Running With You escrita por SweetMeri


Capítulo 26
O começo do nosso fim


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas tá aí! Quero reviewssss! Kissus



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/635754/chapter/26

POV MAXON

Depois de passar um tempo na sala, refletindo sobre a vida, resolvi subir um pouco, embora soubesse que não conseguiria dormir. Eu já havia limpado a cozinha que há tempos não era limpa, e não tinha mais nada para fazer.
America me intrigava, ela era...bem diferente. Eu sempre achava que podia lidar com ela, que a conhecia suficientemente para saber como tratá-la em seus altos e baixos, mas aquela atitude de virar o rosto, ficar perturbada e distante após aquele "susto" dos guardas, me provava que eu não a conhecia tão bem. Eu queria ajudá-la, queria ajudar no que quer que ela precisasse, porque eu sentia que algo a atormentava, mas ela nunca se abria. Sentia que ela não confiava em mim, e isso me machucava. Queria que ela dividisse suas angústias comigo, queria que ela não tentasse suportar um problema e esconder de mim, queria ajudá-la a carregar aquele fardo, seja lá o que fosse. Ela conseguia tirar meu sono!
Ao subir a escadas, reparando na luz que vinha do quarto em que ela estava, resolvi me aproximar.
Chegando perto, percebendo que tudo estava quieto, abri a porta de seu quarto bem devagar, e percebi que ela estava dormindo, mesmo com a luz acesa, que apaguei em seguida.
No escuro, me aproximei de onde dormia e reparei em seu rosto, um pouco incomodado com algo, talvez um sonho. Passei meus dedos pelo seu rosto. Ela parecia tão angelical, mas ao mesmo tempo era tão teimosa, tão...America.
–...hmm...eu tenho...que mentir...não quero te ver triste...ah... - Ela sussurrou e gemeu baixinho, sonhando.
Tentando deixá-la só e pensando em voltar para a sala, passei meus lábios por sua bochecha macia. Ao me abaixar para beija-la, encostei em algo. Era um pedacinho de papel, bem velho e maltratado. Retirei de suas mãos leves e coloquei no criado mudo ao lado.
Saí do quarto e voltei para a sala, pensando em ligar a TV. Após um tempo, lembrei do papelzinho e me intriguei. Mesmo sabendo que não era certo ler algo dos outros, me aproximei do quarto novamente, vencido pela curiosidade após tanto pensar.
Entrei e peguei o tal "bilhete", me sentando na poltrona ao lado da janela, e o abri. Tinha uma caligrafia corrida e um pouco garranchuda, mas dava para entender.
Comecei a ler.

POV AMERICA

Eu só queria comprar pão! É errado ter fome?! Nunca quis me meter nessa encrenca ou encrencar alguém, ou tomar decisões, até porque, era o que eu mais odiava fazer.
Eu estava estressada com o trabalho, porque logo ao completar 14 anos, minha vida já estava uma completa bagunça, cheia de festas ou lugares pra ir, muito trabalho a fazer. Eu só queria um pãozinho de fim de tarde, quem sabe não levava outro para Kenna também, ou para May?
Ao dobrar a esquina da padaria, olhando para frente, arrumei um problemão: o namorado de Meredith, Kutcher, estava beijando uma garota dos cabelos morenos, a qual eu não conhecia, mas sabia que Meredith a odiava. Eu também sabia que era só um namorinho bobo, naquela idade o que Meredith poderia esperar? Pois é, ela não pensava do mesmo jeito, ela dizia que o amava.
Mais tarde, Meredith foi à minha casa para conversarmos. Desde que descobrimos que ela iria embora logo, não passávamos mais que horas separadas, sempre aproveitando o tempo juntas ao máximo.
– Meredith, nós podíamos ir a algum lugar mais tarde. Talvez aquela praça que sempre vamos... - Eu disse para tentar quebrar o tédio.
– Não posso, Meri... Vou sair com o Kutcher. - Em uma fração de segundo, me lembrei do que vira mais cedo. Mas ao reparar no seu sorriso aberto e animado, louco para ver Kutcher, me contive em contar. Eu sabia muito bem que para Meredith, ele não era só um garoto qualquer. Ao falar dele, seus olhos brilhavam e seu sorriso crescia.
Fiquei em silêncio. Eu acho que, às vezes, a verdade é o nosso inimigo, pois a mentira não nos dá medo, ela nos alivia do peso da verdade. No fundo, as pessoas que amamos querem ouvir uma história mansa e serena, nos obrigando a mentir para esconder a verdade suja e triste. Às vezes, temos que mentir, nos ferir e corroer com esse ato repulsivo, para ver a pessoa amada ao nosso lado sorrir.
Deixei esse assunto de lado. Ela não merecia ter a alegria arruinada agora, estava muito feliz, e logo esqueceria esse garoto idiota. Além do mais, logo ela partirá, e tudo aqui ficará para trás. Não é hora de desperdiçar tempo com isso.
No dia seguinte, Meredith não foi me visitar como fazia de costume. Perguntei à sua mãe onde ela estava, mas a mãe disse que ela estava doente.
Decidida a visitá-la mesmo assim, subi na árvore que dava para a janela de seu quarto, como sempre fazíamos escondido.
Ao abrir a janela, lá estava Meredith, deitada no chão, se debulhando em lágrimas. Ao me ver, sua expressão se transformou em raiva, e ela logo levantou para me encarar, com fúria:
– Por quê, America?! EU CONFIAVA EM VOCÊ! - Ela gritou.
Naquele dia, Kutcher tinha fugido com a tal garota e abandonado Meredith, pois achava que eu já havia contado tudo a ela. Ao ler o bilhete de despedida do "namorado", Meredith logo descobriu que eu escondi a verdade dela, mesmo que eu quisesse só protegê-la.
Perdemos um bom tempo separadas, e quando nos aproximamos novamente, já estava muito perto do triste dia de sua partida para Angeles.
Eu menti e carreguei todo o peso da minha mentira para que ela não carregasse o peso da verdade, mas tudo caiu de uma vez só em cima Meredith. Valeu à pena?
............................................................
Acordei durante à noite com um aperto no peito, como se tivesse tido um pesadelo. Olhando ao meu redor, pequenos feixes de luz do luar entravam pela janela, mesmo estando um barulho de tempestade lá fora, tudo estava quieto, quieto demais. Eu ainda vestia o longo vestido branco, embora estivesse amassado.
Ao abrir mais os olhos, percebi um vulto preto na cadeira bem abaixo da janela iluminada. Assustada, acendi a luz do abajur com pressa, aflita. Era Maxon.
Aquilo me lembrou do dia em que ele me avisou que fugiria, e para mim não foi um dia ruim, porque desde o começo eu já planejava não me separar dele.
Ao me aliviar do susto e me encher de memórias, olhei para ele com mais calma. Ele parecia meio...diferente. Sua expressão era indecifrável...ele estava meio triste mas estava meio...raivoso? Assustado? Não sei bem...Maxon tentava manter a calma, mas sua mão apertava a cadeira com força. Ok, ok, algo estava errado. Eu ainda não conseguia identificar sua face.
– Tá...tá tudo bem? Você está meio perturbado...- Percebi um pequeno acúmulo de lágrimas no canto de seus olhos, não sei se era raiva ou desapontamento, ou angústia ou tristeza. O que estava errado?
Reparei em um pedaço de papel em sua mão, parecido com um bilhete familiar, meio amassado, o qual ele apertava com força.
– Quando ia me contar, "Meri"?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí???



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Running With You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.