Hogwarts: uma outra história escrita por LC_Pena


Capítulo 19
Capítulo 19. Lógicas e legados


Notas iniciais do capítulo

Acho q finalmente ajustei a ordem dos capítulos. Acho. Quero acreditar q não terei mais problemas com postagem, deu um trabalhão para consertar.

Povinho, tem bônus pelo ponto de vista de James Potter, vão dar uma olhada! ;*
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19. Lógicas e legados

—Tem certeza que não quer que eu corte seu bolo?— Tony me perguntou já com o garfo e a faca em mãos.

—Se for pra você comer de novo, eu passo.— Olhei pra ele sério. O sacana apenas sorriu culpado. Eu. Mereço. Meus amigos são pessoas quase decentes, estão muito tocados pela minha situação patética de ombro lesionado.

Aparentemente a curandeira Bodernave não é tão boa quanto ela mesmo pensava, porque assim que Madame Pomfrey chegou de sua Convenção de Dinossauros, fui diagnosticado com Intoxicação por Interação Medicamentosa, trocando em miúdos: Bodernave errou as proporções das minhas poções.

Eu. Podia. Ter. Morrido.

Chamam de preconceito meu, paranoia ou idiotice, mas geralmente o meu raciocínio para o desastre está sempre certo. Faz parte dos meus dotes. Se eu tivesse ouvido meus instintos, não estaria agora sendo obrigado a esperar duas semanas antes de tomar novamente a poção para emendar ossos. Só alegrias na minha vida.

—Aqui, amorzinho, deixa que eu corto!— Lia está me deixando nauseado com todo esse "carinho" dela. Ela esmigalhou meu café da manhã no prato, sem piedade.

—É pra eu sugar de canudo isso aí? – Olhei com desgosto pra o que um dia foi um bolo orgulhoso, mas agora era só farelos.

Scorp interrompeu a possível resposta desaforada de Lia.

—Cesc, já viu a última edição do Hogs?— Tomei o jornaleco da mão de Scorp que tinha acabado de chegar do corujal. Os Malfoy são uma família extremamente carente, mandam carta toda hora!

Comecei a ajeitar as folhas apenas com uma mão, a outra ainda na tipoia. Isso é nada comparado a me vestir com uma mão só. Meia hora depois... Mentira. Uns dois minutos a menos.

Magia involuntária: porque acontece e como evitar!

Por Weasley R.

—Pra você!— Scorp sorriu com os 32 dentes a mostra. Como eu tenho bons amigos, hein? De quem eu devo ficar com mais raiva, de Scorp ou de Weasley?

—Não tenho problemas com magia. Magia é minha amiga, magia é minha amante. Aliás, minha mão de segurar a varinha ainda está muito saudável, viu? Só pra você saber...

Scorp apenas começou a servir seu café, desdenhando do meu blefe. Procurei automaticamente a cabeça ruiva de Weasley pela mesa da Grifinória. Sempre faço questão de sentar virado de frente para as outras mesas. A avistei conversando animadamente com outra garota. Esse é o bom dos cabelos ruivos, você acha mesmo à distância.

Joguei uma maldição para que ela se engasgasse com seu suco de abobora. Droga! Não deu certo.

—Vocês pretendem comprar quando os trajes para a festa da Corvinal? — Tony perguntou meio de boca cheia, o que fez Scorp olhar como uma mãe brava.

—Como assim trajes? — Rebeca largou a amiga falando sozinha, virando completamente pra nos encarar. – Vocês foram convidados pra festa?

—Você não foi? — Scorp falou com uma alegria genuína. Ele estava brilhando, como... Como... Algo brilhante, obviamente.

Tony começou a dar risada e eu o acompanhei, porque Rebeca levantou da mesa e começou a fazer um escândalo. Primeiro com Scorp, como se a culpa fosse dele do convite não ter chegado a mão dela e depois na mesa da Corvinal, tentando encontrar o filho da mãe que ousava não reconhecer a necessidade de uma figura perfeita e incrível como ela numa festa. Palavras dela, não minhas.

—Sabe... Você poderia convidá-la para ir como sua acompanhante... — Lia me disse se servindo de um pouco mais do café da manhã caprichado de Hogwarts.

—Eu poderia... — Sorri pra ela enigmático, quero dizer, Rebeca está merecendo um certo castigo, não? Pelo conjunto da obra dos últimos meses...

Lia apenas sorriu pra mim, colocando uma garfada generosa de ovos mexidos na boca. Não é como se Rebeca fosse a rainha da popularidade na ala feminina de Hogwarts.

***

Resolvi ir sozinho para a enfermaria tomar minha dose diária de poções. Aparentemente sou muito idiota para me medicar sozinho e Madame Pomfrey muito desocupada para delegar funções.

Vim desacompanhando apenas porque Tony e Scorp estavam me alugando ainda sobre o lance do jornalzinho de quinta da Weasley e eu não ia dar-lhes um passe livre com um comportamento reprovável desses, não é? Com certeza não, sou um educador antes de tudo.

Quando minhas decisões são motivadas pelo raciocínio lógico e levam em consideração o bem estar do universo, geralmente sou recompensado.

—Haardy, que coincidência te encontrar aqui. — Vagando pelos corredores, em horário de aula. Sério, ele é melhor em quê pra ter esses privilégios? Nem monitor ele é mais!

—Fábregas, achei que estava na enfermaria ainda. Soube que precisou de transfusão de sangue e tudo...— O quê? Os fofoqueiros de Hogwarts, vou te contar, viu...

—Como pode ver isso não é verdade, já estou de volta! — Ele me deu um sorriso falso, ajeitando a alça de sua bolsa de lado. Uma bolsa sim, com certeza.

—Ainda machucado... — Ele falou notando minha tipoia por baixo das vestes. Que observador...

—Estarei 100% para o nosso jogo, não se preocupe. — Falei apenas para ganhar tempo nesse jogo de tênis com palavras. Preciso saber como introduzir o tema do nosso “acordinho” escuso ainda.

—Que pena. — Mas a sutileza morreu aqui. Haardy fechou a cara, deixando bem claro que minha saúde não era algo que o deixasse particularmente satisfeito.

Vou te dizer, sabe aquele tipo de cara que todo mundo parece gostar, que no começo até você mesmo gostava, mas daí o tempo vai passando e você vai tendo o vislumbre de algo podre debaixo da armadura reluzente? Esse é Martin Haardy.

Ninguém que olhe atentamente pode deixar passar despercebido que o sorriso muito branco dele não é sincero, que o rosto bonito não é nada amigável e que o porte elegante não passa de arrogância. Nada disso estava claro antes, mas hoje está.

Mudei minha postura e expressão automaticamente. Chega de jogar conversa fora então.

— Haardy, preciso falar com você. – Ele me olhou sem paciência, achei por bem complementar a ideia. — A respeito de nosso acordo de alguns meses atrás, digo.

—O que quer, Fábregas? – Estava repentinamente mais hostil, o que não pode ser um bom sinal.

—Quero saber se manterá sua palavra, mesmo com os resultados recentes... – Estão vendo que estou sendo bastante educado, apenas checando se os termos do acordo estão firmes.

Haardy cruzou os braços e deu um sorriso ladino. Mau sinal, era melhor quando estava hostil. Martin Haardy se assemelha mais a uma cobra do que qualquer sonserino que eu conheça.

—Não vi você cumprindo com a sua palavra, não é mesmo? – Agora eu que sorri pra ele sem calor.

—Weasley está em cima de você ainda? – Ele me olhou, fechando a cara. Te peguei, não, Sr. Too cool for School?

—Não, mas... – Nem deixei ele completar o argumento, como o rei das cortadas clássicas que sou. Nada como ter um trunfo nas mãos.

—Estou cumprindo a minha parte, você não precisa questionar meus métodos. – Desculpa, mundo, eu sou o cara muito bom para essa escola, na verdade.

—Não tenho muita certeza que tenha sido você que conseguiu que ela me deixasse em paz, Fábregas... – Já chega! Estou cansado desse cara de pau tentando arranjar motivos pra pular fora do trato que ELE ofereceu. Sua esperteza não vai funcionar hoje não, cara.

—Então tenha certeza disso: se você não cumprir o acordo, Weasley será o menor dos seus problemas...

—Está me ameaçando? – Ele olhou como se apenas estivesse achando graça da minha presunção. Adoro ser subestimado, Haardy, continue.

—Estou te dando a minha palavra e acredite, a minha vale muito. – Diferente da sua. Pareceu como se eu tivesse falado a última parte, porque ele ficou irritado com minha audácia de insinuar que ele não tinha palavra. Estou mentindo por acaso?

—Não sabe com quem está se metendo, Fábregas.

—Com certeza não, mas todo dia é um bom dia pra aprender algo novo, não acha? – Ele apenas me olhou de cima abaixo e sorriu arrogante. Não dei a ele a chance de ter a última palavra, dei as costas, porque meu recado foi dado.

Apesar de hoje está completamente com a razão, o que é raro na minha vida, a postura de Haardy me incomoda muito.

Não temos mais o acordo de 150 pontos no jogo, que colocou várias coisas em andamento nos últimos meses. O Ocaso, minhas amizades novas...

Haardy tem muita influência na escola para eu fingir que não estou com medo do que ele pode fazer contra mim.

Bem, mas eu não estou sozinho nessa, não é mesmo?

***

Scorpius Malfoy, Antony Zabini, Rebeca Wainz

Louise Fábregas, Aidan Hataya, Albus Potter

Estão convocados para uma reunião na Estufa 3, 18 horas em ponto. Não faltem.

— Qual é esse problema que você não pôde nos contar o dia inteiro, Cesc? — Tony me perguntou pela milésima vez só naquela hora. Faltava menos de 10 minutos para a reunião e Rebeca, Scorp e Artie também já estavam aguardando que eu me pronunciasse impacientemente.

—Oi! Olá? — Aidan entrou ainda meio perdido na estufa semiabandonada. Cumprimentei ele com um aceno de cabeça. – Vocês também receberam uma mensagem do Ocaso dizendo pra vir aqui?

Imagina, Aidan, impressão sua...

—Quem falta mais? — Rebeca perguntou desgostosa.

—Louise. — Tony falou, procurando meu olhar para confirmação. Novamente apenas acenei com a cabeça.

—Isso não é justo! Achei que ela estivesse fora do Ocaso! — Rebeca se lamentou parecendo uma garotinha de cinco anos que perdeu a boneca favorita.

—Ainda precisamos dela. — Falei tentando encerrar o assunto.

—Não. Acredito! Vocês são do Ocaso? — Aidan perguntou olhando cada um de nós como se fossemos seus novos heróis.

—Está tendo a honra de conhecer os Iconoclastas em pessoa! — Albus falou arrogante e levou uma cotovelada bem merecida de Scorp por isso.

Antes que qualquer coisa fosse dita ou feita por Potter II, minha irmã entrou na estufa. Já estava pronto para começar o meu monólogo, quando notei que ela não estava sozinha, entretanto.

—Louise, o q...

—Não surta! Eu sei o que você está pensando. — Não, não sabe! – “Ela já está por um fio, como ousa fazer algo ainda mais estúpido do que o erro que cometeu antes?”

Ok, talvez ela saiba.

—Como se atreve a trazer um estranho aqui? — Scorp já estava pegando a varinha, provavelmente para aplicar um obliviate no garoto de óculos azuis, da Corvinal.

—Calma, Malfoy! Deixa eu explicar primeiro! — Scorp não parecia muito tentado a ouvir. Aidan apenas encarava tudo assombrado. Só posso imaginar o que ele está pensando de nós agora...

—Explique rápido, Louise! — Eu pedi já no meu limite de paciência com as idiotices da minha gêmea. Admito que tenho meu julgamento prejudicado pelo parentesco, só isso pra justificar o fato de que ainda não a expulsei daqui imediatamente.

—Ele me pegou escrevendo o texto da Grande Escadaria, mês passado. — Olhei para o Corvinal com um interesse renovado. – John, é um cara legal! Ele quer ajudar.

Tony apenas cruzou os braços não gostando nada do jeito que Louise estava defendendo o garoto. Mas foi Scorp que se pronunciou, no entanto.

—Qual o problema de vocês, corvinais? Tudo tem que ser na base da chantagem? Depois a nossa Casa que não presta... — Ele disse com raiva, mas ao menos guardou a varinha de volta.

—Não fiz chantagem! A propósito, meu nome é John Westhampton, um grande fã do trabalho de vocês! — Mais um admirador. – Eu vi Louise escrevendo o Ocaso, sei que não é muito educado olhar o que os outros estão escrevendo sem sua permissão, mas é que eu realmente enxergo muito bem de longe e eu vi as letras sumi...

—A versão resumida, por favor, Westhampton! — Ele me olhou sobressaltado, espero que seja mais inteligente do que aparenta...

—Ok, versão resumida! Certo. Não acionei Louise até precisar da ajuda dela na divulgação da festa da Corvinal. — Todos nós olhamos pra ele subitamente interessados. Ele levantou as mãos como se fosse se defender dos possíveis pedidos de convite. — Meu irmão é quem tá organizando, acabei dizendo a ele que tinha como fazer o anúncio de uma maneira efetiva e... Eu não devia ter contado com isso, apenas me escapou.

—Em resumo, você chantageou Louise? — Tony perguntou ainda meio enfezado com a cara do garoto. Qual é Tony?

—Bem... Sim, mas...

—Ok, é o suficiente. Você está dentro.

—CESC! — Quase um coro perfeito, que alegria.

—Ele já faz parte disso e se todos concordarmos logo, poderemos passar para os assuntos que realmente interessam! — Acho que a curiosidade dos meus amigos apenas levou a melhor sobre eles. Todos assentiram com a cabeça. Menos Aidan que olhava tudo ainda embasbacado.

—Bom, chamei vo...

—Antes de começar, posso fazer uma pergunta? — Albus falou meio inseguro. — Outra, na verdade... — Assenti impaciente – Err... A reunião será aqui mesmo?

Dai-me paciência, Senhor!

— Sério, Albus?

—Não, espera! É porque eu tenho a sugestão de um lugar muito melhor, que tenho certeza de que vocês sonserinos vão curtir bastante...

***

Estávamos todos simplesmente atônitos. Nós oito jazíamos parados em frente a um grande túnel que acabou de se desvelar em frente aos nossos olhos, passando de pia para passagem secreta em questão de segundos.

—Você é ofidioglota? — Westhampton foi o primeiro a se recuperar do choque. Albus apenas deu de ombros.

—Meu pai costumava ser, eu sei apenas algumas palavras soltas que li em um livro sobre, “abra” é uma delas. Mas não vem naturalmente, se quer saber...

Ele falou sem muito entusiasmo, diminuindo o quão legal isso era. Uma coisa é você saber que algo assim existe, através de livros, outra bem diferente é ver com seus próprios olhos. Uau, a câmara secreta de Salazar Sonserina. Eu, Cesc Fábregas, vou entrar na câmara secreta de Salazar Sonserina.

Isso. É. Muito. Irado!

—Ok, quem vai primeiro? — Eu perguntei já empolgado. Não queria ser o primeiro por causa do meu braço e tal, mas se não fosse por isso...

—Albus, tem certeza que seu irmão não sabe disso aqui? — Scorp perguntou, cortando meu barato, como sempre. Albus olhou incerto. Ah, não! Eu vou matar James Potter se for preciso pra manter a minha preciosa câmara!

—Saber ele sabe... Mas duvido que ele se interesse em vir aqui. Não é exatamente um local de boas lembranças para a nossa família, não é?

—Pra família de ninguém, eu imagino. — Louise completou seriamente. Sim, a coisa toda do herdeiro assassino, claro. Eu... Meio que havia esquecido. Relevem.

—Além do mais não aparece... Err... Está fora do radar de James! Com tanto que a gente seja discreto e evite vir junto, ficaremos bem... — Ele disse com mais confiança.

—Então, o que estamos esperando? — Tony disse já mais animado. – Eu sou o primeiro!

E se jogou.

Assim, do nada. Tony apenas se jogou no buraco escuro fechado por décadas, morada anterior de uma cobra assassina de um milhão de metros.

Há algo errado com essa criança.

—Bem, se um sonserino foi, é minha obrigação ir também! — Albus entrou no túnel e só conseguimos ouvir um grito animado, como se ele tivesse num tobogã. Sorri para Scorp.

—Gente...— Aidan falou timidamente.

—Minha vez! — Rebeca se jogou no túnel, segurando a saia, seguida de Louise.

—Gente! — Eu, Scorp e Westhampton olhamos para Aidan que parecia angustiado.

— O que é Aidan? Não vai me dizer que está com medo de entrar aí! — Falei divertido.

—Não é isso... Apenas... Vocês lembram como termina a história da câmara secreta? — Vagamente. Tem um basilísco morto, Harry Potter salva a garota e o dia, blábláblá, algo sobre um elfo doméstico talvez... – Eles usam uma fênix pra sair da câmara! Alguém sabe onde se consegue uma fênix, por acaso?

Nós três olhamos para o buraco, não mais tentador agora. Bem... Talvez devêssemos ir com calma aí.

Depois de termos pensado muito bem em um jeito de sair, um simples feitiço de levitação da conta, mesmo que Albus jure de pé junto que tem outra saída por baixo, nós quatro descemos pelo cano, literalmente, ainda bem.

Foi divertido e meus amigos tiveram a delicadeza de não me deixar cair de cara no chão, por conta da minha falta de apoio momentâneo. Quem tem amigo tem tudo nessa vida.

Achamos o salão principal da câmara, depois de atravessarmos o vale da decomposição, escalar a montanha dos destroços de Pompeia e passar pelo lago da alegria, porque realmente, a água parada no caminho provavelmente veio do Lago Negro, já que a câmara deve ser nas masmorras.

O lago era o fim da trilha.

Para terceiranistas, estou satisfeito em dizer que somos um grupo bastante talentoso em feitiços, deixamos a câmara levemente mais limpa e o chão do átrio principal “sentável” e conseguimos fazer também uma iluminação indireta com nossas varinhas combinadas. Flitwick ficaria orgulhoso.

—Que incrível! Estar sentada onde a história foi feita! — Louise falou sonhadora tentando reparar nos detalhes da câmara, na quase penumbra.

—Bem você vai ficar mais fascinada ainda quando eu terminar de conta a minha história. — Eu disse, fingindo que é uma história muito bonitinha essa que eu vou contar. Mas não é.

Comecei do começo, desde a conversa entre Haardy e Weasley, até aquela proposta indecente do capitão da Corvinal meses atrás, essa parte causou choque nos que não sabiam, passando pelo plano de três etapas de Rebeca, causando indignação de alguns presentes, vide Louise que se sentiu traída, não sei porquê, até chegar no episódio de hoje mais cedo, com Haardy me ameaçando.

—Não posso acreditar, Cesc! O Ocaso surgiu como uma “vingancinha” sua contra a Rose? — Louise me olhou decepcionada. Babaca.

—O que posso dizer em nossa defesa? O motivo central foi errado, com certeza, mas até que tinha umas causas dignas por trás...

—Tipo o quê? — Albus parecia estar decepcionado também.

—Tipo contar a verdade, coisa que sua prima nem sempre faz. Falar de assuntos relevantes! Hum... Alguém me ajuda aí, eu já falei demais, tô com a boca seca! — Eu olhei para meus amigos sonserinos, que estavam sentados perto de mim, pedindo por ajuda.

—A ideia do Ocaso foi minha! — Tony falou atraindo a atenção de todos, mas sem soar arrogante, no entanto. —Precisávamos de algum lugar onde pudéssemos mostrar o que quer que Haardy estivesse fazendo sem ter o nosso histórico pessoal e familiar checados. — Falou olhando principalmente para Scorp, que completou.

—Quem daria atenção para algo que disséssemos contra ele? Precisávamos que o Ocaso fosse algo com credibilidade pra que ninguém duvidasse do que publicássemos, independentemente do quão chocante fosse.

Todos pareceram assimilar o que estávamos dizendo. Pela primeira vez estávamos sendo honestos, inclusive dizendo coisas que nunca haviam sido sequer discutidas entre nós mesmos.

—Aceitamos vocês! - Olhei pra Louise e Albus. – Aceitamos as ideias de vocês e transformamos tudo isso em algo melhor! Isso não vale de nada?

—Vale! — Aidan falou sorrindo pra gente. — Já ganhamos tanto só em alguns meses de Ocaso! Eu nunca imaginaria que teria amigos sonserinos e isso é muito legal mesmo!

Ok, eu normalmente acho os lufanos muito irritantes, mas Aidan é quase como um filhote, não tem como odiá-lo. Ele é a versão mais velha de Pottinha.

 “Há décadas em que nada acontece e há semanas em que décadas acontecem.”  Westhampton falou solenemente. – Lênin.

Assenti com a cabeça. Essa frase resumi bem o Ocaso. Esse tempo todo estivemos brincando de dizer a verdade. Acho que a partir de agora as coisas vão tomar um rumo realmente diferente. Quem sabe deixemos um legado pra Hogwarts daqui à 4 anos quando formos embora?

— Então? O que fazemos agora? — Minha irmãzinha querida me olhou questionadora.

—Bem...


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Notas finais do capítulo

Amo essa frase de Lênin.