilden já havia deixado a sala novamente, cruzando a porta a passos largos, o menino adiantou-se correndo até ele e deixando outros aurores cuidarem de Mundungo.

— Hermione tem um vira-tempo. E, agora ela está desaparecida... Se Bellatrix está procurando pelo fabricante quer dizer que ela não conseguiu o colar de Hermione, não é? Então Lestrange não está mesmo com ela... – ponderou ele taciturno ao lado do homem, eles passavam por aurores correndo de um lado para o outro, aparatando e desaparatando, papéis voavam por todos os cantos, o som da correria abafava-se entre os dois.

— Eu não sei, Potter. Mas posso dizer que Bellatrix parece um tanto desesperada, ela baixou a guarda dessa vez, sair das sombras tão de repente? E logo para Mundungo Fletcher?

O grifinório considerou a reflexão do homem mais velho, de fato, ele tinha razão. Mas o que acontecera para a assassina se desesperar? Algo em seus planos, fosse qual fosse, podia ter saído de controle.

Não havia, ironicamente, tempo. Enquanto percorriam todo o Quartel, aurores tentavam reunir informações úteis para encontrar o fabricante de vira-tempos, Guilden gritava ordens e Harry sentia-se           inútil por não poder fazer nada além de esperar.

Meia hora depois, Jack Hilson materializou-se correndo até ele e Guilden, uma carta balançava em suas mãos.

— Senhor! – chamou, fazendo-os parar de caminhar – Aquela casa pertencente à Darius em Plymouth, acabaram de encontrá-la.

— O que acharam?

— Sinais de arrombamento – O auror fez uma pausa para recuperar o fôlego, estufando o peito – Uma janela quebrada, móveis desarrumados e sangue fresco.

— Não encontraram Darius? Nem o corpo?

— Não – respondeu afilando os lábios. O homem grisalho soltou um suspiro desanimado, passando as mãos pelo rosto. 

— Lestrange pode tê-lo levando – sugeriu Harry com a cabeça trabalhando mais rápido que um pomo de ouro solto, os dois homens voltaram-se para ele, apreensivos – Se ela precisa tanto viajar no tempo não desperdiçaria o homem que trabalhou com isso a vida toda. Não seria a primeira vez que comensal sequestra alguém.  

— Tem razão – concordou Jack – Mas se não sabemos onde ela e Malfoy estão, como vamos saber onde Darius está?

— Vamos falar com alguém que a conheça, que saiba o que se passa naquela cabeça. Alguém próximo o bastante de Bellatrix – disse Guilden voltando a caminhar.

*

Um auror muito alto e com braços com a largura do tamanho da cabeça de Harry puxou o prisioneiro pelas amarras mágicas que prendiam seus punhos, este tinha uma barba espessa e suja e olhos opacos. Os cabelos eram ralos na frente, vítimas de um problema de calvície.

Assim que viu Harry, Rodolfo Lestrange parou, os olhos arregalavam-se e piscavam como se visse uma miragem.

Os dois dementadores, que assombravam a porta da pequena sala de interrogatório, mexeram-se em advertimento. Qualquer movimento ou gracinha e ele sofreria consequências nada agradáveis. O ex-comensal sentou-se na cadeira bamba de frente para Harry e Guilden com um olhar nervoso de soslaio para os dois seres.

O menino obrigou-se a impedir que uma careta se formasse quando o cheiro pútrido exalado pelo assassino invadiu suas narinas.

Estavam de volta a Azkaban.

— Rodolfo Lestrange, temos perguntas para você – começou o chefe dos aurores, o prisioneiro entortou a cabeça para ele com os olhos semicerrados.

— Você estava no meu julgamento, não estava? Ah, sim. Romulus Guilden. Pensei que as perguntas já tivessem acabado para mim, minha sentença já foi feita, não é?  Perpétua nesta singela construção. Que dia é hoje? É difícil controlar o tempo aqui... É meu aniversário? Você me trouxe de presente... – Rodolfo virou o rosto, um sorriso amarelado surgiu em sua face – Harry Potter.

Harry sustentou o olhar de Rodolfo tentando, miseravelmente, manter-se neutro ao assassino. As entranhas dentro dele pegavam fogo, frente a frente com o homem que causara tanto mal a pessoas boas.

— Desta vez temos perguntas sobre sua esposa, Bellatrix Lestrange.

— Bellatrix está morta – disse, distraído, enquanto erguia a mão na direção da testa de Harry, tentando tocar sua cicatriz. O grifinório retesou-se com as narinas infladas, piscando novamente, o homem recolheu a mão antes de se aproximar muito.

— Tem algo acontecendo, Rodolfo. Você sabe. A baderna que aconteceu aqui semanas atrás... Não se faça de sonso – Guilden murmurou provocativo – Queremos saber algumas coisas sobre ela.

— Baderna? Somos todos loucos aqui, cercados dessas criaturas tão amigáveis, me surpreende se importarem com uma coisa dessas. Mas se está com o Eleito deve ser algo mais do que uma maluquice em cadeia – Terminada a sentença, uma repentina gargalhada escapou de sua garganta, um calafrio percorreu o pescoço de Harry enquanto a ouvia, surpreso. – Em cadeia, entenderam? Quanta falta de humor. Vocês me jogaram aqui e agora esperam que eu os ajude? Não a nada a ser explicado... Talvez, se eu ganhasse algo em troca...

— É claro que sim – disse o auror em sarcasmo – Podemos negociar os termos, o que acha? – sugeriu. Outro sorriso se abriu entre os lábios rachados do ex-comensal.

Em seguida, num movimento planejado sem Harry saber, Guilden escorou-se em cima da mesa, agarrando o maxilar do homem, os dementadores voaram até o grupo de imediato, sobrevoando um pouco acima de suas cabeças, sugando-os, tão ágeis que o menino só conseguiu captar um borrão escuro. Harry impulsionou, em rompente, sua cadeira para longe dos seres encapuzados, reprimindo a vontade de pegar a varinha.

 Antes de chegarem a Azkaban, o chefe dos aurores, não o avisara sobre seu plano, mas ele já devia ter imaginado que o outro não ficaria perdendo tempo com o assassino. 

A fraqueza e o terror das criaturas perto o bastante para sentir o resto de felicidade esvaindo-se por seus poros, impediram que Rodolfo se desvencilhasse da poção que o auror pingava em sua boca aberta. Após três gotas, Guilden largou-o, voltando a se sentar, e Rodolfo caiu esparramado em sua cadeira, o rosto havia ficado ainda mais pálido, perdera qualquer expressão, como se estivesse em transe. Os dementadores voltaram a seus postos, espreitando-os.

Harry exasperou antes de voltar ao seu lugar, concentrando-se em um ponto acima do ombro do prisioneiro, limpou as mãos úmidas na calça jeans. Odiava o efeito que aquelas criaturas tinham sobre ele. Viu o auror guardar o frasco no bolso, ele a reconhecia.

Poção da Verdade.  

 - Você sabia que ela estava viva? Bellatrix – questionou o outro como se nada tivesse acontecido. Rodolfo acenou com a cabeça devagar e sistematicamente, Harry pensou que ele não fosse parar.

— Alguns de nós suspeitávamos, poucos, é claro. A maioria aqui mal existe. Mas notícias circulam aqui também e sonhos... – disse num tom entorpecido.

— Sabe o que ela quer? – Harry saiu do silêncio, finalmente.

— Não. Não ainda. Talvez ela venha nos buscar, talvez não. A maioria de nós está morta ou louca, não há muitos... prós. Nunca se sabe o que esperar dela.

— Bem, vocês conviveram o bastante para saber alguns truques de sua esposa. Queremos saber onde Bellatrix esconderia alguém, uma pessoa valiosa. 

 Rodolfo piscou, arqueando as sobrancelhas.

— Tantos lugares... Porém a maioria foi descoberta por vocês – Ele fechou os olhos, balançando a cabeça de um lado para o outro, como o pêndulo de um relógio – Há um galpão em Little Norton, minha família usou-o por um tempo para esconder objetos valiosos e dinheiro. E a casa de veraneio da família Black, acho que o nome já é autoexplicativo.

— São os lugares que ela pode ter escondido?

— Os mais prováveis. Talvez sim... Talvez não...

— Onde fica essa casa dos Black? – Harry não se lembrava dela ou de qualquer menção esnobe de Draco a ela, de qualquer forma, além de Satturnus, ele poderia encontrar mais pistas sobre quem era aquele que se passava pelo jovem Malfoy.

O ex-comensal continuava a mexer a cabeça de um lado para o outro, com os olhos abertos, porém distantes. Assumiu um tom avoado, como se houvesse se perdido em sua própria cabeça, murmurava palavras como se tivesse decorado-as:

— Bellatrix sempre foi muito ardilosa, arrogante desde pequena. Nos conhecíamos antes de Hogwarts em jantares da alta sociedade bruxa, gostava de quebrar os brinquedos das outras crianças só para vê-las chorar... Acabamos sendo empurrados um para o outro, para manter as aparências e sangue legítimo, valia a pena, acreditávamos naquilo. Mas ela nunca me amou. Até que nos divertimos, torturando, seguindo ordens, vendo a vitória... Compartilhávamos a paixão pelos mesmos interesses, não um pelo outro. Na época em que assumiu meu sobrenome a única coisa que ela amava era Voldemort e a causa. Donos de toda sua lealdade.

— O endereço, Lestrange.

— Queriam que Narcisa se unisse a meu irmão, Rabastan, porém Lucio Malfoy fora mais rápido, conquistou-a em seu sexto ano em Hogwarts, lembro-me dos dois de mãos dadas pelos corredores, ele gostava de exibi-la. Não eram devotos como nós éramos, ah não... Ela nem tinha a Marca Negra...

— Lestrange!

Rodolfo piscou, endireitando a cabeça, abriu um sorriso mostrando os dentes sujos e os lábios rachados.

— Ao sul do país, em New Forest, num rico vilarejo bruxo. Por que está tão preocupado, Romulus? – murmurou ele, e um segundo antes do auror respondê-lo, ele bateu os punhos amarrados na mesa, assustando-os.

— Harry Potter está aqui! O Eleito! Ele vai salvá-lo! Ele é Harry Potter, Harry Potter!

 Guilden acenou para que os dementadores levassem Rodolfo de volta a sua cela, as mãos ossudas e cinzas agarraram os ombros do homem, arrastando-o até a saída enquanto o assassino gargalhava e gesticulava na direção de Harry, os olhos arregalados como se o devorassem.

*

Mato alto há muito tempo sem ser aparado rodeava a casa a qual Harry tinha seus olhos atentos. A tinta nas paredes e nas batentes das janelas descascava e o ferro das grades das sacadas havia sido corroído, mesmo assim, a construção ainda exalava a prepotência de seus antigos donos.  

Após deixarem a prisão, os poucos aurores que ainda não tinham saído à procura de Bellatrix, foram apressadamente divididos para ir aos dois locais que Rodolfo mencionara. Harry ficara com a casa dos Black, acompanhado de Hilson e Savage.

— Lugarzinho difícil de achar, hein? – comentou Savage erguendo o pescoço para observar melhor a casa e quebrando o silêncio que havia se instaurado assim que puseram os pés na propriedade – Tem um bosque ali atrás, vou dar uma olhada.

Harry concordou e o auror desapareceu atrás da casa onde se podia ver uma vegetação mais densa despontar. Então se encaminhou a passos cuidadosos para a porta da frente, Hilson apontava a varinha para as janelas, não sabiam se a assassina poderia estar lá, esperando para atacar. Não havia som algum advindo da casa, mas o silêncio era ainda mais inquietante.

Harry encostou-se ao lado da batente com a varinha já em posição, Jack explodiu a fechadura e a porta abriu-se num solavanco, viraram-se para a entrada de súbito, esperando algum ataque. Porém apenas a poeira os recebeu. O garoto virou a cabeça de um lado para o outro, o cômodo recém-iluminado estava vazio.

Talvez Bellatrix tivesse escolhido outro lugar para esconder Darius. O coração acelerou-se ao pensar na possibilidade de não achá-los a tempo de deter a assassina.

 No primeiro passo que deram para dentro um jato frio atingiu-os.

— Ah-h mer-da, isso é...

— Fei-tiço da língua-presa – anunciou o grifinório com a fala enrolada, sua língua parecia dormente. Parou de andar, devia haver mais azarações além daquela para mantê-los afastados, o que na verdade, era um bom sinal. Alguém não queria que eles se aproximassem.

O hall de entrada era um corredor que levava para a cozinha nos fundos e uma sala do lado oposto. Harry viu fotos em retratos numa mesa que decorava o corredor, os integrantes da família Black, mas Sirius não estava lá, nem Regulus. Os sorrisos congelados de vários assassinos juntos, felizes ou ao menos fingindo, fizeram seu estômago revirar.

Com uma atenção desconfiada a cada vez que se moviam, os dois prosseguiram com as varinhas em punho. Ao que parecia, estavam sozinhos, Lestrange não esperaria tanto tempo para atacá-los.

 Na entrada de uma grande sala de visitas, com sofás empoeirados e móveis de madeira maciça, havia uma escada que levava ao andar de cima e outra, menor, que levava ao andar de baixo. 

Apontou para cima para indicar que Jack subisse aos outros andares, o auror assentiu e fez o que Harry pediu. Enquanto isso, ele ficaria com o andar debaixo.   

O interior era escuro e não havia corrimão, acendeu a varinha esperando algum feitiço, mas ninguém surgiu na escuridão. Deu um passo de cada vez, no quarto, o degrau se moveu, afundando, e um jato esverdeado lançado de algum lugar lá embaixo o atingiu.

Os pés não saíram do lugar quando ele tentou movê-los. Azaração do Pé Preso. Estava chegando perto de algo, o que o animava e o deixava nervoso ao mesmo tempo. Aproximou a varinha das pernas enrijecidas e conjurou o contra-feitiço.

Desceu o resto dos degraus rapidamente, o som de seus pés retumbava por toda a escada, conseguiu desviar-se de mais duas azarações antes de chegar ao que parecia ser um porão, objetos estavam guardados em estantes e em caixas de vidro, parecia um pedaço estendido da Borgin & Burkes com utensílios duvidosos e malignos. Levou o feixe de luz pelos cantos, mas não havia ninguém lá.

Ninguém visível.

Homenum Revelio— disse lembrando-se do feitiço para revelar presença humana e no mesmo instante, uma prateleira no extremo da parede foi empurrada para o lado, com o sangue correndo quente em suas veias, Harry levou a luz da varinha até o lugar exposto, revelando um gradeado na parede.

Uma cela.

Darius Satturnus, ou pelo menos ele achava que era, sacudia-se, grunhindo em desespero, os lábios estavam grudado um ao outro, os punhos e tornozelos amarrados por correntes mágicas, havia uma porção de relógios em seus braços, todos arranhados e quebrados. Harry estourou fechadura e retirou as amarras do homem, ajudando-o a se levantar.

Sonorus.

— Obrigada, Harry Potter, obrigada! – disse ele assim que o garoto trouxera sua voz de volta, agarrando suas roupas, em pânico. Harry, tão atônito, pouco deu atenção aos agradecimentos, sua cabeça só estava ocupada com um pensamento.

— Onde Bellatrix está? – perguntou segurando os ombros do homem para que se concentrasse nele. Os olhos de Satturnus se arregalaram, ele apertou ainda mais forte aos roupas do grifinório.

 – Eu sinto muito... – confessou exasperado, mal respirava para falar – Ela me obrigou a dizer! Disse que mataria meus filhos! Perdoe-me, Harry Potter.

Um calafrio percorreu a espinha do menino temendo já saber sobre o que o velho falava. Tinha chegado tarde demais.  

— O que você disse a ela?

— A localização! Como ela poderia viajar no tempo! Ela já se foi! – O homem gritava com as mãos no rosto.

— O vira-tempo! Por que ela o queria? – indagou, o peito subia e descia em descompasso.

 - Não! Não um vira-tempo, pior, muito pior! Disse a ela sobre a Terra!  

Harry não entendia o que ele dizia e estava tão concentrado em tentar saber onde ela estava que deu pouca atenção àquilo.

— Sabe para qual tempo ela foi?

— Impossível saber, Aedes Temperium pode te levar a qualquer lugar, como o vento carrega a areia... E, há outra coisa... O garoto... – Ele parou arregalando os olhos, Harry arfou com a interrupção e, então, subitamente, Satturnus agarrou a cabeça e começou a gritar.  


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi para explicar como Bellatrix conseguiu ir até o passado e explorar um pouco das relações dela, no caso, com Rodolfo. O que vocês acharam disso? Gostaram?
A partir de agora eu acredito que haverá menos capítulos do presente, o próximo desse tempo explicará algumas pontas que ainda ficaram soltas, como o que Gina queria falar para Harry e o que aconteceu com Satturnus.
Vou explicar minha demora: Minha vida está a maior bagunça, a escola está tomando todo meu tempo e me desgastando, além de problemas pessoais, e eu venho tendo alguns problemas emocionais. Mas quero que saibam que estou tentando me organizar ao máximo para ter algum tempo para escrever e que EU NUNCA VOU ABANDONAR ESTA HISTÓRIA.
Então não se preocupem se eu demorar um pouco além (o que eu pretendo que não aconteça de novo, mas nunca se sabe)

Vamos as perguntas:
1- O que vocês acham de um one sobre a família Black? Mais precisamente sobre as três irmãs e quem sabe uma aparição do Sirius?
2- Como era a relação de Bellatrix e Rodolfo para vocês? Havia algum amor ali?
3- NÓS CHEGAMOS AOS 200 COMENTÁRIOS! PULEM COMIGO! MUUUUITO OBRIGADA! Isso quer dizer que teremos uma one sobre o ritual da marca negra do Draco, mas estou pensando em postar como uma história mesmo e não como um capítulo, pois acho que cortaria um pouco da linha da história? Mas o que vocês acham? Tenho medo de que não leiam se eu fizer assim.
Me desculpem novamente.
Beijos, agradeço a cada um de vocês por fazerem meus dias muito mais alegres!