Running With You escrita por SweetMeri


Capítulo 21
"Embrasse moi"




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AMERICA POV

Maxon era inacreditável. Quer dizer, veja bem: ontem à noite eu estava quase me debulhando em inquietação e raiva, cheguei até a sentir um pouquinho de culpa, embora nunca sentia isso...e agora eu estava SORRINDO e fazendo pão de queijo como se nada tivesse acontecido, olhando para os olhos brilhantes e sorriso de lado de Maxon, meu príncipe...ele podia me transportar para outra dimensão, eu podia esquecer todos os problemas do mundo quando estou ao seu lado. Aspen fazia parte do mundo esquecido, mas preferi continuar a esquecer esse nome e aproveitar o momento.
Maxon me trazia calma, conforto e proteção, às vezes a extrema calma dele me irrita, mas é exatamente disso que eu sinto falta...
Enquanto estava perdida em pensamentos, vi Maxon tentando desenroscar suas mãos do grande bolo de massa, sem sucesso. Era engraçado vê-lo com confusão no rosto e inquietação nas mãos, além de seu sorriso torto. Comecei a rir baixinho, até que peguei em suas mãos de leve e comecei a ajudá-lo. Não sei se ele mantinha um fascínio pela massa ou pelas nossas mãos unidas, mas ele não parava de olhar, com carinho. Parecia algo novo e surpreendente para ele.
Enquanto foi lavar as mãos, coloquei a massa no forno e dei uma leve organizada na cozinha. Quando ele desceu as escadas novamente, se dirigiu direto à imensa prateleira de livros, onde começou a olhar minuciosamente, à procura de algo.
Fui lavar minhas mãos e quando voltei ele estava sentado na mesa de jantar, com alguns livros abertos. Ao me ver, abriu um sorriso e disse:
– "Prêt à apprendre de moi?"
– Como? - Perguntei confusa.
– Perguntei se você está pronta para aprender comigo.
– Ah sim...- Lembrei do francês. - Claro. - Sentei-me ao seu lado.
Ele me aconselhou a ler um pequeno poema que havia no livro de capa azul de veludo, para que eu lembrasse um pouco do básico que Silvia me ensinara...Só que eu não consegui ler. Por que estava muito difícil? Não. Eu nem consegui começar a ler, porque Maxon estava com a cabeça apoiada nas mãos, não mexia um músculo e me encarava continuamente, sem tirar os olhos de mim ou piscar, fascinado.
Aquilo me fez sentir...sei lá. Senti que tinha sua total atenção e gostei disso. Corei um pouco mas ignorei e voltei a tentar me concentrar.
Chovia muito forte, uma verdadeira tempestade com direito a trovões e relâmpagos e imensos estrondos, o que me deixava um pouquinho mais nervosa. Eu não tinha medo de chuva, mas naquele lugar os barulhos eram muito altos, diferente de Angeles onde quase nunca chovia.
Maxon continuava a me encarar arduamente, sem se constranger, como se pudesse tirar fotos minhas apenas com um olhar. Até que, finalmente após o que pareceu um século, ele quebrou o inquebrável silêncio:
– Vamos para a França? - Perguntou naturalmente, como se tivesse perguntado quanto é 2+2. Claro, com certeza 2+2= França. Me surpreendi.
– Como é???
– Digo, quando voltarmos...você aceitaria ir à França comigo?
– Por que? - Mas que pergunta idiota. Porque ele gosta de você, porque vai ser legal, porque você gosta dele dãh. Ele tinha a capacidade de me deixar retardada as vezes.
- Porque...acho um lugar muito especial e quero compartilhá-lo com alguém especial...
– Quem? - VOCÊ, SUA ANTA.
– Você, "Mon Amérique", minha America... - Ele riu das minhas perguntas óbvias, mas o que eu podia fazer? Ainda estava surpresa.
– Ah...isso é sério?
– Nunca disse algo mais sério.
– Se Vossa Alteza quer assim...assim será, "Mon...Maxon". - Me arrisquei a dizer "meu Maxon" em francês, e sua expressão ficou bem alegre com meu avanço.
Ficamos nos olhando por mais um tempo, sem saber o que fazer...
– Me ensine a dizer alguma frase importante. - Eu finalmente disse algo. Ele pareceu pensativo, e um sorriso malicioso logo surgiu em seu rosto.
– "Embrasse moi". - Ele falou simplesmente. No começo eu desconfiei, mas logo repeti:
– "Embrasse moi"... - Quase nem pude terminar a frase e quando percebi sua boca já estava atirada na minha, num beijo rápido e doce, me surpreendendo mais uma vez.
– Eu sabia que ia ceder alguma hora...
– Mas o que...
– Você me pediu um beijo, e eu disse que se pedisse eu lhe daria...
– TRAIDOR! Vai ter volta...- Ele me fez pedir um beijo em francês!
– Estarei ansioso...não faz mal ceder.
Me levantei com raiva e caminhei até a bancada. Maxon veio logo atrás, segurando o riso, o que me deixou mais nervosa ainda, mesmo estando feliz com o inesperado beijo. Tive uma ideia.
Maxon me abraçou por trás, em um pedido de desculpas. E eu, demonstrando que aceito suas desculpas, peguei o saco de farinha logo na minha frente e joguei para trás sem medo. Apenas observei o pó excessivamente branco subindo. Olhei para trás e vi um "fantasma". Era impossível não rir, meu estômago quase doía com tantas risadas.
– Eu não acredito...! - Ele disse incrédulo.
– Eu disse que teria volta...
Sem aviso prévio, Maxon pulou em cima de mim e me abraçou, espalhando farinha por todo o meu corpo.
– AH NÃO!!!
Assim começou nossa guerra de farinha, que terminou com os dois deitados e ofegantes no chão totalmente branco. Senti uma mão entrelaçando na minha e ouvi:
– "Embrasse moi, mon cher Amérique". (Me beije, minha querida America).
Atendi ao seu pedido.


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Notas finais do capítulo

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