Dia 17 de Janeiro – 4ª Gala

Na última gala, Portugal tinha sido o melhor, França o pior, as concorrentes francesas ficaram de rastos, mas nem todos podiam ganhar.

Não há muito para dizer desta 4ª gala, Portugal esteve entre os dois para sair…

-O quê? Impossível – Gritava Kelly já a sair do palco e a ir na direcção dos júris. – UMA DAS PIORES? - Kelly olhava para Tom, e este correspondia-lhe com um sorriso trocista, sim, era graças a ele, graças aquele ser insignificante, que estavam naquela situação. – Ai é? – Kelly riu-se sem o mínimo humor. – Muito bem, eu desisto!

Todos, mas mesmo todos, que ali se encontravam, exclamavam com admiração. Kelly afastou-se da mesa dos júris, subiu o palco, e pelo que toda a gente achava ser a ultima vez, anunciou:

-Pois é, como toda a gente ouviu, e bem acho eu, eu desisto deste concurso, não me vou rebaixar a mim própria continuando aqui, eu jamais teria concorrido se tivesse a minha saúde mental em prefeitas condições, obrigada aos júris por me terem aberto os olhos, realmente consegui ver a porcaria que esta coisa é, aqui fica o meu adeus. – Kelly virou as costas, com um toque de drama, como nos filmes, fez de tudo para sair em grande estilo, passou a mão pelos seus cabelo, largando-os de seguida num gesto majestoso.

Tom começou a olhar desesperadamente para o irmão e para os colegas.

[Flashback]

Quando acabaram todas as apresentações, os júris teriam que fazer a sua escolha, aproximaram-se discutindo quem sairia e quem ficaria como o melhor daquela gala.

-Meus amigos, eu sei que o que vou pedir não é um pedido justo, vocês irão saber do que falo quando ouvirem o meu pedido, bem, pela nossa amizade, peço que, ponham as concorrentes Portuguesas como uma das piores.

Bill começou a rir-se, muito mesmo, parando de seguida.

-Estás a brincar, certo? – Perguntou inseguro da própria pergunta.

-Não, eu só quero assustar a Kelly, nada mais, uma espécie de aviso “Nunca devias ter resistido aos meus actos de sedução”.

-Não, jamais, elas são umas das melhores, não não. – Gustav dissera, relaxando depois para trás na sua cadeira.

-Vá lá, pela nossa amizade! – Esperançoso Tom ainda dava mais uma cartada dos seus ilimitados truques baixos.

-Truque sujo Tom! – Bill repreendia o irmão, mas sabia que agora, Tom, poderia utilizar um truque ainda mais sujo.

-Bill, pelo nosso laço forte, aliás, muito forte, de família! Bill eu estou desesperado não me deverias negar a tua ajuda tão precisa neste tempo.

-Não é por estares a falar bem, e com palavras caras, que me vais convencer, mas okay! QUE ISTO NÃO SE REPITA!

[/Flashback]

Era por causa de Tom, que Kelly agora iria desistir.

-Espera! – Gritou enquanto se levantava. – Não desistas!

Kelly parou, virou a cabeça, tentado olhar para trás, virou-se e foi ter com Tom.

-Tu por acaso, achas, que vais fazer com que eu fique aqui, achas que agora que estás arrependido, que eu vou largar a minha decisão e ficarei aqui? Achas mal, por ti… - Kelly aproximou de Tom, encostou os seus lábios ao seu ouvido, para que só ele ouvisse o que iria ser dito agora. – Por ti, nem tinha nascido, se eu soubesse que irias existir, eu tinha me matado enquanto podia, eu não te suporto, eu não te quero, e se tu ainda não percebeste, deves ter algum problema, eu não estou a dizer isto para fazer joguinhos, estou a avisar-te que as tuas perdas de tempo comigo serão em vão. – Kelly ia afastar-se mas lembrou-se da última “facada”. – E para não ser influenciada pela tua fase de Negação em relação a isto tudo, eu irei desistir aqui!

Julie, olhou espantada para Kelly, e para Bill, a Kelly não lhe podia fazer aquilo, não agora. Dirigiu-se com a sua cólera até Kelly, pegou-lhe no braço de jeito a magoá-la mesmo e a deixar marca.

-O que pensas que estás a fazer? – Julie apertava cada vez mais o braço da sua amiga. Kelly já emitia uns gemidos de dor. Abanou o braço brutamente numa tentativa de se libertar, com sucesso. – Não me podes fazer isto, não agora, não que eu, não que eu…

-Diz lá, não que tu o quê? Estás apaixonada pelo Bill? Força nisso, eu não interferi em nada! – Kelly virou as costas, Julie velozmente pôs-se de frente para Kelly, impedindo qualquer fuga.

-Agora ouve-me, eu estou farta disto tudo, estou farta de ter que te obedecer, queres desistir numa coisa, levas-me contigo, não gostas de uma coisa, eu também tenho que não gostar, acabou, estou farta…

-Eu desisti, eu não disse nada se quero que venhas ou não, estou-me pouco lixando para isto tudo, fica se quiseres, eu não te vou obrigar a nada, agora tenho que ir.

Kelly, conseguiu, enfim, afastar-se de Julie e ir-se embora.

Julie, ficou de rastos, ela não percebeu nada, do que ela queria realmente dizer, talvez não o tivesse explicado bem. Julie correu até Kelly.

-Ouve, está mais do que na hora, de tu agora me apoiares nas minhas decisões, era sempre eu a apoiar-te…porra Kelly, és como uma irmã para mim, mas eu não tenho visto nada disso, por uma vez na vida reage como se fosses a minha irmã mais velha, apoia-me! Eu gosto do Bill, no mínimo aguentavas até ao final desta porra de concurso! – Julie empurrou Kelly de leve, foi um abanão do tipo “Acorda para a vida” – Por favor, não te peço mais nada! Tu prometeste-me seres a minha irmã mais velha. – Neste momento ambas estavam com os olhos a marejar, olhavam-se intensamente, revivendo tudo o que passaram juntas.

Kelly, reagiu a este ataque emocional, e como qualquer “irmão mais velho”, ela não iria deixar a Julie ficar mal.

-Okay.

Julie sorriu, tratou de limpar as ultimas lágrimas que escorriam da sua cara, abraçou de imediato Kelly.

Na zona de espectáculos, Bill e os restantes tentavam impor calma naquele sitio. Foi quando Julie entrou acompanhada por Kelly.

-Ela fica – Anunciou apenas Julie. Bill aproximou-se de Julie, abraçou-a num acto de agradecimento.

-Obrigada Ju, muito mesmo! Fico-te a dever uma! – Beijou carinhosamente a face de Julie.

Um pouco avermelhada, Julie fez um breve aceno. Agora sim, aquele dia era considerado perfeito!