Hogwarts: uma outra história escrita por LC_Pena


Capítulo 76
Capítulo 76. Soluções necessárias


Notas iniciais do capítulo

Não tenho muita coisa a dizer não, só espero que gostem e vejam seus palpites certos ou errados, algumas pessoas falaram sobre assuntos abordados hoje.



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Eu e John estávamos sentados na antiga torre do relógio, vendo o grande pêndulo balançar pelos últimos vinte minutos. Dei mais um olhar mortal em sua direção e ele só jogou as mãos para o alto em rendição. 

— Eu já pedi desculpas, ok? - Fiz um gesto obsceno pra ele, desculpas não aceitas. – Pensei que você tinha feito os testes, pareceu super empolgado com a ideia de usarmos nosso símbolo na comemoração de um ano! 

— Fiquei empolgado porque achei que você tinha feito os testes, seu imbecil! - Minha voz estava apenas rouca, mas era um desperdício usar ela numa argumentação contra um Corvinal. 

— Claro que você achou, só eu trabalho por aqui, tudo John, tudo o idiota do John. - Eu mereço... Olha o drama do garoto! – Tem que escrever um artigo de última hora? John escreve! Tem que testar o portal doido que Weasley está fazendo? John vai e daí que ele não recuperou as sobrancelhas daquela última explosão? John pode fazer tudo! 

— Qual o seu problema? Sharam finalmente te deu um pé na bunda, foi? - Ele parou de gesticular daquele modo afetado dele, só para me dar um sorrisinho tímido. 

— Ela está vindo para o Natal... 

— Ela vai passar o Natal no País de Gales? Por que, Papai Noel? Ela se comportou mal? - Ele riu e me empurrou pelo ombro, lendo o Primer, que no caso é aquele nosso primeiro pergaminho do Ocaso, que mal usamos agora que temos as penas. 

Eu o batizei em homenagem a Optimus Prime, claro. 

— Não, quis dizer que ela vai passar o Natal aqui em Hogwarts, seu tonto. - Ele mandou uma mensagem de confirmação de recebimento para Tony e marcou a água como resolvido na nossa listinha de teste. – Hugh conseguiu aquele estágio no St. Mungus e... 

— Aquele que Haardy o estava ajudando? - Perguntei, já sabendo a resposta. 

— Sim, justamente por causa da expulsão de Haardy ele perdeu a chance no verão, então terá que fazer um estágio curto nas festas mesmo. 

— Já é alguma coisa. - Falei, observando a mensagem do ar aparecendo no Primer naqueles garranchos inconfundíveis de Louise, nem adiantava ela botar florzinha no ponto do i. Marquei o ar como resolvido, esse foi bem rápido, diferente dos outros dois. – Então você vai ficar com Sharam aqui em Hogwarts? E pode? Mesmo depois do afogamento da serpente? 

— Para de dar nomes às nossas tragédias, Cesc, isso faz parecer que você gosta delas! 

— Tenho afeição por elas sim. - Ele me olhou por sobre os óculos azuis, sorte que o sol estava fraco essa manhã. – E não mude de assunto, é por isso que está tenso? 

— Não, já resolvi esse assunto, meus pais acham que eu ficarei em Hogwarts e eu já fiz as reservas em uma pousada em Hogsmeade para dois e...- Olhei para ele com malícia, que Westhampton mais safadinho, gente! Ele apontou o dedo na minha cara. – Pare de me interromper! 

— Eu não disse nada!  

— Mas você pensou e até os seus pensamentos são irritantes! - Olhei para ele ofendido, mas antes que pudesse responder essa ofensa a altura, o Primer esquentou em minhas mãos. 

— Parece que o fogo também responde rápido, vamos ter que calibrar apenas a terra dos lufanos ou então Aidan vai dizer que é perseguição com ele. 

O problema foi que quando fui conferir se a mensagem que Fred escreveu lá do outro lado das dependências do castelo em um pergaminho com o símbolo do Ocaso - aquele da serpente com a ave conceitual desenvolvido por John em Uagadou - e depois queimou, havia chegado inteira, não foi o texto teste que encontrei.  

— O que foi, Cesc? Algum problema? -  Passei o pergaminho dos pergaminhos para um John curioso, ainda com uma expressão de horror congelada em meu rosto. 

Tentativa número 13: Oi, aqui é Rose Weasley, se vocês do Ocaso receberem isso, por favor, me respondam! 

*** 

Tony e Fred tinham feito um bom trabalho naquela sala torta, que agora era a sede dos ainda mais tortos iconoclastas. De alguma forma eles tinham colocado uma grande mesa de reuniões oval no centro de tudo, algumas mesas pequenas com cadeiras e almofadões encostados nas paredes e até um mini frigobar movido a magia elétrica vindo de uma geringonça esquisita. 

Às vezes me pergunto de que planeta Fred Weasley II vem. 

Todos os Iconoclastas estavam reunidos olhando para a mensagem ainda congelada no Primer, aguardando uma resposta, então o menos “nós” de todos resolveu se pronunciar. 

— Por que não respondemos a ela? - Enrique perguntou a ninguém em particular, então ninguém o respondeu. – Ela matou a charada, vocês tem que responder a ela! 

— Ela não matou a charada, está bem claro isso: Tentativa número treze! - Rebeca apontou para o pergaminho, como se todos já não tivessem decorado cada palavra da mensagem.– A comunicação dela não vale! 

— A culpa disso não é de Rose, Wainz, é nossa. - Olhamos para Louise, que deu de ombros. – Havia a chance de pensarem que o caminho era o fogo, já que as cinzas do Ocaso são uma marca registrada e isso, infelizmente, deixou os grifinórios com uma vantagem. 

— É verdade, vários corvinais tentaram o fogo, Weasley só conseguiu porque esse é o elemento da casa dela, ela deu sorte. -  John completou a lamentação dos corvinais.  

Ela deu sorte ou nós demos azar? Porque a gente fez a associação certinha entre o símbolo e os quatro elementos de cada casa e Weasley com seu cérebro gigante caiu justo na casa mais fácil! Ela obviamente era pra ter sido uma corvinal também, chata do jeito que é! 

— Ela falou com a gente, não podemos ignora-la!  

— Sua namorada nunca vai saber que foi você, Tony, não faça drama! - Aqueles que não sabiam que Tony tinha um “algo esquisito” com a ruiva o olharam surpresos. Ele apenas encarou Scorp irritado. – Eu concordo com Rebeca, temos que esquecer que essa mensagem existiu. 

— Um dia você vai ter que tirar as bolas das mãos dela, Escorpiãozinho, porque Wainz não vai te deixar ter voz todas as vezes. - Ah, mas que Tony maldoso! Rebeca procurou algo para acerta-lo e Scorp só bateu palmas lentamente para o showzinho dele. – Voltando ao que importa, nós... 

— Na verdade vamos ficar um pouco mais na parte em que você sai com a nossa prima, Zabini, porque... 

— Ah, pelo amor de Merlin, vamos acabar logo com isso! - Aidan puxou o Primer para si, não deixando Fred e Severus acabarem suas ameaças de primos protetores pra cima de Tony. 

Ele escreveu um rabisco rápido, antes que John tomasse o pergaminho da mão dele. 

— O que você fez, seu obtuso? 

— Fiz o que vocês são muito err... Moralmente questionáveis pra fazer!  - Enrique riu da escolha de palavras e eu o acompanhei. Aidan era muito gentil para colocar a verdade sobre o nosso grupo na mesa. – Eu disse “oi”. 

— “Oi”? Só isso? E agora o quê, oh, paladino da justiça? - Sev cruzou os braços irritado e todo mundo encarou o lufano ao mesmo tempo. 

— É simples, Al, tudo que temos que fazer é esperar ela entrar em contato de novo. - Quê? Aidan abriu seu sorriso muito parecido com o de Akira, aquele que deixava seus olhos ainda mais puxados. – Se tiver sido apenas sorte, então não há nada a ser feito, mas se não... 

— Responderemos a Rose Weasley, com muito prazer. - Sorri para Tony, que correspondeu ao gesto. Sempre soube que Rose Weasley seria uma adversária a altura, só não sabia que ela poderia virar uma aliada. 

— Então pronto, Cesc, pega o pergaminho. - Aidan tirou o Primer da mão de John e o jogou em meu peito de qualquer jeito, só o peguei porque tenho ótimos reflexos. 

— Hey, porque eu tenho que ficar tomando conta do Primer? -  Joguei o pergaminho na mesa, antes que a missão fosse oficializada. 

— Não chama ele de “Primer”... 

— Pronto, Louise pode ficar e aproveita e o rebatiza da maneira que melhor lhe convir. - Cruzei os braços satisfeito e minha querida irmã só me deu um sorriso cínico. 

— Tem que ficar com alguém que possa consertar os feitiços nele, eu indicaria John, mas olha a cara que ele está fazendo agora. - Ah, sim, o cara de pau do Aidan estava certo, o garoto de oclinhos azuis estava com sua feição pré-piti nesse exato momento. 

— Não se façam de bestas, eu e John não somos os únicos em posse de varinhas aqui. - Todo mundo fingiu que eu estava falando com as paredes, só John procurou um voluntário no meio daquela multidão de incompetentes, tão ofendido quanto eu.– Vocês são bruxos ou não? Obrigado, Enrique, ao menos um... 

— Não, na verdade eu levantei a mão pra dizer para você aceitar a tarefa de uma vez. -  Filho da mãe! John meneou a cabeça decepcionado e eu peguei o Primer com bastante raiva da mesa. 

— Vamos, Cesc, eu te ajudo com o Primer. E quanto a vocês... - John encarou cada um dos ditos iconoclastas, mas novamente, todos fingiram que não era com eles.– Que vergonha! 

Saímos sem dizer mais nada, mas não era como se já não soubéssemos que seria assim. Um bando de lesmas muquentas preguiçosas só esperando o sal grosso derradeiro que as levará para o além! 

— Vai mesmo me ajudar com o pergaminho? Porque não faço ideia de como acelerar o processo na terra. Aquele lance da mensagem se dissolver na água antes de ser enviada era até tranquilo de solucionar, mas a absorção do feitiço no solo é mais demorada mesmo, então... 

— É por isso que eu estou tenso, Cesc! 

— Por que a permeabilidade mágica da terra é menor do que a dos outros elementos? - John me encarou irritado, mas eu ainda não sou adivinha! Como é que eu vou saber o que ele quis dizer? 

— Quando você ficou sem voz, eu tive que assumir toda a parte física do trabalho sozinho! - Olhei cético, porque aquilo não podia ser verdade.– Eu estou exausto! 

— E quanto a Segundo? Ele veio para nos ajudar nessas coisas de logística... 

— Segundo? Weasley é o pior de todos, só serve pra feitiço de transfiguração e para me dar mais trabalho: “E se a gente colocasse um feitiço chave nas penas para elas se conectarem com o portal da sede?” 

— Isso é possível? - Perguntei impressionado, porque seria incrível ter as penas como chaves de portal para a sede! 

— Claro que não!  

— Sério? Porque acho que a gente consegue, é só... 

— Sim, é possível, Cesc, mas não se a gente quiser continuar tirando notas boas, estou supondo que você tira nota boa, ou quiser sair com os amigos ou ter uma namorada ou... 

— Tá, eu já entendi! Espera, o que era o último “ou”? Não consigo te imaginar tendo uma quarta coisa pra fazer... - Parei para encara-lo e John me olhou sem paciência, parando também, mas logo depois ele consertou os óculos, incerto. 

— O quarto “ou” era acompanhar o campeonato de Quadribol, tanto o nosso quanto o britânico e fique você sabendo que eu tenho até um quinto “ou”, que é... 

— Ah, caras, que bom que alcancei vocês! - Era de se imaginar um Scorp esbaforido da tentativa de nos alcançar, mas o loiro platinado caminhava em seu ritmo normal, fresco como um botão de rosas. 

Adoro quando Scorp mente assim tão descaradamente. 

— De todas as pessoas, Malfoy, você era o último que eu esperava vir em nosso socorro. - Scorp olhou confuso para John e depois abriu um sorriso divertido ao se dar conta do que o outro loiro estava falando.  

— Ah, não! Não vim ajudá-los, estava querendo falar sobre outra coisa. - Por que eu não estou surpreso?– Vim falar desse livro aqui, olha: As cem formas mais comuns do não-ser humano. 

Scorp nos mostrou o livreto roxo hematoma e eu obviamente não reconheci o título, porque não gosto desses lances de auto-ajuda... Mas John, que era uma traça de biblioteca, reconheceu a obra. 

— Acha que a gente já tem pouco trabalho, idiota? Vai abrir um clube do livro com Louise e sua namoradinha, seu piolho anêmico! - Scorp sorriu mostrando os dentes, de um jeito que enfatiza seu lado sociopata.– Por que está sorrindo desse jeito esquisito? 

— Porque esse livro é maravilhoso! Cesc, John, me acompanhem! - Ele voltou a andar, comigo de um lado e John do outro, ambos curiosos para saber do que se tratava esse surto do meu amigo doido. Ele começou a ler o índice de uma maneira teatral.– Vejamos: animagos, lobisomens, metamorfos, o sumário não está na ordem alfabética, desculpem, lá,lá, ah, aqui está! Djinn, página 72. 

— O que pensa que está fazendo? - Abri uma porta qualquer no corredor e empurrei o loiro sonserino para dentro. Para minha sorte a sala estava vazia.– Por que está falando dessas coisas aqui, desse jeito, para John?  

— Ora, mas se está aqui na contracapa! Ficha de empréstimos: John Westhampton... Quer que eu leia a data? - John me olhou em dúvida e eu olhei com raiva para Scorp, que doninha quicante mais irritante!– Estava fazendo apenas a minha lição de casa, agora que você me colocou nessa furada com um demônio, quando eu vejo o nome de quem nesse livro sobre humanos que deixaram de ser humanos? O de Westhampton, seu companheiro inseparável de viagens! 

— Viagem, no singular, Scorp. E o que isso tem a ver com qualquer coisa? - Sabia que o loiro tinha feito alguma conexão na sua mente perturbada, mas eu não o ajudaria a terminar o raciocínio. 

— Tem a ver que eu até posso não saber o como você se envolveu com um maldito gênio, mas eu certamente sei o quando, o onde e o com quem! 

— Cesc, como Malfoy sabe dessa história? Isso não era, tipo, um segredo? - John sussurrou entre o irritado e o exasperado e eu não soube o que responder a ele, porque Scorp realmente fez uma dedução digna de Sherlock Holmes aqui! 

— Minha parte favorita é essa: “E ele criou Adão do barro, como o barro dos potes; e ele criou os djinn do fogo de uma chama sem fumaça... 

Malfoy, você está nos chantageando? É disso que se trata tudo isso? 

— Ele não está nos chantageando. 

— Eu não estou chantageando vocês! - Ele sorriu pra mim, ao ver que eu não hesitei em defende-lo. É doido, mas é um doido do meu manicômio!– Só estou desfrutando desse momento glorioso que é desvendar um mistério. 

O garoto idiota suspirou satisfeito, fechando o livro e fazendo uma vênia em seguida. 

— Bravo, Scorp, foi realmente impressionante! - Bati palmas sinceras, enchendo ainda mais a bola do meu amigo idiota, porém esperto, se é que isso era possível. 

— Sim, sim, impressionante, agora eu só quero saber como Scorpius Malfoy ficou sabendo dessa história toda sobre o djinn, porque, até onde eu sei, você fez aquele... O pe... O de... O você sabe o que, você sabe quando, enfeitiçado para que ninguém soubesse! 

— Ah, mas ninguém sabe daquilo... - Fiz uma expressão solene, ao me referir aquela noite quando nós... Ok, quando eu libertei o djinn das entranhas de Uagadou. 

— Então como... 

— Ok, John, senta aí um pouco, porque... Err... Essa não é uma história fácil de... 

— Contar? - O Corvinal terminou minha frase, depois que eu não consegui completa-la. 

— Na verdade contar é até fácil, difícil vai ser ouvir, acredite eu só o fiz porque estava lá. - Scorp virou uma cadeira e se sentou apoiando o queixo no encosto. Eu apontei sério pra ele, que sorriu divertido. 

— Você pare, porque o assunto é delicado e John vai dar piti.  

— Vai a merda, Cesc! 

Achei um lugar para me sentar e comecei a contar a história terrível de como eu quase perdi um crush para a Lula gigante, mas reverti a situação graças a meu gênio de bolso, a sutileza dos planos de Scorp e a genialidade das retóricas irritantes de James Potter. 

Faço gracinha agora, mas até ontem estava pesadelando com isso, juro. 

*** 

James Potter nos encarava de cima, já que ele se recusou a se sentar no nosso clubinho da lamparina. A única coisa que eu conseguia ver desse ângulo era a fivela chamativa de seu cinto no formato do brasão das Harpias de Holyhead, isso porque John tinha deixado o meu olho roxo com seu piti épico. 

— Uma geração completamente perdida, isso é o que eu vejo. - Scorp sussurrou um “ninguém pediu sua opinião”, mas só eu ouvi.– Nem mesmo minha querida e amada prima Rose se salva, porque tem um mal gosto horrível para paixonite, infelizmente. 

Ele pinçou o nariz, como se precisasse se acalmar para lidar comigo, Scorp e um John com o que eu espero que seja uma incrível torção no punho que usou na minha cara. Resolvi parar o showzinho do senhor Potter dramático. 

— Você trouxe a poção curativa ou não? Não me diga que eu ameacei aquele pobre primeiranista a toa! - Ele tirou a pequena poção do bolso e me passou de má vontade. 

— Claro que trouxe, Merlin nos livre de ter alguém perguntando porque Westhampton meteu a mão na sua cara! - Ele abriu um sorrisinho de canto, então eu quase engasguei depois de beber a poção, passando a outra metade para o maldito Corvinal irritadiço.   

— Seria interessante começar a explicar que a raiva de John é porque Cesc libertou uma criatura das trevas milenar no nosso frágil mundinho... 

— Chega, Malfoy. Cesc, por favor, chame o djinn e faça o segundo pedido. - Olhei para ele sem dar muito crédito e ele me encarou confuso.– Achei que todos havíamos concordado que quanto mais cedo acabássemos com isso, melhor seria para todos. 

— Gosto cada vez mais do teu amiguinho, mestre. - Viramos ao mesmo tempo para a voz de Enrique no fundo da sala e pelo menos eu gritei que nem uma garotinha ao ver a aparência dele.– Ah, isso? Só  queria que vocês dessem uma olhadinha em como o rapazote estava antes de nós o salvarmos. Ufa, ainda bem que o fizemos, o vermelho não cai nem um pouco bem nele... 

Se eu estava tendo pesadelos com todas as possibilidades de finais alternativos para aquela noite terrível, agora eu tinha uma imagem bem clara para aterrorizar minhas noites insones!  

Enrique estava todo molhado, com um imenso buraco no lado esquerdo da cabeça, que, por baixo daquele sangue todo, devia até mesmo estar expondo o cérebro, mas essa nem era a pior parte. 

— Você pode por favor parar com isso? - Não precisei dizer a que isso me referia, porque no segundo seguinte aquela palidez cadavérica e olhos esbranquiçados, sem vida, sumiram com um estalar de dedos. 

— Estranho... - Enrique, agora saudável com seus cabelos compridos de rebelde sem causa e vestes caras, estava estalando os dedos, olhando para as mãos como se fossem parte de outro corpo. – Pelo visto teu amante não é um bom estalador de dedos, mestre... 

— Ei, ei, ei! Já chega de estranhices, djinn, ninguém te chamou aqui, cai fora! 

— Não, não vá! Nós precisamos de você aqui! - James parou o djinn pela manga das vestes, mas o ridículo não queria ir embora de verdade, se não teria se estalado para fora das nossas vistas e não estaria aqui, fingindo que iria sair pela porta. 

— Eu sei que queres, criança, mas precisas convencer meu mestre ali. - “Enrique” tocou o queixo de James de uma maneira que era um misto de condescendência e charme, a mesma maneira que ele adorava usar comigo.– Senão terei que partir... 

Babaca ele e o djinn vestido dele. 

— Cesc... - James me pediu e eu joguei as mãos para cima em desistência. Que saco! 

— Tá, fica, idiota, mas eu não garanto que vou fazer um pedido. - O falso Enrique sorriu para mim daquele jeito que pensava ser irresistível.  

— Ok, que seja, Cesc, de qualquer forma eu tenho uma pergunta para o djinn aqui. - James estava bastante confortável com o nosso amiguinho do mal, tanto que até colocou a mão em um dos ombros dele. 

— Ainda bem que você não ficou flertando com o djinn na forma do pai de Cesc, Potter, isso teria sido estranho. - Scorp sorriu cretino para John, que não estava entendendo merda nenhuma daquela história. 

— Quieto, Malfoy, deixa eu fazer a pergunta! - James agora guardou a mão para si, cruzando os braços, pelo que todos nós agradecemos.– Quero saber se Enrique não tendo um futuro, isso interfere em alguma coisa no nosso? 

O próprio Enrique deu de ombros, abrindo um sorriso brilhante em seguida. 

— Estás encarando tudo de um ponto de vista equivocado, meu caro senhor Potter. - Ele lambeu os lábios e James franziu o cenho, porque grifinórios não gostam de ser enrolados como nós.– Senhor Dussel não tendo um destino não é um problema, significa dizer apenas que há uma possibilidade de escape para outro bruxinho sonserino que nós amamos odiar. 

Ele apontou para mim por trás da mão, com um sorriso desagradável estampado no rosto do nosso objeto de discussão de hoje. 

— O que quer dizer com isso? 

— Ah, olá, senhor Westhampton, tão bom poder falar com você usando uma voz. - John se encolheu ante a atenção indesejada da criatura, ele só não conseguiu calar sua curiosidade, como sempre, coitado.– O que eu quero dizer com isso é que, quando o futuro desastroso do senhor Cesc Fábregas bater em vossa porta, será bom para ele ter um futuro alternativo em branco para roubar. Não é assim, mestre? 

— Que. Futuro. Desastroso? - James havia perdido a paciência, mas o djinn estava no máximo de sua diversão perversa e não iria se comportar bem, eu estava sentindo isso em meus ossos. 

— É tão difícil assim adivinhar, senhor Potter? Olhe para ele! Vamos, todos vocês, olhem para ele! - O Dussel teatral e bem humorado terminou o seu número bem onde queria, com todos olhando para mim e apenas eu encarando seu sorriso cruel.– Meu garotinho será um djinn formidável um dia, vocês não acham? 

Sim, tenho certeza que todos eles achavam. 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Ah, mas que djinn insuportável, viu? Nem com a pele de Enrique ele se salva.