Tenebris escrita por Maju


Capítulo 1
Prólogo




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Sibila Trelawney pensou que sairia de seu pesadelo assim que acordasse, mas estava enganada. Com a visão turva ela esfregou os olhos e os flashes apareceram.

O globo estava lá. Aquele globo. Seus cacos estavam espalhados pelo chão e refletiam as prateleiras do Departamento de Mistérios, carregadas com suas profecias insignificantes comparado ao que estava por vir. Começou com um e mais um, até que todos os cacos se movimentavam, uma áurea os rodeava tão azul quanto a outra que esteve lá. Juntou-os novamente, ele brilhava, chamando-a.

Trelawney levantou-se com as pernas bambas, precisava encontrá-lo.

(...)

Os aurores fecharam sua passagem assim que ela fez menção de entrar no Departamento.

- A entrada não é permitida a nenhum visitante – afirmou áspero o mais alto – Retire-se, por favor.

Ela ajeitou os óculos no nariz e encarou os dois homens, decidida como nunca esteve antes.

- Sou tetraneta de Cassandra Trelawney, preciso ver a sala das profecias! – dilatou os olhos e balançou os pingentes do casaco – Há algo acontecendo! – os homens trocaram olhares, não poderiam deixá-la entrar, mas preferiam isso a serem os responsáveis por causar problemas para o futuro, afastaram-se, e Sibila atravessou o longo corredor.

A primeira sala era circular inteiramente negra incluindo as portas e o teto, as velas que a iluminavam emanavam luzes azuis frias e brilhantes fazendo parecer que havia água negra no piso. Um sopro mexeu as chamas, cortante, ela se dirigiu a porta de onde havia saído a corrente, visitara o Departamento algumas vezes quando mais jovem, mas nunca o sentira tão gélido. Passou rapidamente pela Sala dos Cérebros, ignorando-os.

Seus passos ecoavam naquele labirinto acompanhando as batidas do coração acelerado. Dirigiu-se a terceira sala com a aparência de um anfiteatro e com a velha passagem em arco, coberta por uma cortina de véu negro, mas não tinha tempo a perder com a sala onde Sirius Black morreu. Estava impaciente com tantas passagens, mas sabia que após a Sala do Tempo encontraria o que queria.

A claridade feriu-lhe os olhos, a primeira com iluminação, uma benção para acalmá-la... se os relógios não começassem a girar ao contrário produzindo sons desconexos, os ponteiros corriam anti-horário e o barulho das engrenagens rangendo vinha de todos os lados. Relógios de pêndulo, de bolso e relógios de cuco... tantas formas de medir o tempo, como se pudessem controlá-lo. Tic Tac.Tic Tac. Correu até a próxima porta, porém estava trancada. Quando a tortura não parecia ter mais fim, o sino tocou e calou todos os relógios. Sibila olhou ao redor e cada um daqueles objetos mostrava o mesmo horário. 00:07.

Forçou a maçaneta descontroladamente e ela se abriu, mostrando o corredor extenso, de paredes altas e negras lotadas de diversas prateleiras com incontáveis globos, mas apenas um deles brilhava com intensidade, andou lentamente até ele com medo de descobrir o que o futuro aguardava, e conforme o espaço entre a mulher magricela e aquela esfera azul diminuía mais Sibila podia sentir a energia, o poder que nele havia. Tocou-o e a voz sussurrou-lhe a profecia... Ouviu-a com atenção, cada palavra cravava-se em sua mente, as prateleiras rangiam, o horror era tanto que ao retirar as mãos ossudas da superfície do globo e cessar aquela voz maldita, Sibila não percebeu quando tudo, cada profecia, caia sobre ela.

Mas a profecia não morreu com Sibila Trelawney. O pandemônio estava dentro do globo, o único que não havia se quebrado.


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Notas finais do capítulo

Podem começar a juntar as peças.