Hogwarts: uma outra história escrita por LC_Pena


Capítulo 122
Capítulo 122. Boa fase


Notas iniciais do capítulo

Hello, people!

Algumas pessoas estavam se perguntando se ainda teríamos HOH enquanto todo mundo está fora de Hogwarts e a resposta é sim, como veremos abaixo!



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Capítulo 122. Boa fase

Eu nunca entendi direito esse lance entre os bruxos e as carruagens, quero dizer, estou há quatro anos, caminhando para cinco, no mundo bruxo e ainda não me acostumei com o fato deles usarem isso como se fosse super normal ter veículos de tração animal em pleno século XXI!

Em Hogsmeade, que é uma vila inteiramente bruxa, crianças, grávidas e idosos e outras pessoas que não podem aparatar, ficam andando nessas coisas para cima e para baixo, como se estivessem na época medieval, mas agora Beauxbatons levou isso para outro nível! 

Tá, que eu já sabia que o nosso transporte seria uma carruagem, eu li as instruções como todo mundo, mas ver a carruagem é bem diferente do que saber, né? E tipo, isso porque existe o sigilo bruxo, senão existisse, talvez estivéssemos todos voando amarrados na cauda de um dragão ou algo pior!

Mas eu não disse nada quando o veículo francês chegou em St. James, porque eu não sou mais esse tipo de pessoa que faz comentários desagradáveis e desnecessários, eu evolui.

Entrei na carruagem da Cinderela com cavalos enormes cor de champanhe e cabelos mais brilhantes do que os de qualquer pessoa viva ou morta que eu já vi, escolhi um lugar ao lado de minha irmã e de Dominique, mesmo Juliet tendo me dado um sorrisinho maligno do tipo, “venha para o lado malvado da força” - antigamente eu teria ido com prazer- e me preparei para uma viagem pacífica. 

Até mesmo Segundo havia entendido o recado, porque se sentou distante, junto da irmã e do primo caçula, um que ainda não tinha entrado em Hogwarts, porque aparentemente o exército Weasley é infinito. E não, eu não disse isso em voz alta, pessoa melhor bem aqui, já disse.

Partirmos com algumas crianças mais novas se despedindo dos pais pelas janelas ornamentadas da carruagem, tão bem enfeitiçada que nem deu para sentir o arranque da decolagem. Assim que atingimos a zona de voo mágico, livre dos olhares trouxas, ganhamos a permissão para circular e nos movimentar livremente.

— Olha só para essa carruagem, acho que vamos passar muito bem nesses quatro meses, mama disse que Beauxbatons é apaixonante! - Dominique disse animada por cima do colo de Louise e eu pisquei simpático para ela.

— Minha sogra disse que o serviço de alimentação é incrível, porque dentro da escola funciona o programa de estágio de alunos de mixologia, charcutaria e um monte de outras coisas da gastronomia que eu também não conheço, mas fiz que sim com a cabeça para fazer o culto. 

Disse sincero, porque a mãe de Enrique fez a maior campanha do mundo para eu e Louise entrarmos na escola, então em parte eu tenho que ser um bom aluno lá por gratidão a ela, quero dizer, ela usou a sua influência para atestar que eu sou uma criança adorável e o mínimo que eu posso fazer é fingir que eu sou, né? Só fingirei até me livrar dos pensamentos errados, porque dos atos eu realmente já me libertei.

Nada mais de confusões, intrigas e tretas na minha vida, juro.

— Então ela ainda é a sua sogra? Fiquei na dúvida depois daquela conversa na casa de Tony... - Louise disse como quem não quer nada e Dominique olhou disfarçadamente para o lado, mas as orelhas Weasley até mexeram um pouquinho de curiosidade. 

Weasley são estranhos.

— No fim das contas a gente decidiu que “dar um tempo” é uma grande bobagem, então é, voltamos para o funcionamento normal. - Dei de ombros, encerrando a questão, bem na hora que a professora Gooding, nossa tutora nessa empreitada, assumiu o lugar na frente da turma.

Não éramos muitos, nada comparado as escolas que tinham o costume de receber alunos de fora regularmente, então estávamos todos sentados em duas fileiras em um semicírculo ao redor de um pequeno tablado onde a professora estava agora.

— Sejam todos bem-vindos a essa nova etapa das nossas vidas acadêmicas. Sei que muitos de vocês estão ansiosos para saber como funcionarão as coisas daqui para frente, então saibam que o corpo docente de Hogwarts fez o seu melhor para que toda essa experiência seja o mais tranquila e produtiva possível. 

Ela falou no seu tom sério, mas acessível de sempre, então todos prestamos atenção do mesmo jeito que fazemos quando ela fala na aula as palavras mágicas “isso aqui cairá no teste”.

— Usaremos a nossa breve viagem para discutir alguns pontos importantes, porque seremos visitantes educados e muito bem informados, não admito o contrário.  - Ela falou de um jeito engraçado, olhando para um lado específico da turma que fez Louise e eu nos entreolharmos com diversão, porque ao menos dessa vez a indireta não foi para gente. – Agora, sem mais delongas, vamos conhecer o uniforme correto de vocês! 

Não entendi direito o que ela quis dizer com isso, já que tínhamos recebido os uniformes há algum tempo e até feito os feitiços de ajustes na costureira favorita de Eileen Dussel, no meu caso e no de Louise, mas ficou mais claro quando Heidi e a fuinha humana, Samuel Aizemberg se levantaram de seus lugares, completamente uniformizados por baixo da capa de viagem.

Heidi subiu no tablado ao lado do outro sonserino e deixou a capa cair no chão de um jeito charmoso, mantendo a mão na cintura e o quadril inclinado sensualmente. Okay, ela vestiu o uniforme perfeitamente, todos os garotos da carruagem concordaram com assobios, palmas e elogios.

— Certo, certo, certo, é esse tipo de comportamento inapropriado que estamos deixando para trás, meninos, silêncio por favor! - A professora chamou a nossa atenção lá na frente, como se Heidi Lowen estivesse muito constrangida com a atenção recebida.

Até parece! 

— A senhorita Lowen está usando agora o traje diário feminino número um, composto por um tailleur e uma saia de cetim na altura do joelho, nem um centímetro acima disso. - A professora apontou para o final da saia com sentimento e eu quase pude ouvir Rebeca desdenhando dessa regra. 

Saudades da monstra... O que será que ela está aprontando em Durmstrang?

A professora fez um aceno leve de varinha e o belo terninho azul claro com detalhes escuros na borda e uma saia de tecido bem levinho e sugestivo deu lugar a um vestido ainda mais provocante, que desenhava todas as curvas muito bem feitas da minha querida artilheira.

— Esse é o uniforme número dois, que consiste em um vestido leve e uma capa curta, ambos os uniformes são usados com os sapatos e chapéu, que deve ser retirado ao entrar na sala de aula. - Gooding apontou para os sapatos de salto baixo com duas cores - bege e azul - com cadarços e para o chapéu bobo, que nem sequer fazia sombra para os olhos!

— Para que serve esse chapéu mesmo, se vamos ter que tirá-lo nas aulas? - Perguntei baixinho, mas Louise só fez aquele “shiuuu” irritante, o que me fez cruzar os braços indignado, porque a minha pergunta é muito válida. 

Mais um aceno de varinha e mais um maravilhoso feitiço de transfiguração e Heidi agora estava vestida com um conjunto leve de moletons esportivos, com o símbolo da escola bordado no lado esquerdo e cordões brancos saindo da capuz.

Alguns caras da fileira de trás pediram para ela dar uma voltinha, mas a professora Gooding só precisou olhar para eles de cara feia, para que se calassem.

— Esse é o uniforme da educação física, quadribol e demais atividades esportivas, o traje é unissex. - Antes que ela passasse para o último uniforme, que era o de gala, levantei a mão para tirar uma dúvida importante. 

— Podemos usar esse uniforme fora das atividades esportivas? - Hogwarts não tinha uniformes específicos para atividades físicas, basicamente apenas os times de quadribol tinham roupas de treino e elas nem sequer eram permitidas na sala de aula!

— Mostrarei os uniformes masculinos em um instante, senhor Fábregas, cada veste foi pensada para um momento específico. - A professora até falou com paciência, mas não respondeu a minha pergunta.

— Podemos?

— Não há nada nas regras que proíba, já que se trata de um dos uniformes oficiais, mas eu prefiro que todos os alunos de Hogwarts se vistam adequadamente. - Agora ela falou com menos paciência e eu assenti sorridente para ela, porque eu deixei minha predisposição ao descumprimento de regras no semestre passado. 

Ainda bem que usar o moletom não vai ser contra as regras!

A nossa querida tutora continuou mostrando os trajes, o vestido de gala, que consistia em um vestido elegante de mangas compridas, azul escuro, feito naqueles tecidos pesados de inverno, algo começado com tafi sei lá o quê, botões dourados na diagonal até embaixo, ornados com filamentos dourados. 

Era bonito, mas severo, apenas para ser usados em ocasiões oficiais, como a presença de autoridades, luto e outras coisas que ninguém realmente queria que acontecesse, vamos ser sinceros!

Gastámos mais alguns minutos rindo de Samuel modelando as vestes masculinas de Beauxbatons, os nossos uniformes nem de longe sendo tão legais quanto o das meninas: o primeiro era uma calça cinza, colete e camisa comprida azuis como os vestidos, podendo ou não ser usado com os ternos também parecidos com os das meninas - não vou usar, porque é ridículo - o segundo uniforme sendo a mesma coisa, só que o colete e a calça eram cinzas e a camisa branca por baixo de uma capa curta, opcional, em cima de um sobretudo azul.

Já a roupa de gala parecia uma roupa militar de festa, azul escura, combinando com as vestes das garotas, o que estava okay para mim, mas o chapéu e sapatos do uniforme foram unanimidade: uma desgraça sem tamanho, porque, com a exceção dos saltos, eram iguais os das garotas! 

Passada a bronca e o olhar duro da diretora da Grifinória para os alunos mais abusados e rebeldes, ela foi se acalmando e enviando para cada um de nós um pergaminho dobrado em formato de borboleta, que se desdobrava em nossos horários de aula.

— Cada horário foi montado na reunião de pais e mestres e atende o que acreditamos ser o melhor para vocês. - Dei uma olhada superficial no meu e a primeira coisa que eu notei foram as duas aulas de “Etiqueta” na semana: que merda é essa? – Notem que há algumas eletivas já escolhidas, vocês terão até o final da semana para escolher o restante, podem vir ao meu escritório se houver alguma dúvida. 

Louise olhou para o meu horário, depois para o seu de novo, levantando a mão em seguida. A professora Gooding passou a palavra para ela.

— Acho que houve um engano, pró. Meu horário foi para Cesc e o dele veio para mim. - Ela falou toda mansinha e eu franzi o cenho para ela, já que ela só usava esse tom quando queria conseguir alguma coisa que não devia.

A professora recolheu nossos horários, conferiu novamente e depois nos entregou do mesmo jeito que estava antes.

— Está tudo correto, senhorita, matérias do quinto ano e eletivas escolhidas pelos seus pais. - Gooding olhou de mim para Louise por cima dos óculos, de um jeito estranho. – Eu sei, porque eles foram bastante enfáticos. Principalmente a sua mãe. 

Eu imagino o quão enfática ela foi, para nos render esse olhar da professora. A mulher voltou a caminhar pela carruagem, tirando dúvidas dos outros alunos. Peguei o horário da mão de uma Louise fazendo um biquinho emburrado, para conferir o que ela chamava de erro.

Era tudo tragicamente igual, a diferença estava apenas no fato de que ela tinha “Educação física” no lugar de “Etiqueta”. Olhei indignado novamente para o meu próprio horário, mas que disparate! 

— Eu queria fazer educação física! Sempre me ressenti por Hogwarts não ter essa matéria!  - Falei para minha gêmea do mal e ela só continuou me encarando com sua expressão de infelicidade profunda. 

— E eu não quero fazer! Pra quê eu tenho que fazer isso? Eu já sou magra, se eu perder mais peso, eu vou sumir! - Revirei meus olhos para esse relincho, porque Louise realmente precisa aprender para que servem as atividades físicas. 

— Não é sobre magreza, sua tonta! É sobre o fato de que você não consegue correr nem três quilômetros sem a ajuda de um desfibrilador! - Dei um peteleco de leve nela, que continuou me olhando indignada, agora com a mão na testa de um jeito engraçado. 

— E por que eu tenho que correr três quilômetros? Por acaso tem uma horda de zumbis alienígenas atrás de mim? - Eu dei risada, porque se tivesse, ela já estaria morta!

— Você está reclamando de uma coisa que precisa e eu que estou matriculado numa aula de etiqueta, quero dizer, mais etiquetado do que eu? - Apontei para eu todo e tanto Louise, quanto Dominique, que nem estava participando da conversa, deram risada. – O quê? Por quê estão rindo?

— Porque você é um ogro, o mundo precisa que você faça essa classe! - Louise disse toda metidinha e eu a olhei com superioridade, porque ao menos eu não sou uma lesma morta no meio de uma quadra de tênis!

— Do que está falando? Eu estive num jantar oficial com o primeiro ministro bruxo da Grã-Bretanha, garota e comi com sete jogos de talheres diferentes! - O jantar dos vencedores do campeonato foi impressionante e bastante pomposo, Louise ficou despeitada, só porque não foi convidada.

— Etiqueta não é só sobre saber diferenciar o garfo de salada do de ostras, Cesc, é sobre todos os seus gestos e atos refletirem um cuidado com o restante dos convivas! - Dominique discursou toda esnobe e eu teria amassado e jogado meu pergaminho de horários na testa dela, se já tivesse gravado as aulas, claro.

— Ah, mas que merda, hein? Eu não quero fazer essa bosta! Esses quatro meses vão ser um inferno na terra, já estou vendo tudo... - Resmunguei de braços cruzados e as meninas voltaram a rir da minha cara. Um bando de retardadas!

Continuei mal-humorado por mais alguns minutos, até a carruagem sair da zona mágica de voo, para começar sua aterrisagem no meio dos Pirineus. Alguns alunos foram olhar pelas janelas, sob a bronca para que se sentassem nos seus lugares da nossa tutora e eu apenas levantei um pouco do assento, para espiar a vista lá fora.

Por trás das nuvens fofinhas de um céu invernal, já conseguíamos divisar o brilho suspeito da barreira mágica de Beauxbatons. Atravessamos o feitiço e um daqueles ofegos coletivos complementaram a impressionante visão do que seria a nossa nova escola:

Se eu havia achado que a carruagem era da Cinderela, o castelo era definitivamente do príncipe encantado, com suas torres de telhados abobadados e vitrais brilhantes. O terreno ao redor era um show a parte, com jardins coloridos, labirintos folhosos e fontes imponentes. Cutuquei Louise para mostrá-la o estádio da escola, que parecia ser um anel de prata brilhando com o sol do fim de tarde.

Ok, o lugar valia o ingresso, mesmo que a gente ficasse apenas sentados em círculos no meio da relva discutindo as vantagens de ser educado e afrescalhado. A professora Gooding foi mais enfática em suas reclamações e todos voltaram para seus lugares, antes da carruagem tocar no solo.

Assim que a porta foi aberta, encontramos uma recepção de ninfas, que eram muito diferentes das que víamos nos livros de criaturas mágicas, nada de pele verde e galhinhos por entre os cabelos aqui. Sussurrei para Louise se recordar do que Eileen disse sobre elas: eram ninfas dos picos nevados.

A mãe de Enrique havia nos alertado para nunca se referir a uma ninfa da montanha pelo nome de nereidas, ninfas da água, ou dríades, ninfas dos carvalhos, que eram as mais comuns na Inglaterra, porque essas se tratavam das belas oreádes.

Elas eram pequenas e pareciam que podiam se desfazer com um sopro mais forte e suas vozes ecoavam pelo ar, como se estivéssemos em um lugar fechado e cavernoso.

Eileen havia nos dito que as oreádes de Beauxbatons eram descendentes diretas de Eco, cuja lenda grega dizia que havia sido amaldiçoada a repetir suas falas em cavernas, grutas e fossos pela eternidade.

Com os contos bruxos a gente nunca sabe onde começa a verdade e acaba a ficção, mas de certa forma, fazia sentido acreditar na coisa toda, porque aquelas vozes suaves como brisas entravam por seu ouvido e ecoavam na sua mente como uma massagem mental.

A maioria dos garotos as olharam meios deslumbrados, porque elas tinham rostinhos angelicais e cabelos compridos, adornados com flores bem pequenininhas. Não havia nenhum apelo sensual nelas, mas a gente não vê esse tipo de coisa tão bonita de onde viemos.

Além das ninfas, fomos cumprimentados pela diretora da escola, uma gigante mais alta até do que Hagrid, chamada Madame Maxime. Ela era simpática e se vestia com elegância, embora eu tivesse perdido um pouco de tempo imaginando quanto de tecido seria necessário para fazer o seu vestido bonito.

— Olha só essa escola! É tudo tão brilhante e lustroso! - Louise falou encantada, depois de uns segundos não resistiu e passou a mão em um dos muitos aparadores que adornavam o recinto. – Não tem uma gota de poeira!

— Em compensação você deixou uma digital bem gravada na madeira! Não toca nas coisas, obtusa! - Louise não me deu ouvidos e tocou nas rosas que enchiam um vaso na mesinha seguinte. – Se cair e quebrar, você vai pagar, sua ridícula! 

— Se quebrar, eu conserto com um feitiço, seu idiota, porque sou uma bruxa talentosa! - Ela disse de narizinho empinado e eu já estava pronto para rebater a resposta espertinha dela, quando Dominique me interrompeu. 

— Não briguem vocês dois! Olha só como aqui é bonito! Não é lugar para brigas.  - Ela disse apaziguadora e eu aceitei o outro braço, já que o esquerdo ela havia oferecido para Louise entrelaçar com o dela. Dominique suspirou alegre. – Prevejo coisas muito boas para a gente aqui.

— Isso porque você é uma lufa-lufa boba! Nunca tinha visto esse seu lado antes... - Ela me olhou falsamente ofendida, mas depois apenas apontou para um retrato de ninfas dançando ao redor de uma cascata de flocos de neves. Resolvi mostrar o meu outro lado, no caso o culto e maduro.

— Aquela é uma celebração para a ninfa da neve, Quione, única do seu tipo de que se tem registro. - Falei a título de informação e as duas garotas me olharam curiosas, porque Enrique havia me contado isso quando estávamos sozinhos, longe da mãe dele e suas história sobre sua adorada escola celeste. – As ninfas fazem uma noite de adoração todo ano e convidam só aqueles que elas acham dignos de participar de tal ritual. A mãe de Enrique esteve em um quando estava grávida dele, veio para que as ninfas abençoassem o seu nascimento.

— Que bonito isso! - Dominique falou encantada, mas depois fez uma careta confusa. – Essa bênção tem alguma coisa a ver com o fato dele ser um conquistador barato tão bom?

— Eu acho que não... Sei lá, na época a mãe dele só queria ter certeza que ele nasceria com saúde, mesmo com tanta coisa acontecendo, coisas familiares... Enfim, ela era uma aluna querida e já iria passar o Natal por perto, pareceu a coisa certa a ser feita.

Falei encerrando a história, sob o olhar atento de Dominique e de Louise, as duas pareciam ter sua própria conclusão sobre isso, mas ambas foram educadas o suficiente para não verbalizar nada, até porque todos sabemos que, abençoado pelas ninfas ou não, meu namorado sabe como ser um babaquinha arrogante. 

Madame Maxime se despediu da gente, ela não pôde se demorar muito conosco, muito menos a professora Gooding, ambas foram embora apressadas, prometendo nos encontrar no jantar. Devo admitir que isso não me entristeceu, pois fomos deixados nas mãos de duas garotas muito bonitas, que nos apresentaram o nosso dormitório. 

As garotas - Beaumont e Roussos - nos entregaram também as regras do lugar e nos distribuíram pelos quartos e infelizmente fiquei no mesmo de Fred II, que é um maldito filho de uma... Não vou xingar a mãe dele, porque nem conheço e já sei que é uma santa, tendo que aguentar um filho desses!

Já sentado na minha excelente e melhor cama do dormitório, peguei um pergaminho e desenhei o símbolo mágico do Ocaso com a pena negra que Enrique havia me dado de presente, em substituição a que eu perdi com os lobisomens.

E tá, já sei, tenho que fazer uma para ele, mas amanhã eu resolvo isso!

Tony e Scorp, vocês não vão acreditar, mas Segundo me usou! De novo, o que é bem ridículo, se for parar para pensar, já que ele fez aquela coisa de me colocar para ouvir a caixinha de música amaldiçoada e tudo mais e eu já deveria saber melhor do que cair nesse truque barato! Eu detesto essa caixa maldita! Eu detesto Fred Weasley II!

Nenhum dos dois me respondeu de primeira, então fui conferir o horário no celular para ver se os trastes já haviam chegado em seus destinos, quero dizer, eu disse aos dois que chamaria assim que eu chegasse na França! 

Peguei caveira e não, eu ainda não pude trocá-lo, porque meus pais falaram que eu mal uso ele, então, qual o ponto? Deixei minha indignação de lado e arregalei os olhos com a seguinte mensagem que apareceu na tela do meu querido e velho celular:

Não conectado, há conexões disponíveis 

Meu Deus do céu, chega me deu um coiso no coração! Há conexões dispo... Não,  Cesc, não surta, pode ser apenas um defeito do celular, porque obviamente não tem WI-FI no meio dos Pireneus, né? Fui lá nas configurações de redes só por desencargo de consciência, claro.

Beaux-net1 (Disponível)

— Ah, meu Merlin do céu e Salazar do inferno, tá conectando! - Um lufa-lufa, cujo nome eu não sabia, me olhou assustado da cama ao lado. Olhei de novo para o meu celular e me joguei na cama, estupefato! – Conectou! A internet conectou! 

Joguei no Google “sintomas de um avc”, porque eu acho que eu estou tendo um nesse exato momento, socorro, isso é demais para o meu cérebro processar! A maravilhosa ferramenta criada pelos deuses respondeu que havia milhões de resultados para a minha pergunta e eu quase chorei de emoção! 

Não perdi mais tempo, fui em busca dos meus contatos e avistei um dos primeiros da lista, com um “(Ic)” de iconoclasta ao lado do nome. Fiz uma chamada de vídeo e Aidan levou uma eternidade para atender.

Cesc? Como você... O quê...— Ele parecia que havia acabado de acordar, o que pode ser bem verdade, já que o horário do Japão é bem escroto, todo trocado.

— Beauxbatons tem internet, sabe o que isso significa? - Perguntei ansioso e Aidan só piscou confuso, com a cara amassada da cama.

O quê?

— Que eu voltei a ser um deus novamente! - Falei com sentimento, recebendo um muxoxo do lufa-lufa da cama ao lado e uma careta do outro no lado oposto do globo.

Cesc, você tem noção de que horas são aqui?— Aidan perguntou esfregando os olhos com uma das mãos, a luz da tela do seu celular iluminando a sua expressão enfezada.

— Boa noite, Aidancórnio, tenha belos sonhos! - Desliguei a chamada, sorrindo como um maníaco. O meu colega de quarto - único que não havia saído para conhecer o palácio -  me olhou assustado com a atenção.  – E então, amiguinho, qual é o seu nome?

Ah sim, estou sendo simpático com desconhecidos patéticos, porque eu estou começando a receber do universo o meu pagamento por ser um ser humano maravilhoso, então a melhor estratégia é continuar jogando no lado do Bem!

A fase boa da minha vida está só começando!

 

 


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Notas finais do capítulo

Cê viu, Juliet? Cesc sentiu um coiso no coração que nem vc, não precisa ficar envergonhada, isso parece ser normal em sonserinos.

O divertido aqui em HOH vai ser o fato que vocês verão coisas do ponto de vista de Cesc e de Fred lá na outra fic, quem sabe vocês percebam como é essa peste de verdade.

Eu tenho uma dúvida enorme, pessoal: com que frequência devo postar aqui e em Além do Castelo? Um capítulo de HOH nos finais de semana e um de AdC no meio fica bom para vocês?

Vejam aí e me digam.

Bjuxxx