Running With You escrita por SweetMeri


Capítulo 8
Now we're free to fly




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POV MAXON

Eu estava pronto. Quer dizer, estava pronto pra montar num cavalo e fugir dos meus problemas, me sentindo um completo idiota covarde. Mas não, eu não estava pronto pra deixá-la. Quando a vi chorando naquele quarto, pensei que fosse morrer. Eu a quero muito do meu lado, mas...não posso tirá-la de sua vida e levá-la para viver fugindo, em perigo, sem um lugar onde ficar, sem ver a família. Eu podia ficar sem ver a minha, mas a família dela era muito importante para ela. America merecia uma vida melhor, e eu tinha que deixá-la perceber isso sozinha. Não podia ser egoísta, tinha que me preocupar com ela.
Já estava vestido com o uniforme do soldado Leger, que me ajudara. Eu confiava nele, depois do incidente com os rebeldes. O fiz prometer que voltaria pra sua província e cuidaria dela. Droga. Preciso parar de pensar em America.
Percebi que estava um pouco atrasado e corri para a floresta, com muita dificuldade por causa dos ferimentos. Percebi que nunca mais me humilharia dessa forma, não apanharia, e sorri. Alguns guardas olharam de relance, mas apenas andei como o combinado, sem levantar suspeitas, de cabeça baixa.
O cavalo estaria esperando do lado de fora do muro comprometido, e eu sairia de vez. Estava nervoso e repassava o plano na cabeça, enquanto adentrava a floresta, com muita dor. E depois? Não sei. Não tive tempo de pensar pra onde ia ou o que faria. A única coisa que insistia em me distrair era America, que não saía da minha cabeça. Droga, de novo. Por que tinha que ser tão linda e engraçada? Tão forte e corajosa? Tão...Exclusivamente America? Ah, como sou patético. Ainda nem havia agradecido a ela por ter me defendido. Mas eu me jurei que voltaria a vê-la.
Logo que passei pelo muro, me deparei com um soldado em cima do cavalo. AH MEU DEUS. Tinha a faixa que apenas Leger usava...o que ele estava fazendo ali??? O QUE DEU ERRADO??? Entrei em pânico e corri em disparada na direção do cavalo. Ao chegar perto dele( que estava de costas e cabeça baixa), logo disparei:
– O QUE FOI??? O QUE ACONTECEU?! FALE LOGO, ESTÁ ME DEIXANDO NER...
Ele virou a cabeça. Não. ELA virou a cabeça. CÉUS. Ela me olhava com determinação e desafio. Até um pouco assustada, talvez.
– AMERICA...MAS O QUE...?! - Começamos a ouvir barulhos vindos de dentro dos portões. Podiam ter DESCOBERTO. Ou não. Ou sim. DROGA, DE NOVO.
– E aí? Você vem?!
– Por favor, não me faça te tirar daí...
– MAXON!!! - Os barulhos ficaram mais próximos. Se nos pegassem e nos levassem pro meu pai, já era. DROGA.
Com repulsa de mim mesmo por ser tão fraco, e dificuldades pra mover meu corpo, subi no maldito cavalo. Ela soltou um rápido sorriso e então pegamos velocidade, indo pelo caminho mais estreito e escondido, em silêncio. Não sabíamos o que dizer.
No começo, ela se desequilibrou um pouco, por causa do balanço. Então, segurei sua cintura, firme, para que não caísse. Ajudei para que desviasse de vários galhos que passavam perto de sua cabeça, até o caminho melhorar.
Então, a estrada se abriu um pouco, ficando mais fresca, com um incrível vento, sem tantas árvores. Fechei os olhos. Senti algo muito poderoso, que nunca havia sentido. Era...era...LIBERDADE.
Depois de um tempo na estrada, lembrei de que ela não...podia ir. Me preocupei. "Lembre-se da segurança dela, Maxon. É da America que estamos falando." Meu subconsciente avisou.
– Pare, por favor. - Quebrei o silêncio.
– Maxon...
– Por favor. - Ela parou.
America desceu primeiro e logo em seguida me ajudou, sem conseguir olhar nos meus olhos.
– Eu preciso que...faça algo por mim. Volte. Por favor, eu lhe imploro.
– NÃO!!! - lágrimas, outra vez. AH! Como eu odiava vê-la chorar...
– POR FAVOR ME ESCUTE! Eu não tenho um lugar pra te levar, não sei quanto tempo vou ficar, não sei os riscos que vou correr tanto de rebeldes como de guardas que começarão a me procurar...não sei o que vou comer, onde vou dormir. Não sei de nada! NADA! Mas estava tudo bem porque...porque era só eu. Tudo bem. Mas...America, acredite em mim! Eu não queria me separar de você, só pensava em você. Mas VOCÊ merece mais. Não posso deixar VOCÊ passar necessidade. Não posso te ver passando fome. NÃO!!! Eu posso. VOCÊ não. - Coloquei as mãos em seus ombros, tentando segurar as lágrimas.
– Não. NÃO!!! Você tem...tem os seus braços fortes que me seguram, os olhos que me fazem sentir amada e desejada, a boca que me diz as coisas mais lindas do mundo e as coisas mais idiotas também, e o coração de ouro que só pensa nas minhas necessidades... Já basta. EU NÃO QUERO MAIS. Não quero comida, casa, NADA! NADA!!! VOCÊ JÁ É O SUFICIENTE!!! Essa é uma decisão MINHA!!! Eu decidi ficar. Eu decidi enfrentar o seu pai sabendo dos ricos. Eu decidi não ver você apanhar. Eu decidi te seguir até o final. Eu não quero que me dê nada...só não quero que me negue a sua presença. Terminei com o cara que eu amava por orgulho. Ele queria me dar demais, e se destruía porque não podia. Vocês não são tão diferentes assim. Na verdade, a única diferença é que você podia me dar e ele não. Não me faça sofrer pela mesmas razão. Eu não quero NADA.
Ela soluçava e chorava, enquanto eu ficava quieto. Ah, America. Pensei melhor. Ela tinha razão, estava certa. Eu não podia obrigá-la a voltar. Ela estava ali porque queria. Me senti muito especial por valer a pena pra ela. Me comovi com suas palavras. Ela se importava. America Singer se importa comigo. Não podia puni-la por tentar me ajudar.
Corri e a abracei com a força que me restava. Ela retribuiu, com cuidado como se eu fosse frágil. Nos afastamos e nos encaramos, de perto. Estávamos tão próximos que eu podia sentir sua respiração em meus lábios. Eu queria muito beijá-la. Dessa vez, ela olhou diferente, ao invés de se esquivar, se aproximou ainda mais, selando nossos lábios com um beijo rápido, mas cheio de sentimentos. Ah, como eu esperava por isso. Estávamos juntos nessa. Agora era minha vez: eu ia reconquistá-la. Nós tínhamos tempo. Bastante tempo.
Nos desgrudamos e decidimos voltar ao cavalo, caso alguém estivesse atrás de nós, tínhamos que correr. Dessa vez fui na frente, enquanto ela segurava firme em meu peito, recostando a cabeça em meu ombro, que já não doía tanto, e mexia em meu cabelo, enquanto eu abria um sorrisinho.
– Rindo por que? - Cochichou baixinho em meu ouvido.
– Da sua folga. Gostou do ombro? Bom, eu gostei do carinho... - Ela desencostou a cabeça rapidamente.
– Ei! Eu não disse que estava ruim...
– Não seja chato. - Ela cochichou ainda mais perto, encostando seus lábios no meu ouvido.
– Não me provoque. Não sabe do que eu sou capaz.
– Pra um garotinho que não sabia me dar nem uma travesseirada... - Ela passava os dedos por meu ombro.
– Sei fazer muitas outras coisas, minha querida. - Ela me olhou nos olhos, feroz.
E assim foi a manhã, que passou voando mais rápido que uma pena. Ah, já disse que adoro penas?


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