Hogwarts: uma outra história escrita por LC_Pena


Capítulo 72
Capítulo 72. Verdades ditas e não ditas


Notas iniciais do capítulo

Capítulo com o tamanho antigo mesmo.



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Capítulo 72. Verdades ditas e não ditas 

Sabe aquela sensação estranha de que estão falando com você através de um túnel? Quando as vozes parecem tão distantes que você nem se dá ao trabalho de querer ouvi-las? Estava passando por isso agora, embora, aos poucos, um timbre irritante estava conseguindo o incrível feito de chamar minha atenção. 

— Vamos, Fábregas, não seja mais inconveniente do que já é normalmente! - Frank Longbotton, claro, quem mais poderia ser tão irritante? E ele ainda tem a audácia de me chamar de inconveniente. 

— Vai embora... – Gemi mais do que falei, porque mesmo sem estar de ressaca realmente, ainda assim minha cabeça estava pesada e a cama estava tão boa. 

— Juro que dessa vez adoraria atender ao seu pedido, mas o treinador está chamando lá fora.  

— Manda ele ir se foder. 

— Já sabe o que eu penso de seguir suas ordens. – O abusado me puxou da cama, conseguindo que eu tropeçasse em cima dele. –   Pelo amor de Merlin, Fábregas, não faça as coisas ainda mais difíceis! 

Quando eu e Longbesta conseguimos levantar pateticamente do mar de pernas e braços que nos tornamos no chão, ele me conduziu aos tropeços para fora do quarto, eu, claro, tentando me prender no batente da porta, lutando contra meu destino cruel. 

— Não, por favor... Eu te dou minha irmã! -  Ok, talvez eu não esteja com a ressaca da festa da vitória porque ainda estou meio bêbado. 

— Algumas pessoas não sabem beber, hein? – Lia disse isso sentada como uma rainha, ainda com seu ridículo robe laranja que ganhou de alguma tia que a odiava de verdade. Fiz um gesto obsceno para ela. 

Todos os jogadores estavam reunidos no nosso salão comunal em diferentes graus de nudez, mas havia Enrique e Potter, ambos sem camisa e Sienna, que usava uns shorts quase calcinha de tão curtos, que nos dava um vislumbre de suas pernas fantásticas. 

Brindei mentalmente a saúde dos três, parabéns aos envolvidos. 

— Capitão, você está um lixo. 

— Obrigado, Lexa, alguém pode me dizer o que estamos fazendo reunidos aqui a essa hora da madrugada? – Falei em meu tom normal, mas Fred colocou as mãos nos ouvidos como se estivesse com dor e Romeo acordou meio desorientado em um dos sofás perto da lareira. – Alguém? Ninguém? Então eu... 

— Eu posso, senhor Fábregas. – Treinador Potter colocou um pergaminho na mesinha de centro a nossa frente e menos da metade de nós se esticou para ver do que se tratava. Scorp pegou o negócio na mão, parecendo bastante bem e disposto. 

— É a edição de hoje do Profeta Diário. – Ele se inclinou e desdobrou o papel para ver melhor as notícias. – Oh, nossa. 

— Sim, senhor Malfoy, “oh, nossa” define. – Harry pegou o jornal de volta e leu para todos os título de uma das matérias de dentro. – “Por trás das linhas de Hogwarts: o que a seleção britânica realmente anda fazendo na grande Copa de Quadribol Intercolegial”. 

— Esse não é o nome oficial do torneio. 

— Obrigado pela informação, senhor Ginns, mas isso pouco importa no momento. – Eu fiz que sim com a cabeça, porque aquele título soava bem e o nome oficial não teria combinado em nada. – Quero saber apenas se o que foi dito é verdade. 

— Treinador, se bem conheço o que Skeeter diz, apenas um fato é levemente verdadeiro e isso é o suficiente para validar todo o resto. – Scorp disse sabiamente e eu concordei com isso também. 

Potter pai colocou a mão no rosto como se estivesse rezando e eu acabei de perceber que esse é um trejeito reflexivo muito estranho. Por acaso os Potter são religiosos ou algo assim? 

— Senhor Fábregas, pare de balançar tanto a cabeça, vai acabar passando mal. -  Eu o olhei confuso, porque não sabia parar algo que nem tinha conhecimento de que que estava fazendo. – Preciso que me digam o que é e o que não é verdade, sem julgamentos de minha parte, prometo. 

— Quem foi citado na matéria, treinador? – Duran perguntou bem aconchegada no colo do namorado com uma camiseta laçada dos Cannons. 

— Todo mundo. – Potter falou de braços cruzados. 

— Até eu?  

— Não, acho que não você, senhorita Prutt. 

— Aucht, essa doeu. – Lexa murchou de volta para seu assento, mas Frank a consolou com um abraço de lado, completamente desajeitado. 

— Mas o resto dos senhores e senhoritas precisam esclarecer agora o que foi dito sobre vocês, porque o Conselho de Hogwarts e o do torneio já acordaram no meu pé e eu preciso montar uma linha de defesa. 

— Tony... 

Coloquei meu melhor homem no caso: Tony puxou o pergaminho deixado por Potter na mesa de centro com a bengala e começou a leitura dinâmica, comparando os dados com as fofocas arquivadas em seu HD interno. 

— Mentira, meio verdade, uh, espero que mentira, verdade, verdade... Puta que pariu, como essa velha ficou sabendo disso? – Não sabia se Tony tinha ou não lido tudo, mas ele fechou o jornal com uma careta. – Olha, em resumo, estamos todos fodidos, uns mais do que os outros. 

Adoro os trocadilhos de Tony no café da manhã. 

— Dane-se isso, vou negar tudo. – Harry Potter não só não ligou para os xingamentos de Tony, como lavou suas mãos quanto a todo o resto. – Tomem um banho frio, separados, melhorem essas suas caras e desçam para o almoço. 

— Porque o almoço vai ser servido tão cedo? – O treinador não respondeu minha pergunta, ao invés disso ele apontou para Frank com uma expressão cansada. 

— Cuide dele. – Já ia saindo, quando se voltou para o grupo. – E Habermas? Me encontre na minha sala depois. 

Todos olhamos para Romeo, que pegou o jornal esquecido, correndo na mesa. Ele até que leu rápido, fazendo uma careta a medida que terminava o artigo. 

— Ah, merda!  

— Isso é muito bizarro, cara. – Tony falou, meneando a cabeça em desaprovação. 

— Essa é obviamente uma das mentiras, se alguém disser o contrário, eu mato! – Romeo amassou o pergaminho e jogou de volta na mesa de centro. 

Enrique pegou para si, desamassou, sorriu, depois ficou sério, então transformou os olhos em duas fendas e por fim estalou a língua nos dentes, desdenhosamente. 

— Lia, sua vadia fofoqueira, o que eu devo fazer com você? 

A morena colocou a mão no peito ofendida, de uma forma que valorizou seu belo decote. 

— Dussel, se está insinuando que eu... 

— Não estou insinuando, eu estou dizendo! – Ele acenou com o pergaminho dramaticamente na cara dela, quase acertando aquele nariz empinado. – Ainda está com raivinha de mim e de Cesc e provavelmente de Potter também. 

Agora todos olhavam para James Potter, que parou de coçar os olhos injetados e sonolentos. Ele olhou para um e outro, parando no sorrisinho satisfeito de Romeo, que estava feliz por não ser mais o centro das atenções. 

— Dormiu com Lia também, Potter? – Ele olhou para Lia com os olhos apertados, como se estivesse em dúvida. Fez um sinal de mais ou menos com as mãos, o que me deixou curioso: como alguém dorme mais ou menos com outra pessoa? – Sinto muito, Lia, mas temos um caso sólido aqui. 

— Depois de tudo que eu fiz por você, Tony? – Thiollent era toda uma mocinha barata de alguma novela de baixo orçamento, até as falas eram ridículas. 

— Gostaria de deixar bem claro que ela fez coisas com Tony e somente com ele, essa é a meia verdade a qual ele se referiu. 

— Cala boca, Connor, você está se entregando... – Sienna falou revirando os olhos, seguindo para o seu quarto. 

— Sério que só eu que sou uma pessoa decente por aqui? Que realmente faz o que se espera de um aluno regular? – Era engraçado isso, porque Lexa com seu cabelo colorido e piercing era a mais inocente e recatada de todos. 

— Não, Lexa, eu também estou no time dos inocentes. – O idiota do meu ex-cunhado abraçou a garota chateada, dando um beijo rápido na bochecha dela. 

— Então não está usando uma das plantas com efeitos alucinógenos de seu pai ilegalmente? – Ele parou com o sorrisinho bobo, encarando Tony com uma expressão séria. 

— Está escrito isso aí? – Tony deu de ombros  e o senhor emo, que agora também é oficialmente um chapado, virou furioso para uma Lia ainda indignada batendo o pé, de braços cruzados. – Você disse que ia manter a boca fechada quanto a isso, garota! 

A morena jogou os braços pra cima, irritada com a revelação dada de bandeja por Longbotton. Vê? Quando eu dizia que algo de errado não estava certo com esse garoto, vocês ficavam pensando que eu estava só de implicância. 

Resolvi interferir antes que pegassem minha amiga ridícula para Cristo, porque eu sou assim de leal. 

— Já chega todos vocês! – Todo mundo parou de falar e Connor parou de ler o jornaleco da intriga. – Está bem claro que Lia é a informante de Skeeter, por favor não negue, garota! Mas a culpa não é dela! 

— A culpa não é da garota que deu com a língua nos dentes? – Fred perguntou parecendo torturado em sua ressaca bem merecida, pelo que eu me lembro da festa de comemoração. –Tem algo sobre mim aí, Connor? 

— Não responda. – Connor parou com a boca aberta e eu me levantei precariamente para terminar o meu discurso. – A culpa é de vocês, seus pervertidos, drogados e o pior de tudo, estúpidos, por terem confiado em uma megera como Lia! 

— Hey! 

— Eu te amo, amiga, estou tentando salvar sua pele. – Dei um passo a frente para me equilibrar melhor. – A coisa toda é que... 

— Deixe de ser hipócrita, Fábregas, aqui diz que você está pegando Dussel e Potter ao mesmo tempo, é mais puta do que Thiollent... – Apontei para Connor e simulei a torção de seu pescoço corvinal intrometido. Sempre um corvinal, meu Merlin! 

— Acho que isso encerra o assunto, vamos, Fábregas, precisamos transformar você de um bêbado idiota em um sóbrio idiota. – Longbotton voltou a me arrastar pela manga da minha camiseta. 

— Não vou deixar isso barato, Ginns! 

— E que fique bem claro que o caso de Cesc com Dussel e Potter é a meia verdade que falei, não seja você um hipócrita, Connor. -  Tony bateu com a bengala no tornozelo de Ginns e depois saiu rindo do ex-parceiro de orgia, que ficou pulando em um pé só. 

Um bando de malucos degenerados nessa seleção, Rita Skeeter não mentiu sobre isso. 

*** 

Estava bem infeliz no almoço, por sorte não estava com dor de cabeça, como o pobre Segundo que havia substituído o prato por sua testa apoiada na mesa da Grifinória. Porque tínhamos que fingir normalidade e Scorp estava fazendo um ótimo trabalho conversando com sua namorada, puxei assunto com Tony. 

— Não pude deixar de notar que sua perna está muito melhor hoje, quase não teve problemas para sentar no banco... – Tony se serviu de... O que é aquilo? Sopa? No almoço? Bem, até que faz sentido, vai ter muita gente com o estômago sensível por aqui hoje...  

— Ah sim, voltei a tomar minhas poções para dor. – Ele respondeu como se fosse algo super normal isso. – Aparentemente eu estava protegendo a lesão da dor e por isso o meu mancar e sentar estavam tão acentuados. Não estou tão ruim quanto parecia. 

— E por que parou de tomar as poções para início de conversa? – Senti que Rebeca adoraria complementar com um “idiota”, mas hoje estávamos nos comportando.  

— Tive uma conversa com Madame Pomfrey e com o treinador, aparentemente se pode usar poção reconstrutora durante o campeonato, mas não para dor. – Tony deu de ombros meio infeliz. – A poção que eu estou usando demora para sair do sistema, então, mesmo que eu pare de usá-la bem antes do jogo contra Castelobruxo, ela ainda acusaria no doping. Tentei parar por agora para poder jogar. 

— Por que não disse isso antes? – Perguntei irritado, Tony tinha que ser o metido a fodão inquebrável! – Eu teria te dito que era só um maldito jogo que a gente vai ganhar e você voltará a jogar na semifinal! 

— Err... Na época não estava bem certo se chegaríamos ou não na última rodada com chance de classificação. – Maldito descrente! Deixei ele ver minha irritação com o olhar feio que lancei em sua direção. 

— Por que não tomou outra poção para dor? Tem de vários tipos, eu mesma poderia fazer uma para você. – Rebeca falou inclinada por cima do namorado, mostrando que podia sim ser uma garota legal. 

— Só essa é forte o suficiente e não reage com a reconstrutora. Mas é bom saber que pode fazer poções pra mim, querida, pelo que soube hoje, Longbotton pode nos conseguir os materiais. – Tony riu sacana, mas eu dei um soco no ombro dele, porque era suposto que fingíssemos que nunca houve aquela edição do Profeta Diário e porque eu ainda estava com raiva dele também. 

— Ah, bem lembrado, Tony, do que diabos Skeeter estava falando na coluna dela? -  Rebeca me apontou com a faca, acusadoramente. – Achei que tinha estabelecido uma linha clara ao redor de James Potter! Você podia até pegar Dussel, o mal gosto é todo seu, mas James Potter não. 

É muito bom ver que nenhum dos meus amigos liga para o fato de eu sair com garotos e garotas, mas Scorp fechou a cara e empurrou a monstra de volta na cadeira, para me defender, como o bom amigo que é e isso me surpreendeu um pouco. 

— Não tem vergonha na cara não, mulher? Eu estou bem aqui e você brigando por causa de macho? – Ah sim, nada de defesa para mim então. Rebeca ia responder, nem um pouco arrependida, já que a faca continuava em sua mão, mas recebemos duas convidadas ilustres. 

— Há alguma verdade naquele jornal, Cesc? – Louise e uma das amigas, a de cabelo cacheado desbocada, sentou no lugar que acabará de vagar na nossa frente. 

— Boa tarde, irmã. Rasvan. – As duas garotas me sorriram cínicas e eu tomei um gole exagerado de suco antes de responder a pergunta, só para irrita-las. 

— Podia mentir para você, irmã, mas a verdade é que estamos sim pensando em fazer uma intervenção com Frank, o vício dele já está passando dos limites, até Skeeter percebeu. 

Louise abriu a boca, mas depois fechou e então procurou por Tony por confirmação. Meu amigo fez que sim, falsamente sentido. Rasvan assumiu o interrogatório. 

— Mas e sobre você, Fábregas? Você é... – Ela gesticulou com o pulso e eu franzi o cenho para isso. Eu nem sei o primeiro nome dessa menina, não sou obrigado a respondê-la. 

— Os meninos estão brincando sobre Longbotton, tudo que está ali é mentira. – Louise nos encarou cética, mas Scorpius Malfoy, que um dia seria um advogado sem escrúpulos, continuou. – Pergunte ao treinador Potter se não acredita! Ele vai confirmar o que eu digo. 

Eu iria complementar com um “Até parece que não me conhece”, mas Tony começou a fazer um escândalo do meu lado. 

— Quente, quente, QUENTE! -  Pelo visto mesmo depois de esperar tanto, a sopa dele ainda estava fervendo.  Passei meu copo pra ele, pra ver se ele parava de imitar uma galinha sendo depenada. Ele tomou tudo de uma vez. – Merda, ainda está queimando! 

Revirei os olhos, porque Tony era tão dramático, mas ao olhar para a mesa da Corvinal, percebi uma Harmond dando risada. Ha. Ha. Ha. Parece que Tracy esqueceu de crescer e fez o bom e velho truque da pimenta na sopa. 

Pelo visto Tony também esqueceu de pedir para os elfos fazerem sua comida, mas com o campeonato, o acidente e as aulas, fica meio difícil lembrar dessas idiotices mesmo, não podia culpá-lo. Porque o placar geral estava mil a zero para Harmond, peguei o prato de Tony pra mim, só pra mostrar que ela não iria levar essa partida. 

Ok, concedo isso a ela, a merda da pimenta era da boa, do tipo que queimava na garganta e não na boca, mas meu tio-avô morou no México a vida toda e me ensinou uma ou duas coisas sobre como aguentar pimentas fortes. 

Tracy sorriu, parecendo que tinha ganhado na loteria quando me viu tomar sua brincadeira também, mas depois ela ficou séria e quando viu que eu estava quase na metade, ela olhou para os lados assustada e saiu rápido do salão. 

Teria apreciado e rido da estranheza daquela reação, mas preferi largar a colher imediatamente, pegando o mais rápido que pude uma jarra d’agua. Tony ainda segurava a garganta dramaticamente e eu não podia culpá-lo, aquilo estava queimando tudo. 

Tomei a água direto do gargalo e Louise e a amiga me olharam como se eu fosse maluco, mas maluca mesmo era Harmond, ONDE DIABOS ELA ESTAVA COM A CABEÇA AO COLOCAR ESSA MERDA NA COMIDA DE UM SER HUMANO? 

Levantei da mesa, pronto para me jogar na banheira dos monitores, a qual agora tínhamos direito, porque o negócio estava foda. Tony tentou me falar algo, mas eu puxei minha capa das mãos dele, gritando um não que não chegou a sair. 

Mas que merda? 

Mal sai no corredor e tive que me apoiar em uma das paredes de pedra, aquela merda de pimenta de Harmond parecia que estava me queimando por dentro, até a simples respiração parecia feita de fogo! 

Ok, então talvez seja isso, talvez o djinn tivesse razão e o morrer cedo dele significasse morrer em horas

Embora isso fosse realmente muito triste, o pior era saber que iria morrer assassinado pela ex-namorada do meu melhor amigo cuja a arma do crime era um ridículo molho de pimenta! Eu com certeza entrarei para o rol dos mortos mais patéticos de todos os tempos e vou virar um fantasma estúpido, já que se tem alguém com assuntos inacabados nesse mundo, esse alguém sou eu. 

Ah, merda, eu não consigo respirar! 

Me deixei escorregar na parede, tentando afrouxar um pouco o nó da gravata, mas meus dedos estavam ficando dormentes. Merda, essa com certeza era uma morte horrível! Ainda tentei falar alguma coisa, porque minhas últimas palavras tinham que ser ouvidas, mas as bordas da minha visão ficaram escuras antes que conseguisse emitir qualquer som. 

E foi assim, pessoal, que aos 14 anos, sem ter feito nada que preste, eu, Francesc Silas Fábregas, morri. 

*** 

Não só morri, como fui para o inferno, onde a minha morte se repetiria pela eternidade! Minha garganta ainda queimava, mas só um pouquinho menos, o suficiente para que eu não caísse de novo na inconsciência. 

Passei a mão na garganta e senti um fio, que subia até o meu nariz, como pude comprovar pelo toque com os dedos. Tentei puxar o que quer que fosse aquilo que estava enfiado em minha narinas, mas algum demônio impediu minha mão. 

— Calma, menino, ainda precisamos disso. – “Não precisamos não! “, foi o que eu disse, mas não saiu som algum. Finalmente abri os olhos, pegando um vislumbre das vigas de madeira familiares do teto de Hogwarts e consegui ver também uma touquinha branca, presa em um cabelo igualmente branco. – Eu sei que está incomodando, mas já estamos cuidando disso, querido. 

— Ele acordou, Madame Pomfrey? – A voz de Louise soou em meus ouvidos e eu soube que estava realmente no inferno. 

— Ele acordou sim, a poção para a dor acabou, mas eu já estou trocando. – Ela apareceu por completo no meu campo de visão agora e me deu um sorrisinho bondoso. 

Meu Merlin, já estava claro que eu não estava morto, mas devia estar quase, se estava recebendo compaixão de Madame Pomfrey! 

Suspendi o tronco para ter uma perspectiva melhor do meu leito de morte e em um rápido giro de 180° pude ver Scorp e Rebeca, Longbotton com uma mão no ombro de uma Louise com expressão de preocupada e um Tony, também deitado em um dos leitos da Enfermaria. 

Olhei para ele sem entender merda nenhuma e meu amigo apenas pegou um bloco de nota para me mostrar alguma coisa escrita. Não consegui ler, então meu ex-cunhado solicito trouxe o papel para mim. 

Se te consola, dessa vez Tracy se fodeu. 

Não, isso não me consola o mínimo, Tony, porque já estou cansado de vir para a enfermaria dia sim, dia não! 

 


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Notas finais do capítulo

Ai Cesc dramático, não morreu nem nada, eu hein.

Bjuxxx