Running With You escrita por SweetMeri


Capítulo 7
The other part of my heart




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Eu tinha um plano. E tinha que dar certo, porque dessa vez não havia um plano B.
Fui em direção aos alojamentos dos soldados. Essa tarefa demorou um pouco, já que tive que andar devagar e silenciosamente pelo caminho mais escuro e menos cheio de guardas, para que não me pegassem. Executei a tarefa com sucesso, e finalmente cheguei bem na porta do alojamento que queria. Abri a porta com cuidado, observando se todos os soldados estavam dormindo. Eu não me reconhecia. Quando eu fora tão cuidadosa desse jeito?!
Chamei Aspen baixinho, que estava bem perto da porta. Como ele não levantou, me rastejei por entre as camas e o toquei, ainda sussurrando:
– Aspen! Acorda! É urgente...é a Meri...vamos! - Ele finalmente acordou e se espantou violentamente ao me ver ali. Fiz sinal de silêncio e apontei para a porta. Querendo ou não, podíamos falar apenas com olhares, função um pouco difícil para Maxon, que me conhece a pouco tempo.
Logos ao sairmos do quarto e nos enfiarmos no canto mais escondido e escuro que tinha, verificamos se não haviam guardas vigiando. Felizmente, apenas a família real dispunha de guardas a noite, o que facilitou nossa conversa:
– Meri!!! O que você pensa que...
– Aspen, eu não tenho tempo. Eu preciso de algo muito importante e preciso que me prometa que não vai negar... - Ele percebeu que eu estava abalada, e rapidamente respondeu:
– Qualquer coisa.
– Eu sei que vai ajudá-lo a fugir. Você é o único guarda que ele confia depois que saímos para ver os rebeldes nortistas. Eu quero...quero ir junto.
– Meri...ah, eu... - Ele me olhava, como se não devesse ou tivesse coragem de olhar pra mim.
– Aspen...por favor...eu preciso que entenda. Eu não estou escolhendo ele no seu lugar. Não estou fazendo escolha alguma. Mas depois que eu vi o que vi...depois do que passamos...acredite em mim. Vou estar mais segura do lado dele. Você disse que ia me ajudar. - Ele estava surpreso e havia tristeza em seu olhar. Ele me observou, receoso.
– Eu sei, eu sei. Ele me explicou e eu...eu entenderia se você quisesse ir também...mas...concordamos que o melhor pra sua segurança é ficar. Quer dizer, você vai voltar, segura... Eu prometi a ele que cuidaria "da garota da minha província".
– Aspen, mesmo que nós voltássemos, você já descobriu que o seu lugar é aqui. E eu já descobri que por enquanto, o lugar mais seguro pra mim é ao lado dele. Ele disse que não iria a lugar nenhum sem mim, e pretende quebrar a promessa. Por que não quebra a sua com ele e me ajuda a sair também?! - Eu comecei a chorar, baixinho, olhando em seus olhos. Ele me olhou hesitando, com pena e ainda mais tristeza.
– Meri, você sabe como eu não posso te negar nada, mas...ir embora...
– Ele precisa de mim. Você sabe que ele precisa. POR FAVOR, não me negue isso... - Aquela frase detonou ele, o lembrou de que queria me dar o mundo, mas tinha pouco. Esse pouco que tinha, não podia me negar. Me senti um lixo, extremamente mal por lembrar-lhe disso. Mas eu TINHA que ir. Ele me abraçou forte e derrubou lágrimas, enquanto acariciava meus cabelos.
– Eu te amo, America, e quero vê-la sorrindo, mesmo que longe de mim. Não te negarei. Se ir com ele te fará feliz e segura, tudo que me resta a fazer é ajudá-la. Nunca te negarei algo que esteja ao meu alcance...
– Aspen, eu não deixei de escolher você...
– Quero que me jure que vai voltar. Logo. Ou nunca te deixarei sair dos meus braços.
– Eu juro. Esse não é o nosso fim.
Ele me deu um beijo carinhoso, cheio de saudade, como se fosse o nosso último. Me cortava o coração ter que deixá-lo dessa forma, mas Maxon precisava de mim. E eu voltaria.
Então ele saiu do cantinho e trouxe sua roupa de guarda, que vesti enquanto ele virava de costas. Foi aí que saímos do esconderijo e fomos ao meu quarto, em absoluto silêncio.
Já dentro, eu me olhei no espelho. Estava completamente de uniforme, cabelos escondidos, pronta e certa do que faria.
Enquanto Aspen me esperava, peguei um pouco de dinheiro sem olhar, do pacote que Maxon deixara na mesinha. Então, puxei Aspen para mais um beijo e coloquei discretamente o dinheiro em seu bolso, sem ele perceber. Me senti suja por isso, mas sabia que era para o seu bem. Coloquei o resto do pacote em uma bolsa, enquanto ele estava virado de costas, checando a janela. Abri a gaveta da escrivaninha e peguei papel e lápis, já sabendo o que eu faria.
Escrevi o mais rápido que pude e incrivelmente, depois que escrevi, fiquei em paz. Enfiei a carta na bolsa também e olhei para Aspen. O sol já estava nascendo.
– Tá na hora. - Ele me disse, tentando não fraquejar.
Corri em direção à porta. Senti um puxão no meu braço, e logo estávamos nos beijando de novo. Um beijo desesperando, único, familiar, só nosso, me lembrando os momentos que passamos juntos e o dia que ele me beijou no meio de um ataque rebelde. Quase hesitei se não deveria ficar. Mas estava decidida. Nos olhamos nos olhos.
– Eu te amo, Meri. - Olhei envergonhada para o chão, sabendo que eu não diria o mesmo porque não tinha certeza. Ele entendeu.
No caminho até o quarto não haviam muitos guardas, mas até a porta do Palácio era diferente. Fui de cabeça baixa, sozinha agora, com as instruções na minha cabeça.
Passei pelo jardim discreta, sem que nenhum guarda desconfiasse. Olhei para a janela do meu quarto, onde Aspen me olhava. Aquele olhar foi nosso último adeus.
Adentrei a floresta, onde fugira dos rebeldes e era atacada por lembranças, indo para a parte danificada do muro, onde passei tranquilamente. Eu estava fora. Livre.
Lá, havia um cavalo esperando, como mencionado. Arrumei minha bolsa no cavalo e o montei, nervosa, esperando que Maxon viesse. Me desesperei ao notar que ninguém vinha.


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