Hogwarts: uma outra história escrita por LC_Pena


Capítulo 53
Capítulo 53. Imprevistos acontecem.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, espero que gostem da continuação, kissus.



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Capítulo 53. Imprevistos acontecem.

Meu pai estava com uma mão em meu ombro e a outra no de Tony, meio que para se certificar que não sairíamos por aí desembestados. Nem sequer posso me sentir ofendido com isso, porque Tony não cabia dentro si de tanta empolgação com o nosso upgrade.

Evitei olhar para a cara sem dignidade dele, então preferi focar no painel cheio de botões do elevador dourado em que estávamos. Havíamos sidos separados dos Potter, porque eles tinham que entrar no elevador com toda uma comitiva de aurores grudados nos calcanhares famosos deles.

Acho que não tinha dimensão do quanto Lily, Albus e James eram visados fora da escola. Continuei encarando o painel, até que percebi que, no final das quatro fileiras de botões, tinha um símbolo conhecido. Passei o dedo por cima do brasão com um cavaleiro medieval coroado.

— Ah sim, meu caro, todo esse estádio foi construído por Ciaran Dussel. – Tony me disse com um sorrisinho malicioso, que me fez dar um soco no braço dele.

— Hey, Cesc, não é igual ao símbolo que tem naqueles óculos legais que você ganhou de presente de um dos seus colegas de time? – Por Morgana, que tipo de pessoa repara nessas coisas? Só meu pai mesmo, aparentemente.

— Sim, tio, Cesc recebeu os onióculos do herdeiro do dono disso aqui tudo em pessoa! Ou ao menos do herdeiro de parte, porque Enrique tem mais irmãos do que decência. – Ele riu de sua piadinha interna e eu agradeci que o elevador finalmente havia chegado ao nosso destino final.

O auror que havia ficado para trás conosco, passou na nossa frente e executou o feitiço de segurança que nos dava acesso ao camarote VIP do estádio. Assim que as portas duplas se abriram por magia, o meu queixo caiu completamente.

— Uou! – Tony disse, também impressionado. Estávamos em uma sala redonda, que nos provia uma varanda com visão de 270° para o campo, com direito a balcões espaçosos e taças de champanhe flutuantes.

— Como isso é possível? – Meu pai perguntou a ninguém em particular, mas foi respondido por um senhor de cabelos em um tom de laranja desbotado.

— Feitiço espelho, meu caro, impressionante, não? Tão bem feito que mal dá para saber em qual ponto está o campo de fato. – Ele disse, batendo a bengala no chão, divertido. Olhou para o meu pai, pela primeira vez desde que começou a falar, abrindo o sorriso ainda mais. – Senhor Fábregas! Nem o reconheci!

— É um grande prazer revê-lo, senhor Weasley. – Meu pai cumprimentou educadamente o avô de toda a prole ruiva que se alastrava como praga pelo recinto. Não pude ver ou cumprimentar também o homem, porque Tony me puxou pelo braço, para o final do balcão, longe da grande aglomeração dos outros pontos.

— Cara, esse foi o melhor plano de 3 partes que eu já tive! – Ele falou feliz e eu tive que dar um tapa na cabeça dele, infelizmente metade foi absorvido pelo cabelo dele que estava um pouco maior do que o normal, estava até fazendo cachos já. – Oucht, Cesc!

— Você podia ter machucado muita gente, sabia? – Eu disse a ele sussurrando, porque ainda havia muitos aurores por perto e um sonserino defende o outro, até mesmo quando esse outro é o retardado do Tony!

— Claro que não! Nós bruxos somos treinados para enfrentar momentos de crise com classe. – Ele me disse, soando ridículo e parecendo ridículo com aquela cara pintada de três cores. – Sério, cara, esquece isso e curta o momento. Quer ouvir uma coisa legal?

— Não.

— O arranhão na sua testa está super parecido com o famoso raio de Harry Potter! – Eu fechei os olhos, respirei fundo e pincei o nariz com os dedos para não dar um soco na cara de Tony. – Ok, ok, desculpa! Agora falando sério, olha para lá.

Eu me virei, mas a única coisa que consegui ver foi o camarote dos campeões da Liga, onde Oliver Wood conversava de uma maneira enfática e séria com um Viktor Krum visivelmente entediado. Nossa, isso é muito legal mesmo, quero dizer, os caras são len...

— Não eles, ali em cima, idiota! – Ele direcionou minha cabeça, para o camarote em cima do de Krum e Wood e eu fiz um “Ah” meio involuntário. – Você deveria ter pedido um ingresso para ele.

No camarote, que eu sabia que era o VVIP para investidores e patrocinadores, estava Enrique Dussel, conversando irritadamente com uma mulher longilínea, de longos cabelos negros, cujo rosto eu não consegui ver.

Nem sequer pude acenar para ele, porque o garoto saiu irritado do balcão, como se não pudesse aguentar nem mais um segundo daquela conversa. A bruxa finalmente se virou para o nosso lado, ostentando um sorrisinho satisfeito nos lábios carmim, que bebiam o champanhe de maneira elegante.

— Quem é ela, Tony? – Perguntei a Tony, ainda assistindo a vida alheia no camarote dos ricaços, que era sem dúvida muito mais interessante que a nossa. Um homem muito parecido com ela se aproximou, falando algo em seu ouvido, que a fez rir gostosamente, jogando a cabeça para trás.

— Ah bom, esses são os outros herdeiros Dussel que te falei. – Ele disse com um tom meio aborrecido. – Heitor e Helena Dussel. Nenhum deles vale o champanhe que bebe.

— Scorp deveria dar graças a Merlin por não ter irmãos assim! – Eu falei, encarando um Tony acenando animadamente para a multidão mais abaixo, ele estava quase deitado sobre o balcão.

— E nem sequer está completo o time! – Ele falou, voltando de vez da sua posição perigosa. – Faltou Hector, o mais velho e chato de todos.

— Espera um minuto aí, o nome de Enrique é com H? – Eu perguntei meio impressionado, porque eu escrevi o nome dele nos relatórios de Quadribol errado todo esse tempo.

— Por que você está perguntando isso? – Eu encarei a expressão impaciente de Tony sem acreditar na idiotice dele. Hector, Helena, Heitor e Enrique não faz o menor sentido! – De todo modo, há um motivo para os três mais velhos andarem como se alguém tivesse enfiado um bastão no rab... Tio, chega mais pra ouvir essa história!

Meu pai chegou, com um copo de vinho na mão. Claro que ele não iria mudar o hábito de beber vinho tinto mesmo estando no mundo mágico. Ele era um viciado.

— Que história, Tony?

— A história dos herdeiros desse estádio! – Ele falou empolgado abrangendo a visão de todo o lugar impressionante com as mãos. O negócio era realmente incrível, era uma estrutura metálica em formato de tornado inclinado, que começava estreito embaixo e ia se abrindo levemente torto em direção ao céu, onde a ação do jogo realmente acontecia.

A torcida vibrava toda vez que os anéis inferiores começavam a girar em um movimento que ia subindo lentamente, até chegar no andar abaixo de nós. Infelizmente nosso pavimento era fixo, provavelmente porque a forma inclinada da boca do estádio nos deixava na melhor posição de todas e ninguém ia querer que isso mudasse, as pessoas pagam caro por esse privilégio.

Os mastros dos aros norte saiam do meio das tribunas abaixo de nós, os deixando a 45° do nosso campo de visão. Era justamente os aros azuis e dourados onde a principal estrela da noite iria tentar colocar a goles. Sua família tinha que ver o espetáculo de perto, claro, assim como os investidores e barões do Quadribol.

— Os herdeiros? Os do brasão no elevador? – Meu pai perguntou, porque se tem algo que ele gosta, sendo um advogado corporativista, é de treta de herdeiros.

— Sim, tio, olha só que interessante, Ciaran Dussel, dono disso tudo, se casou duas vezes e os filhos do primeiro casamento detestam o filho único do segundo.

Tony nem precisava dizer para eu saber exatamente quem era esse filho único do magnata dos esportes. Ele continuou, muito entretido em sua fofoca, mesmo que meu pai não soubesse de quem diabos ele estava falando.

— Olha a treta: no primeiro casamento do velho com Abigail Selwyn, a família da moça de sangue puríssimo deu um dote assombroso para a família Dussel, que sempre fora absurdamente rica também.

“ Os Selwyn são mundialmente conhecidos por fazerem parte da nata do mundo bruxo desde sempre e estavam muito confortáveis em sua posição, tendo três herdeiros homens na linhagem central. Mas eis que uma série de eventos esquisitos foram ceifando a vida de cada um deles, deixando toda a fortuna desse ramo da família para a caçula, Abigail.

Por isso mesmo Rhys Selwyn ficou satisfeito com a proposta do herdeiro dos Dussel, afinal, o jovem mostrava ter um excelente tino para os negócios e ele precisava de um bom homem para cuidar do dinheiro de sua menina dos olhos.

Ele confiou tudo ao genro e apenas dois anos depois do casamento, antes mesmo do primeiro neto nascer, o homem partiu dessa para uma melhor, deixando Ciaran Dussel à frente dos seus negócios.

Tudo ia bem, a pródiga família fruto da união Selwyn-Dussel crescia, agora com um belo herdeiro e um adorável par de gêmeos, até que... A alegria acabou. Abigail Dussel contraíra varíola de dragão e foi isolada na antiga mansão de sua infância, para não contaminar as crianças.

Infelizmente ela não resistiu e três semanas depois faleceu, deixando a família e toda a comunidade bruxa britânica desolada. Agora vem um salto na história, prestem atenção, doze anos depois Ciaran Dussel estava de volta ao mercado matrimonial, mais rico e experiente do que nunca.

Seus filhos Hector, Helena e Heitor, contavam com 16 e 14 anos, respectivamente, crescidos o suficiente para não atrapalhar os planos do pai, estando tão longe, em Hogwarts. O homem então, escolheu a beleza da temporada: Eileen Rowle, recém-formada em Beauxbatons e de uma família igualmente proeminente.

Se casou sem sequer comunicar aos filhos, mas os Rowle, diferentes dos Selwyn que haviam entregado toda sua fortuna sem questionar nada, fizeram um acordo pré-nupcial bem amarrado:

Em caso de morte, todo o dote e futura herança de Eileen iriam apenas para os seus próprios descendentes. Ciaran não viu problema, estava apaixonado e afinal de contas, seus filhos mais velhos não estariam desamparados, havia toda a sua fortuna e a da mãe para eles dividirem.

Mas a verdade é que quando Hector, revoltado com o novo casamento do pai, acionara os advobruxos dos Selwyn, descobriu-se que o velho Rhys Selwyn havia sido extremamente tolo: não deixara clausula alguma que protegesse a fortuna dos herdeiros de sua filha.

Resultado, atualmente todo o dinheiro da mãe deles é de seu pai e se Ciaran Dussel morrer antes da esposa, metade de toda a fortuna - dos Dussel e dos Selwyn – irá para ela e 12,5% para os filhos, lembrando que Enrique é o único herdeiro da mãe.”

Tony parou de contar a história, pigarreando um pouco e tentando capturar uma taça de champanhe fujona. Ele desistiu quando percebeu que só podia capturar aquelas que eram de bebidas não alcoólicas, como o suco de amora que eu estava tomando.

— Como sabe disso tudo? – Perguntei e ele deu de ombros insatisfeito com a taça.

— Minha mãe é uma Selwyn de nascimento e isso foi motivo de discórdia por muitos anos na família dela.

— De fato, há uma injustiça muito grande, o caçula herdará o dinheiro de uma família que nem sequer é a sua! – Bem, agora está bem claro porque Enrique é tão arrogante. Se fosse eu seria ainda mais arrogante e esbanjador do que ele é, não vou mentir!

Meu pai parecia intrigado com os aspectos legais do mundo bruxo. Tony agora estava virando todo um cálice de suco de abóbora, largando a taça no ar. Ela seguiu seu caminho tortuoso pelos convidados.

— Ah sim, mas quem mandou o velho Selwyn ser besta? – Tony deu de ombros, demonstrando toda a sua adorável compaixão Sonserina por um parente, eu ri e meu pai maneou a cabeça. – Só resta aos Selwyn-Dussel infernizar a vida de Enrique mesmo, coitados dos meus primos com quem eu quase não tenho contato e nem me importo.

— Enrique, o Rowle-Dussel, foi nosso apanhador, pai, ele não é nenhuma flor que se cheire também, a propósito. – Tony me deu um olhar conhecedor e eu simplesmente o empurrei com os ombros. – Mas ele sabe dar ótimos presentes, tenho que admitir.

Saquei meu onióculos do bolso do meu moletom e comecei a prestar atenção no show de abertura da final, deixando toda essa história de lado, afinal, Enrique Dussel não era mais problema meu. As arquibancadas giratórias agora ostentavam um mosaico com os escudos dos dois times e eu sorri pra isso.

Os galhos de junco cruzados por baixo da estrela de quatro pontas igualmente dourada brilhavam no fundo azul marinho nos setores em frente ao nosso, mas logo foram transformados em uma grande garra dourada em um fundo verde escuro, quando os anéis giraram em torno de si mesmos.

— Esse estádio é demais! – Albus apareceu do nada, recebendo uma bagunçada no cabelo de meu pai. Acho que deve ser irresistível para os adultos esse cabelo já naturalmente bagunçado. – Estão gostando de tud...

Um flash impediu que o garoto terminasse a pergunta. O filho do meio de Harry Potter respirou fundo e continuou como se aquela câmera voadora com o logo do The Jinx Times não tivesse o interrompido.

— As instalações desse estádio aqui são ótimas, tirando a flexibilidade dos feitiços anti-repórteres, claro. – Ele falou sem disfarçar a irritação, mas depois deu um sorriso. – Estão sendo bem tratados?

— Na verdade não! As taças de champanhe estão fugindo de mim!

— Isso porquê elas foram enfeitiçadas para não servirem álcool para crianças, Tony. – Blaise Zabini falou atrás do filho, que se virou feliz. Eu revirei os olhos e Albus só sorriu. – O que vocês três estão fazendo aqui de qualquer modo?

Blaise Zabini estava com suas já conhecidas vestes negras, mas dessa vez ele usava um colete dourado embaixo da enorme credencial da equipe de segurança do evento. A foto do crachá dele abria o mesmo sorriso ladino e levemente pontudo de Tony, te desafiando a não sorrir junto.

— Depois do incidente lá na entrada, os Potter nos convidaram para ficar com eles aqui. – Meu pai o cumprimentou, disfarçando a acusação implícita no sotaque acentuado. Zabini retribuiu o cumprimento com um sorriso tranquilo.

— Sim, sim, essa situação já foi devidamente contornada. Algum espertinho soltou fogos de brincadeira no meio da multidão. – Ele deu de ombros. – Infelizmente não recebemos permissão da Liga Europeia de Quadribol para proibir a entrada dos produtos Weasley. Teria sido um verdadeiro contrassenso, segundo eles.

Zabini olhou acusadoramente para o Weasley-Potter, filho da estrela da noite, cuja a família adorava colocar no mercado os artefatos mais inquietantes que se tem notícias. Albus franziu o cenho para ele, mesmo não sendo nada inocente, com exceção da situação atual, claro.

— Bem, o importante é que ninguém se machucou, tenho certeza que a pessoa que fez isso está muito arrependida da confusão. – Tony disse simpaticamente. Eu o encarei sem humor.

— Eu tenho certeza que não. Oucht! – Para a sorte de Tony o pai dele precisou atender um chamado em seu comunicador dourado, que mais parecia um daqueles ornamentos chamativos usados por indianas na parte de cima da orelha, isso lhe conferia um toque vilanesco.

Albus e meu pai nos olharam com suspeita e Tony apenas murmurou um “desculpa, Cesc”, que não convenceu ninguém. Eu respirei fundo para não revidar a pisada que havia recebido dele.

— Desculpem-me, pessoal, mas tenho que ir, curtam o jogo por mim. – Blaise Zabini foi saindo rápido de perto da gente, dando um tapa no ombro de meu pai, como se dissesse “fica de olho neles, cara”. É claro que nem meu pai, muito menos ele, falariam isso em voz alta.

Albus retornou para perto da família e todos voltaram sua atenção para o show pirotécnico com o jogo encenado pelas líderes de torcida dos dois times. Coloquei meu onióculos, emprestando de vez em quando para Tony e meu pai poderem ver as coisas maneiras de perto também, porque sei dividir tudo.

Quando finalmente o jogo estava para começar e todos estavam com aquela tensão palpável, deixei meu olhar escapar de volta para o camarote VVIP, acima do nosso e me deparei com aquele olhar bem conhecido.

Enrique estava debruçado em seu próprio balcão, com um sorriso sacana nos lábios, eu manei a cabeça ostentando meu próprio sorriso. Quem diria que encontraria o senhor herdeiro da porra toda tão cedo? Coincidência filha da mãe!

***

Estava usando o recurso fantasma inédito do ónióculos Videre, para repassar a jogada que deu a vitória aos Puddlemere United. Metade do estádio e com certeza o camarote ao lado, de Oliver Wood, estavam vibrando absurdamente alto com o resultado.

Já esse aqui estava muito, muito silencioso. Normalmente o ónióculos reprisa todas a jogadas que o seu dono assistiu, mas esse tinha um recurso incrível que te deixava ver aquilo que você não vira, era só direcioná-lo para o ponto onde a jogada tinha acontecido, levando em consideração a direção daquela que você presenciou.

Então pude ver que, ironicamente, no exato momento em que Axel Bagmam pegava o pomo da vitória, Ginevra Potter fazia uma das mais incríveis e, por sinal, última jogada de sua carreira.

Mexi nas pequenas alavancas da lateral do artefato mágico e ele me mostrou a exata expressão do rosto da jogadora, esperando para que todos celebrassem com ela a goles no aro central, mas depois se desmanchando ao perceber o que tinha acontecido.

— Nossa! – Tirei as lentes dos olhos e voltei para o tempo atual, onde os familiares e amigos da artilheira já estavam naquela fase de murmurar sem graça, um para o outro, alguma frase sem significado, tentando justificar o que havia acontecido.

Harry e James Potter puxaram palmas respeitosas para o campeão, sendo fotografados por milhares de câmeras. Lily já tinha saído dali há muito tempo, suponho, porque ela não podia ser vista em lugar nenhum.

Albus seguia os passos da irmã, desviando de todos no caminho, com raiva. Ele não queria ouvir aquela lenga-lenga de “não fique assim, blá, blá, blá” e eu não podia culpa-lo, era um saco que a mãe dele tivesse se aposentado com uma derrota.

— Mesmo perdendo, ainda quero um autógrafo dela. – Tony me disse, mas graças a todos os santos, apenas eu e meu pai ouvimos ele.

— Vocês deviam ir ver como seu amigo está. – Meu pai sugeriu, naquele tom de quem sabe mais.

— Não somos tão amigos dele assim, seria estranho. – Eu respondi, não querendo me deixar contaminar pelo clima chato que havia se instaurado no local, afinal, nenhum de nós estava torcendo exclusivamente para as Harpias, lembram? – Devíamos tentar entrar na festa da vitória do camarote ao lado ao invés.

Sugeri e Tony fez que sim com a cabeça, mas emendou com um não ao ver a expressão séria de meu pai. Por que não? Parecia muito boa a festa deles.

— Devíamos ficar aqui e ser solidários com os Potter, Cesc. – Tony falou com um falso tom simpático e contrito.

No momento que iria mandar ele enfiar aquela taça de água que estava segurando no rabo, um elfo doméstico aparatou bem na nossa frente.

— Os Dussel os convidam para vosso camarote, senhores. – A criaturinha cabeçuda estendeu uma pequena bandeja de prata com um cartão de visita cor de chumbo, com letras vermelho sangue, onde lia-se “Ciaran Dussel” e o brasão da família logo abaixo.

Meu pai pegou o cartão virou e olhou de mim para Tony e então de volta para o cartão. Devo dizer que estávamos com a nossa melhor carinha implorativa? Não, né? Ele suspirou pesado.

— Está certo, garotos, vamos ao camarote dos Dussel.


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Notas finais do capítulo

Aviso rapidinho: eu sei que estamos comemorando um ano de fic e tal, mas vou precisar postar apenas aos domingos, assim eu não quebro a minha palavra, acho q será melhor para todos dessa forma.

Bjuxxx