Running With You escrita por SweetMeri


Capítulo 19
My conscience is dirty


Notas iniciais do capítulo

Leitores fantasmas! Eu amo vcs, mas por favor me deem a graça de sua presença. Se manifestem! Bjs



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Ok, America, se concentra. Foco.
Aquele "sonho" ainda circundava a minha cabeça. Eu poderia dizer que este "pesadelo" foi o mais assustador e macabro da minha vida, mas não foi todo ruim. Ok, vamos deixar algumas coisas claras: eu geralmente costumava sonhar com lembranças, coisas que já aconteceram e marcaram minha memória, de uma forma boa. Aquele sonho, foi realmente uma memória boa, porque a parte do nosso "jogo" de beijos realmente existiu, e essa briguinha da foto também. Tudo aquilo ocorreu após o café, realmente aconteceu, menos a parte do rei.
Eu, sinceramente, acho que Clarkson tem razão em invadir minha cabeça, quer dizer...MINHA CONSCIÊNCIA ESTAVA UM LIXO. Eu não dormi bem desde que saí do palácio, e Aspen não saía da minha cabeça. Acho que enquanto eu tinha que me preocupar com as tarefas da Seleção, "conquistar" a confiança de Maxon e fugir dos ataques rebeldes, minha mente se mantinha ocupada e eu não me afogava em culpa. Nunca me senti tão culpada. Mas agora que eu estava tranquila, eu pensava mais, sentia falta de Aspen, e minha culpa estava dando sinal de vida. Droga, não posso nem tirar férias?!
Minha cabeça voltara a fervilhar, e aquela sensação de sufoco da noite passada, voltava a dar sinal. Eu não consigo dormir. Essa sensação é tão agonizante, que preferia realmente ter levado uma surra de Clarkson do que passar por essa agonia. Meu Deus, como eu posso pensar uma coisa dessas?!
Depois de ficar um bom tempo sem dormir, quase malhando o pescoço de tão "pesada" que minha consciência estava, me levantei com raiva, como na outra noite. Meu corpo estava quente, eu estava estressada, inquieta e já havia memorizado cada parte do teto, sem olhar para mais lugar nenhum por um bom tempo. Ahhh, eu estava bem cansada desde noite passada.
Fui até o banheiro e joguei água no meu rosto, para não enlouquecer. Olhei-me no espelho e não gostei do que vi. Céus, quem eu havia me tornado??! Eu estava machucado duas pessoas que me amavam. Eu estava os traindo. Como cheguei nesse ponto da desgraça???!
Não quis pensar mais nisso. Desde quando eu sentia piedade de mim mesma? Não, não, essa não era eu. Respirei fundo e tentei esquecer no que havia pensado e desci as escadas sem olhar para nenhuma foto, antes que tivesse outra daquelas crises.
Abri a janela e sentei-me na poltrona da sala, contemplando a escuridão e sentindo aquele ar puro, tentando tirar aquela tormenta da minha cabeça, que doía. Eu nunca sinto culpa. Não vou começar a sentir agora.
Fechei os olhos e tentei relaxar. Ao abri-los, comecei a analizar a sala, tentando me distrair. Meus olhos pararam em uma pequena bolsa de couro, um pouco surrada. A bolsa de Aspen! Me esquecera completamente dela. Maxon devia tê-la trazido quando foi alimentar o animal, sem saber que era de Aspen.
Abri com cuidado, como se fizesse algo escondido. Encontrei o envelope de dinheiro de Maxon, e o meu pedacinho de papel, que escrevi antes de ir embora. Abri e o li:

"
Pai,

Sinto tanto a sua falta desde o dia em que você me deixou. As vezes sinto a sua presença perto de mim, me dando os conselhos que preciso. Sinto que, não importa o que eu faça, a casta 5 sempre será parte de mim. Ela me fez a mais forte, não quero fraquejar.
É como se eu tivesse mudado de vida. O palácio, antes meu "inferno", é o meu porto seguro agora. Talvez "ele" seja a minha segurança.
Sei que no começo lutei contra a Seleção, mas nunca imaginei que conheceria alguém como ele. Estou decidida a mudar meu foco e lutar por Maxon.
Pai, somos fracos. Há coisas com as quais não podemos lutar contra. Há coisas que ninguém sabe. Não posso mais deixar Maxon sofrer por minha causa. Ele é mais forte do que parece, mas não podemos. Não agora. A Seleção ainda está em jogo, assim como o futuro do país, mas não posso obrigá-lo a enfrentar isso agora. Vamos fugir.
Não sei pra onde vamos ou se voltaremos, mas não posso deixá-lo depois de vê-lo pagando pelo que fiz. Vou até o fim do mundo se ele precisar.
Sinto saudades.

Obrigada por me ouvir, sua gatinha, Meri."

Meu Deus, as lágrimas não davam espaço para que eu enxergasse. Como eu tinha mudado tanto assim??? Eu estava decidida a lutar por ele, não estava??? Então por que eu estava tão insegura??? Eu estava realmente apaixonada por Maxon??? Céus, não, não, não!!! Essa era a única certeza que eu tinha. Eu AMAVA Maxon, essa era uma verdade incontestável. Mas o que estava acontecendo comigo??? Eu não me reconhecia. Essas dúvidas estavam me matando, mas eu sabia que realmente amava Maxon. Disso, eu tinha certeza. O que aconteceu com a garota forte e decidida da carta?!
Com a cabeça totalmente confusa e desesperada, olhei mais uma vez para aquela carta que havia feito para o meu pai, no dia que fugi, para sentir que meu pai me "apoiava". Eu sei que ele me apoiaria se estivesse vivo. Eu realmente sentia que ele estava próximo quando escrevi aquilo, mesmo com pressa. Eu escrevi porque me sentia a velha America de novo.
Olhei mais uma vez na bolsa e vi uma foto da minha família, que havia colocado lá. Eu sabia, sentia e confiava que eles estavam bem. Mas...eu sentia tanta falta...
Comecei a chorar ainda mais desesperada, com uma almofada no rosto para abafar. Por quanto tempo fiz isso? Não sei. Pareceu uma eternidade de lágrimas.
Respirei fundo e parei de chorar depois de bastante tempo. Acabou meu momento de fraqueza, chega. Engoli o choro, ele não servia para nada. Eu tinha tomado a maior decisão da minha vida. Agora. Naquele minuto.
Fechei a janela e subi de volta para o corredor dos quartos. Coragem, era tudo que eu precisava. Eu decidi. Decidi que contaria a Maxon sobre Aspen. Não queria que ele se machucasse mais ainda por mim. Aquela carta me lembrou do que havia feito, a surra que havia tomado. Vamos abrir o jogo. Vamos aproveitar o "calor do momento" para dizer a verdade.
Abri a porta de seu quarto, com calma. Ele estava ainda meio sonolento, mas meio acordado também. Ao me ver, se levantou depressa ficando sentado, alerta. Ele estava sem camisa, o que só me lembrou das inúmeras vezes no palácio, que me defendera. Quantas cicatrizes moravam lá por minha causa?
– Você está se sentindo bem?
Me aproximei lentamente, olhando em seus olhos, naquela escuridão.
– Maxon... - O choro quase se manifestava.
– O que foi? - Ele estava preocupado.
– Eu...eu...- cai no choro e pulei em seus braços, que me receberam com força e carinho ao mesmo tempo.
– Por favor, o que foi, minha America? - Disse, apreensivo.
– Eu...eu...eu... - É agora. Vamos. Eu só tenho que dizer. - eu... Eu tenho sorte por ter alguém como você ao meu lado. - Eu disse bem baixinho, entre soluços.
Tudo o que eu queria, ansiava e precisava, era coragem. A única coisa que Maxon não podia me dar.
– America, você não faz ideia o quanto...
Coloquei os dedos em seus lábios, tentando interromper a frase. Maxon sempre fazia de tudo para demonstrar seus sentimentos por mim, e eu sabia o quanto ele se importava, mas naquele momento, cada palavra sua fazia com que meu coração despedaçasse mais ainda.
Ele entendeu. Era como se entendesse o que eu estava sentindo, mesmo sem saber de nada. Bastava apenas aquele olhar.
Seus braços, ao meu redor, apertaram mais ainda, me fazendo sentir segura. Seus lábios encostaram de leve nas minhas bochechas, onde ele depositou um beijo doce. Então, ele simplesmente me deitou ao seu lado e colocou minha cabeça sobre seu peito, enquanto acariciava meus cabelos de uma forma acolhedora, até que aquela conhecida calma que apenas ele despertava em mim, me tomou. Comecei a ficar sonolenta e logo dormi.
Não. Eu não contei.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?



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