Running With You escrita por SweetMeri


Capítulo 15
After the sun, we've the storm




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AMERICA POV

Beijo com chocolate. Não só beijo. Não só chocolate. Foi beijo COM chocolate. Se eu tinha gostado? COM CERTEZA. Mas...Meu Deus. Eu estava assustada. Muito. Estava com raiva, muita raiva, mas que diabos eu consigo fazer pra estragar tudo?!
Antes do beijo eu estava muito pensativa e preocupada com minha roupa, dai veio...Aspen. Eu estava com...raiva dele! Ele não pode simplesmente invadir meus pensamentos assim! Maxon veio, e quando vem, não tem nada que consigo pensar senão ele. Mas quando Maxon vai...CÉUS! A minha dúvida só aumenta mais, mais, MAIS. Não era pra ser assim! Era pra ser fácil! Eu queria MUITO que um deles me chutasse, me dispensasse, seria tão mais fácil! Então por que eu tenho que escolher??? Por que tem que ser tão difícil???
Ok, durante o beijo(ah, que beijo!) pelo menos esqueci de Aspen...ERRADO. Nos beijamos uma vez com chocolate. Eu e Aspen. Ah! Como eu queria esquecer essas memória inúteis!!! Só Deus sabia o quanto eu me sentia enojada quando comparava os dois. Aspen era minha casa, meu porto seguro, Maxon era uma experiência nova é totalmente diferente. Eu já estava acostumada a sentir dúvidas após passar um tempo com os dois, mas nunca acontecia de pensar no outro enquanto estava ao lado de um. Era repulsivo, esquisito e...ah! Horrível! Tudo que eu menos queria era compará-los.
EU ESTAVA ESTRAGANDO CADA MOMENTO NOSSO POR CAUSA DOS MEUS PENSAMENTOS E MEMÓRIAS RIDÍCULAS! Aposto que é praga de Clarkson...MALDITO! Lembrei da briga. Isso só aumenta ainda mais minha raiva...
Maxon, ele é minha vítima, o coitado deve pensar que eu estou desprezando ele...ah, como queria dizer que não é isso. Mas o que eu diria? " Não é você, é o Aspen". Logo depois do beijo eu disse que estava cansada e corri pro quarto. O que ele deve pensar de mim?!
Após MUITO TEMPO me afogando em pensamento que só arrancavam o meu sono pela raiz, eu tentei mudar de posição. Eu virava e desvirava naquela cama a cada segundo, inquieta. Eu estava ficando louca! Eu só queria paz! Era pedir muito???
Eu estava quase me sentindo em um forno. Naquela cidade, o clima à noite estava muito quente! Eu estava sem cobertas, o que me fazia perder mais ainda o sono, a janela estava escancarada e meu cabelo preso. Sono? Era um amigo muito muito distante que eu estava morrendo de vontade de encontrar, agarrar nos braços, prender na cama e nunca mais soltar. Aqueles pensamentos estava acabando comigo. Naquela hora eu torcia pra desmaiar ou alguém bater na minha cabeça pra que eu dormisse. O teto podia cair também, sem problemas, assim como uma bruxa poderia aparecer pra costurar minhas pálpebras. Eu só precisava de 5 minutos de sono, de um intervalo para aquela tortura...
Levantei com ódio, batendo os pés com força no chão. Soltei um gemido de cansaço e sai daquele quarto. Passando no corredor antigo, pude perceber algumas fotos de Meredith. Até que, no final do corredor, me deparei com mais uma foto de todos os amigos dela, incluindo Aspen. ASPEN. DROGA. Ele olhava diretamente para mim, com um sorriso, e isso me perturbava. Meus nervos estavam tão bagunçados e fervilhavam com tanta fúria, que peguei aquela foto envolta em um porta-retrato com vidro, e taquei com força no chão. A minha cabeça ia explodir.
Ouvi passos largos e apressados subindo as escadas e me assustei ao ver a figura de Maxon à minha frente. Ele ainda não fora dormir? Talvez o tempo tivesse demorado a passar naquela minha angústia. Ele parecia preocupado.
– Está tudo bem?
– Claro, por que não estaria? - Respondi e forcei um sorriso. - Eu derrubei sem querer...que desastre.
Nos abaixamos e começamos a recolher os cacos. Talvez seja isso que eu precise. Alguém pra "recolher os meus cacos".
– Pode deixar que eu recolho. - Eu disse apressada.
– Não, tudo bem. Eu ajudo.
– Maxon, pode deixar... - Eu me desesperei um pouco. Ai céus. Eu estava no fundo do poço. Eu queria fugir de Maxon, mas nós já havíamos fugido. Eu queria fugir da fulga.
– Você está bem? Parece meio cansada... - O dedo dele esbarrou em Aspen. AH, MAS QUE DROGA. Agora era oficial: minha cabeça iria explodir, e eu preferia que explodisse logo, do que continuar a tortura das lembranças. Era como se eu voltasse para o 1º dia da Seleção, com minha crise de pânico.
– NÃO!!! EU NÃO ESTOU BEM!!! EU SÓ QUERO ESQUECER TUDO! EU ESTOU AQUI COM VOCÊ AGORA MAS NÃO CONSIGO DESLIGAR DE LÁ! MAXON, POR FAVOR, EU
SÓ QUERO ESQUECER AGORA! MINHA CABEÇA! EU VOU FICAR LOUCA! - Eu gritava e não pude deixar de sentir as lágrimas escorrerem. Eu estava em pânico, seriamente inquieta e assustada. Ele me olhava confuso e bem mais preocupado.
– Ei, ei, calma. America, vem. Venha aqui. Calma. - Ele me olhou com cautela.
Percebi que estava acima de um dos cacos, mas não havia nenhum corte. Logo à frente havia um grande pedaço de vidro, que quase pisei. Peguei com fraqueza os braços de Maxon, estendidos à minha frente, que me seguraram com firmeza, e após passar pelos cacos, soltei todo o meu peso em seu corpo, desesperada. Eu não podia respirar.
Ele me segurou em um abraço protetor, e deixou que eu chorasse em seus ombros, enquanto passava as mãos com delicadeza em meus cabelos.
– Eu não...posso respirar. - Ele entendeu o recado.
Com rapidez e força, passou um de seus braços para a parte de trás dos meus joelhos e o outro permaneceu em minhas costas. Ele me carregou até a sala e, com pressa, abriu a porta da frente, por onde entramos.
Ao sentir uma mínima brisa, consegui voltar a respirar, mas ainda não havia me acalmado. Ele me colocou sentada no murinho( cerca) que circundava a varanda da frente, permanecendo de pé, em uma altura similar à minha. Então me abraçou novamente e passou a mão pelas minhas costas. Não eram necessárias as palavras. Eu já estava...calma. Simples assim.
Fui diminuindo o choro aos poucos, ainda com medo de voltar a me sentir confusa. Eu não tinha medo de ficar sozinha, e sim de não saber escolher o certo, e magoar as pessoas.
Com calma e sem pressa, delicadamente, ele colocou as mãos em meu rosto e subiu minha cabeça, fazendo com que eu olhasse em seus olhos. Aquele olhar me passava tanta calma...essa era...essa era a paz que eu queria. Estava bem debaixo do meu nariz, literalmente.
– Eu...não sei como explicar. Maxon, é um sentimento de...angústia. Eu estou cansada e tem umas lembranças que me perseguem...eu preciso me livrar disso. Eu quero pensar só no momento, não quero me sentir assim. Ah meu Deus, eu nem sei o que estou sentindo... - Disse entre soluços. De repente eu reparei que...o motivo do meu desespero não fazia mais sentido. Eu não sabia por que estava tão desesperada, simplesmente não tinha mais motivo, e isso me amedrontou mais ainda, mas Maxon foi mais rápido:
– America, todos nos sentimos assim algumas vezes. A dúvida faz parte de nós. As lembranças também.
– Esse é o problema! Não era para haver dúvidas, eu tinha que ter deixado tudo de lado para vir com você, mas parece que os problemas me acompanharam e acharam um jeito de me incomodar mais ainda...
– America, foi uma decisão precipitada desde o início. A culpa não é sua. Não dá pra fugir, esses dias de férias foram bons enquanto duraram, mas...não tem como escapar. Aquela é a nossa vida, não dá para fugir e mudar...vamos...vamos voltar.
– Não, Maxon! Não é isso! O problema não é estar qui com você...! Eu ainda não estou pronta pra voltar e encarar de frente. Eu estou muito confusa e preciso ficar aqui para...me decidir. Eu só preciso...ter certeza de que tomei a decisão certa, apesar de achar que já tinha escolhido faz tempo...
– Como assim?
– Maxon, nada. Eu estou confusa e cansada, fiquei meio nervosa e assustada, só isso. Tudo o que eu preciso é desse tempo de descanso. Prometo que vou tentar me desligar das coisas de lá fora. Foi só um ataque de pânico e preocupação. Eu já estou bem. - Respirei fundo.
Ele pareceu relutar bastante em aceitar, mas acho que finalmente assentiu sem discutir. Esse era o melhor para nós e ele sabia. Foi só um momento de fraqueza, mas tudo vai voltar ao lugar, amanhã. Eu acho.
Me levantei com calma e andei até a sala, ele ainda me abraçando pelos ombros. Me sentei no sofá, olhando para a escuridão vinda da porta aberta, sentindo a brisa morna. Maxon se sentou ao meu lado, bem perto, dirigiu as mãos até minhas costas e começou a massagear.
– Relaxe. Você está bem tensa.
– E você? Noite ruim? - Eu disse, apontando para a TV ligada, que ele passara um tempo assistindo.
– Não pior que a sua. Está mesmo bem?
– Hmm. - Respondi assentindo, com os olhos fechados, aproveitando a massagem leve e libertadora.
Não lembro de abrir os olhos depois.


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