Hogwarts: uma outra história escrita por LC_Pena


Capítulo 47
Capítulo 47. Sobre as pessoas mais “alguma coisa” que eu já conheci.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado as lindas S G Lucine e Jweek, que começaram a nobre empreitada de reler essa loucura aqui! Obrigada, meninas, pela atenção e pelos comentários!



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Capítulo 47. Sobre as pessoas mais “alguma coisa” que eu já conheci.

Rose Weasley nos encarou do alto de seus um metro e sessenta, com uma arrogância de dar inveja em qualquer sonserino, vou te dizer.

— Onde está Zabini? - Ela perguntou, com aquele tom que não aceita enrolação. Agora, me diga você, se eu tenho tempo ou constituição emocional para ficar sendo prensado por uma Weasley desse jeito.

— Tony não está aqui, como a senhorita bem viu, nossa vida não gira ao redor dos seus caprichos. - Se eu não sei agir como intimidado, Rebeca sabe menos ainda.

Scorp então... Ele havia se posicionado suspeitosamente, quase que por completo, fora do campo de visão da pobre ruiva, tenho certeza que para aplicar algum feitiço de "contenção" caso as coisas não deem certo.

Claro que não falamos nada sobre isso, a maldade de Scorp é apenas instintiva.

— Pois ele deveria estar aqui, a menos que o que dizem seja verdade, que ele e Fábregas compartilham o mesmo cérebro. - Que absurdo, ninguém diz isso! Rose Weasley é uma capivara maldosa mesmo, no máximo dizem isso dos batedores do time dela. Eu digo, no caso.

— Sim, claro, que seja, tudo para terminar essa conversa logo! - Rebeca disse impaciente e Scorp franziu o cenho agressivamente para uma Weasley que nem podia vê-lo. O loiro tem essa estranha habilidade de camuflagem.

Medo.

— Olha, vamos terminar logo com isso: no pós-jogo eu fiquei doente, garganta inflamada, e com toda aquela coisa da perda de memória, que você sabe, nem tive cabeça para falar com ninguém, muito menos com os Iconoclastas. - Tudo verdade, eu só trabalho com a verdade, vocês bem sabem também.

E Weasley não teve problema nenhum em acreditar nisso, apesar de eu ter percebido sua personalidade aguçada com a resposta. Ela trocou o peso dos pés e passou a língua de leve nos lábios, tudo como um tique da sua necessidade de manter a calma, suponho.

— E o que Tedd... Auror Lupin disse sobre isso? - Fiz uma careta de desentendimento. – Digo, a respeito da sua perda de memória?

— Ele não me disse nada, o que teria pra dizer? Eu a perdi, Haardy confirmou e a terceira parte envolvida não está muito afim de ser encontrada no momento, então... - Dei a entender que desse mato não saia mais coelho, mas pergunta se Rose Weasley aceita sugestões de fim de papo! Aceita nada.

— Sim, mas não tem como recuperar o que foi perdido?

— Recuperar o quê, mulher? Eu não sabia muito não... - Falei no meu tom mais cansado. – Além do mais, algumas coisas estão voltando aos poucos, algo sobre uma briga de Romeo e Haardy e... Sei lá, pouco importa agora!

— É, Weasley! Você precisa saber mais o quê? - Ela deu um pulo de susto ao perceber o quão perto e invisível Scorp esteve antes.

Subitamente pareceu intimidada, muito provável que tenha enfim percebido que não é tão seguro trabalhar sozinha. Nós, sonserinos, nunca fazemos nada sozinhos, para o bem ou para o mal, uma dica para a vida:

Coisas ruins podem acontecer com menininhas que vão para debaixo de tribunas com três serpentes...

— E... E Zabini? - Ela falou com a cabeça dardejando de onde eu e Rebeca estávamos para onde Scorp está, atrás dela, a voz se perdendo um pouco no final, porque ela falou de costas para mim.

— Ele não pôde vir, já dissemos. - Weasley se sobressaltou mais uma vez, porque dessa vez foi Rebeca quem havia se aproximado sem ser notada. A monstra tirou uma mecha do cabelo bagunçado da ruiva do ombro, quase carinhosamente. – Só a gente não é o suficiente?

Era, se a engolida em seco da garota sinalizava algo.

— Fábregas? - Dei meu melhor e mais inocente sorriso de "Prossiga, querida", longe de mim querer parecer alheio a intimidação dos dois marginais que tenho como amigos. "Serei o seu rosto conhecido", era o que minha expressão dizia. – Zabini disse algo a você?

Ela deu um tapa na mão de Rebeca, que agora fazia um carinho em seu rosto, sempre com um sorrisinho maligno. Ao desviar da minha doce amiga, a ruiva se bateu com Scorp, que é alto pra caramba. Ele enviou seu próprio sorriso inocente de lá do alto, que pareceu meio maníaco, na sombra da base das tribunas.

— O que Tony possivelmente poderia me dizer? Você o conhece...- Dei de ombros. – Mas ele quer se encontrar com você para te dizer a versão dele dos fatos.

— O qu... - O olhar de horror dela quase me fez rir de ruim que sou, a mera possibilidade de ter que se encontrar com a gente de novo sendo o suficiente para deixá-la assim. Mas sou um profissional, então coloquei a tampa no caixão, a interrompendo.

A sós.

Pronto. A postura de Rose Weasley não parecia mais tão arrogante. Ela bem sabe que Tony pode se fazer de bobo o quanto for, que isso não vai mudar o fato de que ele...

Não é.

***

— Acha que ela está mesmo onde Tony quer? - Scorp perguntou meio inseguro, passada toda a encenação de sonserinos fodões. Tá que a maluquice dele não foi encenada, mas deixa eu sonhar!

— Weasley parecia bastante intimidada, mas sabe como são grifinórios, tiram uma coragem absurda de onde menos se espera. - Rebeca disse com desdém, caminhando entre mim e Scorp. – Ademais, não é mais problema nosso.

— É sempre problema nosso, até deixar de ser um problema. - Eu disse em tom de bronca e a monstra só revirou os olhos.

— A gente ao menos sabe o que aquele imbecil tem planejado? - Ela disse exasperada, para ninguém em particular.

— Para ser sincero, não sei o quanto essa ausência em cima da hora de Tony afeta a parte dele nisso tudo. - Scorp disse para mim, Rebeca nem de longe sendo um obstáculo para a nossa troca de olhares. Baixinha.

— Ele com certeza já pensou em uma adaptação, diria até que o remendo vai ficar melhor do que o plano original. - Scorp olhou para frente, intimidando um grupo de secundaristas da Lufa-lufa. Falando em intimidar, tenho que lembrar de falar para Potter abortar qualquer plano assustador que ele tenha bolado, ao menos por hora. – Tony tem uma habilidade de tirar o melhor do pior que é impressionante!

É uma criatura estranhamente poderosa, esse Zabini.

***

— A maldita da minha ex atacou novamente, mas... - O grande louco, que eu chamo de amigo, apontou para o teto com as duas mãos e deu um sorriso diabólico. – Isso servirá bem aos nossos propósitos!

— Como uma detenção vai nos servir de alguma coisa? - Eu perguntei, realmente curioso, mas Rebeca não deixou Tony responder.

— Como Harmond conseguiu te colocar em detenção, pra início de conversa? - Sim, essa era uma pergunta ainda melhor!

— Aquela garota tem mãos rápidas... Literalmente. - Ele me mandou um sorriso malicioso e desnecessário, diga-se de passagem. Eu lá preciso saber disso? – Tracy deu um jeito de colocar alguma coisa nas vestes da monitora da Grifinória, fazendo parecer que eu a enfeiticei!

— Sim, mas como ela sabia que um de nós não assumiria a culpa em seu lugar? - Scorp perguntou, admirado com a esperteza da garota.

— Provavelmente ela não sabia, qualquer um de nós que fosse pego seria uma vitória pra ela. - Dei de ombros, mas Tony apontou dramaticamente pra mim. Saco! Pra que isso?

— Aí que você se engana, meu caro! Ela sabia sim.

— Sabia nada.

— Sabia sim.

— Sabia porcari...- Scorp jogou um travesseiro em mim, quando fiz menção de continuar a argumentação. Tony o agradeceu com uma mesura. Palhaços.

— É de conhecimento de todos que a sua varinha ainda passa por inspeção diária, estúpido, que Rebeca se faz de santa e que Escorpiãozinho aqui é muito medroso...

— HEY! - Tony parou a reclamação do loiro com um gesto seco de mão.

— ... para atacar uma monitora, então ela sabia sim! -Ele falou olhando diretamente para mim, com toda a intenção de se gabar pela vitória e ignorando a interrupção de Scorp.

Pff, Zabini é tão imaturo.

— Ai que beleza então, Tony, você nos arranjou mais problemas, declarando guerra contra essa garota! - Rebeca falou tudo ao mesmo tempo em que se deitava bruscamente na cama de Scorp.

Já estava pronto para rir do piti do loiro, mas ele não disse nada, ainda encarando Tony, esperando por explicações. Deve ter sentido meu olhar, porque mudou de postura rápido.

— Sai da minha cama, garota! - Ele falou com o tom entojado de sempre, o que só fez a morena levantar o tronco e o encarar. Ela franziu o cenho, mas saiu.

— Morgana me livre de pegar suas pulgas, Malfoy. - Rebeca sentou muito mais formalmente na cama de Tony, deixando o loiro meio sem ação, mas ele foi rápido, lançando uma boa pergunta no ar.

Tudo muito estranho.

— Qual o seu plano com a Weasley que a Harmond não estragou, Tony? - Tony deve ter notado algo também, porque encarou o loiro por mais tempo do que o necessário.

— Bem... Pretendo seduzir a Weasley. - Rebeca ainda parecia meio chatead... Espera o quê?

— O quê? - Todos no quarto tinham a mesma expressão de incredulidade e bem, nojo, porque é da Weasley que estamos falando.

— Não se preocupem, o plano vai dar certo.

— Não, não vai. - Falei o óbvio.

— Vai sim.

— Não vai.

— Sempre dá, então vai dar certo sim.

— Não, não vai! - Dessa vez quem disse foi Scorp, o que arrancou um levantar de sobrancelhas e um sorrisinho torto do troll mais teimoso que já se teve notícias!

— Ah! Um desafio... Adoro desafios!

E ferrou.

***

Olhei para os dois lados, confirmando que realmente ninguém mais estava prestando atenção no capitão do time perto do quadro de avisos da Sonserina.

A estreita parede de pedra cor de chumbo, logo na entrada do Salão Comunal, era cheia de pequenos porta-retratos com molduras de prata, com os mais diversos e aleatórios recados para os aluninhos desocupados.

Mas aquele, na altura dos olhos, na ponta esquerda, só eu tinha acesso. Tá, todo e qualquer capitão antes de mim teve, mas os mortos e formados não contam mais, né? É. Fora que a bagaça só abre com o distintivo de capitão, então nem adianta um Dolman da vida tentar... Por que ele tentaria, meu Merlin? Deixa de ser idiota, Cesc!

Seja rápido.

Apresentei o distintivo, escorreguei o aviso para dentro da moldura e teria escapado incólume, se não fosse aquela pestinha ruiva do meu ódio.

— Mas que despautério é esse, Cesc? - Tapei o bocão de Lily e a puxei para mim, rezando para todos os santos que conheço, para que ninguém perceba qu...

— Hey! Mas que porra é essa, Fábregas? - A última pessoa que eu queria que visse a mensagem na minha presença, viu. Vou parar de rezar, sério.

— É temporário, Habermas. - Falei, soltando Lily antes que ela me mordesse.

Infelizmente esse Habermas era tão insistente quanto o primo, tão grande quanto o primo, mas não tão facilmente manipulável quanto meu amigo Romeo.

— E isso é legal? - Marco Habermas me olhou com um esgar desagradável nos lábios e um brilho maligno nos olhos castanhos. Ele e Romeo não eram lá muito parecidos, infelizmente.

— O capitão do time pode tomar decisões drásticas em situações emergenciais... - Lily cruzou os braços, indo para o lado do garoto, me encarando com uma cara emburrada. – E um goleiro expulso antes da grande final é uma emergência.

— Faça um teste então! - Gente que eu nem tinha reparado que estava ouvindo a discussão concordou com essa fala de Habermas. O dito cujo se inclinou, no alto de seus quase dois metros de altura, fazendo os cachos "angelicais" cobrirem os olhos. – Não fique colocando seus amiguinhos no time sem mais nem menos.

— Deixem de chatice, vai haver um teste! - Eu disse, olhando de Lily pra ele. – Na próxima temporada, claro.

— Mas...

— Lily, pelo amor de Merlin, Scorp como goleiro é bom pra você! - Ela me olhou surpresa, depois abriu um sorriso encantado, percebendo que não teria mais que disputar com o loiro a vaga de apanhador. Eu hein, a vontade de causar é tanta que ela nem vê o óbvio! – Só falta mais um jogo, de qualquer forma!

—  Ah, é... Desculpe, cara, mas você está sozinho nessa. - Pottinha falou isso, dando tapinhas consoladores no braço do quartanista, que bem poderia ser um meio gigante de tão grande que era.

Ele puxou o braço bruscamente e eu quase tirei Lily de perto dele, porque Marco Habermas era o típico sonserino que acaba com os nossos pontos na ampulheta prendendo primeiranistas dentro de armaduras velhas.

— Fábregas, eu exi...

— Reclame com o nosso diretor, Habermas! - Falei, já quase saindo do Salão. Parei, fingindo surpresa. – Ah, não, espera! Ele está foragido.

Não fiquei para ver a reação dele a essa fala. Ok, provavelmente não deveria ter feito isso, mas dane-se, os Habermas são as criaturas mais irritantes que eu conheço! Além do mais, Scorp tem reflexos fantásticos, não será pior que Streck nos aros e eu com certeza não estou pronto para ter dois deles no time.

Dois Habermas, digo.

Fora a falta de tempo. Scorp já está integrado à equipe e por dentro das jogadas, só vai precisar se adaptar um pouco a nova posição.

Eu até entendo a insatisfação do cara, Dolman colocou Streck na equipe - mesmo ele sendo um merda - só porque o pai pediu e ano passado ele não pôde fazer o teste como substituto temporário porque estava de detenção, culpa somente dele, mas ainda assim...

E para completar, esse ano não teve teste aberto, porque já tinha gente demais na equipe. Mas eu juro que darei uma chance para ele na próxima temporada.

Isso se ele não me matar antes.

Continuei com o meu caminho aleatório, tentando encontrar Tony e/ou Scorp, mas acabei encontrando quem eu menos esperava. Louise parecia um pouco perdida, mas assim que ela me viu, veio correndo em minha direção.

Ai droga, ela me abraçou!

POR QUE MERDA LOUISE ESTÁ ME ABRAÇANDO?

— Cesc... - Argh, além do abraço, ela está chorando também? Meu Merlin, eu não sei como as coisas podem ficar piores do que isso! – Frank terminou comiiiiiiigoooo!

Ela choramingou essa última palavra e eu a deixei apoiar a cabeça no meu peito, só para que ficasse mais fácil sua condução para um lugar bem isolado. Nós temos uma imagem a zelar, afinal de contas.

— Me explica essa história direito, garota! – Ela fungou mais forte, molhando o meu colarinho, então eu melhorei meu tom. – Quem Longbotton acha que é para terminar com uma Fábregas?

— Sí, pero llegó con una historia que podía soportar todo, excepto la traición... [Pois é, mas ele chegou com uma história de que podia suportar tudo, menos traição...] – Ela havia falado tudo embolado, mas eu havia entendido o suficiente. Eu a afastei pelos ombros, fazendo Louise olhar para cima, nos meus olhos.

— ¿Fueras infiel? [Você foi infiel?] – Ela me olhou ofendida, não sei porque, seria perfeitamente aceitável que ela traísse Trevosobotton, minha irmã era areia de mais para o caminhãozinho dele. – Entonces ¿de dónde sacó esa idea? [Então, de onde ele tirou essa ideia?]

Ela cruzou os braços, agora parecendo menos triste e mais irritada. Eu olhei sério para Louise, a desafiando a contar a verdade.

— No me gusta hablar cuando no estoy segura... [Não gosto de falar quando não tenho certeza...]

— ¿Desde cuando? Es la criatura más locuaz que he tenido la desgracia de conocer! [Desde quando? Você é criatura mais tagarela que eu tive o desprazer de conhecer!] – Dessa vez ela me deu um soco no ombro. Olha, eu só estou tentando ajudar aqui! Por isso que eu mantenho distância dela!

— Si estás tan interesado en el tema ... Creo que fue James Potter que estaba diciendo cosas a Frank, el muy entrometido. [Se está tão interessado no assunto... Acho que foi James Potter que esteve dizendo coisas a Frank, o muito intrometido.]

Ah, mas isso não me surpreende nem um pouco, James Potter é a pessoa mais intrometida que eu conheço. Toquei no ombro dela, sem a olhar nos olhos e fiz menção de sair.

— Eu cuido disso, maninha. – Ela me parou, talvez não tendo gostado do meu tom ou da minha expressão, sei lá.

— Cesc, eu disse que não tenho certeza! -  Ela falou exasperada e quase sem nenhum traço de choro no rosto agora. Eu apertei o nariz avermelhado dela e ela fez uma careta.

— E eu disse que cuido disso! – Falei feliz, apenas porque, bem, estava com saudades de confrontar James Potter. Um sonserino precisa de tretas para viver, afinal de contas!

***

O dito cujo parecia bastante concentrado e ocupado, provavelmente estudando para os NOM’s, coisa que alguns pobres mortais tinham que fazer pelo bem de seu futuro. Eu não o invejava.

Puxei uma cadeira no grupinho de estudos dele, da maneira mais barulhenta que encontrei e sentei com ela ao contrário, apoiando o queixo no encosto. Os grifinórios me olharam irritados.

— Potter. – James era o mais irritado de todos, parecia não acreditar na minha falta de bom senso ao provocá-lo na frente dos amigos. Sorri para isso. – Então Longbotton deu um pé na bunda da minha irmã, não foi?

No começo a expressão dele foi de desentendimento, depois de compreensão e por fim, ele vestiu sua melhor feição inexpressiva. James Potter era estranhamente bom na arte da dissimulação.

— E por que está me perguntando isso, Cesc? Ela estava namorando comigo por acaso? – Soltei um risinho irônico. Muito dissimulado, de fato. Os amigos dele se levantaram e resolveram que aquela sala de estudo não era mais um lugar calmo para estudar.

Bom.

— O que disse a ele? – James sabia muito bem do que eu estava falando, mesmo que eu não soubesse. Ele não estava mais inexpressivo, estava sorrindo inocentemente, a personificação da falsidade.

— O de sempre, somente a verdade, ele é meu melhor amigo, não deixaria que fosse engana...

— Minha irmã não o enganou! – Ele parou de falar e me encarou com uma mistura de descrédito e pena. Vou socá-lo na cara, se ele continuar me olhando desse jeito. – Como pode ter tanta certeza?

— Como você pode ter tanta certeza?

— É minha irmã, Potter, não gosto dela, mas sei quando está mentindo, somos gêmeos, você sabe. – Ele fez um esgar com a boca, nada impressionado. – Não pode ficar espalhando boatos sobre Louise assim e esperar que continue te considerando, como você gosta de nos chamar? Amigos?

Eu disse tudo franzindo o cenho, como se realmente estivesse me perguntando o que diabos nós dois éramos. Eu nunca me enganei, com Potter não dá para tecer uma vindoura e bonita amizade, o traste é muito irritante para isso.

— Não se intrometa nos assuntos de sua irmã, Cesc. – Ele me disse, passando a mão pelos cabelos, cansado.

— Essa foi a coisa mais hipócrita que eu já ouvi na minha vida e olha, eu já ouvi muita hipocrisia por aí, Potter.

James, Cesc, por que nunca me chama de James? – Que saco, hein? Já o chamei pelo nome de batismo um milhão de vezes... Ou pelo menos uma vez, sei lá.

— Quero que vá até Longbotton, diga que se enganou e que ele tem que lamber o chão que a minha irmã pisa, James.

— Sabe que eu não posso fazer isso, Cesc, acontece... Acontece que eu a vi. – Levantei uma sobrancelha para ele. Ele deu de ombros. – Duas vezes, Cesc, com o meu irmão.

O quê? Sev e Louise? De jeito nenhum!

— Isso é ridíc...

— Eu vi. – Ele foi enfático.

— Você viu a minha irmã e seu irmão se beijando? Foi isso que você viu, James? – Ele hesitou, mas logo assumiu uma postura convencida. – Dando uns amassos? Mão na bunda? Roupas desarrumadas? Não? Nada disso?

— Vi os dois juntos e Albus não negou. – Dessa vez eu o olhei com pena e descrédito. – E eu acredito nele, não vou voltar atrás.

— E eu acredito na minha irmã, Potter.— Ele suspirou pesado com o impasse. Honestamente, não sei porque Potter se importa tanto com o que eu penso, se intromete tanto na vida das pessoas, na verdade, eu simplesmente não entendo James Potter, ponto.

— Então acho que não temos mais nada para falar, Fábregas.

Levantei da minha cadeira, a colocando no lugar sem encará-lo. O fiz apenas quando já estava para sair.

— Você é o cara mais estranho que eu já conheci, Potter. – Ele sorriu, voltando a abrir o livro que estava lendo antes de eu interrompê-lo. – Boa sorte na sua loucura.


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Notas finais do capítulo

Hahahaha, tomando licor de chocolate cremoso com o diabo, não consigo deixá-los bem por muito tempo.

Bjuxxxx