Hogwarts: uma outra história escrita por LC_Pena


Capítulo 56
Capítulo 56. As luas de Vossa Alteza


Notas iniciais do capítulo

Ai, brilhei! Capítulo fresquinho bem cedo!



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Capítulo 56. As luas de Vossa Alteza.

— Ué, para onde a garota foi? - Havíamos saído em um corredor deserto, mas ao menos havia barulho de gente próximo.

— Ela não nos disse o nome, nem nada na verdade, acho que ela não era real! - John me olhou impressionado e acenou afirmativamente com a cabeça. Seguimos para onde parecia haver uma multidão.

— Isso não estava no manual... - Se ele falar mais uma vez desse manual que eu não tive a oportunidade de ler...

Não tive também tempo de amaldiçoá-lo propriamente - não que ele fosse levar a sério -  porque desembocamos no mais impressionante ambiente em que já tive o prazer de estar.

— Uau.

— Nossa!

— Olá! — Nós dois nos viramos para a voz feminina e animada, que havia surgido do nada, interrompendo nossa estupefação merecida. A garota que nos encarava feliz e quase quicando dentro da própria pele havia falado em espanhol e eu não pude deixar de ficar encantado.

— ¿Hablas mi idioma? [Fala a minha língua?] - Ela me encarou ainda sorrindo, mas agora com o cenho franzido. Falou novamente, com seus "as" abertos, uma língua muito parecida com a minha, mas diferente o suficiente para não entendê-la.

— Ela perguntou onde está o seu Marduk. - John me disse, prestativo. E eu percebi que ela falava português e não espanhol, que pena.

— Diga a ela que você o enfiou no rabo! - A aludida riu, sem vergonha e John completou com o óbvio, mas que eu deixei passar, claro.

— Ela pode te entender.

— E eu falar inglês muito bem, não se preocupar. - Ah, sim, estou vendo o quão bem. - Meu nome é Sharam Diniz e eu sou...

Ela parou para pensar, aparentemente o verbo ser ela conjuga muito bem, pena que não sabe dizer muito mais que isso.

Eu sorri divertido, porque o gestual e a expressão de quem quer se lembrar de algo era engraçado. John já ia dar uma de sabe-tudo, provavelmente para lembrá-la que ele podia entender e traduzir sua língua, mas eu o impedi.

— Você é nossa guia? Guardiã? Monitora? Companheira de crime? - Esse último eu disse com um sorriso malicioso e um dançar de sobrancelhas.

Ela me encarou, sorriu e não disse mais nada. Isso é um hábito daqui? Ignorarei só porque ela tem um sorriso incrível e estou muito ansioso para conhecer a escola.

— Esse é o... Central da Nova.

— Pátio? Átrio? Salão? - Dessa vez quem questionou e foi sumariamente ignorado foi John. Eu ri. Sharam nos deu as costas e foi caminhando e como ela não disse mais nada, a seguimos.

A menina, só um pouco mais baixa do que eu, caminhava com um ondular interessante, que me fez olhar para John, em cumplicidade. O loiro percebeu e desviou a atenção de onde ele não deveria estar olhando, corado. Eu fiz minha melhor cara de "safadinho você, hein?" e ele revirou os olhos.

— Palhaço. - Não podia culpar John realmente, de toda as pessoas naquele lugar usando farda, nossa guia era a que vestia melhor.

Isso porque o uniforme da escola consistia numa saia longa vermelho escuro com listras fininhas amarelas - para homens e mulheres! - , um avental/cinta estampado por cima dela e uma camiseta sem mangas lilás com o símbolo dourado de Uagadou no peito.

Agora, assim como em Hogwarts, havia jeitos e jeitos de vestir a roupa: haviam os que a complementavam com uma espécie de poncho da mesma cor da saia por cima dos ombros; outros que usavam camisas de manga comprida no lugar das sem mangas; e ainda aquelas pessoas que usavam um poncho misturado com véu de mulçumano, imagino que por conta da religião mesmo.

Já a nossa querida amiga aqui usava a farda no estilo de Rebeca: a camiseta sem mangas muito justa e as laterais da saia - longas para o padrão Wainz - com fendas que nos davam a visão perfeita de suas belas pernas.

Sharam era longilínea e mais alta do que qualquer garota que eu conheço, tem uma cintura fina, quadris largos e uma bunda que faria Tony parar de sonhar com Sienna "nome impronunciável" da Corvinal.

Infelizmente ela não tinha muito de comissão de frente, mas compensava com o cabelo negro comprido, escovado e usado solto com ondas e o sorriso de 1000 volts!

Ela parou o caminhar pelo átrio central, depois de não dizer nada - para gente, porque, para os amiguinhos que ela encontrava no caminho, ela era só sorrisos e gestos engraçadinhos - nos deixando em um ponto que conseguíamos ter um vislumbre mais claro de todo o ambiente.

O lugar era como um formigueiro gigante dentro de um montanha, só que iluminado como se tivesse o seu próprio sol particular. Corredores desembocavam em uma espécie de rampa espiralada ao redor do mais impressionante e sem fim fosso que eu já vi em minha vida!

Vai lá que eu não sou nenhum especialista em fossos, mas isso é só um detalhe.

No meio do fosso - que deve descer até a base da montanha - uma cena de luta ou festa ou dança entre homens e animais, esculpida em pedra, pairava soberana para todos verem.

Um feixe de luz, vindo de baixo, a deixava com sombras incríveis, dando a impressão de que as criaturas estavam vivas.

Havíamos nos encostado na amurada para apreciar a obra e a senhorita Diniz, como a boa anfitriã que é - até parece -  voltou a falar um inglês de sotaque carregado e gramática duvidosa.

— Esse ser o centro de Nova. Daqui vai para todas as salas e parte de Uagadou pra fora. - Ela olhou para gente e depois apontou para uma espécie de alcova onde alunos estavam sentados conversando animadamente. – Pode descansar, falar, comer, voar, namorar... Não.

Ela olhou sério para mim quando disse o "namorar não" e eu já ia me defender - porque sou tudo sobre inocência, já sabem - quando John me interrompeu, como sempre.

— Espera, você disse voar? - A menina abriu um sorrisão, jogando o cabelo por sobre um dos ombros, empolgada.

— São volantes? - Eu a olhei sem entender. – Vocês voam?

— Se você se refere a voar em uma vassoura, sim, nós voamos. - Quis deixar bem claro, porque vai que os bruxos saem voando por aí que nem no desenho avatar? 

Eu não me matriculei nesse curso de férias à toa, dizem que o pessoal daqui é muito bom em feitiços, em especial os elementares. Ela me olhou com uma cara que demonstrava que queria revirar os olhos para mim, mas optou pela política da boa vizinhança.

— Sim, em vassouras, como jogadores de Quadribol. - Essa frase sem verbo ela disse fluentemente, em um tom enfadado. A monitora deve ter percebido que soou ríspida, porque logo abriu um sorriso solar. – Gostar de Quadribol?

— SIM! Quero dizer, sim, nós gostamos. - Westhampton consertou o óculos, sem graça com seu arroubo de empolgação.

— Uns gostam mais do que outros, eu, por exemplo, sou capitão do time da minha Casa. - O loiro me olhou feio e eu sorri com todos os dentes. – O capitão campeão.

— Ah, então vão amar Uagadou! - Ela fez um gesto para que a seguíssemos e fomos prontamente, mas, que outra opção nós tínhamos?

Nos corredores, alguns alunos nos olhavam curiosos, porém a maioria andava apressada, como se não tivessem tempo a perder com novatos europeus. Quase todos eram negros, - África, dã - mas haviam alguns brancos e até mesmo entre os negros, várias tonalidades faziam da escola um lugar extremamente diverso.

Sei muito pouco de geografia, mas me lembro muito bem que a África é um continente, então, entre a nossa acompanhante do barco - com pele escura e olhos e lábios grandes - e a nossa guia aqui - cor de chocolate ao leite - havia um mundo de diferença.

Fora os penteados com véus, turbantes, black power, tranças, cachos, escovados... Não sei o que esperava, mas certamente não era isso.

Sharam parou em frente a uma entrada em forma de arco que visivelmente estava enfeitiçada, já que parecia haver uma parede de água ou vidro nela. Quando ela percebeu que tanto eu quanto John estávamos prestando atenção o suficiente, fez sinal para que passássemos pelo portal.

Obedecemos e qual não foi a nossa surpresa ao sair do castelo? Ainda era iluminado, mas o vento inclemente não deixava dúvidas, estávamos do lado de fora de uma montanha a um bilhão de metros do chão!

— Como... O que... - Eu estava tendo um pouco de dificuldade para falar, engolia mais vento do que qualquer coisa. – Quadribol?

John havia se abaixado para usar o muro da varanda como proteção contra o vendaval e Sharam nos encarava divertida, contra o vento, cabelos e saia voando como bandeiras.A menina se aproximou da murada, não, ela SUBIU na murada e os meus olhos devem ter atingido o máximo de abertura possível!

Mas se vocês pensam que ela pulou, estão muito enganados - graças a Deus! - porque na verdade ela só fez um gestual com as mãos, que eu não pude ver direito.

E então o vento cessou.

Sharam gesticulou como se tivesse abrindo portas de correr e as nuvens - que não nos permitiam ver um palmo da paisagem - se abriram, revelando um céu azul e a mais impressionante vista dos montes Ruwenzori.

— Uou! - Me aproximei da balaustrada e o frouxo do John se aproximou também, curioso para ver lá embaixo.

Era uma montanha onde estávamos, sem sombras de dúvida, mas era também um castelo. Abaixo de nós tinha outras varandas e ao longe, dava para ver torres e panteões arredondados, esculpidos na rocha crua.

Era grandioso e bizarro e incrível e alto e... Inacreditável.

— Nós treinamos aqui. - Sharam fez um gesto abrangente para a paisagem impressionante e ela ainda estava em cima do muro, parecendo incrível com seus tênis visivelmente trouxas saindo por debaixo da saia.

Novamente, estava me impressionando com algo que nem sabia que havia feito: um pré-julgamento.

— Aqui onde? Vocês não tem um estádio? - John perguntou impaciente. Dessa vez a garota revirou os olhos, pulando de volta para o chão em seguida.

— O estádio fica em Cheia, mas nós trein... - Ela nem precisou completar a frase, porque um trio de garotos pousaram perto de nós, ilustrando sua fala.

Os garotos a cumprimentaram, cada um em sua própria língua, o que me fez pensar, o que aconteceria nessa escola se todos os Marduk simplesmente quebrassem?

...

Olha, talvez esse seja o meu trabalho de conclusão de curso! Muahahaha!

Mentira, sou um anjo e não irei decidir nada até descobrir exatamente onde é a saída de Uagadou que não envolve uma queda livre de 300 mil metros.

Sharam disse algo com um tom risonho, o que fez os garotos me olharem de cima abaixo. O que tinha cara de mais velho, se aproximou com um sorriso estranho.

— Kotero inu anapambana Championship zawo zapakhomo... - Eu nem me dei ao trabalho de parecer confuso, ainda mais que Sharam falou algo a ele, dando tapinhas em seu ombro. - Iye anataya otembenuza?

— Ele está perguntando se perdeu seu tradutor e antes disso ele estava desdenhando da sua vitória no campeonato de Quadribol de Hogwarts.

Seja porque John parecia muito satisfeito ao traduzir toda a situação ou por conta da minha expressão arrogante - de sobrancelhas levantadas e tudo - o garoto franziu o cenho pra gente. Ele disse algo mais, porém quem traduziu dessa vez foi Sharam, não que John não tenha tentado falar, sinto que ele está se divertindo com a minha ignorância.

— Kondwani disse que não desdenhou de seu campeonato. - Todos olhamos para John e o garoto apenas deu de ombros, se ele tivesse gritado "Desdenhou sim" não teria sido tão irritante. – Ele é nosso capitão e tem muito respeito por Hogwarts.

— Ele não disse isso tudo. - Como John é chato! Sharam o encarou brava, mas o resto do time pareceu subitamente alarmado, que estranho.

— Pois ele respeita, assim como todos nós! O Quadribol britânico ainda é referên...

— Aparentemente você só não respeita as regras. - Me virei para encarar a cópia idêntica da nossa guia, de uniforme completo e cabelos cacheados, como uma juba ao redor do rosto. – E vocês, estúpidos? Estão esperando o quê que ainda não foram para a classe?

O trio de jogadores correu para dentro do castelo, com os rabinhos entre as pernas, John quase os acompanhou, mas eu o parei antes que ele nos envergonhasse mais. Notei que, além do tom severo, o inglês da gêmea do mal era perfeito, quase sem sotaque, o que na verdade...

Agora que reparei que Sharam melhorou admiravelmente a pronúncia nos últimos minutos. Eu voltei meu olhar para a dita cuja, que parecia muito divertida apoiada no muro da varanda.

— Você não é nossa guia.

— Nunca disse que era. - Ela sorriu, com uma expressão traquina que teria dado inveja a Pottinha. – No caso, o que eu quis dizer, mas me faltaram palavras em inglês, foi: sou a irmã legal da guia chata de vocês.

— Você não tem aula de magizoologia agora não? - A outra garota, a irmã chata, falou de braços cruzados e cara feia.

— Talvez sim, talvez não, talvez, talvez... - Ela disse cantarolando, andando como se estivesse em uma corda bamba invisível, da maneira mais irritante possível.

Com certeza ela é a Louise da dupla.

— Vai agora antes que eu te mande para a governadora! - Sharam foi, mas não sem antes fazer uma careta para a expressão impassível da irmã enquanto passava por ela.

— E quanto a vocês... - Eu e John consertamos a postura com o mero tom de general da senhorita Diniz certa. – Me sigam, já perdemos tempo demais.

***

A nossa nova guia, Shaira, era bem mais falante, mas bem menos simpática que a irmã. Ela usava as vestes de manga comprida e poncho, o que tirava um pouco da graça de segui-la.

A menina havia nos explicado que a iluminação das montanhas era feita com a reflexão de espelhos, como nas pirâmides egípcias e aliás, o castelo era composto por quatro montanhas e não só uma: Nova, Crescente, Cheia e Minguante.

Não precisava nos dizer que eram as fases da lua que apelidavam as montanhas, mas Shaira nos disse mesmo assim.

A garota, que descobrimos que era angolana, era uma das orgulhosas monitoras da Nova, onde ficavam a Governança, as salas e dormitórios dos professores, os acessos e saídas do Castelo e as salas preparatórias para as aulas práticas.

Em Crescente ficam quase todas as salas de aula e a biblioteca central, bem como os corredores temáticos, onde estávamos agora.

— A esquerda, o corredor islã, a direita, o zulu. - John tomava nota de tudo com pressa, porque a garota não nos deixava entrar para ver nenhuma galeria. – Esse é o egípc...

— Podemos entrar? - Ela parou e se virou impaciente para mim.

— Claro que podem! - Escolhi seguir o egípcio, porque, múmia e escaravelhos, meu povo! Mas a porta se fechou com um movimento manual habilidoso de Shaira. – Mas não agora.

Olha, vou te dizer, Sharam era incompetente, mas sem sombras de dúvidas era melhor guia que a irmã, porque ela tinha prioridades:

Diversão e zoeira.

— Em Minguante, última lua, ficam os dormitórios dos alunos fixos e áreas comunais. - Ela falou tudo isso voltando a andar e eu e John nos entreolhamos, cansados. – O de vocês, estrangeiros, fica em Cheia.

— Hã, senhorita Diniz? - Ela se virou e John consertou o óculos, fechando o bloco de notas e o tinteiro, a pena ia atrás da orelha. – Não pude deixar de notar que a escola está lotada, vocês ainda estão em aula?

— Uagadou, por ser continental, funciona o ano inteiro, com o calendário do norte e do sul e oferece aulas especiais também. - Ela soou meio arrogante. Pobre de nós que estamos vindo de uma pequena escola "rural" que funciona com um calendário normal!

Vou nem dizer nada, já que estou na casa dos outros.

— Essa escola é a única para toda a África? - Perguntei por curiosidade, mas a garota me deu um olhar que quase fez com que eu me arrependesse.

Não, mas ela é referência, então recebemos muitas turmas, como a de vocês. - Fez menção de voltar a andar, despejando conteúdo na gente como fizera na última meia hora, mas eu fui mais rápido.

— E onde está o restante da nossa turma?

— Vocês vão conhece-los amanhã na classe ou talvez antes, em Cheia.

— Em Cheia também fica o estádio de Quadribol, não é? - Ela encarou John e depois me olhou com um pequeno sorriso no rosto.

— Querem que eu pule o tour logo para Cheia?

— Sim!

— Demorou, criança!

***

Cheia era... Atarracada, na verdade.

A montanha era visivelmente mais baixa que suas irmãs, dava para ver pelo átrio central e não, eu não sai por aí com uma fita métrica medindo nada.

Em Cheia, assim que saíamos dos portais conectores - que usam magia espacial pra mandar os alunos entre as montanhas - dávamos de cara com a escultura flutuante da vez.

Se a de Nova era a "dança", segundo Shaira simbolizando a união homem/animal e em Crescente tínhamos um grande obelisco entrelaçado com milhares de plantas, árvores, flores e folhas de distintas espécies, - umas tão bizarras que nem sei como descrever - Cheia era bastante simples em comparação.

— São os fundadores. - Duas figuras imponentes, uma mulher altiva de turbante com uma ave de rapina nos ombros, pairava em um espelho d'água ao lado de um senhor de vestes tradicionais e um cajado de cobra.

Apontei a marca Sonserina para John e ele apenas revirou os olhos, de invejoso que é.

Dava para ver que o monte era menor porque o espelho d'água ficava perto o suficiente para ser visto, sem deixar de ver o jogo de espelhos que formavam o sol particular da montanha acima de nossas cabeças.

Subimos o acesso espiralado comum as quatro luas sendo acompanhados pelas estátuas dos fundadores - bizarramente eles nos seguiam com o olhar, nunca ficando de costas para ninguém, obrigado, magia - observando a dinâmica escolar.

Aqui era mais tranquilo que as outras luas, tinha um grupinho fazendo bagunça na água, outro sentado na balaustrada, de costas para os seus patronos, conversando tranquilamente e só.

Shaira fechou os punhos com cara feia para os meninos mais novos da balaustrada, mas todos deram risada. Ela resmungou algo para si mesma em português e John sussurrou para mim.

— Ela não pode puni-los aqui, não é sua montanha. - Ah sim, ela era de Nova! Isso teria sido útil nas minhas andanças por Hogwarts, Brenam podia adotar o protocolo de setorizar os monitores.

Chegamos no arco final da subida e ela, assim como a irmã fizera com a varanda de Nova, nos deixou passar na frente. Saímos no acesso misto das arquibancadas do estádio, parecia promissor, então eu cutuquei John com o cotovelo.

Ele me empurrou com os ombros e Shaira viu como uma deixa para continuar tagarelando sem propósito.

— O campeonato de Uagadou ocorre entre os doze melhores times escolares africanos, dos quais, Uagadou possui oito atualmente.

Ela havia passado na nossa frente, então virou para gente com um sorrisinho convencido. Que novidade... Vou começar a me referir a essa escola como Vossa alteza. Pelo acesso subterrâneo do estádio - se é que dá para dizer isso do topo de uma montanha - Shaira escolheu uma das entradas, então subimos mais um pouco.

— Nunca mais reclamo das escadas de Hogwarts... - John me olhou com sua melhor cara de "mentiroso", que eu ignorei, claro.

Finalmente saímos para o ar livre e não fomos arrastados novamente pelo vento, como achei que seríamos por causa da altura.

— Então essa é a sensação de estar no topo do mundo? - Abri os braços, já que tudo que podíamos ver era a cordilheira de Ruwenzori soberanas. Todo o resto parecia minúsculo visto de tão alto.

John me cutucou no ombro e quando me virei para ele, dei de cara com o campo de Quadribol lotado com um exército enorme de volantes, como chamara Sharam.

— Mas o que...

— Essas são as eliminatórias para artilheiros da seleção de Uagadou. - Ela disse naquele tom arrogante que eu já estava começando a me acostumar.

— Estão escolhendo seus jogadores entre os doze melhores times da África? - Shaira sorriu para gente, confirmando divertida.

— Trapaceiros! - O sorriso dela murchou.


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Notas finais do capítulo

Que J.K. não ouse vir desmentir os fatos de minha Uagadou!

Bjuxxx



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